terça-feira, 19 de março de 2013

Chegou o Outono...



 
A Roda do Ano gira eternamente... e o calendário Wiccan marca o espírito das estações, em cada um das festividades pagãs que constituem os Sabbats Wiccan.
Mabon, que acontece entre 21 março no hemisfério Sul, 21 de Setembro no hemisfério norte. É o segundo festival das Colheitas, em que se celebra a abundância e a oportunidade de reconhecer e agradecer as preciosas oferendas da Natureza.
Estes festivais pagãos são momentos simbólicos de alinhamento com o poder da Natureza. No caso de Mabon, a inspiração que se recebe do Equinócio de Outono, em que dia e noite têm a mesma duração, é a de recuperar também o equilíbrio dentro da pessoa e nos seus principais projetos de vida.
Aceitar e honrar a nossa história pessoal e ver à nossa frente a porta que se abre para crescer.
Quer tenhamos bem a consciência disso ou não, todos somos feitos de ciclos e todos precisamos de rituais... Quanto melhor nos conhecermos a nós próprios, mais naturalmente podemos encontrar nestes momentos, uma lição e uma inspiração que são sempre pessoais.
O essencial é, em cada um destes momentos, sabermos ainda e sempre, observar a Natureza, a forma como muda, a forma como sempre retorna, entender os seus ciclos e reconhecer que também eles existem e devem ser celebrados dentro de nós. Porque também nós somos - Natureza.
 
Outono e a Colheita Interior
 
A alma redime e transfigura tudo porque é espaço divino. Quando você habita plenamente sua solidão e experimenta seus isolamentos extremos e abandono, descobre que em seu centro não há abandono nem vazio, só intimidade e refúgio. Na solidão você se encontra mais próximo da comunhão e da afinidade que em sua vida social ou na multidão. Nesse nível, a memória é a grande amiga da solidão. Quando se envelhece, começa a colheita da memória. Sua personalidade, crenças e função são na realidade uma técnica ou uma estratégia, para atravessar a rotina diária. Quando se está livre de seus próprios medos, e quando se desperta durante a noite, se pode aflorar o conhecimento verdadeiro. Se pode intuir o equilíbrio secreto da alma. Quando se percorre a distância interior até o divino, a distância interior desaparece. Paradoxalmente, a confiança em sua comunhão interior altera drasticamente sua comunhão exterior. Não encontrar comunhão em sua solidão equivale a ter sua esperança exterior permanentemente sedenta e desesperada. No outono de sua vida se colhe sua experiência. É um belo pano de fundo para compreender o envelhecimento. Não é simplesmente um processo no qual seu corpo perde sua postura, força e confiança em si mesmo. Ele também te convida a adquirir consciência do círculo sagrado que envolve sua vida. Dentro do círculo da colheita se pode recorrer á momentos e vivências passadas e reuní-las em seu coração. Na realidade, se aprende a conceber o envelhecimento, não como a morte do corpo, mas como a colheita de sua alma, e verá que este pode ser um tempo de grande força, segurança e confiança. Ao compreender a colheita de sua alma no marco do ciclo sazonal, tem-se uma sensação de serena alegria pela chegada desta época em sua vida. Este momento deve dar-te forças e permitir que te alerte como se revelará a comunhão profunda do mundo de sua alma. O corpo envelhece, se debilita e enferma, mas a alma que o rodeia sempre o protege com grande ternura. É um grande consolo saber que o corpo se encontra dentro da alma.