terça-feira, 12 de junho de 2018

Práticas de reconexão com o feminino sagrado



Diversos vestígios históricos apontam que nas origens da humanidade a consciência do tempo era marcada através do calendário lunar. As 13 lunações e suas fases, já eram conhecidas por sua influência nos ritmos das águas e da terra; do fluxo e refluxo dos mares aos ciclos de plantação e colheita.

Não é de se estranhar que para a maioria desses povos, a lua esteve ligada a atributos femininos, afinal, tanto a fertilidade quando a menstruação, este poder de vida, morte e vida, criação e renovação cíclico presente nas mulheres, era percebido e reverenciado como o elo orgânico e sagrado entre a natureza feminina profunda e a lunar.
Essa conexão fundamental tem sido, embora muitas mulheres não mais as percebam nos dias de hoje, o fio invisível da ancestralidade feminina até os nossos dias. Menosprezá-la ou ignorá-la tem sido um dos principais motivos pelos quais tantas mulheres têm uma relação tão negativa e dolorosa com seus próprios ciclos naturais. Perderam-se, pelos anos de patriarcado, grande parte dos ensinamentos e da sabedoria que deveriam ser transmitidos entre mães e filhas a respeito desta experiência tão importante para qualquer mulher: a história da sua própria maturação sexual e psicológica contada através das fases da lua.
Em tempos onde os valores femininos estão se re-significando e assumindo uma grande importância na construção de nova cultura planetária, abre-se uma grande oportunidade de cura, não apenas para as mulheres, mas também na relação com a natureza e a sociedade.
Práticas diversas de re-conexão com o sagrado feminino, como as meditações lunares, são maneiras muito simples de se restabelecer a harmonia com as águas do ventre e sua natureza emocional, energeticamente vinculado ao chakra svadhistana (umbilical), o centro gerador da emotividade e do desejo, ligado a nossa capacidade de dar e receber afeto.

Marcela Zaroni

Texto republicado do blog “Êxtase da Deusa”, um projeto que mantive entre 2006 e 2012