sexta-feira, 31 de julho de 2020

Lammas: momento de celebrar a prosperidade


(01 de Agosto) H. Norte / ( 01 de Fevereiro) H. Sul

Primeiro festival da colheita

Lammas é o primeiro festival dos Sabbats das colheitas.

O Deus sol agora se transforma no Deus das Sombras, doando sua energia às sementes para que a vida seja sustentada, enquanto a mãe se prepara para assumir seu aspecto de Anciã.

Agora é tempo de você ensinar o que você aprendeu, com os frutos colhidos. Ramos de trigo assim como bonecas de milho são símbolos tradicionais desse sabbat. O pão é colocado sobre o altar e decorado com frutas e vegetais da colheita.

Lammas honra o Deus céltico Lugh o Deus das colheitas, do fogo, do Sol. Ele foi o Rei dos Thuatha de Danan e consorte d eDana, a primeira grande mãe na Irlanda. Dana, como a rainha de Lugh e a Deusa Mãe, é também honrada nesse sabbat.

Lammas como um festival do fogo e de colheita, assume muitos temas sacrificatórios. Nossos antepassados sabiam que, para receber algo, deveríamos das primeiro. Nossos antepassados sacrificavam o melhor da primeira colheita para assegurar que as colheitas fossem abundantes e cada vez maiores. Essa cerimônia sacrificatórria se tornou o ponto central nos rituais de Lammas.

Antigamente, nesses rituais, era feito um boneco de vime e outros materiais. O homem de palha era preenchido com todos os “sacrifícios”, tanto animal como humano, em oferenda aos deuses. Uma fogueira enorme era construída e consagrada. Durante a cerimônia de Lammas, o homem de vime era lançado sobre o fogo e sacrificado, levando assim os desejos das pessoas até o mundo dos Deuses. Nós ainda o executamos durante o rito de Lammas. O homem de vime hoje é feito de grãos, milho que ;e queimado no caldeirão. Nenhum oferecimento de carne humana ou animal é utilizado.

Lammas é o tempo de dar gratidão pelo que você começou a receber e sacrificar o que você puder para receber mais.

Correspondências de Lammas

– Cores – marrom, laranja, vermelho e amarelo;
– Deuses – das colheitas e dos grãos;
– Ervas – flor de trevo, verbena, arroz, alho, trigo, murta, cebola, manjericão, calêndula, confrei e hera. –  – Pedras – olho-de-gato, citrino, aventurina, rodocrosita.

Atividades

– Fazer pão de Lammas;
– Fazer velas para honrar a Deusa e o Deus;
– Coletar água da chuva para uso de feitiços e potencializar objetos mágicos;
– Criar e enterrar uma garrafa de bruxa;
– Fazer uma boneca de milho e guardar para o próximo imbolc;
– Fazer uma roda de milho;
– Lembre-se – A Boneca de milho que você fará agora será vestida e colocada na cama da noiva em Imbolc.

Comidas e Bebidas

– Ervas frescas;
– Frutas e vegetais;
– Pão de milho;
– Amoras pretas;
– Tortas;
– Sidra;
– Vinho de pétalas de rosas.

Caverna Da Bruxa

Brígida A Deusa Tríplice do Fogo


"Brigid, guardiã da chama sagrada,
Cujos pés são brancos e os cabelos vermelhos,
Deusa da profecia, senhora da magia,
Protetora dos caminhos,
Eu sou por ti protegida, guiada e defendida.
Brigid, tu és sempre a minha companheira,
Por isso nenhuma arma me atingirá,
Jamais cairei em armadilhas,
Não terei prejuízos, nenhuma perda,
Pois eu estou debaixo do manto de Brigid.
Todos os dias e todas as noites,
Todas as manhãs e todas as tardes,
Eu sou por Brigid protegida,
Guiada e apoiada.
Brigid é minha protetora,
Brigid é minha companheira,
Meu escudo, minha armadura,
Meu cajado e minha luz." - Mirella Faur 


C
omemorado no dia 1º de agosto no Hemisfério Sul

Brígida (também grafada como Brighid, Brigid ou Brigit) é uma deusa celta muito popular na Irlanda. Brígida era representada por três mulheres, Brígida, a poetisa, Brígida, a médica, e Brígida, a ferreira, sendo conhecida com a deusa da Tríplice Chama, pois o fogo alimenta as forjas, esquenta os experimentos dos alquimistas, e incendeia a mente dos poetas. Brígida é uma das deusas chamadas de pan-célticas, pois fora cultuada por todos os diferentes povos celtas.

As lendas mais antigas dão conta que num distante dia primaveril dois sóis despontaram no horizonte para iluminar o mundo. Um deles era o velho Astro-Rei que como sempre emergiu do Leste para iniciar sua caminhada costumeira pelo céu até encontrar seu descanso no Oeste, enquanto o outro anunciava o nascimento de uma filha dos Tuatha Dé Danann.

Como fosse uma revelação do que seria o destino daquela menina no mundo e marca de sua força, a casa onde nasceu ardeu até alcançar o céu numa chama de brilho imperecível nunca desfeita em pó , competindo em pé de igualdade com a luz do Sol durante o dia e até mesmo vencendo as trevas na noite.

Os que presenciaram o nascimento deste bebê de mística beleza puderam relatar de que no lugar de cabelos saiam de sua cabeça um pilar de fogo perpétuo solidificado em uma massa pétrea de cor vibrante que era como uma coroa de rubis a enfeitar ainda mais a face daquela criatura de ares sobrenaturais. Foi consagrada como a Deusa do Fogo.

Contudo, não era apenas fogo como elemento físico que representava a imagem daquela divindade na medida em que os celtas tinham uma interpretação toda peculiar a respeito dos elementos da natureza. Assim, por exemplo, encaravam o fogo como uma energia espiritual latente a todas as coisas e inerente a certos processos cognitivos do intelecto humano bem como também a alguns estados emocionais como paixão, caridade, amor. Dessa forma, Brigida era vista também como uma espécie de patrona das Artes e da Poesia.

Excalibur, A espada do Rei Arthur, foi forjada pela Senhora do Lago, com o fogo sagrado de Brighid.

Tinha uma ordem dedicada a ela, formada só por mulheres, em Kildare, na Irlanda, que se revezavam para manter o fogo sagrado sempre aceso. Ela é uma divindade tão intensamente relacionada à sacralidade feminina que a nenhum homem era permitido ultrapassar a cerca ao redor do seu santuário.
Seu domínio é o coração, a poesia e criatividade.

Seus animais sagrados: a cobra, a vaca, o lobo e o abutre:

A Cobra é a “Serpente Criadora” que era guardada em seus santuários onde oráculos eram revelados aos homens. O seu segundo animal é a Vaca Sagrada. Seu abundante leite nutre humanos e crianças. Ela é conectada com o lobo, pois ele é um dos animais totem das Ilhas britânicas. E em seu aspecto de Deusa da Morte, ela está associada com o Abutre ou outras aves de rapina. Igualmente lhe é sagrado o cisne, tanto o branco quanto o negro. Os antigos povos europeus acreditavam que o cisne era o resultado da união da serpente com o pato, simbolizando o fogo e a água respectivamente, ambos sagrados para Brigid.

Os inúmeros nomes da Deusa originaram-se nos vários locais de seu culto, assim como suas representações. Tão diversos quanto seus nomes, são seus títulos, que descrevem seus atributos: Brigid, a Vitoriosa, Guerreira imortal, Rainha do Povo das Fadas, Mãe da canções e poesias, Senhora das fontes, Chama do coração das mulheres, Fogo que arde sem cinzas, Mãe da sabedoria, Deusa da cura com manto verde e voz doce.

Brígida A Santa

Ela foi absorvida pela Igreja Católica Romana quando a Irlanda foi convertida ao cristianismo e tornou-se St. Brigid. Uma composição de personagens irlandeses e galeses deu origem à Santa, cujo principal título era ”Brigid do manto verde e dos cabelos de ouro (ou fogo)”, traços marcantes das imagens da Deusa.
Ela supostamente nasceu entre os anos de 439 e 452 e morreu entre 518 e 525 de nossa era, sendo filha de um druida e de uma escrava pagã. Era uma moça generosa, sem interesse em namoros, apenas na vida religiosa.
Tornou-se freira, depois abadessa e criou uma comunidade com outras sete virgens em Cill Dara (atual Kildare), Irlanda, que cresceu até se transformar em um grande mosteiro, primeiro centro irlandês de estudos e artes. Sua vida foi repleta de milagres, que reproduziam os atributos da Deusa (fertilidade, abundância, cura, o dom de falar com animais, a chama eterna no seu altar cuidado por 19 freiras), com especial ênfase no auxílio a mulheres, pobres e doentes.
Sua representação como Santa tem elementos reais e míticos, mas foi através dela que a igreja cristã celta permitiu a perpetuação – de maneira velada e adaptada – da reverência e culto da deusa Brigid.

O festival de Brighid

O festival de Brighid, é celebrado em ou em torno do dia 1.o de Fevereiro no hemisfério norte, e 1º de agosto, no Hemisfério Sul, quando ela “conduz a primavera para a terra depois do domínio do Inverno”. Esta festa de meio de Inverno começa conforme as ovelhas começam a lactar e é o começo do novo ciclo de agricultura. É quando a terra está se recuperando do inverno, e o Sol se fortalecendo para a primavera.
Época de festas alegres, tochas e fogueias, comidas condimentadas e sucos e vinhos de sabores marcantes. É também chamado de Festival da Noiva, é a época de início do processo de aragem da terra e do plantio.

Brigid nos diz que uma vida sem o calor de sua chama de inspiração é totalmente insípida. Abra seu coração e permita que a inspiração seja o alimento de sua alma, para que você possa se tornar mais segura e energética.

Salve Deusa Brigit! 

Pílulas de Felicidade

Imbolc


(02 de fevereiro) H. Norte / (1 de Agosto) H. Sul
A Promessa da Primavera

Imbolc ocorre no pico do inverno. É o tempo do ano em que a Terra se encontra mais fria. É festejado no hemisfério Norte em 2 de fevereiro e no hemisfério Sul em 1 de agosto.
A palavra Imbolc significa “no leite”, pois nesse período as ovelhas, vacas e cabras entravam em seu período de lactação e começavam a produzir leite. Isso era um indício claro da chegada da Primavera.

Em Imbolc a Deusa Brigit, Senhora do Fogo, da vida, do conhecimento, da poesia, das fontes sagradas, era honrada por todos os celtas. Todos agradeciam por ela ter mantido o Fogo das lareiras queimando durante as noites escuras e gélidas de inverno.

Brigit tinha um santuário na antiga capital irlandesa de Kildare, onde um grupo de 19 sacerdotisas mantinha uma chama eterna acesa em sua honra. Ela era considerada a deusa do Fogo e padroeira dos ferreiros. Era uma Deusa Tríplice, Guardiã da lareira e da família.

Imbolc é o Sabbat da Purificação , por isso uma prática tradicional associada com esse Sabbat é a varredura, no qual varremos nosso círculo com vassouras mágicas, expulsando energias negativas, como azar, ressentimentos e coisas ultrapassadas de nossa vida. É comum também varrer toda a casa mentalizando o banimento do mal.

A ligação de Imbolc com a purificação vem da Antiga Europa, onde, nessa época, toda a decoração de Yule era queimada. Isso representava o desligamento com o passado para que o futuro fosse promissor.

IMBOLC ou CANDLEMAS - Festa do Fogo ou Noite de Brigit
Outro costume muito tradicionais são as camas de Brigit – bonecas são feitas com palha ou ervas e estão colocadas ritualisticamente em uma cama, junto a um pequeno bastão, representando a fertilidade da mente, do espírito e da Terra.
Por ser um período em que os temas de renovação, purificação e abandono do velho para o início do novo estão em destaque, Imbolc é considerado por algumas Tradições como o melhor momento para a realização de ritos de iniciação, dedicações, Wiccanings e outros ritos de passagens.

Imbolc é o momento de limpar e preparar nossas mentes e corpos para o ressurgimento e de banirmos todos os remorsos e culpas e planejarmos o futuro para o próximo ano. Nesse Sabbat são feitas purificações com Fogo e Água, os principais elementos da Deusa Brigit.

Correspondências de Imbolc:
– Cores – Vermelho, laranja e branco
– Ervas – Sálvia, calêndula, manjericão, verbena, mirra.
– Pedras – Citrino, turmalina negra, turmalina verde, hematita, ágata vermelha e topázio.

Atividades:
– Queimar todos os enfeites de Yule;
– Fazer uma cama de Brigit;
– Fazer uma roda de velas;
– Pendurar uma cruz de Brigit na porta de casa;
– Varrer a casa com a vassoura mágica;
– Limpar seu espaço sagrado, seu altar e instrumentos;
– Fazer travesseiros dos sonhos;
– Abençoar velas para serem usadas no decorrer do ano.

Comidas e Bebidas:
– Bolos de frutas;
– Tortas de maçãs;
– Pães;
– Vinho;
– Todos os tipos de chás.

COMEMORANDO O CANDLEMAS

Um símbolo da estação, como uma representação de um floco de neve, uma flor branca ou talvez um pouco de neve num recipiente de CRISTAL , pode ser depositado no altar. Uma VELA laranja, ungida com ÓLEO de almíscar, CANELA , olíbano ou ALECRIM , ainda por acender, também deve estar presente.

Pode-se derreter neve para que seja usada como ÁGUA na criação do círculo. Prepare o altar, acenda as VELAS e o INCENSO , crie o círculo, invoque a Deusa e o Deus. Diga as palavras a seguir:

"Este é o período da festa das tochas,
Quando todas as lanternas queimam e brilham
Para saudar o renascimento do Deus.
Eu celebro a Deusa, Eu celebro o Deus;
Toda a TERRA celebra Sob seu manto de sono."

Acenda a VELA laranja com a VELA vermelha do altar (ou no ponto sul do círculo).Caminhe lentamente ao redor do círculo no sentido horário, levando consigo a vela. Diga estas palavras ou semelhantes:

"Toda a TERRA está envolta pelo inverno.
O AR está frio e o gelo envolve a Terra.
Mas, Senhor do Sol,
O Chifrudo dos animais e locais silvestres,
Sem ser visto renascente
A partir da graciosa Deusa Mãe,
Senhora de toda fertilidade.
Salve, Grande Deus! Salve e bem - vindo!"

Pare diante do altar, erguendo a vela. Observe sua chama. Visualize sua vida florescendo em criatividade, com energias e forças renovadas. Se precisar olhar para o futuro ou passado, este é o momento ideal. Pode-se seguir praticar trabalhos de magia, se necessários. Celebre um banquete simples! O círculo está desfeito. 


Fontes - Old Religion e Caverna das Bruxas