quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Cailleach a Deusa Anciã

27 de fevereiro - Dia da Anciã
25 de março - Dia de Cailleach




Ela é um aspecto da Deusa como a Anciã, principalmente na Escócia.
Um derivativo de seu nome, Caledonia, foi dado àquele país.
Seu nome, assim como seu título de Mãe Negra, é muito próximo ao nome Kalika,
um dos títulos de Kali. Alguns estudiosos acreditam que ambas sejam
derivadas de uma Deusa ainda mais antiga, talvez uma das primeiras
expressões da face negra da Deusa já cultuadas pela humanidade.
Ela foi e é conhecida por inúmeros nomes: Cailleach Bheur or Carlin, na Escócia;
Cally Berry ou Cailleach Beara, na Irlanda;
Cailleach ny Groamch, na ilha de Man; Black Annis,
na Bretanha e Digne, no país de Gales, todas equivalentes a Kali.
Cailleach também é considerada uma outra forma das Deusas Scathach e Skadi.
Na Irlanda ela era conhecida como uma divindade que podia trazer e curar doenças, principalmente de crianças.
O nome Cailleach significa mulher velha, bruxa ou mulher velada.
Sua imagem velada a relaciona com os mistérios de se conhecer o futuro,
particularmente a hora da morte de cada um.
Nas lendas Medievais ela era a Rainha Negra do Paraíso, aquela a quem os espanhóis chamavam de Califia; a palavra Califórnia vem deste nome.
Cailleach rege o céu, a terra, o Sol e a Lua, o tempo e as estações. Ela criava as montanhas com as pedras que carregava em seu avental, mas também trazia aos homens as doenças, a velhice a morte. Ela era também um espírito protetor dos rios e lagos, garantindo que eles não secariam. Ela controla os meses de inverno, trazendo o frio, as chuvas e a neve. Mas um de seus principais títulos é Rainha da Tempestade, pois com seu cajado ela trazia e controlava as tempestades, particularmente as nevascas e furacões.
Cailleach é a guardiã do portal que leva à parte escura do ano, iniciada no Samhain e é invocada nos rituais de morte e transformação. Nos mitos da troca de poder entre as faces da Deusa ela recebe o bastão branco dos meses de luz e o torna negro para os meses de trevas, devolvendo-o à Donzela no Imbolc. Em alguns mitos diz-se que Ela retorna à terra no Imbolc, tornando-se pedra para acordar somente no próximo Samhain.
Como Seu nome não aparece nos mitos escritos da Irlanda, mas apenas em histórias antigas e nomes de lugar, presume-se que Ela era uma divindade pré-celta, trazida pelos povos colonizadores das ilhas Britânicas, vindos do leste Europeu, possivelmente da Índia. Ela era tão poderosa e amada que mesmo quando os recém chegados trouxeram suas divindades, como Brigit, Cailleach ainda continuou sendo lembrada.
Apesar de ser considerada uma Deusa Anciã, Ela é quase sempre representada com um rosto jovem, mostra de seu poder de se rejuvenescer constantemente. Ela possui um aspecto Donzela parecido com Diana, sendo a protetora dos animais selvagens contra caçadores. Ele protege principalmente o cervo e o lobo, assegurando bandos saudáveis. Há um mito antigo que conta que os caçadores oravam a Cailleach para saber onde encontrar os cervos e quantos matar. Ela os guiava para a aqueles que podiam ser mortos, desobedecê-la trazia sua fúria, em forma de ataques de alcatéias para a vila dos desobedientes.
Ela também possui um aspecto Mãe, sendo aquela a quem as mães pediam que curasse seus filhos das doenças do inverno. O Gato é um de seus animais sagrados. Em algumas lendas ela toma a forma de gato para testar o caráter das pessoas. Em sua forma humana, ela costumava ir de casa em casa no inverno pedindo abrigo e comida. Os que a acolhiam contavam com sua eterna bênção e proteção e os outros eram amaldiçoados e não atravessam o inverno incólumes. São também sagrados para ela o corvo e a gralha.
Seu rosto é azul e seus cabelos sempre são representados soltos e brancos, escapando de seu manto e capuz. Ela carrega um caldeirão em uma das mãos e um cajado na outra. Seu cajado ou bastão lhe conferia o poder sobre o tempo, fazendo dela uma das Deusas mais importantes para a manutenção da vida no planeta. Ela é também uma Deusa associada à crua honestidade e à verdade, doa a quem doer.
Ela também aparece como uma mulher velha que pede ao herói que durma com ela, se o herói concorda em dormir com ela, ela se transforma em uma linda donzela.
O Livro de Lecam (cerca de 1400 E.C.) alega que Cailleach Beara era a Deusa da qual se originaram os povos da região de Kerry. Na Escócia ela representa a personificação do inverno, nasce velha no Samhain e fica cada vez mais jovem até tornar-se uma linda Donzela no Beltane.
O contato com esta Deusa nos ajuda a redescobrir a soberania sobre nossa própria vida, um tipo especial de poder e confiança. Cailleach, violenta como pode parecer, vive em todos nós. Ela nos traz a sabedoria para deixar ir aquilo de que não mais precisamos e manter as sementes do que está para vir. Ela vive no limite entre a Vida e a Morte.

Cailleach fala:

"Meus ossos são frios, meu sangue é ralo.
Eu busco o que é meu.
O busco o que ainda não foi semeado.
Eu busco os animais para cavernas quentes e mando meus pássaros para o sul.
Eu ponho meus ursos para dormir e mudo o pelo de meus gatos e cães para algo mais quente.
Meus lobos me guiam, seu uivo anuncia minha chegada.
Os cães, lobos e raposas cantam a canção da noite, a serenata da Anciã, a minha canção.
Eu disse sim à vida e agora digo sim à Morte.
E serei a primeira a ir para o outro lado.
Eu trago o frio e a morte, sim, pois este é meu legado.
Eu trouxe a colheita e se você não colheu suas maçãs eu as cobrirei de gelo.
Após o Samhain, tudo o que fica nos campos me pertence."
 
 
Texto - Naelyan Wyvern

Cailleach é uma figura mitológica celta, cuja a sua função seria a de proteger todos os animais no Inverno e no Outono e cuidar da natureza, embora se acredite também que era "em si" o espírito do Inverno, que não permitia que a natureza se desenvolvesse livremente. Os irlandeses consideravam-na uma deidade primariamente benéfica, protetora do gado, enquanto os ingleses lhe outorgavam uma atitude maléfica. Os gauleses veneravam-na como a deusa-fada da sabedoria, e os escoceses consideravam-na apenas como uma deidade do Inverno.

A Deusa Cailleach era representada usualmente como uma anciã de pele azulada, um só olho no centro da testa, dentadura de urso e colmilhos de javali. Era representada com vestimenta cinzenta, com um avental e com uma espécie de xale ou de capa de tela escocesa nos ombros; e portando às costas uma aljava com flechas de ouro e um arco de madeira de sabugueiro para atacar a quem matasse lobos, javalis e cervos, animais que ela defendia. Outras lendas falam da sua varinha mágica, feita de madeira de azevinho, que usava para murchar as folhas no início do Outono e para se converter finalmente em pedra no fim do Inverno.Segundo outras fontes, a varinha era feita com pele humana e na sua saia havia rochas que iam caindo quando avançava. Outra lenda afirma que uma longa caminhada da Cailleach teria originado todos os vales, montanhas e lagos.

Algumas lendas também retratam a Deusa Cailleach como guardiã do portal que separa o mundo dos vivos com o dos mortos. Inclusive em uma certa data do ano, a qual nós conhecemos como o halloween, esse portal é aberto permitindo que os espíritos vaguem por um determinado período na Terra.

No seriado Merlin há um episódio em que a deusa Cailleach aparece para lançar uma maldição sobre Camelot devido aos pedidos da Bruxa Morgana.


Luz e Mistério