segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O Mito da Criação



“No momento infinito antes de tudo, Sozinha, Deslumbrante, Completa em si mesma, A Deusa, Aquela Cujo Nome Não Pode ser Dão, flutuou no abismo da escuridão exterior, antes do começo de todas as coisas.
Ela olhou o espelho curvo do espaço negro, e se viu por intermédio de sua própria luz de radiante reflexão, e apaixonou-se por si mesma.
Ela concretizou a imagem pelo poder de suas mãos e fez amor consigo mesma, e A chamou Miria, a Magnífica.  Seu êxtase se fez na Canção que gerou todas as coisas que são, foram ou serão.  E com o som veio o movimento, ondas que geraram e se tornaram toda as esferas e círculos do mundo.
A Deusa se tornou plena de Amor, cheia de amor, e deu à luz uma chuva de espíritos brilhantes que se tomaram todos os seres.
Mas nesse grande movimento, Miria afastou-se, e foi separada da Deusa, tomando-se mais masculina.  Primeiro ela se tornou o Deus Azul, o gentil e risonho Deus do Amor.  Então ela se tornou o Deus Verde, coberto de vinhas, enraizado na terra, o espírito de todas as coisas que crescem.  Por último, ela se tomou o Deus de Chifres, o Caçador, cuja face é o sol escaldante e , apesar disso, negro como a morte.
Mas o desejo sempre o faz retomar para A Deusa, assim ele a busca eternamente na dança espiral, procurando retomar em Amor.
Tudo começou em Amor, tudo busca retomar em Amor.  O Amor é a Lei, o Professor da Sabedoria e o Grande Revelador dos Mistérios.”

(Da Faery Tradition, citado por Starhawk/ Tradução Mavesper Ceridwen)