"A Não basta dizer que precisamos de um relacionamento renovado com o feminino em nossos tempos. O que precisamos é de uma relação com o lado negro do feminino." – Fred Gustafson
Nas sociedades primitivas que reverenciavam a lua como a Deusa, a terceira fase negra era personificada como a Deusa Negra, sábia e piedosa, que reinava sobre os mistérios da morte, da transformação e do renascimento.
Ao longo de muitos milênios, culturas posteriores substituíram gradualmente os adoradores da lua, e o conhecimento da natureza cíclica da realidade, como espelhado pelas fases da lua, foi perdido.
Hoje, em nossa sociedade, a maioria das pessoas não tem conhecimento do potencial para a autocura e para a renovação que existe como uma qualidade intrínseca da fase de lua negra do processo cíclico.
Em vez disso, associamos a escuridão com a morte, o mal, a destruição, o isolamento e a perda. Em uma sociedade regida pela consciência branca solar, fomos ensinadas a temer, rejeitar, desvalorizar e tirar o poder de tudo o que é associado aos conceitos do escuro – pessoas negras, mulheres, sexualidade, natureza, o oculto, o pagão, a noite, o inconsciente e irracional e a morte em si.
Em termos mitológicos, incorporamos todos esses medos do escuro em uma imagem do mal feminino conhecida como a Deusa Negra, que está intimamente ligada à lua negra.
Ao longo do curso da história, o papel original da Deusa Negra como renovadora foi esquecido e ela passou a ser temida como uma destruidora.
Em muitas mitologias universais, ela foi retratada como a Sedutora, a Mãe Terrível e a Anciã Portadora da Morte.
Como a cultura patriarcal tornou-se predominante, a Deusa Negra passou a ser um símbolo da sexualidade feminina devoradora que leva os homens a transgredir suas convicções morais e religiosas para, em seguida, consumir sua energia vital e os enredar em um abraço de morte.
E o pior de tudo nós mulheres acreditamos nisso também - nos afastando de nós mesmas, da nossa essência instintiva, intuitiva e nosso próprio poder de autocura!
✒O CHAMADO DA DEUSA NEGRA: O Poder da Sombra na Cura Feminina, Thais da Silva.
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