sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

MULHER ELEMENTAL




Eu conheci muitas mulheres que vivem a vida fora do seu elemento primordial. Eu vi, por exemplo, as mulheres fogo vivendo vidas de água, comportando-se com suavidade e humildade, dando toda a sua energia, trabalhando como curandeiras, massagistas... Em vez de expressar o seu fogo como líderes apaixonadas, empoderadas e seguras de se mesmas, A água extingue o seu fogo.

Eu conheci mulheres terra vivendo vidas de ar, devorando livros, vídeos, alimentando sua mente de informação, em vez de descalçar os seus pés na terra úmida e encontrar o seu ritmo interno com um tambor. O ar extrai suas raízes do chão...
Essas mulheres nunca podem se sentir plenas porque vivem meias vidas, escondidas atrás do elemento que é " aceito ", em vez de crescer no seu elemento verdadeiro e viver vidas plenas e autênticas. Também não têm sucesso nas suas profissões porque, internamente, o seu energia, missão e foco de atenção estão em conflito.
O Espírito em nós é ar, fogo, água, terra ou éter (o éter contém todos os elementos). Todas nasceram com um elemento primordial, e cada elemento encerra as chaves dos nossos talentos naturais e do nosso propósito na terra.
Desde que nascemos aprendemos mecanismos de sobrevivência e, se o nosso elemento não for aceito pela nossa família, acabamos adotando o que acreditamos que nos servirá melhor para sermos aceitas e amadas. Chega um momento em que acabamos identificando o elemento que "nos salvou a vida", em vez de a nossa essência verdadeira.
Ser água não é a mesma coisa que ser fogo. Ser fogo não é a mesma coisa que ser terra. Ar não é éter nem éter é água.
Nascemos com uma configuração diferente, com uma essência diferente e, no entanto, muitas pessoas se empenham em defender uma espiritualidade única e plana para todo o mundo. A espiritualidade de uma pessoa de fogo não é a espiritualidade de uma pessoa de água. Não é porque o espírito nela é diferente. A essência que as move, chama-as, inspira... Nunca será mesma em todos nós.
Uma pessoa de ar não pode meditar com as técnicas de uma pessoa de água. Não pode porque ela não vai conseguir a conexão e profundidade que se espera dela. A pessoa de água floresce nas profundezas, a pessoa de ar não. E isso trará como consequência que se sinta frustrada cada vez que tenta meditar e, sem a orientação adequada, vai acabar acreditando que a meditação é uma tarefa difícil e impossível para ela. Meditar é a coisa mais simples do mundo quando você sabe quem você é.
Em certos círculos espirituais, religiosos, educacionais.. etc, não são permitidas as diferenças individuais. Qualquer mulher (ou menina) que saia acima do padrão esperado, que se destaque como diferente, é considerada como dependente daquilo que tentam suprimir. Espera-se dela obediência, humildade, uma atitude de "todos somos iguais". Se qualifica mesmo como ego e arrogância, não permitindo que seu elemento brilhe da maneira particular e específica em que ele tem que brilhar.
Esta é uma forma de controle.
Qualquer espiritualidade que não te permite ser você mesma, na tua essência específica, procura criar seres uniformes. Muitos círculos espirituais defendem e protegem a mulher água e a mulher terra, pelas suas qualidades de curandeira, doce, suave, humilde, calada, nutritiva, amorosa... Mulher que se adapta facilmente às regras. E condenam a mulher fogo por ser independente, autônoma, apaixonada, barulhenta, sexy, rebelde... Mulher que não segue os grupos.
Muitas mulheres fogo acabam se tornando mulheres água ou terra para serem aceitas. A falta de confiança em si mesma e na sua missão faz com que a rejeição seja insuportável. Sentem que precisam " pertencer a..., fazer parte de...". Mulher fogo, você pertence ao fogo, nele é onde você tem permissão para brilhar, queimar, inspirar, liderar, dar calor...
 Mulher ar...
Sua espiritualidade precisa do ar para se conectar e sentir-se plena. Observe o ar. Vá para os lugares onde se move livremente. Abra suas asas (braços). Você é independente e livre.... Você não gosta que te atem a dogmas nem a nada que mantenha prisioneira a tua mente. Você tem uma excelente imaginação e pode ver o caminho antes que seja construído.
Precisamos de você para que nos ajude a expandir a nossa consciência, a nossa forma de pensar, a nossa maneira de ver a vida. Precisamos de você para nos ajudar a encontrar soluções que não sabíamos que existiam. Ajude-nos a ver múltiplas probabilidades e caminhos. Ajude-nos a nos libertar dos acordos mentais que nos prendem e nos mantêm prisioneiras. Ajude-nos a ver as crenças que nos mantêm rígidas e limitadas, e nos fazem sofrer.
 Mulher fogo....
Sua espiritualidade precisa do fogo para se conectar e sentir-se plena. Observe o fogo. Acende uma fogueira. Observe como se move, de que se alimenta. Medita com fogo. Eu sou fogo. Você é independente e líder. Você não gosta de seguir as massas. Você tem a visão, o poder e a confiança para guiar outras mulheres e empoderá-las, e ajudá-las a serem independentes...
Precisamos de você para nos ajudar a conectar com o nosso poder e com a nossa paixão, para que possamos saber o que amamos de verdade, o que nos move por dentro. Precisamos de você para nos mostrar o caminho, nos guie, nos lidere, nos ajude a se mover, a tomar ação. Precisamos de ti para transformar as nossas vidas, queimar os nossos obstáculos e crenças, ser autênticas. Ajude-nos a ter um coração alegre e a protegê-lo.
 Mulher água...
sua espiritualidade precisa da água para se conectar e sentir-se plena. Observe a água. Entra na água. Mergulhe. Mova-se na água. Pratique a não resistência. Honra as tuas emoções e sentimentos. Depois, deixe-os ir. Você é água fluida. Em Movimento. Úmida. Lagrimas. Você sente o que os outros não sentem. Conecta-se com o coração das pessoas e de todos os seres conscientes. Você ouve, apoia, ama. Precisamos de você para nos ajudar a conectar-se com as nossas emoções. Precisamos de você para nos ensinar como nutrir o nosso coração, os nossos sentimentos...
Precisamos de você para nos ensinar como deixar ir as emoções que nos fazem mal. Precisamos de você para nos ensinar que todos os seres sentem, têm um coração. Mostre-nos as nossas habilidades psíquicas, a nossa intuição, o nosso poder para se conectar e ir fundo. Precisamos de você para nos ajudar a honrar os nossos talentos naturais, a nossa alma. Ajude-nos a conectar umas com outras.
 Mulher terra...
A tua espiritualidade precisa da terra para se conectar e sentir-se plena. Observa a terra, põe os teus pés na terra, enterre-os. Sinta a umidade, os ritmos, as vibrações debaixo dos seus pés. Cozinha. Faça pão. Faça artesanato. Trabalhe com as suas mãos, com o seu corpo. Cuide do jardim. Você é terra sólida. Nutritiva. Forte. Vibrante, segura de si mesma. Paciente. Sábia. Medicina. Ama. Alimenta. Dá refúgio. Precisamos de você para nos ajudar a conectar-se com o nosso corpo e a nutri-lo. Precisamos de você para nos ensinar a nutrir e respeitar o corpo da mãe terra. Precisamos de você para nos ajudar a conectar-se com os nossos ritmos internos, as nossas estações pessoais, a nossa lua e o nosso sangue. Ajude-nos a ser mais criativas e alegres, a confiar na nossa vida. Precisamos de você para nos ensinar a ter os pés na terra, no aqui e agora. Mostra-nos como florescem as plantas. Ajude-nos a amar o nosso corpo, a nossa sensualidade e feminilidade.
 Mulher éter...
Sua espiritualidade precisa do éter para se conectar e sentir-se plena. Medita no éter. Flui com o éter. Mexa-se no éter. Visualiza deixando seu corpo e se tornando alma. Viaja no cosmos. Vá para a matriz energética. Sinta como tudo está ligado, conectado...
Observe como tudo tem uma alma. Conheça a sua história, a história da terra e da humanidade. Você é etérea. Leve. De aparência divina. Compreensiva. Precisamos de você para entender que todos nós estamos conectados, que somos um. Precisamos de você para entender a nossa eternidade. Precisamos de você para aprender a se conectar com a nossa fonte.
Precisamos de você para nos ajudar a entender o nosso elemento primordial e a conexão com outros elementos, as relações, a interdependência. Precisamos de você para sentir que somos seres vibracionais e a nossa vibração atrai e também cria consequências em toda a matriz energética. Ajude-nos a valorizar quem somos, o que nos torna diferentes, e o que nos une.
Somos iguais em direitos, mas não em essência. A nossa expressão natural não pode ser a mesma, a maneira em que nos comportamos e criamos o mundo que desejamos. Também não a maneira como nós ligamos e nos sentimos vivas. Temos de aspirar a expressar a nossa essência mais alta, sem medo da rejeição. Temos de aspirar a brilhar com toda a nossa luz. Parte da sua tarefa é encontrar a sua essência primordial e expressar a sua vida ao redor dela. Quando encontrares o teu elemento, a tua vida cobra sentido: o teu passado, lições, desejos, sonhos...
Vim lembrar que você é uma deusa, com toda a beleza, o poder e a magia para tornar os seus sonhos mais selvagens uma realidade.
Desejo lembrar que dentro de você possui os talentos, a sabedoria, o poder e a medicina para transformar a sua vida.
Que desabroche e ame ser mulher; ame a tua preciosa feminilidade, o teu corpo, os teus talentos e viva os teus sonhos. Você merece tudo de melhor.
O caminho começa com o primeiro passo... e desejo que encontre o endereço do teu espírito...
Airmid Kali Kãlam

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Imbolc ou Candlemas - Festa do Fogo ou Noite de Brigit


(02 de fevereiro) H. Norte / (1 de Agosto) H. Sul
Este Sabá é dedicado à Deusa Brigit, Senhora da Poesia, da Inspiração, da CURA , da ESCRITA , da Metalurgia, das Artes marciais e do FOGO.
Nesta noite, as BRUXAS colocam VELAS cor de laranja ao redor do círculo, e uma VELA acesa dentro do Caldeirão. Se o RITUAL é feito ao AR livre, pode-se fazer tochas e girar ao redor do círculo com elas. A BRUXA mais jovem da Assembléia pode representar Brigit, entrando por último no círculo para acender, com sua tocha, a VELA do caldeirão, ou a fogueira, se o RITUAL for ao AR livre, o que representaria a Inspiração sendo trazida para o círculo pela Deusa.
Os membros do Coven devem fazer poesias, ou cantar em homenagem a Brigit. Pedidos, agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no fim do ritual. o Deus está crescendo e se tornando mais forte, para trazer a Luz de volta ao mundo. É hora de pedirmos proteção para todos os jovens, em especial da nossa família e do Coven.
Devemos mentalizar que o Deus está conservando sempre viva dentro de nós a chama da saúde, da coragem, da ousadia e da juventude. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas, alaranjadas ou vermelhas. A consagração deve ser feita pelos membros mais JOVENS do Coven. Literalmente quer dizer dentro do útero. O inverno ainda não foi embora, mas por baixo da neve a vida floresce e ganha força.
As coisas não acontecem diante de nossos olhos, mas já estão lá, lentamente, pulsando, esperando o momento certo para vir à tona. A Deusa vagarosamente recupera-se do parto, e acorda sob a energia revigorante do Sol. Esse é o também chamado Festival das Luzes, em que se acendem VELAS por toda a casa, mais especialmente nas janelas, para anunciar a vinda do Sol e mostrar ao menino Deus seu caminho.
A promessa da primavera
Imbolc ocorre no pico do inverno. É o tempo do ano em que a Terra se encontra mais fria. É festejado no hemisfério Norte em 2 de fevereiro e no hemisfério Sul em 1 de agosto.
A palavra Imbolc significa “no leite”, pois nesse período as ovelhas, vacas e cabras entravam em seu período de lactação e começavam a produzir leite. Isso era um indício claro da chegada da Primavera.
Em Imbolc a Deusa Brigit, Senhora do Fogo, da vida, do conhecimento, da poesia, das fontes sagradas, era honrada por todos os celtas. Todos agradeciam por ela ter mantido o Fogo das lareiras queimando durante as noites escuras e gélidas de inverno.
Brigit tinha um santuário na antiga capital irlandesa de Kildare, onde um grupo de 19 sacerdotisas mantinha uma chama eterna acesa em sua honra. Ela era considerada a deusa do Fogo e padroeira dos ferreiros. Era uma Deusa Tríplice, Guardiã da lareira e da família.
Imbolc é o Sabbat da Purificação , por isso uma prática tradicional associada com esse Sabbat é a varredura, no qual varremos nosso círculo com vassouras mágicas, expulsando energias negativas, como azar, ressentimentos e coisas ultrapassadas de nossa vida. É comum também varrer toda a casa mentalizando o banimento do mal.
A ligação de Imbolc com a purificação vem da Antiga Europa, onde, nessa época, toda a decoração de Yule era queimada. Isso representava o desligamento com o passado para que o futuro fosse promissor.
Outro costume muito tradicionais são as camas de Brigit – bonecas são feitas com palha ou ervas e estão colocadas ritualisticamente em uma cama, junto a um pequeno bastão, representando a fertilidade da mente, do espírito e da Terra.
Por ser um período em que os temas de renovação, purificação e abandono do velho para o início do novo estão em destaque, Imbolc é considerado por algumas Tradições como o melhor momento para a realização de ritos de iniciação, dedicações, Wiccanings e outros ritos de passagens.
Imbolc é o momento de limpar e preparar nossas mentes e corpos para o ressurgimento e de banirmos todos os remorsos e culpas e planejarmos o futuro para o próximo ano. Nesse Sabbat são feitas purificações com Fogo e Água, os principais elementos da Deusa Brigit.
Correspondências de Imbolc
– Cores – Vermelho, laranja e branco
– Ervas – Sálvia, calêndula, manjericão, verbena, mirra.
– Pedras – Citrino, turmalina negra, turmalina verde, hematita, ágata vermelha e topázio.
Atividades
– Queimar todos os enfeites de Yule;
– Fazer uma cama de Brigit;
– Fazer uma roda de velas;
– Pendurar uma cruz de Brigit na porta de casa;
– Varrer a casa com a vassoura mágica;
– Limpar seu espaço sagrado, seu altar e instrumentos;
– Fazer travesseiros dos sonhos;
– Abençoar velas para serem usadas no decorrer do ano.
Comidas e Bebidas
– Bolos de frutas;
– Tortas de maçãs;
– Pães;
– Vinho;
– Todos os tipos de chás.
COMEMORANDO O CANDLEMAS
Um símbolo da estação, como uma representação de um floco de neve, uma flor branca ou talvez um pouco de neve num recipiente de CRISTAL , pode ser depositado no altar. Uma VELA laranja, ungida com ÓLEO de almíscar, CANELA , olíbano ou ALECRIM , ainda por acender, também deve estar presente.
Pode-se derreter neve para que seja usada como ÁGUA na criação do círculo. Prepare o altar, acenda as VELAS e o INCENSO , crie o círculo, invoque a Deusa e o Deus. Diga as palavras a seguir:
"Este é o período da festa das tochas,
Quando todas as lanternas queimam e brilham
Para saudar o renascimento do Deus.
Eu celebro a Deusa, Eu celebro o Deus;
Toda a TERRA celebra Sob seu manto de sono."
Acenda a VELA laranja com a VELA vermelha do altar (ou no ponto sul do círculo).Caminhe lentamente ao redor do círculo no sentido horário, levando consigo a vela. Diga estas palavras ou semelhantes:
"Toda a TERRA está envolta pelo inverno.
O AR está frio e o gelo envolve a Terra.
Mas, Senhor do Sol,
O Chifrudo dos animais e locais silvestres,
Sem ser visto renascente
A partir da graciosa Deusa Mãe,
Senhora de toda fertilidade.
Salve, Grande Deus! Salve e bem - vindo!"
Pare diante do altar, erguendo a vela. Observe sua chama. Visualize sua vida florescendo em criatividade, com energias e forças renovadas. Se precisar olhar para o futuro ou passado, este é o momento ideal. Pode-se seguir praticar trabalhos de magia, se necessários. Celebre um banquete simples! O círculo está desfeito.
Old Religion

Lammas, o festival da colheita


Celebrado no dia 2 de fevereiro para quem segue a Roda Sul e no dia 1º de agosto para quem segue a Roda Norte, Lammas, também conhecido como Lughnasadh, Véspera de Agosto e Primeiro Festival da Colheita, é a festa que marca o início da estação da colheita e é dedicado ao pão, onde agradecemos aos Deuses pela colheita com várias oferendas às deidades para assegurar a continuação da fertilidade da terra, e honrar o aspecto da fertilidade da união sagrada da Deusa e do Deus.

Esse sabá, que ocorre entre o Solstício de Verão (Litha) e o Equinócio de Outono (Mabon), marca o fim do Verão e o início da época da colheita, uma época de agradecimento aos Deuses por tudo o que colhemos. Agradece-se ao que foi bom e também ao que pareceu ruim, pois na religião Wicca crê-se que tudo o que acontece na vida faz parte no caminho evolutivo de cada um.

Lammas é um dos quatro grandes Sabbats. Ocorre a ¼ de ano da chegada de Beltane. É um tempo tradicional para os trabalhos da Arte. Para nós, wiccanos, o sentido da visão da luz que está trazendo a frutificação das sementes da Primavera é o mistério de Lammas. Mas esse Sabá também é um momento de espera, quando as sementes são colhidas na esperança de novas vidas que virão.
Nomenclatura

O nome Lughnasadh (ou “Festival de Lugh”) veio duma festa agrícola típica dos Celtas, que comemorava os jogos funerais de Lugh, o Deus sol que era maior guerreiro dentre os celtas, pois derrotou os gigantes que exigiam sacrifícios humanos.

Já o nome Lammas significa “massa”, é um nome mais recente para se referir a Lughnashad e começou a ser utilizado na Idade Média, representa o alimento (geralmente pão ou bolo ou qualquer outra massa) feito com os grãos, que simboliza a colheita, e repartido (como alimento sagrado) entre os membros da família ou mesmo entre amigos.

Nomes Alternativos: Elembrios, Harvest Tide, Teltain, Lunasa ou Laa Luanys (que deriva de Lughnasa),
Deuses

Na wicca eclética, este festival celebra Lugh, como senhor do Fogo, da fertilidade e quem instituicionalizou diversos jogos para honrar a morte de sua mãe adotiva, Talitu.

A morte sacrificial e o renascimento de Lugh, assim como a colheita dos grãos, estão sempre conectados a Lammas, simbolizando que sempre o Deus morrerá para renascer novamente através da benevolência da Deusa.

Outros aspectos desse festival contêm a representação do crescimento do nascimento, da honra e do agradecimento à Deusa, pelo seu ventre que cultivou as sementes, e a Lugh, em seu aspecto de Deus Sol, pelas bênçãos e fertilização do ventre da Deusa com seu calor e luz.

Outra Deusa que pode ser honrada é Aine, pois acreditava-se que uma gruta de Knockaddon estava ligada a Tir na n’og (o “Outro Mundo” celta) e de lá Aine chegava no Lammas para dar à luz a Eithne (o termo gaélico para grãos) que era um feixe de grãos. Três dias no ano eram dedicados à ela: a primeira sexta-feira, sábado e domingo após o Lammas. Era nestes dias que ela retornava como uma mulher sábia, que ensinava aos homens como caminhar em união e amor sobre a terra, domínio da sua mãe, a deusa Danu.

História

Lammas era originalmente celebrado pelos antigos sacerdotes druidas como o festival de Lughnasadh. Nesse dia sagrado, eles realizavam rituais de proteção e homenageavam Lugh, o deus celta do sol. Em outras culturas pré-cristãs, Lammas era celebrado como o festival dos grãos e o dia para cultuar a morte do Rei Sagrado.

Uma característica comum dos jogos eram os casamentos de Talitu, os casamentos informais que eram firmados por um ano e um dia ou até o próximo Lammas. Durante esse período, o casal decidiria se queria ficar junto ou romper com o casamento para que cada um seguisse o seu próprio caminho. Esse casamentos foram comuns até os anos de 1500 e as cerimônias eram geralmente solenizadas por um poeta, um bardo ou um Sacerdote ou Sacerdotisa da Antiga Religião.
Tailtu Games.

Tradições

Além do tradicional pão conhecido como “Massa de Lugh”, que é um pão no formato de um homem, simbolizando o sacrifício do Deus da Colheita. Como parte desse processo de agradecimento, a primeira colheita de grãos maduros é colocada dentro da massa do pão que é partilhado com todos os membros da comunidade que festejam o festival. As massas são moldadas na forma de um homem para simbolizar Lugh, do Sol, simbolizando o Deus da colheita, ou simplesmente em formato redondo representando a Deusa e a Roda do Ano, ou em forma circular com um trigo no topo dele. Pães recém-assados são parte importante da celebração de Lammas.

O pão é elemental por si: Terra, Ar, Fogo e Água são combinados em uma substância que sustentou milhares de pessoas durante séculos.

O pão combina as sementes da terra (farinha), com a água, a substância que deu origem a todas as coisas. O sal é o grande agente purificador. Levedura, o sagrado transformador dos Deuses, o segredo. Quando o sovamos, estamos trabalhando com a energia do ar, pois é assim que o pão ganha forma. Finalmente, quando ele vai ao forno, entra em contato com o elemento Fogo. Dessa forma todos os elementos estão presentes no pão.

Nessa época também são feitos Rodas de milho e bonecos de palha (de milho ou trigo) representando os Deuses, chamados de Senhor e Senhora do Milho. Esses bonecos são tidos como amuletos de proteção durante todo o ano, até o próximo Lammas, onde são queimadas na fogueira ou no caldeirão.

Os bonecos de milho do ano passado, juntamente com papéis contendo agradecimentos aos Deuses, são queimados, servindo como uma forma de lembrança de que devemos queimar o passado e utilizá-lo como combustível

Correspondência Nacional

Alguns wiccanos preferem utilizar simbolismos mais próximos à sua cultura brasileira, com simbolismos da cultura indígena.

Nesse sabá, podemos citar a Deusa indígena Mani. Segundo a lenda, a filha do chefe de uma tribo apareceu grávida, porém ela jurava não ter se deitado com homem algum. O pai, seguindo a tradição, iria matá-la; entretanto, na noite anterior ao ato, um espírito dos Antigos Anciãos da sua tribo veio-lhe em sonho e disse-lhe que a criança possuiria uma grande magia e que não deveria ser morta.

Quando a criança nasceu, sua pele era tão branca que mais parecia a própria lua a brilhar. Já nasceu sabendo falar, no segundo dia de vida, aprendeu a andar. Após um ano, aconselhando a tribo com as sábias palavras de uma Deusa, Mani morreu. Segundo a tradição, foi enterrada na oca de sua mãe, que a regava todos os dias.

Dentro de algum tempo, uma planta nasceu naquele lugar, uma planta cujas raízes escuras eram tão grandes que chegaram a sair do chão. Entretanto, o interior da raiz era tão branco quanto a alva pele de Mani; assim a planta ficou conhecida como Mandioca, que quer dizer, a Oca (casa) de Mani.

Por isso, em honra a Deusa Mani, também é muito comum no Brasil a valorização da mandioca e de outras plantas típicas no ritual de Lughnasad: a Festa da Colheita
para o nosso futuro.

Lugh, um Deus, muitos nomes

Alguns estudos acreditam que o deus Lugh presente na mitologia irlandesa possa ser um reflexo de uma divindade céltica anterior. Acredita-se que a raiz pro celtica “lug” vem da raiz proto indo-europeia “leuk” que significa possivelmente brilhar.

Existem similaridades entre o Deus Lugus citado em um inscrição na atual Espanha e Lugh filho de Cian. Algo que parece corroborar isso é a quantidade de nomes toponímicos que parecem derivar de seu nome, tais como:

➽Lugo, na Galicia
➽Lyon, na França ( antiga Lugdunum ou Forte de Lug)
➽Carlisle, Inglaterra(antiga Lugo Valium)
➽Leiden, Holanda
➽Lugones, nas Astúrias

Nos escritos do “De Bello Gallico” (A Guerra da Gália), Júlio Cezar traça um paralelo entre o Lugus gaulês e o Mercúrio romano, mostrando assim que entre os celtas da Gália havia o culto a uma divindade masculina denominada de nome e características muito similares ao do Lugh irlandês.

Lugh é creditado muitas vezes como uma divindade solar mas isso é aberto ao debate entre os mitólogos sendo que traçam um paralelo entre ele e o Júpiter romano, mostrando assim que Lugh pode ter tido alguma associação com os relâmpagos (seria sua furiosa lança sempre sedenta, uma analogia feita pelos antigos celtas que o cultuavam para as fagulhas que caiam dos céus e eles não compreendiam). Na sociedade céltica a arte da metalurgia era tida como mágica e sagrada e sendo assim Lugh (assim como Brigit) possuem como domínio também a magia.

➽Epitetos
➽Lugh mac Ethlenn mac Cian
➽Lámfada : Braço Longo
➽Ildánach : Habilidoso em muitas artes
➽Samildánach :Igualmente habilidoso em muitas artes
➽Lonnbéimnech: Atacante Feroz
➽Macnia:Jovem Guerreiro.
➽Lugh matou Balor, seu avô materno, na Batalha de Magh Tuireadh. Ele possui uma lança flamejante que nunca erra seu alvo e a espada Fragarach (“Respondedora” ou “Retalhadora”) que a ganhou de Manannan mac Lir.


Tailtu, a rainha mortal que criou um Deus

De acordo com o que nos diz o Livro das Invasões da Irlanda, Tailtu foi uma mortal filha do rei da Espanha que se casou com Eochaid mac Eirc, o último Fir Bolg, (O Alto Rei da Irlanda também é um de seus títulos).

Tailtu sobreviveu a invasão dos Tuatha Dé Dannan e foi a ela que Cian se voltou quando procurou uma mãe adotiva para o filho que tivera com Ethnniu dos Fomorianos. Mesmo sendo mortal, a Tailtu é creditado um feito monumental. Segundo conta a tradição, ela morreu de exaustão após ter limpado as planícies de toda a Irlanda para que os homens pudessem dar início a agricultura na Ilha Esmeralda.

Mito

Na tradição irlandesa, Lugh Lámfada é o filho de Cian da Tribo de Dana e de Ethnniu, filha de Balor, o horrendo líder dos Fomorianos. O matrimônio de Cian e Ethnniu foi utilizado como uma estratégia para unir as duas dinastias que buscavam o domínio da Ilha Esmeralda. No Lebor Gabála Érenn (O Livro das Invasões da Irlanda) nos é dito que Cian entregou seu filho Lugh para Tailtu, a rainha dos Fir Bolg que criou Lugh como seu filho adotivo Ora, os Fir Bolg eram homens mortais, descendentes de uma antiga linhagem que outrora havia governado a Irlanda mas que foram subjugados pelos Tuatha Dé Dannan. Tailtu cria Lugh como se ele tivesse saído de seu próprio ventre, ela assiste o lento passar do tempo, que nela produz marcas irreparáveis, transformá-lo de criança no jovem e poderoso guerreiro e artífice que ele se tornou. Infelizmente Tailtu morre após limpar os campos irlandeses para dar início agricultura na ilha(afinal, ela era uma rainha destronada e com ou sem a coroa em sua cabeça ela se sacrificaria pelo bem de seu povo). Tomado pelo luto, Lugh decide criar os Jogos de Lughnasadh em sua homenagem.

Correspondências

Ervas: flores da acácia, aloé, talo de milho, ciclame, feno grego, olíbano, urze, malva-rosa, murta, folhas do carvalho, girassol e trigo, peônia, flor de trevo, heliotrópio, verbena, murta, rosa, girassol, musgo irlandês, trigo, salga, centeio, aveia, cevada, arroz, alho, cebola, manjericão, menta, babosa, acácia, folha de maçã, folha de framboesa, folha de morango, folha de uva, azevinho, confrei, calêndula, vinheiro, hera, avelã, espinheiro-preto, sabugueiro.
Plantas e frutos: Flores da acácia, aloés, olíbano, nozes, cerejas, arroz, cevada, urze, murta, girassol, milho, aveia, trigo, amoras, maçãs, além de todos os grãos e frutos maduros da estação.
Frutas brasileiras do verão: Abacaxi, Banana-prata, Coco verde, Figo, Jabuticaba, Jaca, Kiwi, Laranja pêra, Laranja seleta, Mamão Havaí, Manga, Melancia, Melão, Nectarina, Pêssego, Romã, Uva Itália
Verduras e legumes da época: Alho, Batata, Catalonia, Milho verde, Salsão, Vagem.
Comidas típicas: Pães caseiros, bolos de cevada, cordeiro assado, além de tortas e outros pratos feitos a partir dos frutos da estação. Os alimentos pagãos tradicionais são pães caseiros (trigo, aveia e, especialmente, milho), nozes, cerejas silvestres, maçãs, arroz, tortas de cereja, vinho de sabugueiro, cerveja e chá de olmo.
Bebidas típicas: Vinhos, cervejas, chás e sidras, além de sucos e outras bebidas preparadas a partir dos frutos da estação.
Incensos: acácia, aloé, olíbano, rosa e sândalo.
Cores: laranja e amarela. marrom, laranja, vermelho, amarelo.
Pedras: aventurina, citrino, peridoto e sardônia, olho-de-gato, topázio dourado, obsidiana, ágata, musgosa, rodocrosita, quartzo claro, mármore, ardósia, granito, seixos de rio.
Deuses geralmente representados: Lugh, Tailtu, Aine, Baco, Apolo, Rá, Ceres, Deméter, Mani, Urihi, Kupeirup, Iaçá, Danu, Gaia, Pele, Brigid, Uzume, e os demais deuses e deusas da colheita, fartura e proteção.

Dez Mil Nomes

Lammas: momento de celebrar a prosperidade

Celebrado no dia 2 de fevereiro para quem segue a Roda Sul e no dia 1º de agosto para quem segue a Roda Norte. Ritual de Lammas: momento de celebrar a prosperidade
O ritual de Lammas é um dos 4 rituais ou “sabats” considerados mais importantes e mágicos do ano e faz parte dos oito rituais sagrados da roda celta da vida – a roda anual. Estes povos acreditavam que este era o momento de agradecer pela primeira colheita do ano, no qual partilhavam os grãos colhidos e faziam pães para comemorar e celebrar. Lammas também é conhecido como Lughnasadh, Luganash, Festival da Primeira Colheita, Véspera de agosto, Festival da Fartura, Sabat da Colheita ou Festival dos Grãos.
Era também o momento de fazer oferendas aos deuses, pedindo para manter a fertilidade da Terra, assegurando a prosperidade para os próximos meses. Antigamente esse ritual era realizado no interior de um bosque e honrava o amadurecimento das sementes.
Roda da vida celta:
A Roda da Vida celta é composta de oito rituais que celebram e se conectam com energias específicas. São eles:
➤Samhain (noite das bruxas)
➤Litha (solstício de verão)
➤Imbolc (noite do fogo)
➤Mabon (equinócio de outono)
➤Beltane (ritual do amor)
➤Yule (solstício de inverno)
➤Lammas (ritual da colheita e prosperidade)
➤Ostara (equinócio de primavera)
O nome Lughnasadh (pronuncia-se lunasá) tem sua origem numa festa agrícola celta muito antiga, que celebra a colheita em honra a Lugh, o deus celta do sol. Segundo a mitologia, ele é considerado o maior guerreiro dentre os celtas, pois derrotou os gigantes que exigiam sacrifícios humanos. Já o nome Lammas significa “massa do pão” e tem origem em uma das tradições desse ritual de luz, que é fazer um pão com os primeiros grãos colhidos para celebração e agradecimento.
O alimento sagrado desse ritual é o pão ou o bolo feito com os grãos, que representam a colheita, e deve ser partilhado como alimento sagrado entre os membros do coven (família de luz), família e amigos. Os pães devem ser colocados em altares infundidos de luz para aumentar o fluxo da prosperidade em nossas vidas. Além do pão e do bolo, outros alimentos tradicionais desse ritual são as tortas de grãos, o milho, as nozes e também as frutas típicas da época. As bebidas tradicionais são: cerveja e chá de camomila ou cidra. Os incensos são os de aloe, acácia, rosas e sândalo.
Além da tradicional “Massa de Lugh”, nesse ritual também era uma tradição antiga fazer bonecos de palha (de milho ou trigo), representando os Deuses e a grande Deusa mãe que provê tudo. Esses bonecos eram considerados como amuletos para expansão da prosperidade durante todo o ano, até o Lammas seguinte, quando eram queimados na fogueira do ritual.
Nesse ritual também devemos honrar e tomar mais consciência sobre o aspecto da fertilidade.
Alguns autores celebram este ritual em fevereiro, no hemisfério sul, pois invertem as datas da roda celta dos rituais, acompanhando a inversão das estações que são diferentes para cada hemisfério. Porém, de acordo com as linhagens celtas e druidas mais antigas e sagradas, somente as datas das estações devem ser alteradas de acordo com cada hemisfério. Os 4 ritos entre os solstícios e equinócios (Imbolc, Beltane, Lammas e Samhain) devem ser celebrados na mesma data, independente do hemisfério onde se encontra.
Ritual trabalha consciência da abundância na sua vida
A cada ano o Ritual de Lammas trabalha energias específicas que estão ligadas às configurações do momento e às energias atuantes daquele período. Dentro da energia de cada ano, alguns costumes e feitios mágicos são mais enfatizados para acessar e integrar a energia desse ritual.
Porém, em todos os seus aspectos, esse ritual de luz traz sempre o trabalho com a consciência da prosperidade, fartura e abundância.
É o momento de agradecer, celebrar e pedir mais prosperidade em nossas vidas.
No dia de Lammas devemos tomar consciência da colheita já realizada neste ano e partilhá-la com os que estão a nossa volta. É sempre um momento de honrar o fluxo da abundância infinita e conectar-se cada vez mais com ele.
Como aproveitar a data do Lammas em sua casa:
Caso você não tenha a oportunidade de participar de um rito de Lammas oficial, aproveite as dicas abaixo para se conectar a energia da prosperidade e aproveitar o impulso desta data. Veja a seguir:
➤Faça uma reflexão sobre sua vida e rotina. Você pode fazer uma meditação silenciosa antes de começar, para reduzir a atividade mental e entrar em contato com você mesmo;
➤Identifique gastos, objetivos e hábitos que são supérfluos e, de alguma forma, são utilizados com exagero ou desperdício;
➤Faça anotações e se comprometa a desapegar do que não serve mais, para se abrir para o fluxo da prosperidade e para o novo em sua vida;
➤Faça um momento de celebração e partilha com a família ou pessoas queridas. Pode ser uma refeição com alimentos à base de grãos. Aproveite a ocasião para agradecer tudo que foi recebido e/ou vivido desde o ano passado.
➤Aproveite o Lammas para abrir mão do que não serve mais e mergulhar na energia da gratidão em sua vida.
Joanita Molina