Os melhores momentos para buscar contato com as fadas é ao entardecer ou a meia-noite quando a lua está cheia.
As fadas adoram música, dança, diversão, risos e a música e suas festas são as melhores. E ainda, por estarem em contato direto com a natureza, as fadas festejam as trocas das estações, porém elas se regem pelo calendário celta e lunar, bem distinto do nosso gregoriano. Suas principais festividades são:
IMBOLC (HN-1/02;HS 01/08)
Imbolc é uma festa pastoril dos celtas que tinha lugar nos primeiros sinais da primavera. Era época de exaltação da Deusa Brighid, que depois foi cristianizada sob o nome de Santa Brígida. Carregava uma vara branca de salgueiro com a qual regenera a terra sem vida, volta a atrair os verdes renovados e concebe uma nova onda de nascimento entre os animais. Em Imbolc nascem os primeiros cordeiros do ano, um sinal de renovação, inocência e pureza.
Nas narrações populares, Brighid aparece em forma de fada para expulsar a Feiticeira do Inverno e receber a primavera. Em alguns relatos, a Bruxa e sua rival, a donzela, lutam sob a forma de um dragão e um cordeiro. Nas tradições escocesas, a víbora, representante do poder de Cailleach, é derrotada pelo cordeiro de Brighid.
Essa derrota anual do inverno é marcada desde os tempos mais remotos por uma festa de mulheres. As casadas da tribo se pintavam de azul e andavam nuas até o lugar da celebração para honrar a Feiticeira, enquanto que as mulheres mais jovens e solteiras, reuniam presentes para oferecer no templo de Brighid.
Em janeiro e fevereiro, a terra era lavada pelas chuvas do inverno. Os antigos ancestrais acreditavam que esta era a purificação ritual da Deusa da Terra depois de ter dado à luz ao Novo Sol no solstício de inverno.
A festa romana de Februa (que deu o nome a fevereiro) era realizada nesta época, quando as mulheres se submetiam à purificação percorrendo as ruas portando círios. A festa foi cristianizada como a Purificação da Virgem depois de ter dado à luz à Cristo. Durante a missa eram benzidas as velas. Os círios desempenhavam um papel importante em muitas religiões, simbolizando a luz. Depois do solstício de inverno, a luz começa a crescer, e até Imbolc os dias iam aumentando consideravelmente.
Muitos duendes apareciam no Imbolc, saindo de seus refúgios invernais para saber como o tempo está. Se estivesse muito gelado, voltaram e permaneciam retirados por mais algum tempo. A feiticeira de Manx Caillage Ny Groagmagh (Anciã da Desolação) também saia para observar a festa de Imbolc. Se o tempo estivesse bom, adotava a forma de uma ave gigantesca para recolher lenha com a qual se aqueceria durante o inverno.
Na Irlanda, os Espíritos das Colinas abandonavam seus montes e iam se misturar entre os humanos.
Nessa noite, você deve deixar sua capa de ritual à luz da lua para adquirir poderes de cura. Também é um bom momento do ano para clarificar quais são suas expectativas e objetivos mágicos.
OSTARA (HN-21/03;HS-21/07)
O equinócio da primavera denominado Ostara pelos saxões, os dias já estão se prolongando visivelmente. O dia e a noite tem tamanho igual, porém a luz ganha terreno e a primavera já chegou em realidade. As aves trabalham na construção de seus ninhos e os animais jovens aparecem. Folhas verdes surgem das árvores.
Quando o tempo começa a melhorar, algumas fadas boas abandonam seus refúgios invernais e se tornam mais ativas. Elas se despojam de suas peles de inverno e adotam uma indumentária mais leve e mais de acordo com a proximidade do verão.
O nome Ostara significa "leste" em antigo alemão, de onde vem as palavras Ostern (Páscoa em alemão) ou Eoastrae em anglo-saxão, que logo se derivou a palavra Easter, o nome da Páscoa em inglês. Todos os nomes estão relacionados etimologicamente com antigas palavras que significavam "amanhecer" e "sol que se eleva". Depois, Easter passou de "sol que se eleva" para "filho que se eleva", quando foi adotado pelos costumes cristãos.
Ostara era o nome teutônico da Deusa da Primavera e da Fertilidade, que sempre vinha acompanhada de seus coelhos. Segundo os textos do Venerável Beda (673-735), no quarto mês do ano se celebrava um festival em honra desta Deusa. O mês de chamava Eosturmona, em anglo-saxão, e Ostarmanoth ou Ostermonat em alemão antigo. Abril se chamava Ostermonath porque era o mês do "Ost end wind" (vento do leste). Ostarmanoth estava mais próximo do equinócio, já que naqueles tempos se observava o mês de 28 dias (ciclo lunar).
Em Ostara, o jovem Deus se encontra pela primeira vez com a Deusa, na condição de Virgem. É o tempo da igualdade, o começo e da abundância de possibilidades.
Nas ilhas Britânicas, essa festa é da Deusa celta do mar Morgana (transformada em Morgana Le Fay no ciclo arturiano). Esta festividade está consagrada à Dama de Avalon e as fadas. É época de veneração dos elfos, fadas e duendes. Muitos duendes estão associados com a vegetação e possuem o poder da favorecê-la ou esgotá-la. Portanto, é nessa época que devemos lhes oferecer oferendas de leite, mel, nata ou manteiga.
Durante este equinócio, muitos duendes de banhavam nos rios e arroios. É prudente que os homens se mantivessem afastados desses lugares, pois caso contrário, corriam o risco desses espíritos se apoderarem deles e os afogarem nas águas.
Em Ostara é o momento propício para honrarmos a Mãe Natureza e todas suas criaturas mágicas. Prepare um banho em água perfumada com flores para atrair o amor, a sorte e a saúde. É o momento do ano excelente para plantar sementes de novas metas mágicas.
BELTANE (HN-01/05;HS-31/10)
Beltane é uma antiga festa gaélica que se celebra em 1 de maio no hemisfério norte. Seu nome deriva do irlandês "Beáltaine" ou do escocês gaélico "Bealtuinn", ambos procedentes da antiga palavra irlandesa "Beltene", que significa "fogo brilhante". Outros nomes pela qual essa festividade é conhecida são: Mayday, Walburga, Glan Mai, Shenn da Boaldyn, Bealtinne, Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien, Beltein. Entre tribos da Gália meridional, se aponta o nome de Giamonia, derivado do mês do calendário de Coligny, Giamonios.
A Mãe Terra, representada pela Deusa, despertou e se encontra fértil e o Jovem Deus expressa seu amor por ela. Na tradição escocesa, a Feiticeira Cailleach Bheur, renuncia por fim seu combate contra o estio lançando sua vara em um azevinho e converte-se em uma pedra cinza, forma sob a qual permanecerá até que retorne sua estação. Em Leicester (Inglaterra) se celebrava antigamente a correria da Negra Annis para perseguir a lebre do estio. A Negra Annis (Black Annis) é uma bruxa do inverno de Midland, e a perseguição simboliza o final de seu reinado e o princípio do verão. Nas culturas celtas constituía tabu caçar a lebre sagrada em qualquer outro tempo.
É o tempo em que as fadas retornam de seu descanso de inverno, despreocupadas, risonhas e loucas por brincadeiras. Na noite anterior a esta festa, em tempos muito antigos, as pessoas colocavam ramos de macieiras nas portas e janelas de suas casas para protegerem-se de feitos inesperados que ocorriam naquela noite e que, na maioria das vezes, não tinha uma explicação racional.
Na ilha de Man, o membro mais jovem da família recolhia flores de onagra (Erva dos burros), na véspera de Beltane, e as espalhava pelo chão da casa para assegurar proteção durante este evento. Na Irlanda se acreditava que a comida que sobrasse da celebração não devia ser ingerida e deveria ser oferecida às fadas.
Há muitas tradições em relação à festa, inclusive fala-se de uma lenda que conta que na noite de Beltane quem se sentar embaixo de uma árvore poderá ver a Rainha das Fadas cavalgando em seu corcel branco ou ouvir os cascos de seu cavalo cruzar as montanhas durante a noite. Uma lenda arturiana, afirmava de Guinevere (Ginebra), considerada por muitos como descendente dos duendes, cavalgava nesse dia para recolher plantas verdes e flores de espinheiro.
O 1 de maio também está associado com Robin Hood, na verdade, na Inglaterra este dia se chamava de Robin Hood. Ele era considerado um espírito selvagem dos bosques. Na Grã-Bretanha, alguns desses antigos espíritos e deuses da natureza passaram para as tradições populares como duendes dos bosques e receberam nomes como o de Hob, Robin ou de Alegre Robin. Pode ser até que seja essa a verdadeira origem das lendas em torno de Robin Hood que conhecemos hoje através dos filmes.
Outros duendes, todos relacionados com a vegetação, a primavera e verão podem ser observados nesta noite. Se trata de uma época muito mágica, pois se diz que entre os dois mundos (humanos e das fadas) há uma linha muito tênue que os separa e qualquer um que adormeça embaixo de um espinheiro no primeiro de maio corre o risco de ser seqüestrado pelos duendes ao passar acidentalmente para o seu mundo.
Essa é uma época propícia, para as magias que celebrem a fertilidade e a sexualidade.
SOLSTÍCIO DE VERÃO (LITHA)
O Solstício de Verão constitui uma das festas mais antigas, emanada das celebrações pagãs. A jornada marca o máximo poder do deus solar, o dia mais longo do ano antes de seu declínio e "morte" no solstício do inverno.
Outros nomes usados para este tempo na Roda do Ano (HN) são: Alban Heruin (calendário Druida); Alban Hefin (Tradição Anglo-saxão); Bênção do sol, Dia de Acópio (Gales); Whit Sunday, Whitsuntilde, Vestália (Antiga Roma); A Festa de Epona (antiga Gália); Dia de todos os Casais (Grécia) e dia de São João. Na tradição Italiana de Aradian Strega este Sabbath (as bruxas Strega as chamam de Treguendas no lugar de Sabbaths) é conhecida como a Festa dell'Estate (festa de verão). Os escandinavos celebram esta festa em uma data posterior e a chamam Thing-Tide. Na Inglaterra este é o dia de Cerridwenn e seu caldeirão. Na Irlanda, este dia está dedicado a Deusa-Ninfa Aine de Knockeine. E finalmente, no norte da Europa se celebra o "Dia do Homem Verde".
Nesse Sabbth, a Deusa está grávida por ter co-habitado com o Deus em Beltane. O deus sol é celebrado porque está em sua zênite no céu e celebramos a aproximação da paternidade. O ritmo eterno do sol é o mesmo da vida humana, e o mesmo que mês a mês repete a lua.Esta data é especial para ritos de passagem, portanto, devemos celebrar as futuras mamães e os bebês que virão.
De acordo com o calendário pagão, o verão começa em Beltane e termina em Lammas/Lughnasadh. Esse é o apogeu do tema que desde Imbolc vem se preparando: o fim da escuridão, da esterilidade e o começo de uma época mais fértil, onde tudo se renova, ao calor do amor e da paixão dos Deuses. O nome Litha é relativamente moderno e provavelmente é derivado da palavra saxona que significa "o oposto de Yule".
Os símbolos mais importantes deste Sabbath são a ESPADA (símbolo do Deus Sol) e o caldeirão (símbolo da Deusa em sua plenitude).
A noite do solstício de verão, aqui no Hemisfério Sul, é um dos momentos mais místicos do ano, quando no ar pairam todo gênero de magia e encantamentos. As ninfas correm pelos campos e por onde passam surgem flores. Gnomos, elfos e todos os tipos de fadas e elfos andam soltos por toda a parte e por isso, é um excelente momento para praticarmos magia feérica. Os duendes Puck e Pan (para nós o curupira e o caapora) gostam de dar sustos e fazer brincadeiras com os incautos que se atreverem a aventurar-se por lugares solitários e silvestres nessa noite encantada.
Nesta data, desembarcam nas ilhas Shetland (120 Km a norte da Península Antártica) criaturas maravilhosas conhecidas por Selkie. Elas possuem aparência de focas, porém a noite se despojam de suas peles para converterem-se em humanas. Uma vez em terra e sob a nova forma, as selkies dançam nas praias, porém se algo as importuna, recolhem suas peles e voltam ao oceano. No Brasil, similar as selkies temos o boto rosa da amazônia, que segundo a lenda emergi à noite, das águas do rio Amazonas para adquirir a forma humana.
Em Somerset, uns pequenos duendes chamados "spunkies" surgem como fogos fáctuos portadores de velas e fazem os viajantes se perderem.
O duende irlandês Amandan-na Briona se mostra muito ativo nesta noite, fazendo as pessoas vítimas de sua brincadeiras malignas. Também chamado "o Louco do Vado", troca de forma cada dois dias. Quando aparece como homem
Os dias e noites do solstício de verão estão repletos de grande poder e magia. São tempos para realizar rituais que vicejam prodigamente na estação, quando a vida é mais fácil e há tantas horas de luz diurna que podemos realizar todas as nossas tarefas com tempo de sobra para repousar e divertirmos. É uma época de férias e de grandes festivais ao ar livre, para dormir, cozinhar e comer a céu aberto. É uma época que nos faz recordar nossa infância, cheia de brincadeiras, uma época para buscarmos nossa criança interior e nos esquecermos de nossos aborrecimentos cotidianos.
LUGHNASADH (HN-01/08;HS-02/02)
Lughnasadh é uma festa das fadas. Marca o começo da coleta do cereal e fui cristianizada como Lammas, quando em um ritual eucarístico se oferecia o primeiro grão coletado.
Vários duendes entram em atividade nesse período e cobram um interesse particular pela colheita, tratando de roubar o grão ou dar patadas nos camponeses que acabam dormindo sob o calor sufocante da jornada. Na Grã-Bretanha e Irlanda, os duendes marcham em cortejo ou trocam de residência durante este festival. As vezes é possível distinguir uma linha de luzes que vão de uma cova à outra.
Lughnasadh recebeu seu nome do deus Lugh, a quem, as vezes, é comparado com o deus romano Mercúrio. Era o rei dos Tuatha De Dannan e introduziu a festividade para comemorar sua mãe adotiva Tailtu, filha do rei de Fir Bolg, raça de gente que habitava a Irlanda antes da chegada de Tuatha De Dannan. Tailtu brilha como uma Deusa com a mais suprema das virtudes, o auto-sacrifício, doando a sua vida de um jeito extraordinário. Um ano os Fir Bolg tiveram uma má colhieta e muitos estavam para morrer de fome. Tailtu pegou o machado e começou a limpar o bosque com as duas mãos durante um ano. Poucos sabiam que o ato acabaria matando-a, porém no fim da lavoura ela pediu que a cada ano em primeiro de agosto todos celebrassem a sua morte.
O vocábulo "lugnasad" também foi traduzido como "casamento de Lugh e, neste caso, Tailtu, como "terra" ou "chan", convertia-se na esposa do deus. Assim, durante esse momento do ano era habitual estabelecer entre as famílias as futuras uniões dos filhos, a data da celebração das núpcias cujo pacto durava um ano e um dia e podiam renovar-se cada ano nesta data.
Esta festa adotou a forma de jogos fúnebres, similares aos Olímpicos originários. Lugh liderou anteriormente uma batalha contra Balos, o Sombrio, e pode à princípio, tratar-se de um combate anual entre o verão e o inverno, as forças da luz e das trevas, já que se considerava Lughnasadh final de verão e primeiro dia de outono.
Traço habitual de muitas reuniões em Lughnasadh eram as lutas entre facções. Vinham combater grupos de jovens de aldeias rivais. As lutas podiam ser cruéis e causar lesões ou mortes, porém era considerada importante a observância dessa costume. Depois as equipes adversárias se beijavam ou estendiam a mão. Segundo uma forte crença inserida no folclore irlandês, o êxito ou fracasso das colheitas dependia dos duendes e ficava decidido por um combate entre os bandos das áreas vizinhas. A idéia de que a luta torna frutífera as colheitas do bando que vence é provavelmente a origem do choque entre facções. Resulta possível que tais combates fossem reconstituições simbólicas dos combates entre os duendes.
Em Lughnasadh tinha lugar a festa da fada Aine. Era originalmente uma Deusa da Colheita e estão consagrados a ela a primeira sexta-feira, sábado e domingo depois de Lughnasadh. Se dizia que naqueles dias reclamaria uma vida humana, aliás uma recordação dos tempos em que faziam sacrifícios para obter uma boa colheita.
Os sidhes, duendes irlandeses, descendem provavelmente de deuses antigos como Crom Cruaich (O Encurvado da Colina), cuja festa se celebra em 1 de agosto. De modo igual aos duendes, mora em velho túmulos funerários. Era no princípio uma deidade agrícola do Mundo Subterrâneo que governava a maturação das colheitas, da fertilidade e produção de leite do gado leiteiro. Com esse motivo, lhe faziam oferendas para que não se esgotasse o trigo e não ficassem sem leite. Tal como se fazia para os sidhes, lhe ofertavam leite e manteiga nos túmulos desses seres.
Celebre e honre os seres espirituais da natureza neste dia. Utilize o poder mágico deste dia para criar um desenho mágico de seus desejos e deixe-o ao pé de uma árvore frondosa.
MABON - HERFEST (HN-23/09;HS-21/03)
A Festa do Término da Colheita, no Hemisfério Norte, é celebrada no equinócio de outono e, na Grã-Bretanha e Irlanda, marca a coleta da maioria dos produtos da terra. A luz e a escuridão se acham equilibradas, sendo iguais as horas da noite e as do dia, porém, as trevas ganham terreno e o mesmo acontece ao estéril inverno.
Os duendes se interessam muito pela coleta do grão e estão sempre resolvidos a participar nos benefícios. Antigamente os camponeses realizam esforços especiais para aplacar os duendes malévolos com a finalidade de proteger seus cultivos. A época da colheita era carregada de tensões. Sempre existia a possibilidade de que o tempo arruinaria a tarefa, o trabalho era duro e aleatória a captura última do Espírito do Trigo. Esse espírito da vegetação deveria ser tratado com cuidado para se conseguir a garantia de um excelente resultado. Inclusive, no começo do século XX, os ceifadores observavam costumes que foram familiares no mundo antigo. O cereal era ceifado em círculos minguantes, retirando-se o Espírito do Trigo das espigas.
A introdução da colheita na casa era momento de grande alívio e motivo de celebrações. Se organizava uma festa em que todos os trabalhadores braçais disfrutaríam de comida e bebida em abundância e este banquete seria provavelmente o melhor que conheceriam em todo o ano. Portas e entradas da granja eram adornadas com ramos, espigas, flores e fitas e os arcos da casa eram colocados foices e ferramentas usadas na colheita.
Se dava a forma de um boneco ao último feixe colhido, que encarnava o Espírito do Trigo, e permaneceria guardado até o ano seguinte, quando ao arar o enterrariam para devolver à terra o ânimo da vegetação.
Como esse é o dia tradicional de agradecer pela colheita, deixe na porta de sua casa ou em um bosque ou jardim, oferendas de comida e bebida para os duendes, especialmente manteiga e leite. Eles apreciam também que lhes presenteiem com guirlandas de flores, danças especiais e belas canções. A noite de Mabon é uma boa oportunidade para pedir-lhes proteção, harmonia familiar e prosperidade. Não esqueça, que os duendes e as fadas sempre farão por ti o que estiver disposto a fazer por eles. O equilíbrio de dar e receber é o preço normal que temos que pagar, principalmente quando estamos trocando presentes com esses seres.
SAMHAIN (HN-31/10;HS-01/05)
A antiga festa celta, conhecida hoje como Halloween, é celebrada no final de outubro e começo de novembro. Esta é a noite em que os portais do Ouro Mundo são abertos e os espíritos podem comunicar-se com os homens. Também, as horas de luz estão diminuindo e os dias se tornam mais curtos. Fala-se em declínio das forças do crescimento e de resplendor e começa a ganhar ascendência os poderes das trevas e do frio.
Samhain era o Ano Novo Celta que assinalava o começo do inverno. Para os celtas, qualquer fronteira revestia uma importância mágica. Esses momentos e lugares eram perigosos: havia a possibilidade de que acidentalmente um penetra-se no País das Fadas através dessas localizações ou de que aspectos do Outro Mundo chegassem ao nosso. O instante em que uma estação dava lugar à outra era especialmente delicado, sobretudo em 1 de maio e Samhain, quando o Outro Mundo estava bem próximo.
Em Samhain, o gado do campo tinha que passar dos pastos estivais às terras baixas, mais seguras durante o inverno. Qualquer cabeça que não pudesse manter-se no inverno teria que ser sacrificada. Essa é uma das razões que chamava-se a Samhain de "A Festa dos Mortos". Alguns dos animais seriam ritualmente sacrificados para propiciar poderes ao inverno (como as oferendas irlandesas por Samhain aos Formorianos, deuses da ruína) e alimentar os espíritos dos mortos que estariam presentes à celebração.
Depois de Samhain, fantasmas, espíritos e trasgos malignos voltam á terra. Os seres benignos como a Fada-Deusa Danann e o duende irlandês Puck, desaparecem da vista até o retorno da primavera. Os duendes malévolos, como a Corte Maligna da Escócia, entram em grande atividade até a Páscoa florida, junto com as Cailleachs (Bruxas do Inverno) e Feiticeiras, que foram provavelmente Deusas Bruxas do Inverno dominavam a estação.
Depois de Samhain, o que não havia sido coletado passavam a pertencer as fadas e aos duendes. Na Irlanda, Halloween recebe o nome de "Noite de Fuka", que depois desta data torna incomestíveis as colheitas. Os grifos galeses se apossavam de toda as colheitas que ficassem nos campos.
Nas regiões celtas, o Halloween parece ter sido ainda, a grande época do ano para se prever o futuro. Todos os tipos de adivinhações eram postos em prática naquela noite. Lemos que Dathi, rei da Irlanda no século V, estando no monte dos Druidas (Cnoc-nan-druad), no condado de Sligo, durante a festa de Halloween, mandou que seu druida lhe previsse o futuro, entre aquele dia e o próximo ano. O druida passou a noite no alto de uma colina e, na manhã seguinte, fez a previsão ao rei que se tornou realidade.
No País de Gales a festa do Halloween era a mais estranha de todas as "Teir Nos Ysbrydion", ou "Três Noites dos Espíritos", quando o vento, "soprando sobre os pés dos cadáveres", levava suspiros às casas dos que deviam morrer naquele ano. Acreditava-se que, se, naquela noite, alguém saísse até uma encruzilhada e escutasse o vento, ficaria sabendo das coisas mais importantes que deveriam acontecer nos próximos doze meses.
Essa é a época em que o véu entre os dois mundos, o das fadas e o nosso, está mais fino, fazendo com que seja mais fácil nos conectar e trabalhar com elas para fazer magia.
YULE - SOLSTÍCIO DO INVERNO (HN-21/12; HS-21/06)
O solstício de inverno no Hemisfério Norte é perto de 21 de dezembro. Essa é a noite mais longa do ano e seu dia o mais breve, quando na opinião dos antigos se afirma os poderes das trevas. Se acendia fogueiras como um recurso mágico para estimular o sol a "renascer".
Papai Noel ou Santa Claus é um duende especial que só aparece nesta noite. É possível que ele represente uma evolução do deus escandinavo/germânico Odin ou Wotan, que cavalgava durante o solstício do inverno vestindo a pele ensangüentada arrancada de um animal para castigar os malvados e premiar os bons. Parece provável que se introduziu no folclore inglês, e cabe reconhecê-lo no personagem que aparece como mestre de cerimônias nas representações de carinho e ternura e como o Rei do Natal. Na Alemanha se transformou em Schrimmerlreiter (Cavaleiro do Cavalo Branco). Penetrou nos Estados Unidos com o holandês Sante Klaas, adaptado ao inglês como Santa Claus. Entre duendes similares que outorgam presentes figuram o islandês Jola Sveinar, o danês Julenisse e o sueco Jultomte.
Vários duendes destroem o fio deixado na roca no solstício de inverno ou Dia de Natal. Essa circunstância tinha sua origem no fato de que muitos deuses e deusas do sol estavam associados com a roca solar, que permanece quieta no solstício (a palavra procede do latim solstitíu, "o sol quieto"). Nesse tempo ficavam proibidas todas as tarefas de fiar e tecer. Já os laponeses vedavam o giro de qualquer tipo de roda.
Nessa noite ofereça às fadas, duendes e gnomos biscoitos de gengibre e leite. Esse Sabbath assinala o início do ciclo da vida e oferece um momento para repensarmos sobre nosso passado e presente, para que possamos seguir em frente em busca de um futuro melhor.
As fadas adoram música, dança, diversão, risos e a música e suas festas são as melhores. E ainda, por estarem em contato direto com a natureza, as fadas festejam as trocas das estações, porém elas se regem pelo calendário celta e lunar, bem distinto do nosso gregoriano. Suas principais festividades são:
IMBOLC (HN-1/02;HS 01/08)
Imbolc é uma festa pastoril dos celtas que tinha lugar nos primeiros sinais da primavera. Era época de exaltação da Deusa Brighid, que depois foi cristianizada sob o nome de Santa Brígida. Carregava uma vara branca de salgueiro com a qual regenera a terra sem vida, volta a atrair os verdes renovados e concebe uma nova onda de nascimento entre os animais. Em Imbolc nascem os primeiros cordeiros do ano, um sinal de renovação, inocência e pureza.
Nas narrações populares, Brighid aparece em forma de fada para expulsar a Feiticeira do Inverno e receber a primavera. Em alguns relatos, a Bruxa e sua rival, a donzela, lutam sob a forma de um dragão e um cordeiro. Nas tradições escocesas, a víbora, representante do poder de Cailleach, é derrotada pelo cordeiro de Brighid.
Essa derrota anual do inverno é marcada desde os tempos mais remotos por uma festa de mulheres. As casadas da tribo se pintavam de azul e andavam nuas até o lugar da celebração para honrar a Feiticeira, enquanto que as mulheres mais jovens e solteiras, reuniam presentes para oferecer no templo de Brighid.
Em janeiro e fevereiro, a terra era lavada pelas chuvas do inverno. Os antigos ancestrais acreditavam que esta era a purificação ritual da Deusa da Terra depois de ter dado à luz ao Novo Sol no solstício de inverno.
A festa romana de Februa (que deu o nome a fevereiro) era realizada nesta época, quando as mulheres se submetiam à purificação percorrendo as ruas portando círios. A festa foi cristianizada como a Purificação da Virgem depois de ter dado à luz à Cristo. Durante a missa eram benzidas as velas. Os círios desempenhavam um papel importante em muitas religiões, simbolizando a luz. Depois do solstício de inverno, a luz começa a crescer, e até Imbolc os dias iam aumentando consideravelmente.
Muitos duendes apareciam no Imbolc, saindo de seus refúgios invernais para saber como o tempo está. Se estivesse muito gelado, voltaram e permaneciam retirados por mais algum tempo. A feiticeira de Manx Caillage Ny Groagmagh (Anciã da Desolação) também saia para observar a festa de Imbolc. Se o tempo estivesse bom, adotava a forma de uma ave gigantesca para recolher lenha com a qual se aqueceria durante o inverno.
Na Irlanda, os Espíritos das Colinas abandonavam seus montes e iam se misturar entre os humanos.
Nessa noite, você deve deixar sua capa de ritual à luz da lua para adquirir poderes de cura. Também é um bom momento do ano para clarificar quais são suas expectativas e objetivos mágicos.
OSTARA (HN-21/03;HS-21/07)
O equinócio da primavera denominado Ostara pelos saxões, os dias já estão se prolongando visivelmente. O dia e a noite tem tamanho igual, porém a luz ganha terreno e a primavera já chegou em realidade. As aves trabalham na construção de seus ninhos e os animais jovens aparecem. Folhas verdes surgem das árvores.
Quando o tempo começa a melhorar, algumas fadas boas abandonam seus refúgios invernais e se tornam mais ativas. Elas se despojam de suas peles de inverno e adotam uma indumentária mais leve e mais de acordo com a proximidade do verão.
O nome Ostara significa "leste" em antigo alemão, de onde vem as palavras Ostern (Páscoa em alemão) ou Eoastrae em anglo-saxão, que logo se derivou a palavra Easter, o nome da Páscoa em inglês. Todos os nomes estão relacionados etimologicamente com antigas palavras que significavam "amanhecer" e "sol que se eleva". Depois, Easter passou de "sol que se eleva" para "filho que se eleva", quando foi adotado pelos costumes cristãos.
Ostara era o nome teutônico da Deusa da Primavera e da Fertilidade, que sempre vinha acompanhada de seus coelhos. Segundo os textos do Venerável Beda (673-735), no quarto mês do ano se celebrava um festival em honra desta Deusa. O mês de chamava Eosturmona, em anglo-saxão, e Ostarmanoth ou Ostermonat em alemão antigo. Abril se chamava Ostermonath porque era o mês do "Ost end wind" (vento do leste). Ostarmanoth estava mais próximo do equinócio, já que naqueles tempos se observava o mês de 28 dias (ciclo lunar).
Em Ostara, o jovem Deus se encontra pela primeira vez com a Deusa, na condição de Virgem. É o tempo da igualdade, o começo e da abundância de possibilidades.
Nas ilhas Britânicas, essa festa é da Deusa celta do mar Morgana (transformada em Morgana Le Fay no ciclo arturiano). Esta festividade está consagrada à Dama de Avalon e as fadas. É época de veneração dos elfos, fadas e duendes. Muitos duendes estão associados com a vegetação e possuem o poder da favorecê-la ou esgotá-la. Portanto, é nessa época que devemos lhes oferecer oferendas de leite, mel, nata ou manteiga.
Durante este equinócio, muitos duendes de banhavam nos rios e arroios. É prudente que os homens se mantivessem afastados desses lugares, pois caso contrário, corriam o risco desses espíritos se apoderarem deles e os afogarem nas águas.
Em Ostara é o momento propício para honrarmos a Mãe Natureza e todas suas criaturas mágicas. Prepare um banho em água perfumada com flores para atrair o amor, a sorte e a saúde. É o momento do ano excelente para plantar sementes de novas metas mágicas.
BELTANE (HN-01/05;HS-31/10)
Beltane é uma antiga festa gaélica que se celebra em 1 de maio no hemisfério norte. Seu nome deriva do irlandês "Beáltaine" ou do escocês gaélico "Bealtuinn", ambos procedentes da antiga palavra irlandesa "Beltene", que significa "fogo brilhante". Outros nomes pela qual essa festividade é conhecida são: Mayday, Walburga, Glan Mai, Shenn da Boaldyn, Bealtinne, Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien, Beltein. Entre tribos da Gália meridional, se aponta o nome de Giamonia, derivado do mês do calendário de Coligny, Giamonios.
A Mãe Terra, representada pela Deusa, despertou e se encontra fértil e o Jovem Deus expressa seu amor por ela. Na tradição escocesa, a Feiticeira Cailleach Bheur, renuncia por fim seu combate contra o estio lançando sua vara em um azevinho e converte-se em uma pedra cinza, forma sob a qual permanecerá até que retorne sua estação. Em Leicester (Inglaterra) se celebrava antigamente a correria da Negra Annis para perseguir a lebre do estio. A Negra Annis (Black Annis) é uma bruxa do inverno de Midland, e a perseguição simboliza o final de seu reinado e o princípio do verão. Nas culturas celtas constituía tabu caçar a lebre sagrada em qualquer outro tempo.
É o tempo em que as fadas retornam de seu descanso de inverno, despreocupadas, risonhas e loucas por brincadeiras. Na noite anterior a esta festa, em tempos muito antigos, as pessoas colocavam ramos de macieiras nas portas e janelas de suas casas para protegerem-se de feitos inesperados que ocorriam naquela noite e que, na maioria das vezes, não tinha uma explicação racional.
Na ilha de Man, o membro mais jovem da família recolhia flores de onagra (Erva dos burros), na véspera de Beltane, e as espalhava pelo chão da casa para assegurar proteção durante este evento. Na Irlanda se acreditava que a comida que sobrasse da celebração não devia ser ingerida e deveria ser oferecida às fadas.
Há muitas tradições em relação à festa, inclusive fala-se de uma lenda que conta que na noite de Beltane quem se sentar embaixo de uma árvore poderá ver a Rainha das Fadas cavalgando em seu corcel branco ou ouvir os cascos de seu cavalo cruzar as montanhas durante a noite. Uma lenda arturiana, afirmava de Guinevere (Ginebra), considerada por muitos como descendente dos duendes, cavalgava nesse dia para recolher plantas verdes e flores de espinheiro.
O 1 de maio também está associado com Robin Hood, na verdade, na Inglaterra este dia se chamava de Robin Hood. Ele era considerado um espírito selvagem dos bosques. Na Grã-Bretanha, alguns desses antigos espíritos e deuses da natureza passaram para as tradições populares como duendes dos bosques e receberam nomes como o de Hob, Robin ou de Alegre Robin. Pode ser até que seja essa a verdadeira origem das lendas em torno de Robin Hood que conhecemos hoje através dos filmes.
Outros duendes, todos relacionados com a vegetação, a primavera e verão podem ser observados nesta noite. Se trata de uma época muito mágica, pois se diz que entre os dois mundos (humanos e das fadas) há uma linha muito tênue que os separa e qualquer um que adormeça embaixo de um espinheiro no primeiro de maio corre o risco de ser seqüestrado pelos duendes ao passar acidentalmente para o seu mundo.
Essa é uma época propícia, para as magias que celebrem a fertilidade e a sexualidade.
SOLSTÍCIO DE VERÃO (LITHA)
O Solstício de Verão constitui uma das festas mais antigas, emanada das celebrações pagãs. A jornada marca o máximo poder do deus solar, o dia mais longo do ano antes de seu declínio e "morte" no solstício do inverno.
Outros nomes usados para este tempo na Roda do Ano (HN) são: Alban Heruin (calendário Druida); Alban Hefin (Tradição Anglo-saxão); Bênção do sol, Dia de Acópio (Gales); Whit Sunday, Whitsuntilde, Vestália (Antiga Roma); A Festa de Epona (antiga Gália); Dia de todos os Casais (Grécia) e dia de São João. Na tradição Italiana de Aradian Strega este Sabbath (as bruxas Strega as chamam de Treguendas no lugar de Sabbaths) é conhecida como a Festa dell'Estate (festa de verão). Os escandinavos celebram esta festa em uma data posterior e a chamam Thing-Tide. Na Inglaterra este é o dia de Cerridwenn e seu caldeirão. Na Irlanda, este dia está dedicado a Deusa-Ninfa Aine de Knockeine. E finalmente, no norte da Europa se celebra o "Dia do Homem Verde".
Nesse Sabbth, a Deusa está grávida por ter co-habitado com o Deus em Beltane. O deus sol é celebrado porque está em sua zênite no céu e celebramos a aproximação da paternidade. O ritmo eterno do sol é o mesmo da vida humana, e o mesmo que mês a mês repete a lua.Esta data é especial para ritos de passagem, portanto, devemos celebrar as futuras mamães e os bebês que virão.
De acordo com o calendário pagão, o verão começa em Beltane e termina em Lammas/Lughnasadh. Esse é o apogeu do tema que desde Imbolc vem se preparando: o fim da escuridão, da esterilidade e o começo de uma época mais fértil, onde tudo se renova, ao calor do amor e da paixão dos Deuses. O nome Litha é relativamente moderno e provavelmente é derivado da palavra saxona que significa "o oposto de Yule".
Os símbolos mais importantes deste Sabbath são a ESPADA (símbolo do Deus Sol) e o caldeirão (símbolo da Deusa em sua plenitude).
A noite do solstício de verão, aqui no Hemisfério Sul, é um dos momentos mais místicos do ano, quando no ar pairam todo gênero de magia e encantamentos. As ninfas correm pelos campos e por onde passam surgem flores. Gnomos, elfos e todos os tipos de fadas e elfos andam soltos por toda a parte e por isso, é um excelente momento para praticarmos magia feérica. Os duendes Puck e Pan (para nós o curupira e o caapora) gostam de dar sustos e fazer brincadeiras com os incautos que se atreverem a aventurar-se por lugares solitários e silvestres nessa noite encantada.
Nesta data, desembarcam nas ilhas Shetland (120 Km a norte da Península Antártica) criaturas maravilhosas conhecidas por Selkie. Elas possuem aparência de focas, porém a noite se despojam de suas peles para converterem-se em humanas. Uma vez em terra e sob a nova forma, as selkies dançam nas praias, porém se algo as importuna, recolhem suas peles e voltam ao oceano. No Brasil, similar as selkies temos o boto rosa da amazônia, que segundo a lenda emergi à noite, das águas do rio Amazonas para adquirir a forma humana.
Em Somerset, uns pequenos duendes chamados "spunkies" surgem como fogos fáctuos portadores de velas e fazem os viajantes se perderem.
O duende irlandês Amandan-na Briona se mostra muito ativo nesta noite, fazendo as pessoas vítimas de sua brincadeiras malignas. Também chamado "o Louco do Vado", troca de forma cada dois dias. Quando aparece como homem
Os dias e noites do solstício de verão estão repletos de grande poder e magia. São tempos para realizar rituais que vicejam prodigamente na estação, quando a vida é mais fácil e há tantas horas de luz diurna que podemos realizar todas as nossas tarefas com tempo de sobra para repousar e divertirmos. É uma época de férias e de grandes festivais ao ar livre, para dormir, cozinhar e comer a céu aberto. É uma época que nos faz recordar nossa infância, cheia de brincadeiras, uma época para buscarmos nossa criança interior e nos esquecermos de nossos aborrecimentos cotidianos.
LUGHNASADH (HN-01/08;HS-02/02)
Lughnasadh é uma festa das fadas. Marca o começo da coleta do cereal e fui cristianizada como Lammas, quando em um ritual eucarístico se oferecia o primeiro grão coletado.
Vários duendes entram em atividade nesse período e cobram um interesse particular pela colheita, tratando de roubar o grão ou dar patadas nos camponeses que acabam dormindo sob o calor sufocante da jornada. Na Grã-Bretanha e Irlanda, os duendes marcham em cortejo ou trocam de residência durante este festival. As vezes é possível distinguir uma linha de luzes que vão de uma cova à outra.
Lughnasadh recebeu seu nome do deus Lugh, a quem, as vezes, é comparado com o deus romano Mercúrio. Era o rei dos Tuatha De Dannan e introduziu a festividade para comemorar sua mãe adotiva Tailtu, filha do rei de Fir Bolg, raça de gente que habitava a Irlanda antes da chegada de Tuatha De Dannan. Tailtu brilha como uma Deusa com a mais suprema das virtudes, o auto-sacrifício, doando a sua vida de um jeito extraordinário. Um ano os Fir Bolg tiveram uma má colhieta e muitos estavam para morrer de fome. Tailtu pegou o machado e começou a limpar o bosque com as duas mãos durante um ano. Poucos sabiam que o ato acabaria matando-a, porém no fim da lavoura ela pediu que a cada ano em primeiro de agosto todos celebrassem a sua morte.
O vocábulo "lugnasad" também foi traduzido como "casamento de Lugh e, neste caso, Tailtu, como "terra" ou "chan", convertia-se na esposa do deus. Assim, durante esse momento do ano era habitual estabelecer entre as famílias as futuras uniões dos filhos, a data da celebração das núpcias cujo pacto durava um ano e um dia e podiam renovar-se cada ano nesta data.
Esta festa adotou a forma de jogos fúnebres, similares aos Olímpicos originários. Lugh liderou anteriormente uma batalha contra Balos, o Sombrio, e pode à princípio, tratar-se de um combate anual entre o verão e o inverno, as forças da luz e das trevas, já que se considerava Lughnasadh final de verão e primeiro dia de outono.
Traço habitual de muitas reuniões em Lughnasadh eram as lutas entre facções. Vinham combater grupos de jovens de aldeias rivais. As lutas podiam ser cruéis e causar lesões ou mortes, porém era considerada importante a observância dessa costume. Depois as equipes adversárias se beijavam ou estendiam a mão. Segundo uma forte crença inserida no folclore irlandês, o êxito ou fracasso das colheitas dependia dos duendes e ficava decidido por um combate entre os bandos das áreas vizinhas. A idéia de que a luta torna frutífera as colheitas do bando que vence é provavelmente a origem do choque entre facções. Resulta possível que tais combates fossem reconstituições simbólicas dos combates entre os duendes.
Em Lughnasadh tinha lugar a festa da fada Aine. Era originalmente uma Deusa da Colheita e estão consagrados a ela a primeira sexta-feira, sábado e domingo depois de Lughnasadh. Se dizia que naqueles dias reclamaria uma vida humana, aliás uma recordação dos tempos em que faziam sacrifícios para obter uma boa colheita.
Os sidhes, duendes irlandeses, descendem provavelmente de deuses antigos como Crom Cruaich (O Encurvado da Colina), cuja festa se celebra em 1 de agosto. De modo igual aos duendes, mora em velho túmulos funerários. Era no princípio uma deidade agrícola do Mundo Subterrâneo que governava a maturação das colheitas, da fertilidade e produção de leite do gado leiteiro. Com esse motivo, lhe faziam oferendas para que não se esgotasse o trigo e não ficassem sem leite. Tal como se fazia para os sidhes, lhe ofertavam leite e manteiga nos túmulos desses seres.
Celebre e honre os seres espirituais da natureza neste dia. Utilize o poder mágico deste dia para criar um desenho mágico de seus desejos e deixe-o ao pé de uma árvore frondosa.
MABON - HERFEST (HN-23/09;HS-21/03)
A Festa do Término da Colheita, no Hemisfério Norte, é celebrada no equinócio de outono e, na Grã-Bretanha e Irlanda, marca a coleta da maioria dos produtos da terra. A luz e a escuridão se acham equilibradas, sendo iguais as horas da noite e as do dia, porém, as trevas ganham terreno e o mesmo acontece ao estéril inverno.
Os duendes se interessam muito pela coleta do grão e estão sempre resolvidos a participar nos benefícios. Antigamente os camponeses realizam esforços especiais para aplacar os duendes malévolos com a finalidade de proteger seus cultivos. A época da colheita era carregada de tensões. Sempre existia a possibilidade de que o tempo arruinaria a tarefa, o trabalho era duro e aleatória a captura última do Espírito do Trigo. Esse espírito da vegetação deveria ser tratado com cuidado para se conseguir a garantia de um excelente resultado. Inclusive, no começo do século XX, os ceifadores observavam costumes que foram familiares no mundo antigo. O cereal era ceifado em círculos minguantes, retirando-se o Espírito do Trigo das espigas.
A introdução da colheita na casa era momento de grande alívio e motivo de celebrações. Se organizava uma festa em que todos os trabalhadores braçais disfrutaríam de comida e bebida em abundância e este banquete seria provavelmente o melhor que conheceriam em todo o ano. Portas e entradas da granja eram adornadas com ramos, espigas, flores e fitas e os arcos da casa eram colocados foices e ferramentas usadas na colheita.
Se dava a forma de um boneco ao último feixe colhido, que encarnava o Espírito do Trigo, e permaneceria guardado até o ano seguinte, quando ao arar o enterrariam para devolver à terra o ânimo da vegetação.
Como esse é o dia tradicional de agradecer pela colheita, deixe na porta de sua casa ou em um bosque ou jardim, oferendas de comida e bebida para os duendes, especialmente manteiga e leite. Eles apreciam também que lhes presenteiem com guirlandas de flores, danças especiais e belas canções. A noite de Mabon é uma boa oportunidade para pedir-lhes proteção, harmonia familiar e prosperidade. Não esqueça, que os duendes e as fadas sempre farão por ti o que estiver disposto a fazer por eles. O equilíbrio de dar e receber é o preço normal que temos que pagar, principalmente quando estamos trocando presentes com esses seres.
SAMHAIN (HN-31/10;HS-01/05)
A antiga festa celta, conhecida hoje como Halloween, é celebrada no final de outubro e começo de novembro. Esta é a noite em que os portais do Ouro Mundo são abertos e os espíritos podem comunicar-se com os homens. Também, as horas de luz estão diminuindo e os dias se tornam mais curtos. Fala-se em declínio das forças do crescimento e de resplendor e começa a ganhar ascendência os poderes das trevas e do frio.
Samhain era o Ano Novo Celta que assinalava o começo do inverno. Para os celtas, qualquer fronteira revestia uma importância mágica. Esses momentos e lugares eram perigosos: havia a possibilidade de que acidentalmente um penetra-se no País das Fadas através dessas localizações ou de que aspectos do Outro Mundo chegassem ao nosso. O instante em que uma estação dava lugar à outra era especialmente delicado, sobretudo em 1 de maio e Samhain, quando o Outro Mundo estava bem próximo.
Em Samhain, o gado do campo tinha que passar dos pastos estivais às terras baixas, mais seguras durante o inverno. Qualquer cabeça que não pudesse manter-se no inverno teria que ser sacrificada. Essa é uma das razões que chamava-se a Samhain de "A Festa dos Mortos". Alguns dos animais seriam ritualmente sacrificados para propiciar poderes ao inverno (como as oferendas irlandesas por Samhain aos Formorianos, deuses da ruína) e alimentar os espíritos dos mortos que estariam presentes à celebração.
Depois de Samhain, fantasmas, espíritos e trasgos malignos voltam á terra. Os seres benignos como a Fada-Deusa Danann e o duende irlandês Puck, desaparecem da vista até o retorno da primavera. Os duendes malévolos, como a Corte Maligna da Escócia, entram em grande atividade até a Páscoa florida, junto com as Cailleachs (Bruxas do Inverno) e Feiticeiras, que foram provavelmente Deusas Bruxas do Inverno dominavam a estação.
Depois de Samhain, o que não havia sido coletado passavam a pertencer as fadas e aos duendes. Na Irlanda, Halloween recebe o nome de "Noite de Fuka", que depois desta data torna incomestíveis as colheitas. Os grifos galeses se apossavam de toda as colheitas que ficassem nos campos.
Nas regiões celtas, o Halloween parece ter sido ainda, a grande época do ano para se prever o futuro. Todos os tipos de adivinhações eram postos em prática naquela noite. Lemos que Dathi, rei da Irlanda no século V, estando no monte dos Druidas (Cnoc-nan-druad), no condado de Sligo, durante a festa de Halloween, mandou que seu druida lhe previsse o futuro, entre aquele dia e o próximo ano. O druida passou a noite no alto de uma colina e, na manhã seguinte, fez a previsão ao rei que se tornou realidade.
No País de Gales a festa do Halloween era a mais estranha de todas as "Teir Nos Ysbrydion", ou "Três Noites dos Espíritos", quando o vento, "soprando sobre os pés dos cadáveres", levava suspiros às casas dos que deviam morrer naquele ano. Acreditava-se que, se, naquela noite, alguém saísse até uma encruzilhada e escutasse o vento, ficaria sabendo das coisas mais importantes que deveriam acontecer nos próximos doze meses.
Essa é a época em que o véu entre os dois mundos, o das fadas e o nosso, está mais fino, fazendo com que seja mais fácil nos conectar e trabalhar com elas para fazer magia.
YULE - SOLSTÍCIO DO INVERNO (HN-21/12; HS-21/06)
O solstício de inverno no Hemisfério Norte é perto de 21 de dezembro. Essa é a noite mais longa do ano e seu dia o mais breve, quando na opinião dos antigos se afirma os poderes das trevas. Se acendia fogueiras como um recurso mágico para estimular o sol a "renascer".
Papai Noel ou Santa Claus é um duende especial que só aparece nesta noite. É possível que ele represente uma evolução do deus escandinavo/germânico Odin ou Wotan, que cavalgava durante o solstício do inverno vestindo a pele ensangüentada arrancada de um animal para castigar os malvados e premiar os bons. Parece provável que se introduziu no folclore inglês, e cabe reconhecê-lo no personagem que aparece como mestre de cerimônias nas representações de carinho e ternura e como o Rei do Natal. Na Alemanha se transformou em Schrimmerlreiter (Cavaleiro do Cavalo Branco). Penetrou nos Estados Unidos com o holandês Sante Klaas, adaptado ao inglês como Santa Claus. Entre duendes similares que outorgam presentes figuram o islandês Jola Sveinar, o danês Julenisse e o sueco Jultomte.
Vários duendes destroem o fio deixado na roca no solstício de inverno ou Dia de Natal. Essa circunstância tinha sua origem no fato de que muitos deuses e deusas do sol estavam associados com a roca solar, que permanece quieta no solstício (a palavra procede do latim solstitíu, "o sol quieto"). Nesse tempo ficavam proibidas todas as tarefas de fiar e tecer. Já os laponeses vedavam o giro de qualquer tipo de roda.
Nessa noite ofereça às fadas, duendes e gnomos biscoitos de gengibre e leite. Esse Sabbath assinala o início do ciclo da vida e oferece um momento para repensarmos sobre nosso passado e presente, para que possamos seguir em frente em busca de um futuro melhor.