Certo dia me chamaram de Bruxa, pensaram que iriam me ofender, mas eu sorri e agradeci cordialmente. Ora, mas porque isso poderia ser uma ofensa?
A palavra bruxa, que é de origem milenar tem diversas significações e algumas delas traduzidas para nossa língua são: brilhante, fogo, mulher sábia ou pessoa que cultua a Deusa-Mãe.
Bruxas eram aquelas mulheres que decidiam o que fariam de suas vidas, que valorizavam seu corpo, não com a repressão que dizem sobre a "valorização" atualmente, mas na do poder sagrado em que a natureza se manifestava em todos os seus ciclos.
Mulheres que curavam seus agouros por meio da sabedoria das florestas, que identificavam seus remédios pelas folhas das plantas e pelas pétalas mais singelas. Estimulavam por suas pequenas porções o desejo, a alegria e as sensações mais diferentes que alguém poderia sentir. Eram feiticeiras do próprio destino!
Pela irmã Lua e as estrelas, cantavam pela proteção, pela vida. Aquelas mulheres que amavam receber e dar muito prazer, tinhas seus corpos livres para o amor e se (eu disse 'se') decidissem também para gerar vida. Gerar não era uma obrigação, mas um poder em que a deusa manifestava em suas filhas e elas concebiam se tivessem vontade.
Essas mulheres tinham o fogo incessante dentro do peito. Cumpriam suas promessas, honravam cada palavra que pronunciassem. Os olhos de uma bruxa sempre brilhavam, pois guardam nele o poder do irmão Sol. Olhos de esperança e sinceridade. Bruxas são sinceras, doa a quem doer. Mulheres sábias não precisam esconder o que transcende vossas existencias, pois, isso é uma questão de tempo para ser revelado: a intensidade é sua aliada.
Cantavam a luz da Lua e contavam para as estrelas todos os seus segredos. Se fechassem os olhos com força, seus pedidos eram atendidos. O universo sempre conspirava a favor, as mulheres sábias sempre pensavam positivamente e nunca deixavam de lutar pelo que queriam.
A natureza era respeitada como uma grande mãe, sua deusa, assim como todos os deuses e suas faces. Era lhes dado o poder de escolher a felicidade. Em gratidão a todo amor disseminado, jamais seriam condenadas. Sua história, sua semente: essa será sua colheita, a Deusa só retribuía.
Imortais para natureza, pois quando se morre... não se evapora, mas continua parte da terra, água e de outros seres vivos. Sua carne, seu sangue e sua alma é parte deste ciclo, que se renova em todas as Luas e estações do ano.
"Eu escolho meu destino, eu escolho pelo meu corpo, escolho pela minha vida."
Os anos se passaram e muitas bruxas foram queimadas pelas fogueiras da intolerância, pela repressão, massacradas pela "demonização" de (outras) crenças e culturas religiosas. Todavia, em troca de muito horror através dos séculos, se devolve ternura, sabedoria, paciência e uma harmonia que não pode ser destruída através de distorções ou silenciada pela força de espadas ou murros e armas.
Isso, porque a essência de nossa interioridade não pode se desfazer com o tempo, nem com a repressão, nem com a imposição do medo. A natureza do enfrentamento nasce com quem tem chama no peito, com quem tem a força interior mais forte do que o aspécto físico e a sabedoria das bruxas, mora em cada mulher e cada ser que se permite levar por essa essência.
Da mesma maneira que para vivenciar esta sabedoria, mesmo que inconscientemente não é necessário construir espaços e grandes altares, mas cultivar o poder dentro do coração, semear o que se deseja e em todos os momentos mentalizar o que há de se fazer para si mesmo e para o próximo. Por muitos séculos essa foi a única forma de se manter vivo os poderes antigos e de dentro para fora deve-se continuar até que a compreensão seja mútua, mas nunca pelo ódio ou pela vingança. Sempre temos uma escolha e é preciso que se faça uma, que se escolha um caminho de maneira harmoniosa.
Assim como li em um artigo, sobre as práticas antigas e curativas: das ervas pelos chás, banhos, essências ou o alívio concedido pelo poder e temperatura das pedras e relaxamento pelo toque das mãos, pelo conhecimento dos alimentos, conhecer e estudar, assim como muitas outras modalidades, são práticas antigas de nossas ancestralidades e atualmente exercidas por pessoas diplomadas como fisioterapeutas, massagistas, nutricionistas, médicas e etc.
Práticas que prevalecem (independente) da física, quimica, ciência e outras "evoluções" da medicina. Todavia, isto não estará reconhecido em muitos livros, mas de fato, vem da sabedoria milenar do sagrado natural, de nossa essência e sensibilidade interior. Que hoje seja um recomeço, que amanhã seja uma nova oportunidade e que em ti resgates forças para honrar essa sabedoria.
Liberdade distingue uma mulher sábia, uma mulher que tem fogo no peito, um ser brilhante e que tem nos olhos refletidos toda sua interioridade. Mulher independente, mulher dançante, mulher bruxa.
Firewind
"BRUXAS... é como chamam por aí...
As insubordinadas, divergentes, antenadas.
Sábias, ditas loucas... profundas, espiritualizadas.
As perigosas...
Mulheres que lutam...contra preconceitos, ignorância, machismo, opressão, violência, exploração....
Mulheres que amam, sem medo de parecerem impuras, se envolvem, se entregam, se rendem...verdadeiramente femininas...
Mulheres que cuidam, dos próprios filhos, dos filhos de todos, das chagas de muitos, das milenares e desprezadas tradições originais, da fé, da natureza, dos conhecimentos intuitivos, marca que jamais deveria ser apagada...
Mulheres que guardam...em si, o poder de gestar, de nutrir, de guiar...a vida!
Mulheres que preservam...as últimas chances do mundo sobreviver ao caos...os saberes simples das ervas, da compaixão, do respeito a toda Criação Divina.
Sim...as guardiãs de tudo que é digno e eterno... tão bem resolvidas.
Que despertam amor e ódio.
Mulheres que servem...e vivem à amparar umas às outras, totalmente descrentes da subcultura da competição.
Mulheres que estudam, lêem, observam, questionam, argumentam, se impõem...
Mulheres que sofrem...por não se ajoelhar ante à repressão dos sistemas...
Mulheres fantásticas, surreais, feiticeiras, endiabradas, filhas do mal?
Não...mulheres como vocês e eu.
Foram perseguidas e queimadas e ainda são amordaçadas...eram mulheres...eram irmãs, são BRUXAS! E devem meter muito medo...
E você?
As teme?
Ou é uma delas? " - Gi Stadnicki
As insubordinadas, divergentes, antenadas.
Sábias, ditas loucas... profundas, espiritualizadas.
As perigosas...
Mulheres que lutam...contra preconceitos, ignorância, machismo, opressão, violência, exploração....
Mulheres que amam, sem medo de parecerem impuras, se envolvem, se entregam, se rendem...verdadeiramente femininas...
Mulheres que cuidam, dos próprios filhos, dos filhos de todos, das chagas de muitos, das milenares e desprezadas tradições originais, da fé, da natureza, dos conhecimentos intuitivos, marca que jamais deveria ser apagada...
Mulheres que guardam...em si, o poder de gestar, de nutrir, de guiar...a vida!
Mulheres que preservam...as últimas chances do mundo sobreviver ao caos...os saberes simples das ervas, da compaixão, do respeito a toda Criação Divina.
Sim...as guardiãs de tudo que é digno e eterno... tão bem resolvidas.
Que despertam amor e ódio.
Mulheres que servem...e vivem à amparar umas às outras, totalmente descrentes da subcultura da competição.
Mulheres que estudam, lêem, observam, questionam, argumentam, se impõem...
Mulheres que sofrem...por não se ajoelhar ante à repressão dos sistemas...
Mulheres fantásticas, surreais, feiticeiras, endiabradas, filhas do mal?
Não...mulheres como vocês e eu.
Foram perseguidas e queimadas e ainda são amordaçadas...eram mulheres...eram irmãs, são BRUXAS! E devem meter muito medo...
E você?
As teme?
Ou é uma delas? " - Gi Stadnicki