quinta-feira, 28 de junho de 2018

A sabedoria oculta do nosso útero


No nosso interior há uma força invisível, uma energia que nos balanceia, nos acompanha, nos convida a dançar, a mover e, acima de tudo, a conhecer partes de nós que descansam escondidas … O CICLO MENSTRUAL.
Muitas mulheres morrerão sem saber que têm um Tesouro, uma maravilha que lhes dá poderes e muita sabedoria sobre si mesmas e sobre o mundo à sua volta.
Vivem cegamente, evitando saber, esquecendo-se de conhecer.

… E vão dando encontrões e mais encontrões, contra si, contra o mundo, contra os seus parceiros, os seus trabalhos, algo está errado com elas. Porquê eu? Perguntam-se …
Como uma borboleta que quer sair do seu casulo, chegou o momento de conhecer a nossa natureza feminina e viver a nossa vida cíclica, uma vida conectada com as antigas forças da natureza, do nosso corpo e do mundo.

A DANÇA DO CICLO MENSTRUAL

A fase pré-ovulatório, A PRIMAVERA.
Eu sou pura energia e vitalidade!
Sinto-me renovada, com vontade de fazer mil coisas,
direta, determinada, extrovertida, …
Como uma planta que germina em busca do sol,
cheia de força, eu posso, eu SOU!
A fase ovulatória, O VERÃO.
Sinto-me completa, fértil, tranquila, empática.
Gosto de compartilhar o que eu sou e o que eu tenho.
Como uma macieira entrega as suas frutas
Eu entrego-me à vida.
A fase pré-menstrual, O OUTONO.
Sinto-me sensível, é hora do recolhimento,
ir lentamente até ao meu interior, à minha gruta.
Reflito sobre mim mesma, sobre a vida, sobre o mundo.
Começo a ver o que está oculto, o que não se vê.
Agora eu vejo com os olhos do útero
e posso conhecer a escuridão.
A fase menstrual, O INVERNO.
Estou tranquila, em paz, serena.
Respeito a minha energia baixa e descanso.
Sonho, conecto-me com o mais profundo do meu ser.
Como uma semente, como uma estrela,
a pulsar lentamente e a brilhar internamente.
Existo apenas para mim, só para mim, só para mim.
E este é apenas o começo, há mais, muito mais para saber sobre cada fase menstrual e desta dança ancestral feminina… recorda… escuta… para e sente…
Nós, mulheres necessitamos de recordar, necessitamos de viver em sintonia com a nossa natureza cíclica e compartilhá-lo, com outras mulheres, com as nossas filhas, com os nossos parceiros, com todo o mundo. As mulheres somos a metade do mundo ou mais e já é tempo de que se respeitem as nossas mudanças, os nossos ciclos e que se reconheçam e valorizem os nossos dons.
"Que corra o sangue!
Somente dos nossos úteros,
apenas uma vez por mês,
placidamente em direção ao chão, criando raízes,
atingindo o centro da terra,
para me conectar,
para me renovar.
Passa a palavra!"
Carla Trepat