O Sagrado Masculino é o resgate da energia masculina, há muito tempo perdida.
Não tem a ver com heterossexualidade, nem com homossexualidade, tampouco com machismo e superioridade sobre qualquer coisa. O Sagrado Masculino é algo maior, que vem de dentro da pessoa e se liga ao grande Deus Sol.
Nele está contido todos os arquétipos masculinos, dos deuses da guerra aos deuses da sabedoria, dos deuses mensageiros e jovens aos anciões e guardiões dos infernos.
Entretanto, o homem moderno perdeu sua essência masculina.
Ele gasta seu tempo sendo ou fingindo um estereótipo criado por uma sociedade hipócrita, baseada no cristianismo.
O homem se tornou fraco, um fantoche manipulado pela mídia, incapaz de praticar sua verdadeira energia.
O Cristianismo destruiu o símbolo fálico, transformando-o em algo sujo, repugnante e vergonhoso.
O Homem foi destituído de seu sagrado falo, sendo assim desligado do grande Deus Sol. O sêmem sagrado, princípio da vida, foi transformado em algo impuro e asqueroso.
Cultuar o Sagrado Masculino é, acima de tudo, um reencontro com o Eu interior. É cultuando o Sagrado Masculino que começamos a ativar a centelha divina que há dentro de cada um de nós.
Há, assim como no Sagrado Feminino, três faces do Sagrado Masculino:
Seher (O Jovem):
O Jovem é representado pela carta número 0 do Tarot, O Louco. É representado pelo Sol da Manhã com toda a sua energia. É aventureiro, quer experimentar através de erros e acertos, quer dominar o mundo a sua volta. Essa fase é acompanhada dos arquetipos de deuses jovens como Marassa, Horus, Bellenos, Apolo, Thor, Òsògiyón, Òsóòsi, entre outros.
Lu (O Homem):
O Homem é representado pela carta 4 do Tarot, O Imperador. Ele é o Sol do meio-dia, vigoroso e quente. Ainda é aventureiro, mas caminha com os pés bem no chão. Dada as experiências boas e ruins, agora é muito mais realista consigo mesmo, conhece seus limites, pensa muito nas suas escolhas e já é capaz de tecer "bons" conselhos aos mais jovens. Seu aspecto protetor e seu poder fálico estão no auge. Alguns deuses que regem essa fase são Hélios, Osíris, Marduk, Ògún, Sàngó, Òbalùwàiyé, Min, Gilgamesh, Dionísios, Baal, entre outros.
Rabi (O Ancião):
O Ancião é representado pela carta 9 do Tarot, O Eremita. É, agora, o Sol do final da tarde, aparentemente brando, mas ainda pode queimar. Há aqui uma transição para a noite, para o lado escuro e, portanto, para o mistério. Além de representar o encontro com o feminino (Noite, umidade, Lua), também representa um encontro com a propria sombra. Essa é a fase na qual o homem pode ser quem realmente é, livre e conhecedor de si mesmo. Os deuses dessa fase são Hades, Cronos, Òsààlá, Damballa, Omolú, Uttu, Gir, Odin, entre outros.
Assim como o Sagrado Feminino está ligado às fases lunares e aos Esbás, o Sagrado Masculino está intimamente ligado às estações do ano e aos Sabás.
O Verão é o ápice de poder masculino, quando ele está em sua plena forma energética.
O Outono representa o recarregar das energias masculinas, ele já se doou no Verão e agora precisa se recolher no útero cósmico afim de se proteger e se revitalizar. Mas com a chegada do Inverno, o homem morre e dá lugar ao poder feminino.
Esse é o momento em que os homens se recolhem ainda mais no fundo da terra, uma postura necessária para poderem ressurgir novos e revigorados, graças ao poder da grande Mãe. Na Primavera, graças ao poder feminino, que é infinito, os homens renascem , como crianças, para evoluírem e alcançarem seus ápice novamente, o Verão.
O Ciclo do Sagrado Masculino é anual, enquanto o Sagrado Feminino é mensal, e os dois formam a dança sagrada cósmica, simbológica, simbiótica, mas imutável.
O Sagrado Masculino é um culto falocêntrico, panteísta e obrigatório aos que querem unir-se à divindade.
Todos nós devemos nos reconectar à nossa essência, à energia que nos formou e nos mantém, para que mantenhamos a vitalidade sagrada.
Fonte: Instituto de Filosofia Oculta