Donzela
"Quando a Lua cresce nos Céus, sou Ártemis dos bosques. Busco os caminhos virgens e neles mostro minha força em cada ramo. Sou Ártemis quando busco os montes e anseio por novos rumos, quando repudio os limites e não existe o medo.
Sou Ártemis quando me lanço, sem amparo, do cume feito com todas as pedras que tentam, inúteis, bloquear meus atos deliciosamente insanos. Assim sou Ártemis. "No aspecto crescente encontramos os mitos das Deusas donzelas. Forte, corajosa e poderosa, a donzela é a Dama dos bosques, a
corajosa virgem caçadora que nenhum homem possui.
Ela é sempre retratada como a jovem que vai crescendo e se tornando mais forte e corajosa a cada dia que passa. Independente, na floresta ela aprende a tomar conta de si própria e, posteriormente, de seus filhos que um dia chegarão."
Traz consigo a sabedoria das coisas selvagens, e diversas vezes é figurada com um chifre nas mãos, tirado de seus animais especiais: o touro, a vaca, o cervo. Este chifre é também a trompa de caça, tocada em sinal de triunfo - aliás, a vitória é mais uma de suas propriedades, uma vez que ela
conhece como ninguém os mistérios profundos dos animais da floresta, com os quais mantém um elo de amizade, respeito e amor. Quando os céus são dominados pela Donzela, é tempo de pedir força a todas as coisas que queremos ver crescer; tempo de pedir coragem, força e perseverança. Algumas das
Deusas que representam a Donzela são: Ártemis ou Diana, Bast, Brigid, Kore ou Perséfone, Pallas Athena, Parvati, entre outras.
Mãe
"Quando no céu a Lua é Cheia, sou Deméter de coração nos olhos. Busco o amor imensurável e ofereço aquele que habita em meus infinitos braços. Sou Deméter quando procuro meu filho em cada ser, quando quero ser ave-mãe e ninho em um só tempo. Sou Deméter quando meu colo se torna porto e suplica dolorosamente pelo lançar de âncoras de todas as embarcações. Assim sou Deméter.
"O aspecto da Lua Cheia nos mostra a face da Mãe, a boa Deusa de onde vieram todos os viventes, com seu ventre inchado, contendo vida nova. Ela é a confortadora, a Deusa bondosa cujo amor incondicional estende a todos os seres. Seu grande poder é inegável, uma vez que Ela conhece os mistérios da Vida, os quais transmite a todos os seus filhos em seu nascimento. Dentre todos os períodos lunares, este é o que concentra maior poder, que nos leva a procurar por lugares sagrados, como grutas, cachoeiras ou simplesmente um campo aberto invadido por Sua luz - lugares inclusive que a mulher primitiva teria procurado para poder dar à luz.
A Lua Cheia é o tempo em que a Deusa da Caça se transforma na Rainha da Colheita, a Senhora dos Grãos cuja abundância se espalha por toda a Terra. É ela que concede a vida ao Deus, o jovem caçador que, no tempo certo, se transformará em seu amante e consorte - nada de incestuoso, quando nos lembramos que, miticamente, todas as mulheres fazem papel de mãe para seus companheiros, ao menos uma vez na vida. Quando a Lua é cheia, é tempo de invocar Seus nomes que remetem ao Amor e à Abundância: Ela é Deméter, a Senhora dos Grãos e Mãe de Perséfone, raptada pelo Senhor do Submundo, Hades. Este mito grego nos ensina um pouco dos mistérios da Terra: quando está com sua filha, que é também chamada de Perséfone, irradia em felicidade e cobre a Terra com seu manto verde e fértil - mas quando Perséfone a deixa para retornar ao submundo, Ela se entristece e vagueia procurando por sua filha, fazendo com que o inverno chegue e nada possa florescer. Algumas das Deusas Maternais são: Bonna Dea, Magna Mater, Deméter, Ceres, Pacha Mamma, Ceridwen, Tara, Selene, Ísis, Maria e Lakshmi.
Anciã
"Quando a Lua mingua, sou Hécate de toda a escuridão. Busco a linguagem da alma e descubro ser eu mesma tudo aquilo que me ameaça. Sou Hécate quando a solidão importa e quando o fim se torna causa e razão. Sou Hécate quando penso na morte e encontro o que sou antes de tornar-me outra. Assim sou Hécate. "Mostrada em algumas culturas como a Inevitável, a Anciã é aquela na qual toda mulher um dia irá se transformar - afinal de contas, um dia o ciclo menstrual cessará, e a mulher então conserva consigo o poder que agora fará parte dela para sempre. Ela agora é sábia, e poderosa, pronta para conhecer o mistério da morte, desaparecendo na escuridão como a Lua some durante três noites de trevas. Apesar de ser a promessa da morte, Ela também é a certeza da vida. Afinal de contas, nos mostra que é assim que se renasce: seu corpo retorna à terra, e, em devido momento, esta renasce, saudável e viçosa como a Lua nova em sua primeira noite visível.
A Grande Anciã é aquela que conhece todos os mistérios: antigamente, eram as parteiras versadas nos conhecimentos das ervas, dos encantamentos e das poções que podiam oferecer a ajuda para a vida ou infelizmente, para a morte - por isso, é necessário muito cuidado ao trabalhar com as energias da Anciã, uma vez que ela é a Velha Ceifeira, a Senhora das Trevas, a Rainha dos Submundos. É tempo de reflexão, de meditar acerca daquilo que realmente queremos afastar, tempo de pedir sabedoria e coragem para enfrentar os estranhos desígnios de morte e renascimento que encontramos ao longo de nossa jornada. E assim, os três ciclos se fundem: a Donzela que dá lugar à Mãe, que se transforma na Anciã, nos mostrando o importante ciclo eterno de morte, crescimento e renascimento.
Algumas de Suas faces enquanto Anciã são: a Mãe Negra, Baba Yaga, Cailleach, Circe, Hécate, Morrigan, Kali Ma, entre outras.
Fonte: Magia Zen
Fonte: Magia Zen