quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Falando da Lua e do Sagrado Feminino


Desde tempos remotos há um elo entre a Lua, a fertilidade e os nascimentos, bem como entre os ciclos menstruais das mulheres e os ciclos da lua. Devido a essa ligação e sintonia, durante milênios as mulheres foram sacerdotisas, curandeiras, profetisas, guardadoras dos calendários e conselheiras sobre quais datas eram propícias aos rituais, às cerimônias, aos plantios, às colheitas e às caçadas. Os ciclos lunares eram a maneira natural e fácil de marcar a passagem do tempo. O padrão rítmico da Lua formou a semana de sete dias e o mês lunar de vinte e oito dias, equivalente ao ciclo menstrual da mulher. Um mês durava de uma lua nova até a seguinte, cada quarto durava uma semana e treze lunações formavam um ano. O ser humano vivia em sintonia com a natureza, respeitando seus ciclos e aprendendo com eles. Perdemos muito com a absorção do calendário gregoriano, nosso atual calendário. Saímos da sincronicidade que tínhamos com a Terra.

As limitações impostas pela cultura patriarcal judaica reduziram muito a simbologia feminina no cristianismo. Mesmo assim, alguns antigos mistérios sobreviveram ocultos em imagens, símbolos e dogmas cristãos. O Vaticano, por exemplo, foi construído sobre um antigo santuário da Deusa; a Igreja Católica é chamada de Santa Madre Igreja, por que será?! O mês de maio, antigamente consagrado às deusas Maia e Vesta, tornou-se o mês de Maria; a pomba é um antigo símbolo da Magna Dea, a Grande Mãe e mesmo Maria é chamada de Nossa Lua, Lua Espiritual, Lua Perfeita e Eterna, entre outros nomes. Os gnósticos acreditam que o Espírito Santo é o Espírito Feminino e que a verdadeira trindade é Pai / Mãe / Filho, como as próprias leis da natureza o demonstram.
Durante séculos, a sociedade patriarcal e as religiões fundamentalistas negaram as qualidades e a sabedoria do Sagrado Feminino. Mas ignorar sua existência não significou anulá-la. A atualidade está presenciando o ressurgimento da antiga sabedoria.
Por meio de estudos, pesquisas e técnicas psicológicas, foram “(re)descobertos” os segredos da psiquê humana, ensinados antigamente nas escola de mistérios e nos santuários de várias religiões. Pelo trabalho pioneiro e ousado de Carl Jung, foram encontradas explicações racionais sobre a complexa natureza emocional e os arquétipos humanos, comprovando os antigos mitos e lendas.
Os raios prateados da Lua estão iluminando os porões do Inconsciente Coletivo, prenunciando o surgimento de uma nova consciência. Revertendo a situação que a sociedade patriarcal criou, que mutilou o feminino e aprisionou nossas consciências levando a humanidade onde se encontra hoje. O antídoto contra as conseqüências nefastas do domínio da mentalidade patriarcal é o realinhamento com o Divino Feminino.
Homens e mulheres, busquem conectarem-se com a energia da Grande Mãe, de Maria, de Gaia, de Pachamama, Lua, Terra, Shakti, Kundalini, como quiserem chamá-la, essa energia vital que nos trará consciência ecológica, fraternal, global e Universal.