quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ressurgimento das Bruxas!




Professora Eliene Percília da Equipe Brasil Escola explica:


"Não se sabe a exata origem das Bruxas, constam relatos de que elas existam desde os primórdios da humanidade. Há duas teorias para a existência de tais seres:"

1. As práticas de bruxaria envolvem rituais simbólicos desde os tempos neolíticos. A primeira demonstração da arte de devoção foi encontrada em cavernas do período neolítico, onde havia ilustrações dos rituais de adoração às deusas da fertilidade dos povos primitivos. Dessa forma, as experiências visionárias, rituais de caça e cerimônias de cura sempre estiveram presentes nos símbolos e metáforas de cada cultura. Na Grã-Bretanha as sacerdotisas druidas estavam divididas em três classes. As que viviam em conventos num regime de celibato eram as da classe mais alta. As outras duas classes, que eram das sacerdotisas, podiam se casar e viver nos templos ou com marido e família. Com a era do cristianismo, foram denominadas “Bruxas” e perseguidas por muito tempo.

2. Durante a Idade Média toda e qualquer mulher que conseguia poder, passavam gradativamente a ser considerada bruxa. Bruxa em sânscrito significa “mulher sábia”. As bruxas eram denominadas sábias, até a Igreja lhes atribuir o significado secundário de mulheres dominadas por instintos inferiores. Sem mito algum, as bruxas eram apenas mulheres que conheciam e entendiam do emprego de ervas medicinais para cura de enfermidades, e colocavam em prática seus conhecimentos nos vilarejos onde habitavam. Com a chegada do Cristianismo, começando a imperar a era patriarcal, as mulheres foram colocadas em segundo plano e tidas como objetos de pecado utilizados pelo diabo. Muitas mulheres não aceitaram essa identificação e rebelaram-se. Essas, dotadas de poder espiritual, começaram a obter novamente o prestígio que haviam perdido o que passou a incomodar o poder religioso. Assim acusar uma mulher de bruxaria ficou fácil, bastava uma mulher casada perder a hora de acordar, que o marido a acusava de estar sonhando com o demônio.

Perseguição às Bruxas

Durante o século X e XII as bruxas ressurgiram, nesse período realizaram vários processos contra elas, promovidos pelo poder civil. No entanto, tal questão veio assumir um aspecto dramático a partir do século XIV, momento em que a Igreja Católica implantou os tribunais da Inquisição com o intuito de reprimir, tanto a disseminação das seitas heréticas como a prática de magia e outros comportamentos considerados pecaminosos. Nesse período, o fenômeno se caracterizou como manifestação coletiva, de profunda repercussão no direito penal, na vida religiosa, na literatura e nas artes. Dessa forma, para que a repressão fosse eficaz, os tribunais de Inquisição se proliferaram, e os processos aumentaram rapidamente.

Segundo os teóricos do assunto, a epidemia de bruxas ocorreu nos séculos XVI e XVII, no norte da França, no sul e oeste da Alemanha e em especial na Inglaterra e na Escócia, a perseguição às bruxas foi metódica e violenta. Os colonizadores ingleses levaram esse procedimento para a América do Norte, onde, em 1692, ocorreu o famoso processo contra as bruxas de Salém, em Massachusetts. Normalmente, acusavam-se as bruxas velhas, e com menor freqüência as jovens.

A maioria das acusações se referia aos malefícios contra a vida, a propriedade e a saúde. Também constavam denúncias de pactos com o diabo. Segundo as denúncias, as bruxas montadas em vassouras voavam pelos ares e se reuniam em lugares inabitados para celebrar a satanás e entregar-se a orgias. O iluminismo do fim do século XVII e do século XVIII, que era caracterizado pelo espírito científico e pelo racionalismo, contribuiu para o fim desse processo e para que não mais se admitisse perseguição judiciária em casos de superstições populares.

Um trecho do livro "História da Bruxaria"

Se você perguntar aos conhecidos o que é uma bruxa, provavelmente eles lhe dirão que Bruxas não existem. Bruxas, afirmarão eles, são personagens imaginários, representados como velhas horrorosas, com verrugas no nariz, chapéus compridos e pretos em formato de cone, montadas em cabos de vassoura, que criam gatos pretos e dão gargalhadas malignas, bastante parecidas com cacarejos. (...) Provavelmente, nenhuma bruxa, em tempo algum, jamais tenha tido as características desse estereótipo. Todavia, bruxas existem realmente. (...) Dentre as bruxas que conhecemos, nenhuma correspondeu a esse estereótipo, exceto talvez em festas à fantasia.

As Bruxas e Bruxos são pessoais normais. Você diferencia algum católico ou budista na rua? Pois é, com as bruxas e bruxos também é assim que funciona. É uma escolha espiritual e/ou religiosa, somente.

Existem diversas abordagens hoje sobre o que é um bruxo ou uma bruxa. Vale a pena esclarecer que usamos mais comumente o termo no feminino que no masculino, por uma simples convenção histórica. Sempre se referiu mais às bruxas que aos bruxos, mas para nós não há diferença, é simplesmente um hábito. Sendo assim, garotos, não se ofendam.

Abordagens que temos das Bruxas e Bruxos

Bruxa é o mesmo que feiticeira (abordagem antropológica e "cientificamente" aceita);
Bruxas adoram o diabo (abordagem histórica da bruxaria européia e por alguns grupos religiosos intolerantes);
Bruxas reverenciam deusas e deuses e praticam magia (abordagem adotada pela maioria dos bruxos modernos);

Cada um desses pontos de vista pode ser justificado. Infelizmente, quem deseja ir a fundo nessa questão encontrará pouca ajuda nos livros que existiam até pouco tempo em bibliotecas populares ou livrarias. Aos poucos, mais e mais livros sobre bruxaria vão surgindo, e a coisa vai ficando menos mistificada.

Para falar, então, o que uma bruxa (ou bruxo) é, podemos falar, antes, do que uma bruxa (ou bruxo) não é. Veja o esclarecimento de algumas dúvidas abaixo:

Bruxas(os) são a mesma coisa que Curandeiras(os)?

Não. O curandeiro pratica magia, mas sua função é justamente a de combater as ameaças ou efeitos da bruxaria. No entanto, se pegarmos a palavra curandeiro e analisarmos a essência de seu significado ("curar"), veremos que muitas bruxas podem sim ser curandeiras. Preparamos chás, infusões, poções, tudo no sentido de curar, causar algum efeito no corpo. Sendo assim, vamos dizer que não, não são a mesma coisa. Mas as bruxas têm práticas de cura, sim. Não dá para generalizar. Não é 8 ou 80, como a maioria dos conceitos, realmente.

Bruxas(os) são a mesma coisa que Magas(os)?

Não. Um mago é quem pratica magia. Ou seja, qualquer pessoa que pratica magia pode ser considerada um mago, teoricamente. Bruxas e bruxos também praticam magia, mas é uma magia mais específica - a magia que envolve a Natureza, os poderes naturais. E não há só esse tipo de magia. Uma pessoa pode praticar magia baseada na cabala, por exemplo. Isso não é bruxaria, só magia. Ou magia cristã. Ou magia blablabla. Existem diversas formas de magia. A Bruxaria é apenas uma delas. Sendo assim, todo bruxo é um mago da Natureza, mas nem todo mago é um bruxo, pois ele pode fazer uso de outros tipos de magia, que não a natural.

Todas as Bruxas e Bruxos são Iguais no mundo Inteiro?

Não. Existem grandes e profundas variações entre a bruxaria das diversas culturas. Por exemplo, existe uma diferença histórica entre a bruxaria européia da bruxaria em outras culturas.

Bruxas(os) estão Relacionadas(os) às Possessões?


Não. A possessão é um ataque interno de maus espíritos sobre um indivíduo; uma invasão energética; já a obsessão é um ataque externo e físico perpetrado por tais espíritos malignos. Em nenhum dos casos a vítima realiza um pacto voluntário com o espírito maligno. Na chamada "bruxaria diabólica" das épocas da Renascença e da Reforma européias, por outro lado, a chamada bruxa convocava o mau espírito por meio de invocações, dentre outras formas. Quase todos os bruxos modernos condenam totalmente esse tipo de prática. Ou seja: a resposta para essa pergunta é não.

Bruxas(os) Praticam a "Missa Negra"?

Não. A missa negra é desconhecida na história da bruxaria européia e certamente não faz parte do repertório dos bruxos modernos. A única ocasião em que a missa negra foi historicamente registrada foi na corte do rei francês Luis XIV, e ainda assim como uma forma de sátira grosseira do catolicismo. Alguns satanistas modernos celebram a missa negra, mas satanismo não tem nada a ver com bruxaria, portanto, não, as bruxas e bruxos não celebram a missa negra.

As Bruxas surgiram na Idade Média?

Não. As crenças nas quais as bruxas e bruxos se baseiam remontam ao período Paleolítico. As acusações de bruxaria surgiram somente no final da Idade Média. As grandes perseguições às bruxas ocorreram durante a Renascença, a Reforma e o século XVII.

Todas as Bruxas são Velhas?

Não. Tanto no passado quanto no presente, muitos homens praticam a bruxaria, além do que muitas bruxas eram bastante jovens, até crianças. Até hoje é assim. Essa idéia de que as bruxas são velhas, têm verrugas no nariz etc vem da imagem construída ao longo da história, mas que nada tem a ver com a realidade, conforme citamos no início deste texto. Há uma longa tradição artística que se estende do século XIII a Goya fixando essa imagem em nossas mentes.

Bruxa por maioria de Votos (Curiosidades)

Rosaura de Montalban, mulher de extraordinária beleza, desfez lares e arruinou fortunas em Florença, na Itália, no século 16. Denunciada como bruxa, Rosaura era sempre absolvida porque seu sorriso enfeitiçava os juízes. Só foi condenada quando alguém se lembrou de lhe cobrir o rosto com uma máscara de caveira.

Matemático russo foi considerado Bruxo e condenado à fogueira devido à precisão de seus cálculos - O tzar Ivan IV da Rússia, que reinou de 1533 a 1584, mandou executar na fogueira um matemático a quem pedira, apenas para divertir a corte, que calculasse o número exato dos tijolos necessários para construir determinado prédio. Ao término da obra, verificada a precisão dos cálculos, Ivan IV sentenciou o matemático à morte como bruxo, porque era dotado de estranhos e perigosos poderes.

Médico alemão que se disfarçou de mulher para assistir a um parto foi parar na fogueira - Em 1521, um médico alemão foi queimado na fogueira porque ousou disfarçar-se de mulher para assistir a um parto. Até então, era evento exclusivamente feminino e cercado de pudores. Na Idade Média, até mesmo as parteiras trabalhavam com as mãos debaixo das saias das parturientes.



Fonte: 1 de Copas