terça-feira, 19 de abril de 2016

Bruxas



Certo dia me chamaram de Bruxa, pensaram que iriam me ofender, mas eu sorri e agradeci cordialmente. Ora, mas porque isso poderia ser uma ofensa?
A palavra bruxa, que é de origem milenar tem diversas significações e algumas delas traduzidas para nossa língua são: brilhante, fogo, mulher sábia ou pessoa que cultua a Deusa-Mãe.
Bruxas eram aquelas mulheres que decidiam o que fariam de suas vidas, que valorizavam seu corpo, não com a repressão que dizem sobre a valorização atualmente, mas na do poder sagrado em que a natureza se manifestava em todos os seus ciclos.
Mulheres que curavam seus agouros por meio da sabedoria das florestas, que identificavam seus remédios pelas folhas das plantas e pelas pétalas mais singelas. Estimulavam por suas pequenas porções o desejo, a alegria e as sensações mais diferentes que alguém poderia sentir. Eram feiticeiras do próprio destino!
Pela irmã Lua e as estrelas, cantavam pela proteção, pela vida. Aquelas mulheres que amavam receber e dar muito prazer, tinhas seus corpos livres para o amor e se decidissem também para a reprodução. A vida não era uma obrigação, mas um poder em que a Deusa manifestava em suas filhas.
Essas mulheres tinham o fogo incessante dentro do peito. Cumpriam suas promessas, honravam cada palavra a que pronunciassem. Seus olhos sempre brilhavam, pois guardavam nele o poder do irmão Sol. Olhos de esperança e sinceridade.
Cantavam a luz da Lua, contavam para as estrelas todos os seus segredos. E se fechassem os olhos com força, seus pedidos eram atendidos. O universo sempre conspirava a favor, as mulheres sábias sempre pensavam positivamente e nunca deixavam de lutar pelo o que queriam.
A natureza, sua mãe, sua Deusa, dava-lhes o poder de escolherem a felicidade. Em gratidão a todo amor disseminado, jamais condenava. Sua história, suas sementes essa será sua colheita, a Deusa só retribuía.
Liberdade distingue uma mulher bruxa, uma mulher forte, uma mulher que ama a vida, ama seu corpo e alimenta seu espírito.
Imortais para natureza, pois quando se morre... não se evapora, mas continua parte da terra, água e de outros seres vivos. Sua carne, seu sangue e sua alma são parte deste ciclo, que se renova em todas as estações do ano.
Eu escolho meu destino, eu escolho pelo meu corpo, escolho pela minha vida. Posso ser brilhante, posso queimar como o fogo. Sou sábia de mim mesma. Sem prisões.
 
Firewind