segunda-feira, 19 de agosto de 2019

O Poder das Árvores: O Povo em Pé


“Quero que todos saibam que não estou disposto a vender parte alguma de minha terra, nem quero os brancos cortando nossas árvores ao longo dos rios, sobretudo o Carvalho. Tenho uma predileção especial pelos pequenos bosques de Carvalho, gosto de olhar para eles, porque suportam as tempestades de inverno e os calores do verão – e da mesma forma que nós – parecem florescer por causa disso.” - Grande Chefe Sioux Tatanka Lyotake (Sitting Bull)


"Olá, Árvore Sagrada da Vida,
Raiz de cada árvore,
Obrigado por me concederes
Os dons que concedes.
Olá, Povo em Pé,
Que me ensinarás
A fincar raízes na Terra,
Enquanto alcanço o Avô Sol.
Olá, Salgueiro, árvore do amor,
Ensina-me a me curvar,
Até formar um círculo perfeito,
Cada parente um amigo."

Os seres do Povo em Pé, as árvores, também são nossos Irmãos e Irmãs. Eles são os Chefes do reino das plantas. O Povo em Pé fornece oxigênio ao resto dos filhos da Terra. Através de seus troncos e de seus galhos, as árvores dão abrigo aos seres que têm asas. Nos vãos de suas raízes as árvores fornecem asilo às pequenas criaturas de quatro patas que vivem embaixo da terra. O material para a construção das casas de seus companheiros humanos constituem outro presente que a Nação Árvore nos oferta. Os Cherokees ensinam que o Povo em Pé e todos os outros povos do reino das plantas são os seres dadivosos que provêem, o tempo inteiro, às necessidades de outros seres. O Povo de Pedra guarda energia para a Mãe Terra e detém os registros específicos de tudo aquilo que aconteceu num determinado lugar. O Povo de Pedra e o Povo em Pé equilibram-se uns aos outros dando e recebendo, preenchendo as suas necessidades mútuas. O Povo em Pé percebe as necessidades de todos os Filhos da Terra e se esforça por atendê-las. 

Cada árvore e planta possui seus próprios dons, talentos e habilidades a serem compartilhados. Por exemplo, algumas árvores nos dão frutos, enquanto outras fornecem curas para distúrbios em nossos níveis emocionais ou físicos. O Pinheiro Branco é a Árvore da Paz, e pode trazer serenidade à vida de uma pessoa que se senta à sua sombra. As florestas tropicais estão cheias de árvores que possuem propriedades curativas ou fornecem substâncias como a borracha que pode ser usada para auxiliar a humanidade na fabricação de vários artigos. O mundo está repleto dos presentes que nos foram concedidos pelo Povo em Pé. Móveis, goma de mascar, rayon, livros, papel, lápis, fósforos, especiarias e temperos, frutas, oleaginosas, cordas, pneus, remédios e casas com telhados de sapê são apenas alguns dos presentes que o Povo em Pé vem generosamente nos concedendo. Porém, cada uma das Pessoas em Pé tem uma lição especial a ser transmitida à humanidade, que vai muito além dos presentes materiais. A Bétula ensina a essência da verdade, nos incita a sermos honestos com nós mesmos ou nos mostra como podemos ser enganados por mentiras alheias. Os Pinheiros são pacificadores. O Pinheiro nos ensina as lições de como estarmos em harmonia com nós mesmos e com os outros, além de nos ensinar a obter uma mente silenciosa. A Sorveira-Brava, ou Cinza da Montanha, nos traz proteção, nos ensina a ver através das mentiras e também nos mostra como proteger o nosso Espaço Sagrado. 

O Plátamo ensina-nos a alcançar nossos objetivos e a fazer nossos sonhos se realizarem, A Nogueira nos ensina clareza ou concentração através da utilização de nossos dons mentais, e nos ensina a empregar a nossa inteligência de forma adequada. O Carvalho nos ensina a ter força de caráter e manter nossos corpos fortes e sadios. O Salgueiro é a madeira do amor, e nos ensina a dar, a receber, e a saber ceder, qualidades tão necessárias para que o amor frutifique. A Cerejeira nos ensina a abrir o nosso coração e a nos relacionarmos com os outros usando o sentido da compaixão. A Mimosa é a árvore que representa o nosso lado feminino e revela um coração apaixonado. Aprendi muitas lições com a mimosa enquanto subia em seus galhos quando ainda era criança. Ela me ensinou a beleza que reside em se sentir feminina, enquanto suas doces flores perfumavam meus cabelos. Ela me contou o segredo dos vaga-lumes, e me revelou que eles escondiam estrelas ainda não nascidas em seus rabinhos. A mimosa contou-me que essas estrelas cresceriam dentro de qualquer pessoa de coração aberto. Elas assumiriam seu lugar entre a Grande Nação das Estrelas depois que tivessem amado e sido amadas na Terra. A mimosa me disse que as dores e as traições que cada coração sofre correspondem a um punhado de água atirada sobre o fogo destas pequenas estrelas, para ver se elas continuariam a crescer, apesar da dor. As pessoas que continuavam a amar, apesar de tudo, se transformariam algum dia em estrelas, e enviariam todo o amor que haviam reunido para todos os outros seres do universo, como uma lembrança do coração aberto do Grande Mistério. A Mimosa me ensinou a abrir o meu coração e a amar, não importando o quanto fosse grande a minha dor, todas as vezes que eu visse minha estrela se iluminando, na forma de um vaga-lume que passasse voando perto de mim. Os Nativos de todas as partes do mundo têm vivido em harmonia com o reino das plantas, em suas respectivas regiões, e têm utilizado o reino vegetal como ajuda à sua sobrevivência. 

O povo indígena da Mãe Terra só tem usado aquilo de que necessita, e não armazena, por medo de escassez, as oferendas que as árvores lhes proporcionam. Em nossa Tradição Americana Nativa, recolhemos todas as plantas de maneira cerimonial e sagrada. Em minha Tradição Nativa particular nós nos aproximamos da maior planta da espécie que vamos colher, lhe oferecemos tabaco e pedimos permissão para colheita. Essa é a Planta ou Árvore Chefe daquela espécie, por ser a maior e a mais velha. Assim que recebemos uma indicação ou uma mensagem de que está tudo certo, pulamos as primeiras sete plantas ou árvores que poderíamos colher para que as próximas sete gerações de seres humanos possam estar bem providas. Honrando nossos filhos, e os filhos de nossos filhos, garantimos um futuro feliz para todas as Criaturas assim como para o reino das plantas. Se recebemos um não ao pedirmos permissão à Planta Chefe, vamos para outra região de coleta e começamos tudo outra vez. Se estivermos recolhendo pinhas, por exemplo, pegamos apenas um pouco de cada árvore, para que nossos Irmãos e Irmãs do reino das Criaturas também fiquem bem providos. E como sabemos quando já acabamos de colher o suficiente de determinada planta? Isto é fácil de saber quando nos colocamos em sintonia com os nossos Irmãos e Irmãs Verdes. A planta não solta mais seu fruto, erva ou pinha, quando já recolhemos o bastante. Ela enrijecerá os seus galhos e se recusará a liberar os seus frutos. É assim que os seres das plantas dizem: “Você já pegou o bastante, vá embora. ”Os Senecas dizem que toda árvore tem mais raízes do que galhos. Este ensinamento nos fala de como cada Pessoa em Pé está ligada profundamente à Mãe Terra. À semelhança do Povo em Pé, nós, os seres Duas Pernas, temos uma espinha que lembra um tronco, braços que parecem galhos, e cabelos que lembram folhas. Crescemos em direção à luz, da mesma forma que os galhos da árvore esticam-se em direção ao Avô Sol. Recebemos compressão através de nossas antenas – os nossos cabelos – assim como as árvores recebem a luz através de suas folhas. Cada ser humano possui um corpo diferente do outro. O mesmo se dá com o Povo em Pé; não existem dois seres iguais. Caminhamos sobre duas pernas e vemos muitas coisas, ao passo que nossas irmãs árvores ficam fixas em um só lugar e recebem alimentação da Mãe Terra constantemente, para que possam repassar aos outros tudo aquilo que recolhem. Nós, os Duas Pernas, também estamos sempre dando e recebendo quando estamos Caminhando em Equilíbrio. Em minha Tradição ensinam-nos que a humanidade forma a ponte entre a Mãe Terra e a Nação do Céu, e que nós, assim como o Povo em Pé, pertencemos a estes dois mundos. Para conseguir este equilíbrio, devemos viver em harmonia com Todos os Nossos Parentes, estar bem enraizados neste mundo através de nossa Mãe Terra e permitir que os nossos espíritos voem livres pelos outros mundos, fundindo-se com estas outras realidades. Se não estivermos bem enraizados em nosso mundo físico, não conseguiremos entender totalmente o propósito de nossas visões, sonhos, potenciais, ou, ainda, descobrir as verdades que nos são reveladas durante o sono.
No momento em que conseguimos retribuir a gratidão pelos presentes que recebemos dos outros, passamos a reconhecer a raiz de cada bênção. A raiz de qualquer coisa constituí a sua fonte original. Toda vez que retribuímos nossa gratidão à fonte de nossas bênçãos, voltamos a equilibrar o nosso mundo e a reconhecer todas as dádivas que recebemos. Devemos recordar também que os Ancestrais que Cavalgaram o Vento antes de nós tornaram-se parte de nossas raízes e que estamos aqui para honrar o valor de seus presentes e de suas vidas, buscando viver de forma equilibrada. A raiz de todas as civilizações que estão por vir já vive neste momento dentro de cada um de nós. Nutrir o futuro equivale a honrar as sementes do presente, permitindo que elas cresçam e se desenvolvam. O Povo em Pé nos inspira como Guardiãs de nossa Mãe Terra a olhar a raiz de cada bênção para o Bem, de tal forma que a sua dádiva não tenha sido ofertada em vão.
O Povo em Pé nos fala de raízes e de doação. Devemos nos reabastecer sempre, através de nossa ligação com a Mãe Terra, para podermos doar livremente, sem nos exaurimos. A raiz do Ser está ali onde está a força. Esta raiz deve estar plantada firmemente no solo de nossa Mãe Planeta. Sem esta conexão os sonhos não poderão se manifestar, e os nossos atos de doação não poderão ser recompensados pela Mãe Terra. Caso você esteja “viajando” pelo espaço afora, para um pouco e reconecte-se com a Mãe Terra. Silencie e torne-se Uno com as árvores para poder observar melhor tudo aquilo que está crescendo neste momento em sua floresta interna. As raízes de todas as respostas para a vida física podem ser descobertas aqui mesmo na Terra. Estude a sua árvore genealógica e busque a força oferecida pelos seus Ancestrais. Ao erguer bem alto os seus galhos, buscando a luz do Avô Sol, verá como as suas raízes continuam a prendê-lo na Terra. Assim, será construído uma ponte equilibrada para o Mundo dos Céus.
O Povo em Pé nos pede que nos doemos mais. Pergunte a você mesmo se está realmente disposto a dar e receber. Observe a raiz de cada bênção com profunda gratidão. Perceba qualquer bloqueio que esteja prejudicando o seu processo de enraizamento ou a sua capacidade de mergulhar mais fundo nas coisas. A seguir remova esta sensação limitadora e passe a mergulhar mais fundo até obter as respostas que procura. Lembre-se de que nós também somos raiz do futuro e de que é através de nossas vidas que as futuras gerações serão alimentadas. Afaste-se de tudo aquilo que possa inibir o seu crescimento. Desde modo você poderá erguer a cabeça, orgulhoso, toda vez que estiver no meio de seus parentes Árvores.
O culto às Árvores

Na historia religiosa da Europa antiga o respeito e as reverências das árvores desfrutavam de uma relevância especial. As vastas e espessas florestas européias inspiravam temor e respeito e por isso foram escolhidas como locais adequados para cerimônias e rituais. O silêncio, a semi-obscuridade, o jogo de luzes e sombras, os sons misteriosos criados pelo vento ou os movimentos dos animais criavam o cenário perfeito para o intercâmbio entre os homens, os espíritos da Natureza e as divindades.
Os bosques tornaram-se os mais antigos santuários (temenos, em grego) da humanidade, considerados sítios sagrados e invioláveis. Havia punições severas para aqueles que ousassem machucar ou derrubar uma árvore. Quando era absolutamente necessário cortar uma árvore (para construir moradias ou fortificações) eram feitas previamente oferendas para o espírito da Natureza que morava no seu tronco, explicando-lhe a finalidade e pedindo que se mudasse para outro lugar.
Os povos antigos acreditavam que as árvores eram seres vivos e que cada uma tinha um espírito protetor, que diferia de uma espécie para outra. Em alguns países atribuía-se às árvores mais velhas o lugar de refúgio das almas dos anciãos, cujas vozes se faziam ouvir no farfalhar das folhas para aconselhar seus descendentes.
A árvore não somente era considerado um ser vivo, mas era a própria manifestação do Eixo Cósmico que ligava o céu a Terra e que proporcionava o intercâmbio entre os mundos. Nos mitos de várias culturas mencionava-se a Árvore da Vida ou do Conhecimento, cujas raízes penetravam no mundo subterrâneo (morada dos espíritos ancestrais e dos animais de poder), o seu tronco atravessando o mundo dos homens e seus galhos se erguendo para captar as energias do céu e das estrelas. Na tradição xamânica, o xamã se desloca ao longo da Árvore Cósmica buscando as informações e energias necessárias para curar ou aconselhar seus semelhantes no mundo superior, mediano ou inferior.
A transição dos cultos animistas (que veneravam todas as manifestações da Natureza considerando-as imbuídas de energia vital) para as religiões politeístas, trouxe modificações na conceituação das árvores, vistas agora como simples habitat – de maior ou menor duração – dos espíritos da Natureza. Esses espíritos podiam se afastar das suas moradas e ao materializar sua energia espiritual assumiam feições humanas (masculinas ou femininas).
A mitologia grega descreve as diferentes classes dessas divindades menores, protetoras das florestas, campos, vales, rios ou lagos, associando-as com diversos mitos e lendas.
Os espíritos da Natureza com formas femininas foram denominados genericamente de Ninfas. Na verdade existiam subdivisões de acordo com o seu habitat ou suas funções. Podemos enumerar: Dríades (protetoras das florestas de carvalhos), Hamadríades (que ficavam ligadas às árvores até suas destruição), Melíades (guardiãs dos freixos e das crianças abandonadas ou perdidas nas florestas), Oréades (cuja morada era nas montanhas), Napéias (moradoras dos vales e dos campos), Naiades (regentes das fontes e dos rios, muito honradas e veneradas), Nereides (ninfas do mar, aparecendo ora como sereias, ora como mulheres cavalgando cavalos marinhos).
Nos países nórdicos conheciam-se as Ninfas dos freixos, dos teixos, das bétulas, das faias, das macieiras, as Mulheres e Avós das Árvores, as Damas Verdes, as Mães das Florestas, as Nixies e Selkies aquáticas, as Pixies aladas e muitas outras. Os celtas tinham uma grande diversidade de nomes e caracterizações, sendo mencionadas nas inúmeras lendas seres benévolos que apareciam como encantadoras jovens dançando e cantando ou pelo contrário, como entidades malévolas, velhas e peludas, com muitas raízes, corpo coberto de musgo e se comportando de maneira hostil ou ameaçadora. Foram estas representações das Ninfas celtas e escandinavas que persistiram no folclore e nas lendas, como diáfanas fadas ou as bruxas malvadas.
Com o advento das religiões patriarcais, o culto centrado nas divindades femininas – sejam Deusas, sejam espíritos da Natureza – foi diminuído até ser totalmente proibido. Somente nas regiões menos civilizadas e nas tradições nativas foi preservada a maneira respeitosa de tratar as árvores. No início, os templos eram construídos ao ar livre, com suas colunas, abóbadas e a atmosfera sombria e silenciosa. Aos poucos somente as árvores cercando as igrejas e os cemitérios lembravam a antiga conexão e o hábito ancestral de plantar árvores nos nascimentos e nas mortes dos seres humanos. No entanto, a árvore deixou de ser vista como um ser vivo, muito menos como sagrada, usada somente para fins econômicos ou comerciais, sem levar em consideração o equilíbrio ecológico ou energético.
Por mais que tenhamos nos distanciado, no tempo e no espaço, do berço e dos valores dessas antigas tradições, a situação atual das florestas no mundo todo nos incentiva a resgatarmos o antigo respeito pela preservação das árvores e dos seres espirituais a elas ligadas. Mesmo que atualmente apenas as pessoas sensitivas percebam a presença dos espíritos da Natureza, o reino deles continua existindo ao nosso lado. São eles os guardiões e os protetores do reino vegetal que zelam pelo seu habitat e se empenham no crescimento e multiplicação dos seus protegidos. Porém, eles são impotentes frente às moto serras e às queimadas e por isso se afastam cada vez mais da destruidora presença humana.
Compete às pessoas sensíveis e conscientes tomarem medidas preventivas e ativas para impedir que o nosso planeta se torne uma floresta de concreto, sem seres e energias naturais, povoado por seres robotizados.
Horóscopo das Árvores
“O Horóscopo das Árvores” é atribuído aos druidas – sacerdotes celtas que viveram nas regiões da Gália e da Irlanda durante a Idade Média que, além de realizar as funções sacerdotais, também se dedicavam aos estudos da magia, das propriedades curativas das plantas e dos corpos celestes.
Os celtas viam nas árvores não só a essência da vida, como também um recurso para prever o futuro. Curiosamente, este meio tão primitivo era considerado pelos druidas como o mais eficaz na hora de estabelecer um prognóstico sobre o destino de alguém. Ao observar todo o conjunto da árvore, desde suas raízes que se infiltram na terra até sua copa muito ou pouco frondosa, eles aconselhavam manter os olhos elevados, permanecer bem apoiado no solo e ter em conta que a natureza é tão previsível que após o tempo de queda das folhas vem outro de frio ou de neve, o que propicia o surgimento dos melhores brotos, justamente quando chega a época de fertilidade e da renovação da vida.
Desde o início dos tempos, os celtas mantinham uma relação vital com as árvores. Elas lhes proporcionavam em primeiro lugar lenha, sombra e alojamento para as aves que se convertiam em caça para alimentar o povo. Mas havia mais. A árvore reunia em si a idéia do cosmo, ao viver em contínua regeneração. Para os druidas, era muito amplo o simbolismo da verticalidade contido na árvore: era a vida em completa evolução, numa ascensão permanente até o céu. Por outro lado, a árvore permitia estabelecer uma comunicação com os três níveis do cosmo: o subterrâneo – por suas raízes que se infiltram nas profundezas em busca de água -, o mundo da superfície da terra – por meio de seu tronco e galhos – e o mundo das alturas, por meio da copa e dos ramos superiores. Tudo sempre reunido na totalidade de seus elementos: a água que flui em seu interior, a terra que se integra em seu corpo pelas raízes, o ar que alimenta as folhas e o fogo que surge de sua fricção. Os celtas obtinham o fogo atritando habilmente os galhos, entre os quais colocavam folhas secas ou palha.
Ao observar que as raízes da árvore desapareciam por dentro do solo enquanto seus galhos se elevavam ao céu, os druidas passaram a considerá-la como um perfeito símbolo da relação entre o céu e a terra. Há simbolismo também nas próprias características das árvores: as folhas caducas e as folhas perenes simbolizariam os opostos: as árvores de folhas caducas representam os ciclos das mortes e renascimentos; enquanto as de folhas perenes representam a imortalidade da alma- assim, são duas manifestações diferentes de uma mesma identidade.
Acredita-se que os druidas, baseados na meticulosa observação das espécies que cresciam nas florestas, elaboraram um horóscopo especial, no qual cada árvore é associada a certas características da personalidade. Adaptado para o Hemisfério Sul, o oráculo traz árvores tropicais, como coqueiro e goiabeira. Carvalho, ipê, oliveira e jacarandá representam as pessoas que nasceram em datas especiais de mudança de estação.
Não dá para saber realmente a verdadeira origem (e veracidade) deste horóscopo, mas a vale a pena saber qual é a árvore da sua personalidade. Descubra qual é a sua!
CEDRO – 2 a 11 de janeiro e 5 a 14 de julho
Os nativos de cedro gostam de ser o centro das atenções. São inteligentes, práticos, bons administradores e buscam sempre satisfazer suas necessidades, tanto afetivas quanto econômicas. No amor são racionais, não se iludem e procuram alguém que tenha boas perspectivas em todos os setores da vida.
QUARESMEIRA – 12 a 24 de janeiro e 15 a 25 de julho
Charmosa e bonita sem fazer esforço, a quaresmeira é vaidosa e segura de seu poder de atração. Mas pode se tornar arrogante. De natureza intuitiva, seus nativos também sabem ser carinhosos com a pessoa que amam, especialmente se ela se mostra mesmo bem envolvida. Têm senso de humor e cultivam a harmonia em casa.
CIPRESTE – 25 de janeiro a 3 de fevereiro e 26 de julho a 4 de agosto
Fortes e saudáveis, aqueles que têm o cipreste como símbolo costumam ser bons amigos e ótimos amantes. Gostam da vida no campo, de animais e crianças. São joviais e versáteis, do tipo que sempre topa os programas mais malucos. Nos relacionamentos afetivos, podem parecer um pouco infantis, mas são carinhosos e se mantêm fiéis.
AMOREIRA – 4 a 8 de fevereiro, 1º a 14 de maio e 5 a 13 de agosto
Os nativos de amoreira detestam pedir qualquer coisa aos outros. São orgulhosos e enfrentam tudo com postura digna. O traço negativo é que podem deixar o pessimismo atrapalhar sua vida. Analisam as circunstâncias, mas têm dificuldade em encontrar soluções para os problemas. Para serem felizes, precisam de coragem.
COQUEIRO – 9 a 18 de fevereiro e 14 a 23 de agosto
É sempre agradável estar ao lado de alguém de coqueiro. Eles são confiantes, ágeis, bem-humorados, observadores e práticos. Lembram verdadeiros guerreiros, pois não se assustam com nada. Bonitos e resistentes, vivem o amor de maneira bem intensa, sem limites e dão o melhor de si em busca da felicidade e da alegria.
PINHEIRO – 19 a 28 de fevereiro e 24 de agosto a 2 de setembro
Altivas, requintadas e elegantes, as pessoas de pinheiro em geral são marcantes e fortes. Enfrentam as dificuldades com fibra e garra e sempre acreditam que são capazes de vencer. Não se deixam abater e persistem em seus objetivos. Sabem tornar a vida confortável para si e para os outros. No amor, são entusiasmadas e dedicadas.
SALGUEIRO – 1º a 10 de março e 3 a 12 de setembro
Ligado à lua e ao feminino. A beleza dos nativos de salgueiro vem de uma mistura inesperada de melancolia e sensualidade. Eles amam a natureza, são sociáveis e extrovertidos. Gostam de viajar, de descobrir novas idéias e influências. No amor, se expressam com romantismo, mas preferem não assumir compromissos rígidos.
EUCALIPTO – 11 a 20 de março e 13 a 22 de setembro
As pessoas que nasceram sob o signo do eucalipto são criativas e dinâmicas, tanto que estão sempre envolvidas em projetos arrojados. Seu ponto forte é a inteligência. Embora pareçam calmas, têm uma vida interior bastante agitada, o que às vezes as torna meio contraditórias. Amam com intensidade e são muito possessivas.
MANACÁ – 11 a 20 de abril e 14 a 23 de outubro
As pessoas de manacá têm apurado senso de justiça e revoltam-se diante de arbitrariedades. Por isso, podem enfrentar problemas e sofrer decepções antes de vencer. São fortes, esportivas e saudáveis. Sentimentalmente, preferem as relações mais seguras e sem conflitos. Magoam-se com facilidade e não gostam de ser contrariadas.
PAINEIRA – 21 a 30 de abril e 24 de outubro a 2 de novembro
Caprichosas, as pessoas de paineira são um poço de contradição. Num momento podem estar alegres, de ótimo humor. Em outro, fecham a cara. São generosas e egoístas, ciumentas e desprendidas, tudo ao mesmo tempo. Só conseguem a felicidade ao encontrar o equilíbrio e são persistentes na busca do autoconhecimento.
MANGUEIRA – 15 a 24 de maio e 3 a 21 de novembro
Os nativos de mangueira precisam de espaço, sol, ar fresco e muito carinho. São do tipo carente e vivem se queixando de solidão, mesmo quando estão cercados de amigos e admiradores. No amor, idealizam demais e acabam culpando os outros pelas próprias frustrações. O que lhes falta é pensar mais e colocar os pés no chão.
ACÁCIA- 25 de maio a 3 de junho e 22 de novembro a 1º de dezembro
Alegres e um pouco irresponsáveis, as pessoas de acácia conquistam a todos com sua delicadeza e bom humor. São tão cativantes que ninguém consegue se irritar com elas, mesmo que cometam gafes e abusos. Não guardam mágoas, perdoam com facilidade e aceitam críticas. Também são bem ambiciosas e não admitem ser enganadas.
SERINGUEIRA – 4 a 13 de junho e 2 a 11 de dezembro
Os nativos de seringueira sofrem por antecipação, são frágeis e se assustam com facilidade. Embora tenham valores excepcionais, não sabem exteriorizar os bons sentimentos. Muitas vezes passam a imagem de insensíveis. No amor, têm dificuldade para se entregar, mas depois que adquirem confiança fazem seus companheiros felizes.
FIGUEIRA – 14 a 20 de junho e 12 a 20 de dezembro
Essas pessoas não passam despercebidas. São sensíveis, fortes, seguras e sensuais. Mas são um tanto egocêntricas e não sabem lidar com adversidades. Diante de situações muito complicadas, perdem a calma e ficam desorientadas. Como são inteligentes e independentes, devem aprender a usar melhor o próprio potencial.
IPÊ – 21 de junho
Os nativos de ipê são calmos, persuasivos e sabem argumentar na defesa de suas idéias. Embora gostem de convencer os outros, não são do tipo que insiste – e deixam que o tempo se encarregue de mostrar que estavam certos. Se sua timidez e introspecção forem bem trabalhadas, a vida afetiva correrá de forma satisfatória e tranqüila.
JACARANDÁ – 21 de dezembro
Quem tem essa árvore como símbolo está sempre envolvido em uma aura de magia. São pessoas sofisticadas, vaidosas e imaginativas. No amor, preferem estar no comando, gostam de relações intensas e não dão a menor importância às convenções sociais. São generosas e sociáveis, mas nem sempre se entregam totalmente.
GOIABEIRA – 22 de junho a 4 de julho e 22 de dezembro a 1º de janeiro
Expressivas e expansivas, as pessoas de goiabeira são românticas, sensuais e afetuosas. Vivem em função de amar e ser amadas. Sinceras e leais, elas nem sempre se sentem satisfeitas em seus relacionamentos. Detestam rotina em qualquer circunstância da vida e tendem a mudar de parceiro ao menor sinal de monotonia.
CARVALHO – 21 de março
Aqueles que nascem sob esse signo são fortes física e moralmente, daquele tipo que quebra, porém não enverga. Observadores, costumam ter o pé no chão, são inteligentes e vão direto ao ponto. No amor, podem ser volúveis, especialmente quando mais jovens, mas com o passar do tempo tendem a dar maior importância à fidelidade.
OLIVEIRA – 23 de setembro
De personalidade marcante, as pessoas de oliveira costumam ser atraentes e compreensivas. Prestam atenção a quem está à sua volta, mas não se intrometem na vida dos outros. Detestam violência. Preferem tirar as próprias conclusões. Para elas, a questão a ser trabalhada é o ciúme exagerado, só dominado com busca interior.
CAJUEIRO – 22 a 31 de março e 24 de setembro a 3 de outubro
Os nativos de cajueiro são sensíveis e afetivos, têm enorme capacidade de amar e de fazer sacrifícios para ajudar os outros. Ao redor deles sempre há uma atmosfera de magia, que fascina. Sutis e intuitivos, percebem as coisas no ar e detectam o que está para acontecer antes de todo mundo. São também generosos no amor.
BAMBU – 1º a 10 de abril e 4 a 13 de outubro
Capazes de ajudar os outros em quase todas as situações, aqueles que têm o bambu como símbolo mantêm boas relações com os mais variados tipos de pessoas. São amigáveis e sabem se respeitar. No amor, tudo corre muito bem desde que sejam correspondidos. Mas se tornam inflexíveis e vingativos se os seus sentimentos são desprezados.
"Quando dizemos EU TE AMO para um Povo em Pé, a energia das duas palavras entra na energia dele, vibra até as suas raízes e ressoam por toda a Natureza...
E quando a Natureza se sente AMADA, ela retribui esse amor com uma avalanche de BENÇÃOS para a sua vida... você estará sendo amado não somente por um Povo em Pé, que já é fantástico, mas sim p
or TODA a floresta!
Diga HOJE para uma árvore:
EU TE AMO, EU TE SINTO, EU TE HONRO POVO EM PÉ!"
Fontes: Jardim de Flores 
Teia de Thea, Mirella Faur 
Xamanismo - Caminho Nativo Ancestral