Desde a Antiguidade a Lua fez surgir uma quantidade incrível de mitos fantásticos e fascinantes. Na astrologia antiga, a Lua ocupava evidentemente um lugar de destaque porque era o único astro perto da Terra. Ela apresentava ainda mais um caráter misterioso: aparecia e desaparecia a cada dia em tamanho e forma diferente e isto estimulava a imaginação. Os antigos pensavam que a Lua fosse uma divindade que tinha uma vida independente daquela do Sol e que tinha, portanto, um poder próprio. Por ser associada à noite, domínio dos sonhos, dos terrores e também do amor, lhe eram atribuídos alguns poderes sobre os aspectos ocultos da vida.
Sua sexualidade nos parece instintivamente feminina, mas em alguns países, como na Alemanha, a Lua é masculina: Der Mond. De fato, a humanidade não conseguiu uma unanimidade sobre a sexualidade da Lua. Na Síria, a Lua era masculina, mas a deusa romana da Lua, Diana que correspondia à deusa grega Selene, era feminina.
Os Árabes pré-islâmicos, os hindus, os Maias tinham um Deus masculino para reger o poder da Lua. Os chineses e os indonésios a consideram feminina! Portanto, a Lua teria cromossomos XY ou XX! Seria ela, então, hermafrodita? Na Cabala, a esfera que corresponde à Lua é a esfera de nº 09, Yesod, que é representada por uma figura que pode ser considerada hermafrodita, já que sua representação indica simplesmente a função dos órgãos reprodutores no ser humano. Na civilização romana, para dizer a verdade, muitas eram as deusas que podiam se identificar com a Lua, a começar por Luna (do qual deriva o nome que indica o primeiro dia da semana - lunedi, lundi, lunes, Monday ou seja o ‘dia da Lua’). Diana, a deusa caçadora, também era uma deusa lunar, assim como a grega, Ártemis, e também o era Hécate, a deusa infernal…
Quantas representações, quantos arquétipos são ligados a esse nosso satélite! Um único traço comum a muitas divindades, em sua maioria femininas, noturnas e ao mesmo tempo sombrias e solteiras! A identificação com Hécate é reveladora, pois, segundo o escritor grego Hesíodo, ela reinava sobre o céu, a terra e os mares. Sua natureza oculta a tornava também responsável pelo sucesso das cerimônias mágicas! No entanto, a solteirice da Lua não é universal, pois para os egípcios a Lua e o Sol eram inseparáveis e eram representados pelo casal Ahura Mazda e Horus.
Nas antigas civilizações celtas, cujas cerimônias têm seguidores até hoje no mundo inteiro, o culto à Grande Deusa é um culto lunar. A Grande Deusa reina sobre as colheitas, a fertilidade do ventre da Terra, assim com do ventre das mulheres. Por essa razão, em quase todas as civilizações existe uma unanimidade: a Lua é ligada à fertilidade. Em Ur, na Mesopotâmia, e em outras civilizações antigas, considerava-se que se não havia colheitas num determinado ano, o rei (o Sol) havia falhado em fertilizar a mulher (ou seja, a Lua) e, portanto, ele deveria ser sacrificado na Lua Nova para que seu sangue, derramado sobre a Terra a fertilizasse, já que seu sêmen não havia conseguido fazê-lo! É claro que hoje em dia a maioria desses mitos já não são mais tão seguidos, mas nosso subconsciente coletivo guarda essas imagens e as reconhece como verdadeiras. Os mitos antigos deixam até hoje suas marcas como arquétipos e não devem ser desprezados. Os antigos egípcios, tardiamente na época ptolomaica e, sob a influência semítica, inventaram o mito de Lilith. Lilith era uma ‘Lua Negra’ maléfica e teria sido a primeira mulher de Adão. Ele a teria repudiado em favor de Eva, porque Lilith não era fértil. Por essa razão Lilith passou a ser temida pelas mulheres por causar esterilidade e alguns a consideravam responsável pela loucura e até pela epilepsia. Nossas civilizações, especialmente aquelas que seguem calendários lunares (e não solares como o ocidental), regulam as suas cerimônias religiosas pelas fases lunares.
A astrologia ocidental incorporou também essas crenças e atribui à Lua algumas características que não devem ser desprezadas: o ciclo lunar influencia o plantio e a colheita, o crescimento das plantas, as marés e a pesca, o ciclo menstrual e a fertilidade, o crescimento de unhas e cabelos, assim como aumenta a loucura nos hospícios e a mortandade nos hospitais.
A astro-medicina, que estuda a influência dos astros sobre nosso corpo, indica que não devemos operar um órgão de nosso corpo no dia em que a Lua se encontra no signo correspondente a esse órgão. Ou seja, não devemos fazer uma operação em nossa cabeça se a Lua naquele dia está no signo de Áries! É claro que devemos manter também o bom senso e se alguém sofre um acidente e machuca a cabeça num dia em que a Lua está em Áries, certamente ele precisará ser medicado! Porém, a meu ver, essa pessoa provavelmente terá um aspecto difícil da Lua com Marte em sua progressão, justamente naquele dia e Marte rege a cabeça, a testa e o rosto! Ou seja, o astrólogo pode saber de antemão se uma determinada pessoa sofrerá um acidente naquele período e qual parte do corpo será afetada, no entanto, o médico precisará certamente medicar o paciente e nenhum astrólogo lhe dirá para não fazê-lo porque a Lua transita naquele dia no signo de Áries! Vamos e convenhamos, precisamos manter o bom senso! Prever é prevenir e a prevenção evita muitos males, mas não devemos ser tão insensatos de levar tudo diz ao pé da letra.
A astrologia, como qualquer ciência, trabalha com possibilidades, estuda estatísticas, norteia-se em experiência. Os astrólogos muitas vezes divergem entre si, mas ao mesmo tempo, suas experiências pessoais se somam e se acrescentam contribuindo para a evolução dessa ciência milenar com muita sabedoria.
Graziella Marraccini
Sua sexualidade nos parece instintivamente feminina, mas em alguns países, como na Alemanha, a Lua é masculina: Der Mond. De fato, a humanidade não conseguiu uma unanimidade sobre a sexualidade da Lua. Na Síria, a Lua era masculina, mas a deusa romana da Lua, Diana que correspondia à deusa grega Selene, era feminina.
Os Árabes pré-islâmicos, os hindus, os Maias tinham um Deus masculino para reger o poder da Lua. Os chineses e os indonésios a consideram feminina! Portanto, a Lua teria cromossomos XY ou XX! Seria ela, então, hermafrodita? Na Cabala, a esfera que corresponde à Lua é a esfera de nº 09, Yesod, que é representada por uma figura que pode ser considerada hermafrodita, já que sua representação indica simplesmente a função dos órgãos reprodutores no ser humano. Na civilização romana, para dizer a verdade, muitas eram as deusas que podiam se identificar com a Lua, a começar por Luna (do qual deriva o nome que indica o primeiro dia da semana - lunedi, lundi, lunes, Monday ou seja o ‘dia da Lua’). Diana, a deusa caçadora, também era uma deusa lunar, assim como a grega, Ártemis, e também o era Hécate, a deusa infernal…
Quantas representações, quantos arquétipos são ligados a esse nosso satélite! Um único traço comum a muitas divindades, em sua maioria femininas, noturnas e ao mesmo tempo sombrias e solteiras! A identificação com Hécate é reveladora, pois, segundo o escritor grego Hesíodo, ela reinava sobre o céu, a terra e os mares. Sua natureza oculta a tornava também responsável pelo sucesso das cerimônias mágicas! No entanto, a solteirice da Lua não é universal, pois para os egípcios a Lua e o Sol eram inseparáveis e eram representados pelo casal Ahura Mazda e Horus.
Nas antigas civilizações celtas, cujas cerimônias têm seguidores até hoje no mundo inteiro, o culto à Grande Deusa é um culto lunar. A Grande Deusa reina sobre as colheitas, a fertilidade do ventre da Terra, assim com do ventre das mulheres. Por essa razão, em quase todas as civilizações existe uma unanimidade: a Lua é ligada à fertilidade. Em Ur, na Mesopotâmia, e em outras civilizações antigas, considerava-se que se não havia colheitas num determinado ano, o rei (o Sol) havia falhado em fertilizar a mulher (ou seja, a Lua) e, portanto, ele deveria ser sacrificado na Lua Nova para que seu sangue, derramado sobre a Terra a fertilizasse, já que seu sêmen não havia conseguido fazê-lo! É claro que hoje em dia a maioria desses mitos já não são mais tão seguidos, mas nosso subconsciente coletivo guarda essas imagens e as reconhece como verdadeiras. Os mitos antigos deixam até hoje suas marcas como arquétipos e não devem ser desprezados. Os antigos egípcios, tardiamente na época ptolomaica e, sob a influência semítica, inventaram o mito de Lilith. Lilith era uma ‘Lua Negra’ maléfica e teria sido a primeira mulher de Adão. Ele a teria repudiado em favor de Eva, porque Lilith não era fértil. Por essa razão Lilith passou a ser temida pelas mulheres por causar esterilidade e alguns a consideravam responsável pela loucura e até pela epilepsia. Nossas civilizações, especialmente aquelas que seguem calendários lunares (e não solares como o ocidental), regulam as suas cerimônias religiosas pelas fases lunares.
A astrologia ocidental incorporou também essas crenças e atribui à Lua algumas características que não devem ser desprezadas: o ciclo lunar influencia o plantio e a colheita, o crescimento das plantas, as marés e a pesca, o ciclo menstrual e a fertilidade, o crescimento de unhas e cabelos, assim como aumenta a loucura nos hospícios e a mortandade nos hospitais.
A astro-medicina, que estuda a influência dos astros sobre nosso corpo, indica que não devemos operar um órgão de nosso corpo no dia em que a Lua se encontra no signo correspondente a esse órgão. Ou seja, não devemos fazer uma operação em nossa cabeça se a Lua naquele dia está no signo de Áries! É claro que devemos manter também o bom senso e se alguém sofre um acidente e machuca a cabeça num dia em que a Lua está em Áries, certamente ele precisará ser medicado! Porém, a meu ver, essa pessoa provavelmente terá um aspecto difícil da Lua com Marte em sua progressão, justamente naquele dia e Marte rege a cabeça, a testa e o rosto! Ou seja, o astrólogo pode saber de antemão se uma determinada pessoa sofrerá um acidente naquele período e qual parte do corpo será afetada, no entanto, o médico precisará certamente medicar o paciente e nenhum astrólogo lhe dirá para não fazê-lo porque a Lua transita naquele dia no signo de Áries! Vamos e convenhamos, precisamos manter o bom senso! Prever é prevenir e a prevenção evita muitos males, mas não devemos ser tão insensatos de levar tudo diz ao pé da letra.
A astrologia, como qualquer ciência, trabalha com possibilidades, estuda estatísticas, norteia-se em experiência. Os astrólogos muitas vezes divergem entre si, mas ao mesmo tempo, suas experiências pessoais se somam e se acrescentam contribuindo para a evolução dessa ciência milenar com muita sabedoria.
Graziella Marraccini