sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Magia de Amor com o Senhor dos Ventos



O “sino dos ventos” ou “senhor dos ventos” é usado para melhorar a energia do local, por meio do vento.
O ar é uma força vital e quando ele entra e sai dos tubos, espalha as boas vibrações.
Mas as energias não se renovam somente devido ao ar, pois o som gerado pelos tubos interage com a nossa energia pessoal e nos ajuda a acalmar o nosso espírito.
E você pode utilizar o seu Sino dos Ventos para benefício do Amor.
Veja como;

Magia do Sino do Amor

Pendure em seu sino, com um belo anel que você gosta, e em uma janela que permaneça aberta boa parte do dia, pela qual sopre o vento.
Quando o vento soprar e o sino tocar, você diz:

” Pequeno sino de amor,
Eu pendurei meu anel
Para o Senhor do Vento,
E murmure para ele,
Meu desejo de Amor…
Pequeno sino de amor,
Proclame meu amor em sua brisa,
E gentilmente me traga,
O amor de minha vida!”

A cada badalar do sino, ele estará murmurando seu desejo de amor.
Deixe seu anel pendurado no Senhor dos Ventos o quanto achar necessário.
Você pode fazer esta magia para encontrar seu amor, ou modificar poucas palavras para poder melhorar seu relacionamento atual.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fazendo uma Coleira de Bruxa (Witch’s Ladder)



As penas sempre foram utilizadas em inúmeros propósitos mágicos, e talvez o mais famoso encantamento feito com elas seja a Coleira de Bruxa (Witch’s Ladder). Três fios de diferentes cores são trançados juntos – as cores dependem do propósito da Coleira de Bruxa – e nove penas, nas cores associadas ao seu desejo, são amarradas ao longo do fio entrelaçado. Ao final da confecção, una as pontas dos fios.

Use:
- Branco: para equilíbrio, proteção, paz e as bênçãos da Lua.
- Vermelho: para coragem, vigor, dinamismo, garra, conquista de algo muito difícil.
- Azul: harmonia familiar e poderes psíquicos.
- Amarelo: saúde, inteligência, sorte nas vendas
- Verde: prosperidade, proteção, abundância.
- Laranja: sucesso.
- Rosa: amor.
- Marrom: conquistas materiais.
- Preto: proteção, afastamento da negatividade, neutralização de feitiços.

Durante toda a confecção da Coleira de Bruxa, mentalize o seu desejo e peça aos Deuses o auxílio necessário para alcançá-los.

Pendure a sua Coleira de Bruxa na janela do seu quarto. Quanto mais o vento soprá-la, mais o seu desejo estará próximo de tornar-se realidade.

Ponche de Frutas para LITHA



Ingredientes:

1 espumante gelado
1 litro de refrigerante de limão gelado
1/2 litro de vodka
1 abacaxi
5 maçãs
1 cacho de uva
3 laranjas
2 kiwi
1/2 lata de pêssego em calda
10 pedrinhas de gelo

Modo de preparo:

Corte as frutas em pedacinhos e leve para gelar
Coloque as frutas em uma jarra, o refrigerante, o espumante, a vodka e o gelo.
Para enfeitar corte morangos ou kiwi

Pão de Litha

















Pão de Litha ou Pão de Grãos

Ingredientes

- 2 xícaras (chá) de farinha de trigo integral 
- 2 xícaras (chá) de farinha de trigo 
- 1 xícara (chá) de trigo em grão 
- ½ xícara (chá) de farelo de trigo 
- 2 colheres (sopa) de mel 
- 1 xícara (chá) de açúcar mascavo 
- 3 ovos 
- 1 xícara (chá) de leite morno 
- 3 colheres (sopa) de margarina 
- 50g de fermento para pão 
- ½ xícara (chá) de castanha de caju 
- ½ xícara (chá) de aveia em flocos

Preparo:

Comece colocando o trigo, o leite, os ovos e o fermento numa vasilha funda. Misture tudo com uma colher de pau e bata até obter uma mistura homogênea. Cubra com um pano e deixe descansar até dobrar de tamanho.

Em seguida, misture os demais ingredientes e sove delicadamente até a massa desgrudar das mãos. Fique atento ao tempo, pois a sova não deve ultrapassar os 15 minutos e é preciso sentir a densidade da massa. Cubra com um pano e deixe descansar até dobrar de tamanho.

Depois do descanso, separe em partes e use o rolo para abrir a massa. 
Você pode fazer bolinhas ou enrolar em formato de pão. Seja qual for o formato escolhido por você. Pincele a massa com margarina antes de fechá-la.

Obs. Como é uma massa muito pesada, a margarina ajuda a deixar mais macia.

Unte formas de acordo com o formato escolhido por você. Cubra e deixe crescer até a forma ficar mais leve. ( A massa quando trabalhada ganha peso e ao crescer fica mais leve, acho que o que vale aqui é a sensibilidade de quem está fazendo a massa).

Leve ao forno pré aquecido e deixe assar até dourar a parte de cima da massa.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ritual de Litha


  
Itens necessários:

- O Caldeirão com água ou vazio (depende de sua necessidade)
- Um saquinho de papel ou cartolina nas cores verde, dourado ou azul
- Uma vela vermelha
- Incenso de tomilho, verbena, alecrim, ou benjoim
- Sal grosso
- Frutas, verduras da época e vinho tinto, sidra, e chá de valeriana
- Ervas: artemísia, verbena, camomila, lavanda, hera, samambaias,
- Flores: rosas, margaridas e cravos
- A Varinha Mágica
- O necessário para acender uma fogueira


Os que tiverem a possibilidade acenderão uma pequena fogueira no quadrante Sul de seu pátio jardim ou no espaço que escolheram para esta finalidade.

Também devemos levar o nosso Caldeirão com água (representando as chuvas que chegam com o verão) e colocá-lo no lado Oeste do lugar; no Este acenderemos algum incenso de tomilho, verbena, alecrim, ou benjoim, e por último no Norte colocaremos uma pequena terrina contendo sal grosso.

No centro do lugar faremos um pequeno Altar, podendo ser simplesmente um pano no chão ou algo mais elaborado como uma mezinha; nele colocaremos frutas y verduras da época, alguma das bebidas citadas na lista acima e qualquer uma das seguinte ervas: artemísia, verbena, camomila, lavanda, hera, samambaias, e podemos adorná-lo com rosas, margaridas e cravos.

Quando tivermos tudo isto pronto e com a fogueira ainda apagada, acendemos a vela vermelha, e parados ao lado do Altar e de frente para o Leste, fecharemos os olhos e diremos:

Grande Deusa,
Mãe da Mãe da Mãe de Minha Mãe,
Origem das Linhagens Sagradas,
Peço que testemunhes esta celebração!


Depois apontaremos a varinha para o Leste e com os olhos fechados começaremos a traçar um círculo imaginário de energia dourada na altura do horizonte, em sentido anti-horário e diremos:

“Este lugar e eu estamos rodeados e protegidos pelo Círculo Sagrado do Amor Eterno”

Deixando a varinha no altar começaremos a colocar no saquinho feito de papel as ervas que tivermos; se conseguir um pouco de cada uma melhor, caso contrário coloque as que conseguir.

Enquanto o fazemos devemos imaginar que estamos colocando junto com as ervas no saquinho os nossos problemas, as nossas dores, doenças e pesares; quando terminarmos ataremos a bolsa com uma fita vermelha e o deixaremos no Altar.

A seguir de pé diante o Altar e voltados para o Norte, levantaremos os braços e diremos:

“Agradeço nesta hora sagrada à Deusa e ao Deus pela riqueza e pela Vida!
Peço que terminem aqui todos os pesares e os problemas!”

Agora pegue o Caldeirão e caminhe ou dance ao redor do círculo de proteção que foi traçado no inicio em sentido anti-horário, jogando água para cima com a mão direita, simulando a chuva; enquanto o faz diga:

“Assim como sei que o Sol é necessário para que a Vida possa existir, também sei que sem a chuva a terra não seria nutrida para que nos dê os seus frutos!”

Deixe o Caldeirão no Oeste novamente e volte agora ao Altar; pegue novamente a varinha mágica e diga:

“Este ritual é minha celebração do verão,
Eu a saúdo Grande Deusa e ao seu consorte o Deus!
Sinto como toda a natureza vibra com a energia de ambos,
E como a terra está sendo abençoada
Com o calor da Vida!

Este é o tempo de esquecer os problemas
E as preocupações,
Este é um tempo de purificações!

Sol ardente, peço agora que em teu Grande Poder
seja queimado tudo aquilo que é inútil, ruim e daninho
Peço ser Purificada/o!”



Deixamos a varinha no Altar, acendemos a fogueira, e a seguir queimaremos nela o saquinho com as ervas.

Se você faz a celebração dentro de casa, ou num lugar fechado por causa do mau tempo ou outra razão qualquer, não poderá fazer a parte que simula a chuva, então neste caso coloque a vela vermelha dentro do Caldeirão, e deverá queimá-lo na chama da vela vermelha, deixando-o terminar de queimar dentro dele.

Diga as mesmas coisas como se tivesse acendido a fogueira.

Sinta e imagine que com o saquinho se desvanecem todos os seus problemas, e tenha a certeza de que de alguma forma a solução deles chegará logo para você.

Depois de alguns momentos diga:

“Grande Deusa, Grande Consorte da Deusa!
Peço que a través da magia da noite de Litha
Abençoe-me minha vida com as boas coisas da Vida.
E faça de mim um canal pelo qual
As suas dádivas sejam distribuídas a toda a Humanidade
E ao Planeta como um todo!

Que assim seja!

Agora pode sentar-se e desfrutar dos alimentos e bebidas que estão no seu altar; obviamente este ritual pode ser feito com mais pessoas, ou você fazê-lo sozinha/o dentro do circulo e depois de terminar abrir o circulo e convidar as pessoas para acompanhar você no banquete.

Para abrir o circulo aponte a varinha para ele no ponto Leste e absorva a energia para o seu corpo através dela, enquanto gira por todos os pontos cardeais retornando ao Leste.

Se sobraram ervas presenteie-as aos presentes ou aos amigos e pessoas da família pois estarão abençoadas.

Com as flores pode enfeitar sua casa ou dá-las de presente como as ervas, ou seja distribua tudo o que sobrar mas guarde alguma coisa para você.

Como esta época é para compartilhar, podemos juntar roupas e coisa que não usaremos mais e doá-las para quem delas necessitar; os que celebram o Natal,

podem levar um pouco desta celebração para essa comemoração, convidando aqueles que estarão com você nessa data para fazerem um “bazar do desapego” na noite do 24, e depois fazerem as vezes se Papai Noel e sair a distribuir esses presentes no dia 25.

Lembrem também que esta data é excelente para aqueles que desejam fazer a sua Dedicação!

E finalmente, não esqueça de deixar o lugar limpo e em ordem, da mesma forma como o encontrou.

A Mãe Natureza agradece!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Morangos + Creme chantilly = Papai Noel!



- 250g de morangos
- Lata de creme ou chantilly e um saco de confeitar (o que você preferir)
- Algumas sementes de gergelim ou gotas Chocolate para decoração.

Lavar e remover o topo verde dos morangos, certificando-se o fundo é agradável e plana para se sustentar.

Corte as pontas fora, então cada pé em sua extremidade plana aplicar um jato pequeno de creme, coloque a ponta em cima do creme e em seguida, aplique uma pequena quantidade para a parte superior para a Pom Pom em chapéu de Santa.

Use três sementes de gergelim ou gotas chocolate para os seus olhos e boca.
Lá você tem um prato cheio de morango do Papai Noel. Divirta-se! 
E com as uvas você faz os bonecos de neve!


Ritual de Yule – Solstício de Inverno




Purificação pessoal e do ambiente; concentração e centralização.
Esta é a noite do solstício, a noite mais comprida do ano. Agora, a escuridão triunfa: no entanto, recua e transforma-se em luz. O fôlego da natureza está em suspenso: todos aguardam, en¬quanto dentro do caldeirão o rei da escuridão é transformado em criança da luz. Aguardamos a chegada do amanhecer, quando a Grande Mãe dará à luz novamente a divina Criança do Sol, que é o portador da esperança e a promessa de verão. Esta é a quietude atrás do movimento, quando o próprio tempo para; o centro que também é a circunferência de tudo. Estamos todos acordados na noite. Giramos a roda para que ela traga a luz. Invocamos o sol do ventre da noite. Abençoados sejam!

Vamos traçar o Círculo Mágico:
“Que este círculo seja o local de encontro do amor, da alegria, da paz e da verdade; um abrigo contra o mal; uma fronteira entre o mundo dos homens e o domínio dos Poderosos. Que ele preserve e contenha o poder que elevaremos em seu interior, pelo que o abençoo e consagro em nome da Mãe Invernal e da Criança da Promessa!”

Procedamos com a invocação dos cinco elementos [posições de cada elemento].
Salve, guardiões das torres do leste, poderes do Ar:
Soprem a fadiga para longe, encham nossos pulmões.
Ajudem-nos a trazer o frescor para nossas vidas.
Que hajam céus claros, mentes claras
Para que possamos enxergar nosso caminho.
Permitam que nossas palavras criem um espaço seguro.
Sejam os Silfos bem-vindos a este Círculo.
Abençoados sejam.

Salve, guardiões das torres de observação do sul, poderes do Fogo:
Penetrem em nossos corações, aqueçam-nos
Ajudem-nos a sair da hibernação, do isolamento
Para nos saudarmos uns aos outros
Deixem que a paixão ilumine nosso direito inato
Enquanto lutamos contra a injustiça.
Permitam que as nossas emoções saiam
De todos os seus esconderijos
Sejam as Salamandras bem vindas a este Círculo.
Abençoados sejam.

Salve, guardiões das torres de observação oeste, poderes da Água:
Chovam sobre nós, saciem nossa sede.
Ajudem-nos a lembrar do oceano que é o útero de onde viemos.
Que todos agora estejamos unidos.
Permita que nossos humores fluam
Até que todos sejam um.
Deem fim à seca da separação
Sejam as Ondinas bem vindas a este Círculo.
Abençoados sejam.


Salve, guardiões das torres de observação do norte, poderes da Terra:
Fortaleçam nossas decisões, mantenham-nos centrados.
Ajudem-nos aqui, agora.
Permitam que nossos corpos sejam fortes
Para que nos amemos uns aos outros.
Deixem passar o atordoamento do cotidiano,
E todos nos encontraremos unidos em um só planeta.
Por causa de nossas lutas e magia
Que um círculo maior seja organizado
De amor e harmonia social.
Sejam os Gnomos bem vindos a este Círculo.
Abençoados sejam.

Salve, Presença Oculta, Guardiões atemporais do Espaço, Poderes do Espírito:
Acendam nossa Centelha Divina, purifiquem nosso Ser
Ajudem-nos a sermos verdadeiros e sinceros
Para que o Amor e a Confiança perfeitos sejam a Lei
Permitam que nossa União gere força e poder
Elevando o Cone entre Mundos
Alcançando o êxtase dos Deuses.
Abençoados sejam.

Vamos agora invocar os Deuses. [Acender a vela verde para a Deusa e a amarela para o Deus.]

INVOCAÇÃO À DEUSA

“Nós te invocamos
Senhora luminosa de Branco,
monte extenso e vale com flocos cadentes
como inverno, lança sobre nós
um feitiço de neve cintilante!
Nós te invocamos,
gelo encantador,
Deusa estrela do norte;
Tuas roupas geadas
brilhando na escuridão do inverno,
Em tua guarda dos portais gelados,
os portais de mistérios polares.
Nós te invocamos,
Rainha cristalina,
Velha geada que caminha
na estação de bosques estéreis
e terra desnuda
Abre o céu cinzento escondido,
Nós te invocamos
para que estejas aqui conosco!”

INVOCAÇÃO AO DEUS

“Nós te invocamos,
Antigo caçador e vítima
das caçadas do inverno;
Tu que és o doador da carne
para que preserves em amor nossas vidas,
No passado, aceitamos teu sacrifício.
Nós te invocamos,
Veado do Solstício, forma inconstante,
Seguimos tuas pegadas pela neve
até os portões que tu guardas para o Invisível.
Floresta fantasma, inverno reinando,
estejas aqui entre nós
assim como nós celebramos
este momento da Roda Solar!
A Criança da Promessa emerge do útero da noite,
iniciamos este Sabá para em tua presença, comemorar!”

Todos sentados, comecem o cântico antifônico.
Todos:             Morrer e renascer,
A roda vai girando,
O que se deve relegar à noite?

Membro do círculo — Medo.
Todos:             O medo é relegado à noite.
O medo é relegado à noite.
Morrer e renascer,

A roda vai girando,
O que se deve relegar à noite?

Prossegue-se inserindo linhas e repetindo-as até que a ener­gia esmoreça.
O facilitador pega uma tigela com sal e inicia uma lenta procissão em espiral pelo círculo, seguido dos demais membros, que sussurram:

—A luz nasceu,
    E a luz morreu.

Enquanto outro membro sussurra:

—Tudo Passa
    Tudo se extingue

Quando voltarem ao lugar de origem, o facilitador passa e coloca uma pitada de sal na língua de cada membro, dizendo: —    Meu corpo é sal,
Prove o hálito da morte.
            E durma o sono dos que aguardam o renascimento.

Nesse momento, os membros do círculo devem deitar (se possível) e entrar em transe, ficando em suspensão antes do nascimento. [Meditar sobre os ciclos vitais, onde a morte é seguida de renascimento. Concentrar-se nos aspectos interiores que devem morrer, para que novos brotos nasçam. Explorar o mito do renascimento do Deus Agonizante como Criança da Promessa.]
— Acordem recém-nascidos! Vida nova desperta, o Sol desponta no Leste!
Após todos acordarem, o(a) facilitador(a) lambuza a língua de cada um com mel, dizendo:
—Prove a doçura da vida.
Um membro do círculo lê:

Rainha do sol! Rainha da lua! Rainha dos chifres! Rainha dos fogos!
Traga até nós a Criança da Promessa!
É a Grande Mãe
Que a ele dá à luz,
É o senhor da vida,
Que renasceu!
Escuridão e lágrima
São abandonados,
Quando o sol se levanta novamente!
Sol dourado,
Das montanhas e dos campos, 
Ilumine a terra! Ilumine os céus! Ilumine as águas! Ilumine os fogos!

Outro membro lê:

Glória ao Sol
“Deixe-nos dar glórias
a Ele, que é o primeiro nascido,
o Sol, criança celestial,
ardendo em chamas,
aquecendo as florestas,
com o amanhecer do Solstício!
Sol de retidão!
Sol invencível!
Salvador solar!
Renascido do útero de noite invernal
para que tragas a arte e a luz
ao mundo em escuridão!
Tua majestade brilha
a mesma luz a todas as nações,
Tu és a luminosa verdade que renasce,
e o esplendor do manifesto do Sagrado.
Chama consagrada do Céu,
Tu és a arte e a luz vivente,
fonte de inspiração
de todos os homens na Terra.
- Se houver, fogo e velas (vermelha) são acesos: “Acendo a chama brilhante do Sol!”.
Um cântico de poder e celebração deve ser desenvolvido para elevar o poder. Repitam: “Io Evoé! Io Evoé! Viva o Sol Renascido, salve a Criança da Promessa!”
Vamos restaurar a nossa energia com o compartilhamento de alimento e bebida, mas antes devemos abençoá-los através do Grande Rito.

A “facilitadora” segura o cálice e o “facilitador” empunha o athame.
Ele diz: “O athame está para o masculino...”
Ela: “Assim como o cálice está para o feminino.”
Ambos: “Juntos eles são completos: Sol e Lua, Deus e Deusa, Dia e Noite, Céu e Mar, Homem e Mulher... Não há maior poder no mundo do que a união do amor. Abençoada seja! Bendita seja sua força oh Deus que dá a vida, pois sagrado é o seu poder. Que a Terra seja gratificada através de sua união com a Deusa dos campos e bosques. Abençoada seja Tu criador celeste”.

Em seguida, ele corta o alimento com o athame ou faca consagrada dizendo:

“A semente da vida é despertada
Pelo calor do desejo do Sol.
Assim somos alimentados.
Que você nunca tenha fome!”

Ela abençoa a bebida dizendo:
“Da água toda a vida vem;
Para a água retornaremos.
Água compartilhada é vida compartilhada.
Que você nunca tenha sede!”

Compartilham-se impressões que se teve durante o ritual. Em seguida, o(a) facilitador(a) diz:

O Deus da escuridão cruzou o portal,
Ele renasceu através da Mãe,
Com Ele renascemos nós!
Abençoado seja Tu, Criança da Promessa. Despedimo-nos de ti com o vigor renovado do Sol!
Abençoada seja Tu, Senhora Invernal. Despedimo-nos de ti com alegria, com a promessa de um reencontro!
Despedir-se dos elementos e abrir o círculo.

Hudson de Pádua Lima

Feliz Yule!



"Desejo a todos um Feliz Sabá
Que os desejos se fortaleçam e se realizem
Que a esperança não seja em vão
Que o Sol brilhe novamente
E os brotos saiam do chão

Bem vindo Criança da Promessa
Sagrado ser que traz a esperança do viver
Filho pelo qual o Pai se sacrificou
E que Pai novamente será
Gerado e criado por seu Amor!"

Que venha o pequeno Deus reinado sob as sombras do inverno!

A partida do Rei Azevinho e a chegada do Rei Carvalho – Um mito de Yule



Em meio à temível escuridão do Inverno, a Deusa voltou Seus olhos para a Terra. Avistando a calma, inerte e peculiar beleza que repousava nas árvores sem folhas, na neve que cobria o solo e em Suas criaturas, agora reunidas em suas cavernas e casas para fugir do frio, resolveu descer ao Mundo para dar fim ao implacável período mortal que se estendia sobre todas as formas viventes.

Embora soubesse que o florescer e frutificar da Terra, bem como a gestação da nova Criança, haviam Lhe deixado cansada e que o tempo de escuridão fosse, então, mais do que necessário, a Senhora sabia que, acima de tudo, os Ciclos da Vida eram tão belos e poderosos quanto os Ciclos da Morte, e começavam a agitar-se nas profundezas do solo, lutando contra o inverno gelado para renascer. Ela sabia que era momento de retirar, finalmente, Seu manto branco que se estendia pelas florestas e vales, abrindo espaço para que estes pudessem tornar-se novamente verdes, pulsantes com energia vivente.

A noite era a mais longa e mais escura que já havia se visto. Movimentando-se com dificuldade devido aos avançados estágios de Sua gravidez, a Mãe de todas as coisas adentrou a floresta agora negra, buscando Aquele que comandava esta época do ano. Calmo, silencioso e taciturno, o Rei Azevinho esperava-A em meio às arvores nuas. Sua coroa de viçosas folhas verdes e os rubros frutos que a cobriam pareciam um tesouro em meio aos galhos secos espalhados por toda a parte, como se uma estranha magia os tivesse conferido o poder de sobreviver a estes difíceis tempos. Seus olhos eram firmes, Seus lábios cerrados pareciam esboçar um sorriso incompreensível, resistente, único. A Portadora da Vida sabia que seria difícil convencê-Lo a retirar-se. No entanto, ao sentir a Criança da Vida mover-se em Seu ventre, Ela tinha certeza: era chegado o momento.

Após uma breve saudação carregada de poder, a Deusa voltou Seus olhos para o Oeste, mostrando ao Deus Azevinho a direção que Ele deveria tomar. Não se podia ver nada além de um caminho tortuoso que terminava em escuridão. “Por que eu deveria ir?”, perguntou Ele. “Os tempos devem mudar”, respondeu a Deusa, “e aqueles que um dia governaram devem ceder lugar à nova vida, para que o equilíbrio no mundo seja restabelecido. Você sabe disso tão bem quanto Eu.”

O Deus contemplou a calma da floresta, num gesto que pareceu durar tanto quanto a nota de uma harpa ecoando em uma sala vazia. “Eu não posso ir”, disse Ele, “não agora. Você, Senhora, que vê além da tristeza, sabe que este é também um belo tempo. Repare no suave amor com que o gelo beija a Terra, e na esperança de Minhas verdes folhas, que mostram Minha soberania, exercida com direito e propriedade”.


A Deusa sorriu. Seus lábios pareciam compreender o Rei do Gelo, mas demonstrava

m uma sabedoria ainda maior do que a dele. Ela disse: “Belas são as Suas palavras, Meu filho e amigo. No entanto, não se esqueça: a Terra deixa-se beijar, mas pode envolvê-Lo no mais mortal e eterno dos abraços. E o que será de Suas verdes folhas quando a escuridão eterna roubar delas o brilho que as sustenta? Sem a ajuda da Criança que se prepara para tomar o Seu lugar, você não terá mais coroa, nem trono.”

“Criança! Minha Amada, Minha Mãe, Minha Senhora! Olhe para Mim; veja a sabedoria do tempo estampada em Minha Face, em Meus olhos, em Minha barba! Por que Eu, que sou o Senhor do Conhecimento, devo ser substituído por uma Criança?” – disse o Rei azevinho, gargalhando. “Que poder pode tão pequena e inocente criatura ter, que seja maior do que o Meu?”


Ela quase deixou levar-se pelas palavras do Senhor da Morte, mas sabia: Ele podia ser ousado o bastante para manipular palavras e tentar convencer a Ela, que O havia gerado; mas não havia palavras que pudessem convencer a Senhora de Todos os Ciclos a agir contra Sua própria natureza. Ela respondeu-Lhe da maneira mais coerente, e, portanto, mais verdadeira: “O Filho que espero pode ser agora pequeno, mas tem tanto poder quanto Você próprio, uma vez que ambos foram gerados em Meu condescendente ventre, e conhecem igualmente Meus Mistérios. Nós sabemos: Ele crescerá. Ele o faz até mesmo enquanto dialogamos, e torna-se cada vez mais próxima a hora de Seu nascimento. E à medida em que crescer, terá cada vez maior poder para degelar esta neve sob nossos pés. E então, eu vestirei Meu manto de beleza para saudá-Lo, para amá-Lo, de modo a restituir a vida e abundância a todas as Minhas Criaturas.”


“Eu não o vejo crescer”, disse o Rei do Inverno, estendendo Suas mãos para recolher alguns flocos de neve que caíam dos céus. “Vejo apenas neve, gelo, e frio. Vejo o Inverno.”

“Você mesmo disse que vejo além da tristeza. Pois bem, é verdade. Meus olhos vêem além da neve, e meus ouvidos escutam as árvores sussurrarem enquanto seus galhos se tocam. Preste atenção, Filho, repare no som dos carvalhos brotando sob a neve, tão lentamente, tão suavemente!” A Deusa apontou para baixo, e de Suas mãos pareceram surgir pequenas fagulhas, que desceram até o solo, abrindo espaço na neve e mostrando ao Deus os pequenos brotos quase invisíveis que cresciam sob o gelo. “Tudo vai, e tudo vem. Tudo morre, tudo renasce. Enquanto você reina, a vida lentamente caminha em sua direção, clamando por espaço. Até mesmo Eu, que sou a Senhora de Todas as Coisas, deixo a vida preencher-Me!” E colocando as mãos em Seu ventre pleno, a Deusa convenceu, enfim, o Rei do Inverno de que Morte e Vida pareciam ser opostas, mas eram irmãs, filhas Dela mesma, Senhora daquilo que é, foi e ainda será. “Receba comigo a Criança da Promessa, e recolha-se, Sábio Azevinho, pois chegará também o Seu momento de retornar.”


A Deusa deu alguns passos em direção ao Leste, e assim permaneceu por alguns instantes, de modo que o Rei Azevinho via apenas Suas costas. Subitamente, um clarão surgiu em frente à Deusa, que cantava. A Luz era tão forte que Ele teve que cerrar os olhos. A Senhora então voltou-se para Ele. Nos braços da Grande Mãe, havia um pequeno bebê, de onde vinha o brilho e a luz da Vida. Ele era tão belo, que fez o Rei Azevinho sorrir.

“A Criança da Promessa retornou”, disse a Mãe dos Deuses. “Vamos saudá-la, pois agora temos a certeza de que a vida se derramará novamente sobre a Terra. O Rei Carvalho deve agora governar. E você, Rei Azevinho, deve ir agora. Nós o agradecemos por ter protegido o mundo durante este período de escuridão, e desejamos harmonia em sua jornada rumo às terras além do Oeste. Nós cuidaremos de Seu Reino, e aguardaremos também o Seu retorno, quando for o momento do Rei Carvalho despedir-se para que a vida continue, assim como Você agora o faz. Tudo o que vai deve um dia retornar. Lembremo-nos sempre desta máxima sagrada.”


Com as palavras e as bênçãos da Senhora, o Rei Azevinho entregou sua coroa à floresta e partiu em direção aos caminhos do Oeste, de onde, como proferiu a Deusa, Ele um dia retornará. Mas isso é parte de outra história… por enquanto, saudemos o Rei Carvalho e abracemos, com vontade, a nova vida. Feliz Yule!

O mito do Rei Carvalho e do Rei azevinho é um dos mais tradicionais nas épocas de Litha e Yule. Enquanto em Litha, o Rei Carvalho é desafiado pelo Rei Azevinho, que chega para governar a metade fria e escura do ano, o contrário ocorre em Yule. A noite mais longa do ano nos lembra que a Luz retorna ao mundo. Os dias serão cada vez mais longos, e em breve o Sol voltará a nos aquecer e trazer a vida de volta à Terra.

Assim como o Rei Azevinho finalmente se convence de que a Criança da Promessa deve governar, deixemo-nos inspirar por este mito e celebrar nossa Criança interior. Vamos celebrar a vida, a esperança e a promessa de dias mais quentes, melhores, com mais amor e beleza. Sejam abençoados!

Lullu Saille 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Rituais Mágicos para Todas as Ocasiões!



Por Bruno Matsushita

Ritual de Proteção

Pegue uma maçã bonita e retire sua tampa. Com a ajuda de seu punhal (ou uma colher pequena) retire toda a polpa. Em um papel virgem, escreva seu nome e verta mel sobre esse papel. Coloque um pouco de algodão sobre o papel e enrole-o. Coloque-o dentro da maçã e complete o interior da mesma com mel. Tampe e amarre a maçã com a ajuda de uma linha vermelha. Dê sete nós. Enterre a maça aos pés de uma árvore bonita e sadia pedindo por proteção aos elementais da Terra.


Ritual de Prosperidade

Para este ritual, você vai precisar de cinco paus de canela, quatro sementes de noz-moscada, vinte e oito moedas (de qualquer valor), um punhado de folhas de louro, cristais da prosperidade (citrino, sodalita, pirita, quartzo-verde...) e uma vela azul. Unja tudo com óleo essencial de cravo da índia, mantendo uma forte visualização do que se deseja. Em uma taça de cristal, coloque todos os materiais dentro e deixe enfeitando sua cozinha, como um “talismã da prosperidade”.


Poção Água da Deusa

Essa água nos ajuda a repor as energias com a energia da Lua. Nas noites de Lua Cheia, coloque em um peitoril de janela ou mesmo no sereno um copo com água da fonte, para que ele receba os raios lunares. Na manhã seguinte, bem cedo, beba essa água em jejum. Ela também estimula a intuição e desenvolve poderes psíquicos.


Ritual do Amor

Unja uma vela rosa com óleo essencial de rosas vermelhas (para um amor mais sensual) ou rosas (para um amor mais espiritual), de cima para baixo. Coloque a vela ungida no centro de seu caldeirão e circunde-a com seis quartzos - rosa também ungidos com o óleo de rosas. Coloque por cima dos cristais pétalas de rosas vermelhas ou rosas em sentido horário. Acenda a vela e deixe-a apagar sozinha, recolha as pétalas de rosas e faça um banho com as mesmas e com os cristais. Guarde os cristais em seu quarto. Melhor efeito se realizado numa sexta-feira.


Um Feitiço Contra Doenças

Aprendi este antigo feitiço num livro e executo-o pelo menos uma vez por ano para manter afastada toda e qualquer energia negativa que possa prejudicar minha saúde. Sempre tive uma saúde de cavalo, mas não custa relembrar um antigo provérbio árabe: Confie em Deus, mas amarre seus cavalos. Em uma noite de Lua Cheia (escolha sempre os três primeiros dias da Lua Cheia, pois depois do terceiro dia ela começa a minguar), desenhe um pentagrama no chão com fubá ou aveia em flocos . Coloque uma vela verde ungida com óleo essencial de eucalipto em cada extremidade da estrela e segure uma vela branca, ungida com óleo essencial de rosas, em suas mãos. Queime incensos de alecrim durante a operação mágica. Mentalize uma luz verde que envolve todo o seu corpo por alguns minutos e volte-se para o Leste, recitando por três vezes a oração criada por Alberto Magno:

OFANO
OBLANO
OSPERGO
HOLA NOA
MASSA LUX BEFF
CLEMATI ADONAI
CLEONA FLORIT
PAX SAX SARAX
AFA AFACA NOSTRA
CERUM HEAIUM
LADA FRIUM

Está feito. Este ritual é aconselhável para qualquer pessoa que deseja fortificar seu escudo protetor contra doenças de toda espécie. Realize-o pelo menos uma vez por ano.

Desvendando os Mistérios do Sonho




Por Bruno Matsushita

Os sonhos geram polêmicas sobre suas origens há mais de três mil anos e ninguém ainda chegou a um consenso. Com diversas pesquisas e teses publicadas, nós ainda somos incapazes de afirmar a gênese dos sonhos.

Cientistas afirmam enfaticamente que os sonhos são frutos de experiências passadas ou de nossas frustrações no decorrer do dia. Há os que afirmam que alguns sonhos são de origem psíquica, podendo revelar fatos futuros ou esclarecer fatos passados – mas esses são raros. Já para os povos antigos, os sonhos eram um canal direto entre nós e a divindade, onde conselhos e avisos eram recebidos por seus adoradores. Os tempos são outros mas as dúvidas milenares ainda permanecem. De onde vêm os sonhos? Todo mundo sonha? Para que servem os sonhos? São muitas perguntas para serem esclarecidas em poucas palavras, mas, a partir dessa postagem, vamos esclarecer alguns conceitos obscuros a respeito do mágico e fascinante mundo dos sonhos...

A Consciência Humana

A consciência humana é um ótimo ponto de partida para nossos estudos. Muitos místicos afirmam que temos duas mentes: a mente consciente e a mente subconsciente. Como a prima da Magia, a Ciência, não aceita ficar para trás, realizou alguns estudos e “descobriu” que as funções realizadas pelos dois hemisférios do cérebro vinham a compactuar com essa teoria.
A mente consciente é responsável por realizar atividades corriqueiras como somar, ler, organizar pensamentos e armazenar informações adquiridas durante o dia. A mente subconsciente (ou psíquica, como também é conhecida) age enquanto estamos dormindo e nossa mente consciente descansa. De acordo com Scott Cunningham, “ela (mente subconsciente) mora dentro da realidade do sono, sonhos, espiritualidade, consciência psíquica e intuição”.

É totalmente aceitável que nossa mente consciente (enquanto ativa) bloqueie nossa mente subconsciente. Talvez seja por isso que muitos de nossos sonhos sejam considerados surreais e irracionais. Mas quando nossa mente subconsciente opera, o mundo dos sonhos se coaduna ao nosso e as barreiras do tempo, espaço e todas aquelas leis da Física que aprendemos na escola caem por terra. Entramos num mundo totalmente misterioso e mágico: o mundo dos sonhos...

O Inconsciente Coletivo

Segundo Jung, a parte mais profunda da nossa mente subconsciente é chamada de “inconsciente coletivo”. Mas aí você me pergunta: Que diabos é esse tal de inconsciente coletivo? E o que isso influencia em minha existência?! O inconsciente coletivo é o que liga cada pessoa a cada ancestral e promove o acesso a tudo o que era conhecido no passado. A linguagem que o inconsciente coletivo se utiliza para se comunicar conosco (e com nossa mente consciente) é a do simbolismo. Esses símbolos que nos aparecem durante o sonho trazem informações importantes que nossas divindades enviam para nós (ou, se preferir, nossa mente subconsciente, querendo nos avisar de algum perigo).
Nem todos os símbolos possuem um significado a ser interpretado, pois alguns sonhos não são divinatórios (como estudaremos em outra oportunidade), mas todos os que possuem um significado devem ser levados à sério, pois foi a maneira mais direta que nossa mente subconsciente encontrou de contatar nossa mente consciente. Em Magia, analisamos os símbolos para interpretar os sonhos.

"Eu não sonho!"

Muita gente afirma que não sonha. Será mesmo? Ou elas simplesmente não lembram que sonharam? Sou mais adepto da segunda hipótese... Quando estamos sonhando, realizamos movimentos muito rápidos com os olhos, como se estivéssemos vendo várias imagens ao mesmo tempo (como se estivéssemos vendo um vídeo com vários slides). Os cientistas catalogaram esses movimentos como Rapid Eyes Moviment - REM, traduzido como Movimento Rápido dos Olhos. Mas não sonhamos a noite inteira, o período em que não sonhamos é chamado de NREM, Not Rapid Eyes Moviment – Sem Movimento Rápido dos Olhos. Quando acordamos nesse estágio de sono não lembramos do que sonhamos (já que não estávamos sonhando mesmo...).

Conclui-se, portanto, que todos nós sonhamos, lembrando dos sonhos ou não enquanto despertos. Encerro aqui a primeira matéria sobre o mundo dos sonhos. Voltarei a falar dos sonhos futuramente. Como não sou um bruxinho lunático (embora, às vezes, pareça), sei que vivemos num mundo estressante que nos cobra mais do que podemos oferecer, o que acarreta, por conseguinte, uma série de problemas tenebrosos. Esse estresse atrapalha nosso sono, tirando nosso direito divino de ter uma noite com um sono reparador e revitalizador. Portanto, termino com uma magia para ter uma ótima noite de sono... Bons sonhos!

Uma Magia para Sonhar Docemente

Antes de ir se deitar, tome um banho morno e beba uma xícara de chá de camomila ou valeriana. Se você tiver banheira, pode acrescentar à água do banho alguns óleos essenciais relaxantes. Alfazema, camomila, ylang-ylang e sândalo são altamente eficazes para essa finalidade. Ligue o som e coloque uma música suave. Converse com seus espíritos protetores ou divindade com quem tem afinidade e verbalize a prece que recebi numa noite de Lua Cheia enquanto dormia:

Ó Grande Deusa da Lua,
Senhora da noite e dos mistérios da Magia,
tu que conheces todos os mistérios e fulgura,
banhe-me nessa noite com sonhos de alegria.
Revele-me o que preciso saber através dos sonhos,
que em seus segredos eu possa imergir,
venha a mim nesta noite e me mostre o que preciso descobrir.
Que assim seja e assim se faça em luz e graça!


Matéria revisada e expandida pelo autor em fevereiro de 2010. Publicada originalmente na revista Sonhos & Magia, Ed. 05, São Paulo: Escala, 2006.

A Nudez Ritual II



Por Bruno Matsushita


Ritual de Autoconhecimento

Tome uma demorada ducha morna e sinta a água que cai do chuveiro purificando e relaxando todo o seu corpo. Por fim, jogue uma infusão de alecrim e lavanda do pescoço para baixo e deixe-se secar naturalmente. Faça um círculo de velas lilás e incensos de rosas brancas no ambiente que executará o ritual e dê início aos procedimentos:

Feche os olhos, respire calma e profundamente por sete vezes. Inspire e veja uma luz branca entrando por suas narinas; expire e veja uma fumaça acinzentada que sai por sua boca. Abra os olhos e acenda as velas e os incensos. Posicione-se no centro do círculo e unte o corpo com óleo de amêndoas com algumas gotas de óleo essencial de lavanda ou laranja.

Feche os olhos. Mentalize o seu corpo. Veja cada detalhe do seu corpo, ainda com os olhos fechados. Veja a cor de sua pele, o formato de seus olhos, a textura de seu cabelo, o comprimento de suas pernas e braços. Agora veja-se envolto por uma luz violeta que circunda todo o seu corpo. Massageie as suas pernas calmamente, uma de cada vez. Massageie também o abdômen, o tórax, os braços, os ombros e a nuca. Sinta toda a tensão do seu corpo sair e unir-se à luz violeta que circunda o teu corpo, instantaneamente essa tensão se transforma em luz violeta também.

Acaricie cada parte de seu corpo com a ponta dos dedos e não tenha medo (ou vergonha) de sentir prazer. O prazer é apenas uma resposta positiva de bem-estar que seu corpo está desfrutando. Simplesmente curta o momento e relaxe. Sinta cada curva do teu corpo, cada parte de você mesmo.

Respire profundamente três vezes e agora veja-se envolto por uma luz rósea e morna. Essa luz penetra em teu corpo e você sente uma profunda paz interior. Respire profundamente por mais sete vezes e abra os olhos.

Apague as velas e os incensos e dê o ritual por encerrado. Repita-o durante uma semana para estimular a percepção corporal e o amor próprio, podendo ser utilizado também em momento de tensões como catarse.

O autoconhecimento é importantíssimo dentro da Magia, pois é através dele que formamos nossa identidade. Quando nos conhecemos profundamente passamos a ser os senhores do nosso próprio destino, pois sabemos o que realmente queremos (e o que não queremos!) para nossas vidas, desenvolvemos o amor próprio e fortalecemos nossa autoestima.


O próximo ritual é um exercício de continuidade, vamos continuar a nossa jornada pelo autoconhecimento. É aconselhável executá-lo depois do Ritual de Auto-conhecimento por sete dias consecutivos.


Exercício de Autoconhecimento

Acenda um incenso de madeira do oriente em um ambiente claro e bem ventilado. Pegue uma caneta e escreva em um papel completamente branco dez coisas que você gosta em você mesmo e depois dez coisas que você não gosta em si mesmo ou que gostaria de mudar.

Muitas pessoas têm dificuldade em listar as coisas que mais gostam em si mesmas por acreditarem que isso é vaidade ou egocentrismo, mas é necessário conhecermos todo o nosso ser (seus pontos positivos e negativos) para que possamos alterar aquilo que não nos agrada e valorizar o que nos faz bem.

Agora você tem uma lista com algumas de suas qualidades e alguns "defeitos". A partir do momento que reconhecemos nossos defeitos, somos capazes de transformá-los. Acredite em sua força interior e transforme o seu ser. Quando todos os seus defeitos forem superados, queime o papel na chama de uma vela branca e sopre as cinzas ao vento.


Depois de ter praticado os dois rituais descritos nesta matéria, com certeza você estará mais confiante e reconhecerá o valor e sacralidade do próprio corpo.

Um ritual deve ser praticado em uma consciência ritual, pois é uma das maneiras que encontramos de nos re-ligarmos com as nossas divindades. Sempre que praticar um ritual, faça-o de coração aberto e sinta-se confortável. Se não se sentir confortável ao praticar um ritual vestido de céu, não o faça; mas atente para o motivo. Você pode estar tamponando a nudez ritual por preconceitos de uma sociedade católica apostólica romana, se for esse o motivo, aconselho a praticar os exercícios descritos acima. Deixe de fazer os rituais vestido de céu por qualquer motivo, menos por preconceito, medo, vergonha ou falta de auto-conhecimento.

A resistência que as bruxas modernas têm até mesmo para falar sobre a nudez ritual está vinculada à não aceitação do corpo. Somos muito tímidos e isso se reflete em nossas relações sociais e com o contato com o nosso corpo. Procuramos desesperadamente sermos seres evoluídos e trabalhamos demasiadamente com o espiritual, mas esquecemos da dualidade, para sermos evoluídos temos que ser equilibrados; atingiremos o equilíbrio mantendo uma relação saudável tanto com o físico quanto com o espiritual. Nossa sociedade tem ficado cada vez mais fria e o contato com outro corpo, como um abraço, por exemplo, tem ficado cada vez mais raro. Mudemos essa realidade. Voltemos à um tempo onde éramos livres para expressar nossas crenças, satisfazer nossos desejos mais profundos e acostume-se com o toque. Não há nada mais gostoso que um abraço – não há o que temer, é apenas um abraço...

Infelizmente, estamos tão acostumados às nossas roupas que estranhamos quando vemos nossos próprios corpos nus...

A Nudez Ritual



Por Bruno Matsushita

"A palavra é sagrada. A natureza é sagrada. O corpo é sagrado. A sexualidade é sagrada. A mente é sagrada. A imaginação é sagrada. Você é sagrado. (...) Você é o Deus. Você é a Deusa. A divindade
está tanto dentro quanto fora de você.”- Margot Adler

Praticar rituais nu, ou “vestido de céu” como se diz dentro dos círculos mágicos, é uma prática antiga e muito mal compreendida pela maioria dos wiccanianos modernos. Não deixa de ser um assunto polêmico, já que em nossa sociedade impera a noção de que olhar corpos desnudos seja pecado.

Em minhas andanças pelo mundo mágico e pesquisas realizadas com wiccanianos de diversas partes do país (alguns da Europa) e idades, percebi que principalmente no Brasil as pessoas não se sentem à vontade para até mesmo falar sobre o assunto, tamanho bloqueio que temos para com a (não)aceitação do nosso próprio corpo. Entrevistei alguns wiccanianos e pagãos que foram muito bem-humorados ao me responderem sobre o que pensavam a respeito da nudez ritual e irei esclarecer alguns princípios e mal-entendidos que surgiram no decorrer dessas entrevistas e pesquisas.

Estar “vestido de céu” faz referência a estar completamente nu em um ritual. Não o ato banalizado de simplesmente estar nu, mas a parte sagrada, pura, a sensação de estar livre de corpo e alma e fazer parte do todo. Dentro da Bruxaria é comum a prática e rituais cujos participantes se vestem de céu, pois é quando eles se libertam das tensões do dia-a-dia, deixam transparecer o seu verdadeiro eu e podem, finalmente, fazer parte do lugar em que estão inseridos (já que não estão com suas roupas apertadas, desconfortáveis e limitantes).

Aos olhos assustados do praticante moderno, isso pode parecer subversivo, o que é completamente compreensível, já que a cultura cristã está tão enraizada em nossa sociedade que fica muito difícil desassociar os conceitos estabelecidos por ela em nossos juízos. Desde pequeno aprendi não apenas em casa, mas com muitas pessoas diferentes, que cuidar demasiadamente do nosso corpo é considerado vaidade e que vaidade não é uma coisa boa. Talvez vaidade excessiva realmente não seja algo bom, mas somos seres humanos – e seres humanos procuram a beleza em todas as coisas! Acredito que cuidar do nosso corpo é uma obrigação, pois ele é a morada do nosso espírito, a centelha divina que reside dentro de nós. E se não cuidarmos bem dele, quando as cortinas se fecharem e tivermos que pagar a conta, levaremos um susto ao vermos o valor, pois um corpo mal-cuidado é um indicador de que você não aprendeu a lição mais básica de todos aqui neste plano: cuidar de si mesmo. Viemos à Terra justamente para aprendermos a lidar com coisas terrenas! E cuidar do próprio corpo é uma dessas coisas que temos que aprender a fazer, eu, você e qualquer pessoa que seja! 

Numa sociedade que cultua um corpo magérrimo, pernas longas e finas, bumbum arrebitado, cintura pilãozinho e madeixas lisas e loiras, é quase impossível atingir esse ideal de beleza. Veja que até agora não tocamos no assunto beleza, e sim cuidados. Beleza e cuidados são duas coisas bem diferentes. Beleza tem a ver com estética, cuidado tem a ver com zelo. Não vamos entrar no quesito de como deve ser a beleza ideal, pois vivemos num mundo enoooorme e a verdadeira beleza está realmente nos olhos de quem vê. Mas é inegável que todos nós somos os guardiões dos nossos próprios corpos e é obrigação de qualquer um cuidar do seu.

Vivemos num mundo que nos vende a falsa ideia de que só existe uma única forma, um único tipo de corpo e um único tipo de cabelo. E o que é pior: nós compramos essa ideia! Não caia nessa... Não existe apenas uma única forma, existe apenas a forma saudável – e isso não se discute, pois cada um tem a sua. O importante é sentir-se bem consigo mesmo, é amar o seu corpo com todas as marcas deixadas pelo tempo, é ver no brilho do olhar de outras pessoas o passado de cada uma delas... É estar ligado com a sua divindade interior.

Fomos criados pela divindade e temos a centelha divina dentro de nós. Nosso corpo é sagrado, é divino. Aceitá-lo do jeito que ele é, é aceitar a Deusa e o Deus em nós mesmos. Postarei em breve alguns rituais que trabalham na linha de auto-conhecimento e autoaceitação do corpo. Gostaria que vocês praticassem os rituais, pois os resultados falam por si mesmos.

No período renascentista, muitos pintores retrataram os encontros misteriosos que as bruxas executavam no meio das florestas, onde elas se apresentavam completamente nuas. No período que compreende a Idade Média também era prática comum nesses encontros as bruxas participarem nuas e com cabelos soltos enquanto recitavam suas conjurações e invocações.

Stewart Farrar em seu livro What Witches Do fala sobre a Carga da Deusa, texto tradicional dentro da Bruxaria wiccaniana que é mencionado em Aradia: O Evangelho das Bruxas, de Charles G. Leland, publicado em 1899. A Carga da Deusa é um texto onde Aradia ensina aos seus seguidores como obter favores de sua mãe, a deusa Diana. Citemos um trecho da Carga escrito por Farrar:

Sempre que precisar de algo,
Uma vez por mês, e de preferência sempre que a lua estiver cheia,
Reúnam-se então em algum lugar secreto
E venerem meu espírito.
(...)
E para que sejam livres da escravidão,
E como sinal de que são realmente livres,
Celebrarão os seus rituais nus.
Neles, vocês dançarão, cantarão e celebrarão, tudo feito com música e amor.
Tudo em minha honra,
Pois de mim vem o êxtase do espírito,
Assim como também vem o prazer terreno,
Pois a minha lei é o amor por todos os seres.
Mantenham puros os seus ideais mais elevados.
(...)

Como vimos, a nudez ritual representa uma catarse. Uma renúncia aos confortos que o nosso mundo moderno pode nos proporcionar para que nos entreguemos àquilo que a Grande Mãe tem a nos oferecer.

Estar vestido de céu também não tem nada a ver com rituais de Magia Sexual ou orgias muito loucas que rolam soltas nos filmes de Hollywood. Muitos grupos fazem seus rituais nus e executam o Grande Rito, momento em que as energias da Deusa e do Deus se unem para a criação do poder mágico. O Grande Rito pode ser real, quando o sacerdote e a sacerdotisa do coven fazem amor (não confundir amor com sexo), ou simbólico, quando há uma representação da união do masculino com o feminino (através do cálice e do athame). Estar vestido de céu é algo sagrado e não deve ser banalizado com a nossa limitada compreensão acerca de sexo.

Para os bruxos modernos é difícil se libertar completa e rapidamente do conceito de pecado, mas podemos ir mudando em doses homeopáticas nosso padrão de pensamento com exercícios e vivências. Disponibilizarei na próxima postagem uma meditação que nos ajudará a libertar das tensões do dia-a-dia e estimulará o conhecimento do próprio corpo.


Publicado originalmente no periódico mensal A Voz da Bruxaria, edição 05, fevereiro de 2009. Revisado pelo autor em março de 2010.