domingo, 11 de agosto de 2019

O Sagrado Masculino e Feminino


O Sagrado Masculino e Feminino

Nunca se falou tanto em sagrado feminino como nos dias de hoje, porém a própria palavra sagrado não é necessária quando tomamos tudo como sagrado.
Então porque Sagrado feminino e Sagrado Masculino e não somente feminino e masculino?
Ainda hoje, vivemos a banalização do feminino e do masculino que são vendidos como um produto,  comercializados de acordo com a beleza do rótulo e cheio de protocolos a seguir. Isso acabou nos afastando do sagrado dessas energias e subjugando-as dentro de nós.
É impossível olhar e curar o feminino sem olhar e curar o masculino. Essas são energias complementares que existem simultaneamente dentro de todos nós e precisam estar em equilíbrio dentro e fora de nossos corpos.
Mas se todos temos ambas, o que aconteceu para que nos sentimos tão afastados do equilíbrio entre essas energias?
O problema é quando as crenças, as histórias, os rótulos e protocolos nos invadem e nos deixamos ser definidos por eles. Perceba, por exemplo, uma forma como nos foi vendida a energia feminina:  por padrões irreais de beleza e que, às vezes, custam a saúde e a alegria de muitas mulheres.Ou mesmo, repare como a mulher precisou reprimir seus impulsos para cumprir os protocolos profissionais e competitivos. Precisou abrir mão do seu feminino em muitos aspectos para fazer, fazer, fazer e fazer… negando seus ciclos e  necessidades. Mulheres com o feminino ferido estão com o masculino igualmente ferido, pois estão em desequilíbrio. O masculino equilibrado empodera e não agride, age e não impõe.
Nos homens a energia masculina desequilibrada vem também através de rótulos  como: homem não chora, homem não sente, homem não dança.. e aí o homem reprime sua energia feminina, criativa e leve. Tanto o feminino quanto o masculino dentro dele ficam igualmente feridos. O que precisamos, é saber dançar com essas suas forças e honrá-las em nós ao invés de travar a “guerra dos sexos”.

O masculino equilibrado empodera e não agride, age e não impõe.

Em um dos textos do blog falei do exemplo da energia feminina que vem da terra e hoje meu exemplo de energia masculina será o Sol. Em muitas culturas o Sol é reverenciado como um Deus, aquele que brilha, aquele que remove a escuridão, aquece e coloca nossa energia em movimento. Quando o Sol brilha no céu nos sentimos mais vivos e com mais energia, a natureza precisa de Sol para fazer seus processos de fotossíntese, para crescer, florescer e frutificar. Nós precisamos do Sol igualmente em processos vitais como por exemplo para sintetizar a vitamina D. Além disso, o Sol nutre nosso ânimo e nos torna mais ativos e dispostos a agir no mundo. Essa ação é fruto da energia masculina que há no Sol. Imagina que triste seria a energia feminina (da terra) sem o brilho do Sol para equilibrar e fazer brotar toda a vida que nela existe, mas que só desabrocha com o Sol?
Quando há muita energia feminina (reprimimos a energia masculina) e aí sonhamos, acolhemos e não conseguimos agir no mundo, já  quando há  muita energia masculina que nos coloca em movimento e ação (mas que em excesso reprime a feminina que é o sentir, o acolher) passamos a fazer só por fazer, agimos sem saborear a caminhada, queremos resultados a qualquer custo. Conhece algum padrão assim?

Acredito que podemos buscar sempre o caminho do meio,e assim acontece na natureza: temos dia e noite, a vida e a morte, a primavera-verão e o outono-inverno, os ciclos da vida, os ciclos do nosso corpo… Tudo é tão sagrado e perfeito quando em equilíbrio.
Se entendermos essas energias na natureza, sairmos dos rótulos e permitirmos que essas energias fluam dentro de nós. E assim, estaremos honrando tanto o masculino quanto o feminino e percebemos que tudo já é sagrado!
Neste domingo do dia dos pais, te convido para sentir fluir a energia masculina, energia do Sol... em honra ao sagrado que habita em nós!

Fernanda Cunha