quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

As Faces do Deus...

 

"Nós não sabemos o que Deus é. O próprio Deus não sabe o que Ele é, pois Ele não é algo. Literalmente Deus não é, pois Ele transcende o ser..." - John Scotus Erigena

   

     O Deus representa três aspectos:
  • Cornífero
  • Senhor da Colheita
  • E o Ancião
 
CERNNUNOS: É um Deus Celta, o Senhor da Natureza, das frutas, dos grãos e da prosperidade, ele é representado, tendo um corpo de homem, com chifres de alce, seu nome de origem latina significa Cornífero.
Ele é o Guardião das entradas e do círculo mágico, que é traçado para o ritual.
É o Deus que morre e sempre renasce, seus ciclos de morte e vida representam nossa própria existência.
Ele nasce da Deusa, como seu complemento e carrega os atributos da fertilidade, alegria, coragem e otimismo.
Ele é a força do Sol, que nasce e morre todos os dias, ensinando aos homens os segredos da morte e do renascimento. Segundo o mito pagão, o Deus nasceu da Deusa, cresceu e se apaixonou pôr ela.
Ao fazerem amor, a Deusa engravidou e quando chega o inverno, o Deus morre, renascendo quando  ela dá a luz.
Este mito contem em si os próprios ciclos da natureza, onde no verão o Deus está no auge de sua força e vigor, no outono ele envelhece e morre no inverno e renasce novamente na primavera.
Cernunos representa a luz e a escuridão, a imortalidade e a morte, ele representa o sol eternamente em busca da lua e seus chifres simbolizavam as meias-luas a vitalidade.
O Deus Cornífero foi transformado no “Diabo” cristão por aqueles que foram tentar difundir sua fé na Europa Antiga. Muito antes de o Cristianismo emigrar dos desertos de Jerusalém, o Deus Cornífero era tido como o símbolo da vida, da sexualidade, do êxtase, da liberdade e da indomabilidade.

 Muitas deidades Pagãs foram absorvidas pelo Cristianismo. Porém, o Deus Cornífero transpareceu num semblante ameaçador os primeiros cristãos. Ele era um Deus animalesco e sexual. Uma Divindade da noite e da floresta. Considerando que o Cristianismo era uma religião praticada durante o dia, em templos, ele não teve lugar e teve que ser excluído. O Cristianismo viu a sexualidade como a escuridão e o mal, e o Deus Cornífero foi identificado como o princípio do mal, chamado por eles de Diabo. Ainda assim, o Deus Cornífero sobreviveu por séculos de supressão e difamação.
 Portanto está longe de ter qualquer ligação com o conceito cristão do diabo, onde o cristianismo criou esta imagem para exterminar e denegrir  os antigos cultos da natureza.

O Deus da Wicca não é Deus vingativo, transcendente, ideológico, que mora no céu. Ele é forte e poderoso, mas não deve ser temido. O corpo dele é de um homem, mas os seus pés são patas, e os chifres capturam os poderes dos céus, do Sol e das estrelas. Ele é Deus do constante renovar, do movimento eterno, e é considerado a própria força crescente de vida. O Deus Cornífero é o caçador, o guerreiro, o gerador, o Rei da terra, e representa ao mesmo tempo as mudanças e verdades.

É o Deus visto com características duais. Ele é o Deus do Verão e do Inverno. Ele é o Rei do Sol, o Rei do Milho e o Homem Verde, honrados no Verão. Ele é o Senhor do Submundo, o Caçador, o Pastor e o Curandeiro, na sua face do Inverno. Ele é o Sol renascido no Solstício de Inverno que traz vida e alegria, mas também o Senhor da Luz e da Morte.
Cernunos está associado á:
  • Pan – o Deus grego dos campos e bosques – Vegetação, êxtase e vigor sexual.
  • Esus – O Deus celta associado ao touro, que era acompanhado pôr 3 pássaros, está ligado ao submundo.
  • Odim – O Deus germânico associado a magia, a guerra, e ao êxtase, é representado pôr um capacete com chifres acompanhado pôr um cervo.
 
 
GREEN MAN: O Senhor da Colheita e de  toda a natureza cultivada, está relacionado aos grãos e ao desenvolvimento agrícola, está associado aos excessos e ao êxtase, provocado pelo vinho tão sagrado para as culturas primitivas, Green Man, está associado á:
  
Dionísio: Segundo as crenças gregas ele era o criador do vinho, suas sacerdotisas as mênades corriam e dançavam nuas pêlos bosques, atordoadas pelo efeito do vinho, agitando tochas e bastão de tirso nas mãos, em homenagem ao Deus.
( tirso = é um dos mais antigos bastões rituais, ele é composto de uma haste de funcho com uma pinha na extremidade superior. Como um símbolo de fertilidade a haste representa o falo e a pinha simboliza a semente surgindo.
 
O ANCIÃO: A terceira face do Deus representa o conhecimento acumulado e a sabedoria. Exerce domínio sobre os conhecimentos ocultos e sobre a magia, ele é o Deus das sombras, aquele que conduz as almas dos homens ao outro mundo.
O Ancião está associado a:
 
Dagda: Um antigo Deus Irlandês, e líder dos Tuatha de Danaan, também conhecido como o “Pai Eterno” e o Senhor do Grande Conhecimento, seus símbolos são o caldeirão, e uma clava, o caldeirão simboliza uma inesgotável fonte de alimento e sua clava o associava aos Deus celta do martelo.
 
Fonte - A Grante Teia