sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Origem da Festa de Nata!



Nem sempre o dia 25 de Dezembro foi dia de Natal. A origem da celebração deste dia parece ser muito antiga mas a filiação mais directa provêm, como tantas outras coisas, dos Romanos. Estes celebraram durante muito tempo uma festa dedicada ao Deus Saturno que durava cerca de quatro dias. Nesse período ninguém trabalhava, ofereciam-se presentes, visitavam-se os amigos e, inclusivamente, os escravos recebiam permissão temporária para fazer tudo o que lhes agradasse, sendo servidos pelos amos. Era também coroado um rei que fazia o papel de Saturno. Esta festa era chamada Saturnália e realizava-se no solstício de Inverno.
Convém lembrar aqui que o solstício de Inverno era uma data muito importante para as economias agrícolas – e os Romanos eram um povo de agricultores. Fazia-se tudo para agradar os deuses e pedir-lhes que o Inverno fosse brando e o Sol retornasse ressuscitado no início da Primavera. Como Saturno estava relacionado com a agricultura é fácil perceber a associação do culto do deus ao culto solar.
Mas outros cultos existiam também, como é o caso do deus Apolo, considerado como “Sol invicto”, ou ainda de Mitra, adorado como Deus-Sol. Este último, muito popular entre o exército romano, era celebrado nos dias 24 e 25 de Dezembro data que, segundo a lenda, correspondia ao nascimento da divindade. Em 273 o Imperador Aureliano estabeleceu o dia do nascimento do Sol em 25 de Dezembro: Natalis Solis Invicti (nascimento do Sol invencível).
É somente durante o século IV que o nascimento de Cristo começa a ser celebrado pelos cristãos (até aí a sua principal festa era a Páscoa) mas no dia 6 de Janeiro, com a Epifania. Quando, em 313, Constantino se converte e oficializa o Cristianismo, a Igreja Romana procura uma base de apoio ampla, procurando confundir diversos cultos pagãos com os seus. Desistindo de competir com a Saturnália, deslocou um pouco a sua festa e absorveu o festejo pagão do nascimento do Sol transformando-o na celebração do nascimento de Cristo. O Papa Gregório XIII fez o resto: é mais fácil mudar o calendário do que mudar a apetência do povo pelas festas…

A tradição pagã e o Natal


As festas associadas ao dia em que o Sol deixa de descer em direção ao equador celeste e os dias começam a crescer (solstício do inverno), têm uma origem antiquíssima, remontam talvez mesmo, ao período dos adoradores egípcios da Ra, o Deus-Sol.
Os imperadores romanos identificavam-se com o Sol, assumindo-se como a própria divindade. O culto solar, religião do Estado, impunha-se sobre todos os outros cultos, e a 25 de Dezembro da cada ano, celebrava-se o nascimento do Sol sempre vencedor sobre as trevas (Dies Natalis Solis Invicti), coincidindo com o solstício do inverno.
No movimento sincretista do sec.III, o culto pagão do deus-solar, tinha chegado ao apogeu da sua popularidade, de tal forma que já se tinham adoptado divindades importantes das províncias do Império, como Baal da Celesira e Dionísio-Osíris do Egipto.
O culto de adoração ao deus-sol Mitra, que se tinha estendido a toda a Ásia, no sec.II, estava em vias de se tornar a religião universal, quando repentinamente a "conversão" ao cristianismo do imperador romano Constantino, abalou e precipitou a sue queda.
Constantino Magno, imperador desde 306 dc., começa por dar uma grande tolerância aos cristãos a partir de 313, através do Édito de Milão, colocando-os ao mesmo nível dos outros cultos pagãos.
Rapidamente o crisitianismo passa a ser a religião do Império, graças à benevolência do imperador. Constantino determina o descanso dominical e proíbe aos pagãos a celebração de sacrifícios sanguinários.
Na sua qualidade de grande pontífice da religião tradicional de Roma (o culto do Sol Invictus), que inclusive figurava nas faixas imperiais e nas moedas, leva o imperador a deixar de se considerar deus, para se tornar soberano por direito divino.
Eusébio de Cesareia explica de uma forma bem clara que, Constantino é o único monarca à imagem de Deus e é Dele que lhe vem a sua autoridade.
Toda esta questão do culto do Sol e da Luz, tinha muito a ver com o crisitianismo. Cristo é o verdadeiro Sol da Justiça, a Luz que ilumina a humanidade.
Por esse motivo é fácil de perceber que a Igreja nascente, tenha pretendido, por um lado evitar a forte influência das festas pagãs sobre os recém-convertidos e, por outro lado, marcar de forma decisiva que, o novo Sol Invictus era Cristo e portanto, a celebração do seu nascimento passaria a ser no solstício do inverno, a 25 de Dezembro.
Numa cronologia compilada por volta de meados do sec.IV, Furio Dionísio Filocato citou um calendário litúrgico de 320 dc., que foi o primeiro a levar a celebração do Natal para o dia canónico atual.
O Papa Júlio I decidiu aceitar este fato, bem como a Igreja Oriental, por volta do ano 380 dc., graças aos bons ofícios de S.João Crisóstomo e S.Gregório Nazianzeno.