Diferente de muitas outras religiões, onde o contato com a divindade é buscado através de preces e meditação, a bruxaria ensina o desenvolvimento da alma através dos Oito Caminhos da Roda dos Bruxos. Esses caminhos são parte da Tradição de Mistérios do Ocidente. O Ocidente e o Oriente são dois lugares muito diferentes. Religiões Orientais ensinam seus seguidores a olhar para dentro para iluminação, e embora o Ocidente use esses métodos na meditação, eles são apenas 'um' dos Oito Caminhos. A mente ocidental olha para fora e procura a graça espiritual ajudando os outros. Assim, os bruxos usam seus poderes para ajudar os que estão doentes ou com problemas. O despertar pode começar como um impulso que nasce das profundezas da alma. Um estado de vazio ou desespero, que todo ser humano sente nesse ponto de sua encarnação, como um guia para o espírito.
Isso pode acontecer para a alma que se esforça e para a que está satisfeita do mesmo modo. Muitas vidas podem ser necessárias antes de ser percebido que a própria verdade deve tomar a iniciativa e começar a voar para fora do Ciclo de Encarnações, que, sem o controle do Eu Maior, pode continuar indefinidamente. Uma vez que a compreensão surgiu, a busca começou, a alma está no caminho da humanidade para a divindade.
Observando a Arte, é sábio procurar iniciação num coven genuíno. (...) Existem certas condições que tem que ser cumpridas, tais como, harmonizar-se com as personalidades dos membros, ter lido amplamente sobre o assunto, ter disposição para um período de espera, usualmente um ano e um dia, entre outras coisas. Essas condições ainda são válidas; você não pode esperar ser aceito rapidamente, mas saberá que os bruxos que você encontrou passaram pelos mesmos obstáculos. Os caminhos dos bruxos são os da prudência. Especialmente nossa preocupação com estranhos. Afinal de contas, quem admitiria um estranho em sua casa sem uma apresentação?
Cuidados devem ser tomados, também, ao procurar-se um coven que esteja de perto em concordância com seu próprio estilo de vida, cultura e característica.
Mas tão logo o contato seja feito, há a esperança de ter encontrado um grupo no qual as condições, de ambos os lados, possam ser satisfeitas.
Embora alguns covens usem robes, o modo tradicional de trabalho no Círculo é 'vestido de céu', ou seja, nu. Quando você é trazido para a Arte, entra como você nasceu, sem roupas ou amarras de qualquer tipo. A primeira iniciação é uma introdução para um novo modo de vida. Você é feito uma 'Criança da Deusa'; os instrumentos da Arte são mostrados; os caminhos do trabalho mágico são ensinados; e você deve jurar manter os segredos da Arte. Isso é chamado de Primeiro Grau.
O Segundo Grau é a iniciação propriamente dita. Ela envolve o conceito de morte simbólica e ressurreição simbólica, quando você renasce para a nova personalidade mágica. Um novo nome (de sua escolha) é dado a você representando a transformação, e pelo qual, você será conhecido quando estiver no Círculo. O drama desse mistério planta essas idéias firmemente na mente subconsciente do adepto, e o mistério, que é fortalecido no plano material, é estabelecido para o futuro.
Isso não quer dizer que pela iniciação e aprendizado você será automaticamente um 'renascido'. Um caminho será mostrado, o conhecimento comunicado, mas a jornada é sempre feita só e a verdade será provada até os limites do ponto de ruptura. Num sentido, quando a iniciação tem lugar isso pode tornar o destino pior. Alguém deu o depoimento: "Eu declaro para toda a criação que eu suportarei o progresso".
Na bruxaria a alma desenvolve um profundo conhecimento do 'ser'. Essa prática é transmitida por herança, e é por isso que a Arte tem graus de elevação. O grau mais alto é a consumação dos mistérios, onde os campos rituais para isso são chamados 'O Segredo da Roda de Prata'. Há também a concessão de determinadas palavras secretas, que nelas mesmas, transmitem pouca coisa, mas sua intenção secreta é importante e gentilmente empurra o aspirante para frente.
Iniciação por Patricia Crowther
livro "Lid-Off the Cauldron"