terça-feira, 30 de março de 2010

Cozinhar é MÁGICO

A COZINHA DA BRUXA



"Cozinha também é lugar de bruxa. O ato de preparar alimentos funciona como uma verdadeira alquimia.
Os ingredientes utilizados são os mesmos encontrados em qualquer casa: arroz, feijão, condimentos, ervas aromáticas.
A diferença está nos detalhes e no objetivo que se deseja alcançar, ou seja, na magia da mente e dos atos.
Cozinhar em panela de barro atrai abundância financeira e saúde, a de vidro é apropriada para conquistas amorosas e a de ferro favorece os pedidos em geral e qualquer tipo de bruxaria. Nunca use colheres de alumínio, pois pode quebrar o feitiço. O importante é mentalizar o que desejamos enquanto preparamos os alimentos.
E as asas de morcego, rabo de escorpião e patas de urubu? As bruxas não queriam que os conhecimentos da Arte caíssem em mãos erradas por isso colocaram coisas tenebrosas para que as pessoas tivessem nojo ou medo e não usassem esse conhecimento para o mal."

DICIONÁRIO DE COZINHA DA BRUXA

• Asa de Morcego: Pimenta do reino
• Coração de Boi: Tomate
• Barriga de Sapo: Pepino
· Sangue de Moça Virgem: Vinho tinto
•Rabo de Escorpião: Salsa ou coentro
•Moscas Mortas: Uvas passas
•Olho de Sapo: Azeitona
•Terra de Túmulo: Chocolate
•Elfos Negros: Chá preto
•Ossos Moídos: Farinha de trigo
•Beijo da Sereia: Sal
•Pernas de Aranha: Alecrim
•Penas de Fênix: Louro
•Saliva de Dragão: Vinagre
•Pêlos de Unicórnio: Açúcar
•Lágrimas de Moça: Cebola

O ARMÁRIO DE COZINHA DA BRUXA

O armário de cozinha guarda uma quantidade surpreendente de ingredientes mágicos, muito temperos e ervas aromáticas que usamos para cozinhar tem associações mágicas. Aqui você encontra alguns temperos e ervas mais comuns e suas associações mágicas:

• Alecrim: Cura, amor.
• Alho: Proteção, purificação.
• Canela: Prosperidade, felicidade no ambiente doméstico.
• Casca de Limão: Diminui a negatividade, cura.
• Cebolinha: Proteção, absorção de más vibrações.
• Cravo-da-Índia: Proteção, para acabar com as fofocas.
• Endro: Segurança.
• Hortelã: Calmante, harmonizador e ajuda a dissolver a raiva.
• Louro: Fortuna, fartura e sorte.
• Manjericão: Dinheiro, sorte.
• Orégano: Traz a beleza e aumenta o poder de sedução.
• Pimenta-malagueta: Poder, sucesso.
• Salsinha: Purificação, proteção.
• Sálvia: Sabedoria.
• Tomilho: Melhora a saúde e aumenta a coragem.

INFLUÊNCIA PLANETÁRIA DE CADA ALIMENTO

SOL: Angélica, Açafrão, Alecrim, Canela, Cardamomo, Cevada, Couve, Cravo-da-Índia, semente de girassol, laranja, louro, manjerona, palmito, salva, tomilho, trigo.

LUA: Abóbora, Alface, Aveia, Beldroega, Berinjela, Melancia, Melão, Semente de Papoula, Pepino, Repolho.

MERCÚRIO: Acelga, Anis, Camomila, Cenoura, Chicória, Endívia, Ligústica, Serralha.

VÊNUS: Agrião, Amêndoa, Coentro, Couve-Flor, Espinafre, Limão, Maçã, Melissa, Rosa, Verbena.

MARTE: Absinto, Aipo, Alcachofra, Alho, Alho-Poró, Artemísia, Aspargo, Bardana, Cebola, Cebolinha, Favas, Hortelã, Manjericão, Mostarda, Noz-Moscada, Pimentas, Rábano, Ruibarbo, Taioba, Urtiga.

JÚPITER: Ameixa, Amora, Beterraba, Cereja, Gergelim, Marmelo, Morango, Rabanete, Trigo Sarraceno.

SATURNO: Arruda, Cominho, Funcho, Salsa.

TABELA DE HORAS E DIA:


Vejam nessa tabela os planetas que regem as horas e os dias da semana e do ano, essa tabela vai facilitar e será FUNDAMENTAL para você fazer suas RECEITAS. Sua consulta é simples, basta você saber quais as influências que cada planeta exerce e consultar as horas e os dias de acordo com a intenção de seu ritual,feitiço e receitas.

DOMINGO - SOL

Horas do Dia: 7h - SOL / 8h - VÊNUS / 9h - MERCÚRIO / 10h - LUA / 11h - SATURNO / 13h - MARTE / 14h - SOL / 15h - VÊNUS / 16h - MERCÚRIO / 17h - LUA / 18h - SATURNO

Horas da Noite: 19h - JÚPITER / 20h - MARTE / 21h - SOL / 22h - VÊNUS / 23h - MERCÚRIO / 24h - LUA / 1h - SATURNO / 2h - JÚPITER / 3h - MARTE/ 4h - SOL / 5h - VÊNUS / 6h -MERCÚRIO

SEGUNDA-FEIRA - LUA

Horas do Dia: 7h - LUA / 8h - SATURNO / 9h - JÚPITER / 10h - MARTE / 11h - SOL / 12h - VÊNUS / 13h - MERCÚRIO / 14h - LUA / 15h - SATURNO / 16h JÚPITER / 17h - Marte /18h - SOL

Horas da Noite: 19h - VÊNUS / 20h - MERCÚRIO / 21h - LUA / 22h - SATURNO/ 23h - JÚPITER / 24 - MARTE / 1h - SOL / 2h - VÊNUS / 3h - MERCÚRIO / 4h -LUA / 5h - SATURNO /6h - JÚPITER

TERÇA-FEIRA - MARTE

Horas do Dia: 7h - MARTE / 8h - SOL / 9h - VÊNUS / 10h - MERCÚRIO / 11h - LUA / 12h - SATURNO / 13h - JÚPITER / 14h - MARTE / 15h - SOL / 16h - VÊNUS / 17h - MERCÚRIO / 18h - LUA

Horas da Noite: 19h - SATURNO / 20h - JÚPITER / 21h - MARTE / 22h - SOL / 23h - VÊNUS / 24h - MERCÚRIO / 1h - LUA / 2h - SATURNO / 3h - JÚPITER / 4h - MARTE / 5h - SOL / 6h - VÊNUS

QUARTA-FEIRA - MERCÚRIO

Horas do dia: 7h - MERCÚRIO / 8h - LUA / 9h - SATURNO / 10h - JÚPITER / 11h - MARTE / 12h - SOL / 13h - VÊNUS / 14h - MERCÚRIO / 15h - LUA / 16h - SATURNO / 17h - JÚPITER / 18h - MARTE.

Horas da noite: 19h - SOL / 20h - VÊNUS / 21h - MERCÚRIO / 22h - LUA / 23h - SATURNO / 24h - JÚPITER / 1h - MARTE / 2h - SOL / 3h - VÊNUS / 4h - MERCÚRIO / 5h - LUA / 6h - SATURNO.

QUINTA-FEIRA - JÚPITER

Horas do dia: 7h - JÚPITER / 8h - MARTE / 9h - SOL / 10h - VÊNUS / 11h - MERCÚRIO / 12h - LUA / 13h - SATURNO / 14h - JÚPITER / 15h - MARTE / 16h - SOL / 17h - VÊNUS / 18h - MERCÚRIO.

Horas da noite: 19h - LUA / 20h - SATURNO / 21h - JÚPITER / 22h - MARTE / 23h - SOL / 24h - VÊNUS / 1h - MERCÚRIO / 2h - LUA / 3h - SATURNO / 4h - JÚPITER / 5h - MARTE / 6h - SOL.

SEXTA-FEIRA - VÊNUS

Horas do dia: 7h - VÊNUS / 8h - MERCÚRIO / 9h - LUA / 10h - SATURNO / 11h - JÚPITER / 12h - MARTE / 13h - SOL / 14h - VÊNUS / 15h - MERCÚRIO / 16h - LUA / 17h - SATURNO / 18h - JÚPITER.

Horas da noite: 19h - MARTE / 20h - SOL / 21h - VÊNUS / 22h - MERCÚRIO / 23h - LUA / 24h - SATURNO / 1h - JÚPITER / 2h - MARTE / 3h - SOL / 4h - VÊNUS / 5h - MERCÚRIO / 6h - LUA.

SÁBADO - SATURNO

Horas do dia: 7h - SATURNO / 8h - JÚPITER / 9h - MARTE / 10h - SOL / 11h - VÊNUS / 12h - MERCÚRIO / 13h - LUA / 14h - SATURNO / 15h - JÚPITER / 16h - MARTE / 17h - SOL / 18h - VÊNUS.

Horas da noite: 19h - MERCÚRIO / 20h - LUA / 21h - SATURNO / 22h - JÚPITER / 23h - MARTE / 24h - SOL / 1h - VÊNUS / 2h - MERCÚRIO / 3h - LUA / 4h - SATURNO / 5h - JÚPITER / 6h - MARTE.


MAGIA DA COMIDA

O que são comidas mágicas?


O alimento é que o nutri nosso corpo. A matéria em sintonia com a matéria.
Através dos alimentos, nosso corpo se coloca em funcionamento para que possamos desenvolver todos os dons existentes na matéria corpo.
O alimento provem da terra. Em cada alimento podemos verificar a presença viva dos elementos: terra, ar, fogo e água.
Ao transformarmos os alimentos criamos o que podemos designar "comida" .
A mistura de ingredientes que geram pratos além de saborosos muito poderosos. No momento em que manipulamos a energia dos alimentos provocamos a integração de vários elementos trazendo assim a energia vital da Terra. A força da Deusa Mãe.
A energia dos alimentos e de nosso corpo entram em contato. Passamos então a reuni-las de maneira que cada uma possa manifestar sua vibração. Com essa consciência presente permitimos que energias sutis nos envolvam.
Podemos então utilizar esta força de mão dupla para transformarmos, intenções e desejos, colocados diretamente no que iremos ingerir, em realizações. Usamos nossas mãos como captadoras ( no momento em que manipulamos os alimentos e os transformamos ) e emanadoras ( intenção e desejo ) das energias para conseguirmos realizar nossos pedidos mágicos.
Devemos olhar uma receita e identificar todas as energias surgindo em cada ingrediente. Estes ingredientes se unem dando força a um pedido específico proveniente da energia de cada elemento presente.
Todas as energias se tornam uma só. Todos os elementos se unem em favor do nosso pedido e da força de nosso desejo que transmutam aqueles alimentos em "comida mágica", capaz de nos dar tudo que pedimos com as bênçãos da Deusa.

RECEITINHAS


Néctar de Afrodite

Rendimento: 8 porções

-8 unidade(s) de filé de frango
-quanto baste de sal
-quanto baste de pimenta-do-reino branca
-2 colher(es) (sopa) de farinha de trigo
-2 unidade(s) de ovo
-200 gr de castanha-de-caju torrada(s) e moída(s)
-3 unidade(s) de manga fatiada(s)
-quanto baste de manteiga
-fatias de manga pra decorar

Tempere os filés de frango com sal e pimenta-do-reino. Depois, passe-os na farinha de trigo e, em seguida, nos ovos batidos e nas castanhas picadas. Se for necessário, use mais farinha, ovos e castanhas para empanar os filés. Frite-os na manteiga, tendo o cuidado de dourá-los uniformemente. Retire os filés da frigideira e mantenha-os quentes. Passe as fatias de manga na frigideira que já foi utilizada para a fritura dos filés, mas apenas ligeiramente, só para esquentá-las. Arrume os filés numa travessa bem bonita e coloque as fatias de manga sobre eles.

Geléia de Maçã

Rendimento: 15 porções

-1 kg de maçã
-2 xícara(s) (chá) de açúcar
-1 envelope(s) de gelatina incolor sem sabor

Pique as maçãs em pequenos pedaços e leve em uma vasilha tampada ao microondas por 10 minutos em potência alta.
Bata no liquidificador as maçãs junto com o líquido formado no cozimento. Após batido, passe pela peneira, caso tenha cozido com casca.
Coloque em uma vasilha, junte o açúcar e a gelatina em pó, mexendo bem para não empelotar. Leve ao microondas, sem tampar, por mais 10 minutos em potência alta.
O açúcar pode ser substituído por 3/4 de xícara de adoçante para forno e fogão. Esta geléia pode ser feita da mesma forma com qualquer outra fruta carnuda.


Virado de Feijão Pagão

-500g de feijão
-200g de farinha de milho amarela em flocos(beiju)
-2 cebolas médias em rodelas
-óleo para escaldar
-sal a gosto
Modo de PreparoCozinhar o feijão na panela de pressão, sem tempero, por 15 min,
aproximadamente. Ele deve ficar inteiro, sem desmanchar. Escorrer
a água e colocá-lo em uma tigela grande e adicionar o sal.

Em seguida esparramar a farinha por cima do feijão e sobre ela
fazer o mesmo com a cebola em rodelas. A seguir, esquentar o óleo
até acender um palito de fósforo (bem quente), ato contínuo
escaldar os ingredientes. Com uma colher grande misturar todos os
ingredientes delicadamente e servir.



Bacalhau dos Templários

400gr. de bacalhau desfiado

3 pãezinhos pequenos

2 dentes de alho

1 cebola

1 cenoura grande

3 colheres (sopa) de azeite + azeite para untar

2 chávenas (chá) de molho bechamel pimenta q.b.

1 iogurte natural pão ralado q.b.

Preparação:

Coza o bacalhau em água e depois escorra-o, reservando o caldo; limpe-o de pele e espinhas e desfie-o bem.

Demolhe os pãezinhos no caldo do bacalhau que reservou e esprema-os. Descasque e pique os dentes de alho. Descasque e rale a cenoura e a cebola ou, se preferir, pique-as finamente.

Leve ao fogo um tacho com o azeite e, quando quente, junte-lhe a cebola, a cenoura e o alho e mexa até começarem a querer agarrar ao fundo do tacho. Adicione então o bacalhau e o pão bem desfeitos, mexa e deixe refogar durante 5 minutos. Em seguida, misture 1 chávena de molho bechamel, mexa sobre o fogo, retire e retifique os temperos.

Deite o preparado num recipiente que possa ir ao forno, previamente untado com azeite. À parte, misture o iogurte com o restante molho bechamel e deite sobre o preparado. Polvilhe com pão ralado e leve ao forno aquecido a 170° C até tostar. Silva de imediato acompanhado de uma boa salada fresca.

O CULTO DA MÃE E DA FILHA

Entre as inúmeras imagens de deusas antigas se encontram com freqüência esculturas – em pedra, osso, argila – pinturas ou vasos em forma de deusas duplas ou geminadas. Elas simbolizam a polaridade biológica e oculta do princípio feminino, a eterna dança entre vida e morte, luz e escuridão, as fases da Lua, os ciclos da Natureza e da vida humana. Nos antigos Mistérios Femininos as deusas duplas - aparecendo como mãe e filha ou irmãs - expressam os elos profundos dos laços de sangue, a solidariedade e parceria femininas, sendo um incentivo para a reformulação dos conceitos contemporâneos sobre cooperação e competição entre as mulheres.
A dupla de deusas simbolizava a soberania feminina na maioria das culturas pré-patriarcais, no nível espiritual e profano, representada pelos cultos matrifocais e a linhagem matrilinear. Com o passar do tempo, o ícone da Deusa Dupla se metamorfoseia em Duas Mães, Senhoras, Irmãs ou Rainhas, reafirmando os laços de sangue e a parceria femininas. A iconografia da Deusa Dupla fortalece o conceito da natureza ambivalente da Grande Mãe, cujos polos de vida e morte se complementam em uma mandala que mescla as forças de nascimento, crescimento, morte e renascimento. As mulheres espelham esta biologia bipolar, alternando nos seus corpos as fases hormonais (ovulação/menstruação), emocionais (expansão/retração) e espirituais (manifestação/contemplação). Nas culturas antigas ambas as polaridades eram honradas e consagradas, os rituais sendo organizados em função desta dualidade rítmica.
Assim como em outras mitologias, no Egito o tema da Deusa Dupla permaneceu durante milênios e era representado por várias deusas como Nekhbet/Wadjet, Tauret/Mut e Ísis/Nepthys.
A conexão complementar entre Ísis e Nephtys é muito antiga, dividindo entre si as regências: a luz lunar, a estrela matutina e o mundo visível e manifesto pertenciam a Ísis enquanto a face negra e oculta da Lua, a estrela vespertina e o mundo invisível e não manifestado eram o domínio de Nephtys. A sua dualidade – como faces opostas mas complementares da Grande Mãe – espelhava a dos seus maridos e irmãos, Osiris, deus da luz e fertilidade da terra e Seth, regente da escuridão e aridez do deserto. Irmã gêmea de Ísis, filha da deusa celeste Nut e do deus da terra Geb, Nepthys – ou Nebet Het - tem uma simbologia complexa e aparentemente contraditória. Ao mesmo tempo em que representa o fim da vida – seu nome simbolizava os “confins da terra e do tempo” - ela também anunciava o renascimento. Seu tempo sagrado era o anoitecer, quando o barco solar mergulhava nas profundezas da terra, delas ressurgindo na manhã seguinte abençoado pela luz de Ísis. Seu título era a “Senhora da Casa” reproduzido pelo hieróglifo e a imagem sobre sua cabeça, o de Ísis sendo “A Senhora do trono”, que adornava sua cabeça. Enquanto Ísis governava o céu e a terra, o domínio de Nephtys era o mundo desconhecido e misterioso dos sonhos, do inconsciente e dos fenômenos psíquicos, bem como a realidade desafiadora da transformação dos mortos em seres de luz .O que acontecia no mundo astral (de Nephtys) afetava o mundo natural (de Ísis), assim como também o contrário. A morte era uma passagem estreita da luz para a escuridão, mas a alma precisava atravessar esta escuridão para alcançar novamente a luz, conforme dizia esta frase gravada nos sarcófagos egípcios: “que possas acordar para uma nova vida com as bênçãos de Nephtys, que o renovou durante a noite fria e escura”.
Nephtys era a padroeira do sofrimento feminino e também da cura, enviando sonhos curadores e energias de alívio aos doentes, bem como apoiando os moribundos na sua passagem, o que a tornou a deusa guardiã dos ritos fúnebres. Junto com Ísis ela foi a criadora dos rituais de reverência aos deuses e das práticas templárias e mortuárias. Chamadas de Ma’aty – a dupla verdade – as irmãs eram “As Senhoras”, que apareciam em forma de pássaros migratórios nos sarcófagos para descrever o inverno (e a morte), bem como a primavera (e o renascer). Representadas juntas e com as asas estendidas ao lado dos faraós sobre seus sarcófagos, elas não apenas simbolizavam sua proteção, mas também o seu renascimento. O espaço entre suas asas forma o símbolo ka, o abraço divino que contém o todo e todas as suas partes.Isis e Nephtys se tornam uma deusa só quando juntam suas energias complementares e assistem Osiris na sua ressurreição, assim como fazem com o Sol (na sua passagem entre noite e dia) e acredita-se que farão com todas as almas na sua transição entre vida/ morte e renascimento.

por Mirella Faur

L I L I T H - A Donzela Negra

"Ninguém te conhece. Ninguém. Mas eu te canto no seu perfume e na sua graça para a posteridade. E me encanto com a forma como persegues a morte e sua coragem jubilosa..." (Garcia Lorca)


"No alto do ramo mais alto, uma tão rosa maçã. Mulher. Esqueceram-na os apanhadores de frutas? Não. Mãos não tiveram para a colher..." (Safo)



LILITH

A Donzela Negra

Por Priscila Manhães











Lilith, é uma variação hebraica (e não judaica) da deusa sumeriana Lil - que significa "tempestade" -, muitas vezes reconhecida como a outra face de Inanna. Seu nome também parece estar relacionado à "coruja", provavelmente pelos seus hábitos: uma sinistra ave de rapina que se precipita, silenciosa, na escuridão, e que, não obstante, também simboliza a sabedoria. Por outro lado, o mito hebreu fala de como Lilith foi moldada de terra e esterco, provavelmente querendo refletir o potencial da terra adubada - o que a relaciona, também, com a SEXUALIDADE e FERTILIDADE.

A história que podemos lembrar de Lilith começa com Innana, a neta da deusa Ninlil, conhecida como "Rainha dos Céus". A história de Innana e Enki nos fala dos costumes sexuais sagrados, que são a dádiva de Innana para a humanidade.

Em seus templos se praticava a prostituição sagrada e suas sacerdotisas eram conhecidas como Nu-gig. Os homens da comunidade buscavam a Deusa nessas sacerdotisas e o ato sexual era sagrado, proporcionando a CURA FÍSICA E ESPIRITUAL. Nessa época,o nome de Lilith era o da Donzela, "mão de Innana", que pegava os homens nas ruas e os trazia ao templo de Erech para os ritos sagrados.

Entre 3000 e 2500 a.c., os sumerianos passaram a ter contatos com culturas patriarcais. Estas, para poderem dominar aquele povo, sabiam que deveriam atacar seu maior centro de poder: o templo do sexo sagrado. Para que a conquista dos sumérios pudesse ter lugar, as culturas patriarcais interessadas começaram a disseminar as idéias de repressão sexual, combatendo como malignas as práticas sexuais milenares dedicadas à Deusa. As práticas sexuais se tornaram então parte da sombra, o poder da mulher foi identificado com o mal e o demoníaco...

Daí, através dos séculos, a Donzela Lilith, que buscava os homens para o Templo de Innana, se tornou no patriarcado o símbolo do mal supremo. Ela encarna de todas as formas e por milênios o medo atávico do homem do poder sexual da mulher.

Mais ou menos em 2400 a.c. Lilith, o Espírito do Ar, foi distorcida como a primeira mulher de Adão, como encontramos em muitos mitos, como um demônio, que foi expulsa do Jardim do Éden. Lillith não é, originalmente, da mitologia cristã ou judaica (e muito menos bíblica - e por isso nem é mencionada nela).

Os hebreus não eram monoteístas como os judeus. Até pelo contrário: eram politeístas. E pautavam sua vida pessoal e comunitária pelos ciclos sazonais - o que os torna também pagãos. Só após a invasão e destruição de Israel pelas forças babilônicas, no século VI a.C., é que começa a surgir o Judaísmo, mais ou menos como hoje o conhecemos - monoteístas e patriarcais.

Os primeiros capítulos da Bíblia (Gênesis 1 a 3) não são os escritos mais antigos desse livro. Sua articulação final data mais ou menos do fim do Exílio na Babilônia e, portanto, traz uma profunda rejeição a tudo que fosse ligado ao "inimigo". A Árvore da Vida, a Serpente e até a própria figura da Mulher são tratadas com menosprezo exatamente para estabelecer uma distinção.

No entanto, é interessante lembrar que o significado do nome "Eva" é "MÃE DE TODOS", e Adão significa "FILHO DA TERRA" - e isso já é suficiente para estabelecer sua antigüidade em relação à própria Bíblia. Certamente trata-se de um mito passado de geração em geração, via oral (como de hábito naqueles povos), que falava de uma GRANDE MÃE e de seu Filho.

Os autores bíblicos inverteram a situação, transformando Adão praticamente num "Grande Pai" e Eva em sua "filha", posto que ela surge a partir dele - evidentemente, para tornar legítima a postura patriarcal que estavam adotando. Da mesma forma, a Árvore e a Serpente - que sempre foram símbolos da Grande Deusa no Oriente - torna-se, na Bíblia, representações do Mal - e é ai que o mito de Lilith pode ser melhor compreendido.

Obviamente, uma transição desse porte não aconteceu sem brigas, discussões e resistência por parte das mulheres. Submetê-las ao patriarcado deve ter sido um trabalho difícil e que demorou várias gerações. As mais resistentes muito provavelmente viram no mito de Lilith toda a sua força ideológica - o que também deve ter causado a reação contrária de transformá-la em um Demônio e mãe de todos os demônios.

Lilith transparece, no mito hebreu, como a mulher livre, sensual, sexual e até certo ponto selvagem. Aquela que não se submete a nenhum homem, mas SEGUE SEUS INSTINTOS E DESEJOS. Por isso ela é representada sobre leões - símbolo da força masculina. No fundo, é a mulher que todo homem deseja mas que também teme, e por isso mesmo, parece um "demônio tentador".

Lilith, na tradição matriarcal, é uma imagem de TUDO O QUE HÁ DE MELHOR NA SEXUALIDADE FEMININA - A NATUREZA DA MULHER, O PODER DO SANGUE MENSTRUAL, que é o poder da Lua Escura. O período normalmente dedicado a Lilith, naquela época, era exatamente o período menstrual. O momento em que as mulheres poderiam ter relações sexuais livres da possibilidade de gravidez e, por isso, tais relações estariam exclusivamente ligadas ao prazer (e não à procriação, como era a perspectiva patriarcal). Assim, muitas vezes, se referiu a essa Deusa como o "Espírito Menstrual".

A reação judaica foi muito rápida e fulminante: transformou em pecado e tabu o sexo no período menstrual - uma artimanha para solapar o culto a Lilith. A segunda foi criar "regras" para a relação sexual - particularmente, regras que garantiam o prazer masculino, mas negava e proibia o prazer feminino. Nesse quadro, Lilith figurava para as mulheres como a experiência sexual capaz de integrar mente e corpo (pois estava livre da gravidez), abrindo um caminho para os tesouros misteriosos do submundo feminino. É encarada como a mulher positiva e rebelde, a que não aceita os padrões patriarcais que marcam a menstruação com dores e vergonha.

Conhecer a figura de Lilith é lembrar de um tempo no passado antigo da humanidade em que as mulheres eram honradas pela INICIAÇÃO SEXUAL, onde expressavam sua LIBERDADE E PAIXÃO NATURAL.

Hoje, depois desses séculos todos de um patriarcalismo opressor, Lilith volta como uma DEUSA NEGRA, ou seja, a energia feminina trancafiada nos calabouços da psiquê de toda a humanidade: para os homens, ela é um desafio; para as mulheres, um arquétipo.

O que significa reivindicar os poderes de Lilith para a mulher de hoje? Na literatura mítica antiga havia 3 Liliths - que refletiam as fases de lua crescente, cheia e escura:

A Lilith crescente era Naamah, a Donzela Sedutora

Donzela é a mulher indômita, selvagem, livre, vibrante de energia, imprevisível como o vento. Sua resposta à vida é espontânea, vívida. Totalmente objetiva. Por mais bela que possa ser, não anseia por estabelecer relacionamento, mas para avaliar, experimentar e descobrir suas próprias formas de ordem.

A mulher mais velha pode ter sido limitada ou reprimida na juventude, e pode reivindicar a Donzela, conscientemente, para libertar seu espírito e encontrar a sua direção. Muitas crises de meia-idade são forjadas por uma Donzela enclausurada e confinada, precipitada muito cedo num casamento convencional, sem oportunidade de explorar alternativas na sexualidade ou na carreira.

Mulheres em motocicletas, em laboratórios, estudando as florestas e matas, dançando num palco, discursando na plataforma política - elas são a Donzela.

A Lilith Mãe era Nutridora

Na primavera ela abre seu corpo-terra para gerar crescimento novo e brilhante. No verão, ela envolve com braços protetores a terra ardente. Na época da colheita ela espalha amplamente sua generosidade, e, à medida que o frio aumenta, ela aconchega os animais em suas tocas no inverno, puxando as sementes para o profundo interior do seu útero até que volte a época do reverdecimento.

A Donzela pode inspirar nossos atos criativos, mas a Mãe está presente quando os produzimos.

E havia a Lilith Anciã, a Destruidora

Embora a Donzela seja procurada e a Mãe respeitada, a Anciã recebe pouca atenção. Mas é na Anciã que o poder feminino realmente se torna COMPLETO.

A Anciã é SÁBIA, observadora, tecelã, conselheira. Conhece os caminhos entre os mundos. Isso pode fazer dela uma personagem desconfortável, mas é um repositório de sabedoria feminina, do conhecimento acumulado da mulher que não menstrua mais, porém MANTÉM DENTRO DE SI O DEPÓSITO DO SEU PODER.

Na primeira, devemos confrontar as maneiras pelas quais nós somos reprimidos, buscando recuperar nossa dignidade. Na segunda, devemos integrar o desespero que vem de nossa rejeição, angústia, medo, desolação; e na terceira descobrimos o poder da transmutação e da cura dela decorrente, uma vez que ela corta nossas falsas retenções, desilusões e nos ajuda a encontrar nossa essência livre e selvagem.

terça-feira, 23 de março de 2010

No Mundo da Lua

" A Lua, e não o Sol, é o legítimo cronômetro do alvorecer dos tempos".

A Lua sempre foi o marcador de tempo natural das mudanças periódicas que ocorriam em todos os reinos, era ela também que assinalava todas as etapas e padrões do eterno ciclo da vida e da morte. Sua misteriosa luz prateada apontava o momento certo para o plantio, para a colheita, para o acasalamento e para as mudanças climáticas. Os antigos gregos a representavam como um cálice vazio que enchia-se e esvaziava-se lentamente, representando as alterações cíclicas das emoções, reações e necessidades humanas.

O símbolo escolhido para representar a esfera matriarcal é a Lua, em sua correlação com a noite e com a Grande Mãe do céu noturno. A Lua é o astro que ilumina a noite e é o símbolo do princípio feminino, representando potencialidades, estados de alma, valores do inconsciente, humores e emoções, receptividade e fertilidade, mutação e transmutação. E, as fases da Lua, caracterizam os aspectos da natureza feminina, assim como representam os estágios e as transformações na vida da mulher.

O Mundo da Lua, aparece na qualidade de um nascimento ou renascimento. Onde quer que se visualize seu símbolo, sempre estaremos diante de um mistério de transformação matriarcal, mesmo que algumas vezes, mostre-se camuflado no mundo patriarcal.

Os astros luminosos em sua dimensão arquetípica, sempre são símbolos da consciência e do espírito da psique humana. É por isso que sua posição nas religiões e ritos é característica das constelações psíquicas dominantes no grupo que, a partir do seu inconsciente, projetou-os no céu. Para ilustrar, o Sol tem sua correspondência na consciência patriarcal, enquanto a Lua na consciência matriarcal.

O aspecto lunar do matriarcado não se refere ao espírito invisível e imaterial, bandeira defendida pelo patriarcado, mas foi a razão pela qual fez com que a Lua acabasse depreciada, assim como o Feminino a que ela corresponde. Todos seus princípios marginalizados levaram à conceituação abstrata da consciência moderna e, que hoje ameaça a existência da humanidade ocidental, pois a unilateralidade masculina acarreta uma hipertrofia da consciência, às custas da totalidade do homem.

Atualmente, o conhecimento abstraído pela consciência coletiva da humanidade encontra-se nas mãos de representantes masculinos, que nem sequer são capazes de incorporar o princípio solar imaterial e puro.

O Mundo da Lua, está longe de ser, como supunha o mundo patriarcal, somente um nível de matéria inferior, de fugacidade telúrica e escuridão. Nos mistérios do renascimento ocorre a iluminação e a imortalização do homem. Este mesmo homem, que é iniciado pela Grande Mãe, como demonstra os mistérios eleusinos e o seu renascimento acontece como um nascimento luminoso no céu noturno. Ele brilhará como um ponto de luz no manto negro da noite, iluminando o mundo noturno, mas mesmo tornando-se deste modo, imortal, a Mãe não o libera, mas o carrega para perto de si na mandala celeste, pois uma Mãe jamais abandona seu filho.




A LUA E A MENSTRUAÇÃO

A cada 28 dias a Lua completa seu ciclo de crescente a minguante. A Lua Nova marca a primeira iluminação e um fiapo fica visível no céu noturno. A Lua então cresce até o primeiro quarto, quando se pode visualizar a metade de seu disco. Continua a crescer e completa-se até atingir a Lua Cheia. Neste ponto, começa a diminuir de tamanho até o terceiro quarto, quando novamente só se vê a metade do disco e continua assim até que não se veja mais seu disco. Em quinta fase, esta Lua Escura dura três noites e esta, é este é o mais poderoso de todos os ciclos da Lua.

A Lua, com seu ciclo de nascimento, crescimento e morte, é um lembrete poderoso, todos os meses, da natureza dos ciclos. Em épocas remotas, os ciclos menstruais das mulheres eram perfeitamente alinhados com os da Lua. A mulher ovulava na Lua Cheia e menstruava na Lua Escura. A Lua Cheia era o ápice do ciclo da criação, era quando o óvulo era liberado. Nos 14 dias que antecedem esta liberação, as energias da criação reúnem tudo que é necessário para constituir o óvulo. Quando passava a Lua Cheia e o óvulo não era fertilizado, tornava-se maduro demais e se decompunha, derramando-se no fluxo natural de sangue na Lua Escura. Quando a mulher vive em perfeita harmonia com a Terra, ela só sangra os três dias da Lua Escura. Quando a Lua Nova emerge, seu fluxo naturalmente deve cessar e o ciclo da criação é reiniciado dentro dela.

Em nossa sociedade atual, o uso de pílulas anticoncepcionais, fez com que a mulher deixasse de incorporar e compreender este ciclo de criação e destruição dentro de si.

Alguns índios norte-americanos, consideravam a Lua uma mulher, a primeira Mulher e, no seu quarto minguante ela ficava "doente", palavra que definiam como menstruação. Camponeses europeus acreditavam que a Lua menstruava e que estava "adoentada" no período minguante, sendo que a chuva vermelha que o folclore afirma cair do céu era o "sangue da Lua".

Em várias línguas as palavras menstruação e Lua são as mesmas ou estão associadas. A palavra menstruação significa "mudança da Lua" e "mens" é Lua. Alguns camponeses alemães chamam o período menstrual de "a Lua". Na França é chamado de "le moment de la luna".

Entre muitos povos em todas as partes do mundo as mulheres eram consideradas "tabu" durante o período da menstruação. Este período para algumas tribos indígenas era considerado um estado tão peculiar que a mulher deveria recolher-se à uma "tenda menstrual" escura, pois a luz da Lua não deveria bater sobre ela. O isolamento mensal da mulher, tinha o mesmo significado que os ritos de puberdade dos homens. Durante este curto espaço de tempo de solidão forçada, as mulheres mantinham um contato mais íntimo com as forças instintivas dentro de si.

Em tribos mais primitivas, nenhum homem podia se aproximar de uma mulher menstruada, pois até sua sombra era poluidora. O sangue menstrual, nesta época, era tido como contaminador. Acreditavam também, que a mulher menstruada tinha um efeito poluente sobre o fogo e se por algum motivo se aproximasse dele, esse se extinguiria. Ainda, de acordo com o Talmude, se uma mulher no início da menstruação passasse por dois homens, certamente um deles morreria. Se estivesse no término de seu período, provavelmente causaria uma violenta discussão entre eles.

Por vários motivos as mulheres acabaram impondo à si mesmas uma abstinência, muito embora, tanto nelas como nos animais, o período de maior desejo sexual é imediatamente anterior ou posterior a menstruação.

Na Índia, acredita-se ainda hoje, que a Deusa-Mãe menstrua. Durante essa época, as estátuas da deusa são afastadas e panos manchados de sangue são considerados como "remédio" para a maior parte das doenças. Na Babilônia, pensava-se que Istar, a Deusa Lua, menstruava na época da Lua Cheia, quando o "sabattu" de Istar, ou dia do mal, era observado. A palavra "sabattu" vem de sabat e significa o descanso do coração. É o dia de descanso que a Lua tem quando está cheia. Este dia é um percursor direto do sabath e considerava-se desfavorável qualquer trabalho, comer comida cozida ou viajar. Essas eram as coisas proibidas para a mulher menstruada. O sabath era primeiramente observado somente uma vez por mês e depois passou a ser observado em cada uma das fases da Lua.

Hoje, uma compreensão científica e objetiva já nos livrou de todos estes tabus, mas é bom lembrar que em certo momento histórico, inconscientemente, a natureza instintiva feminina podia provocar a anulação dos homens.


A NATUREZA TRINA DA MULHER

A natureza da mulher é cíclica e bem separada de seus desejos pessoais e ela experimenta a vida através desta natureza sempre mutável. As mudanças mais marcantes de seu comportamento acontecem em relação aos seus sentimentos. Tudo pode estar auspicioso e alegre em certo momento, mas passado pouco tempo poderá estar melancólico e deprimente. Desta forma, sua percepção subjetiva da vida é projetada para o mundo exterior e a mulher pode sentir a mudança cíclica como uma qualidade da própria vida.

No curso de um ciclo completo, que corresponde à revolução lunar, a energia da mulher cresce, brilha esplendorosa e volta a minguar totalmente. Essas mudanças afetam-na tanto na vida física como sexualmente e também psiquicamente. Na mulher, a vida tem fluxo e refluxo que é dependente de seu ritmo interno. O ir e vir da energia, quando perfeitamente compreendido pela mulher, pode presenteá-la com uma oportunidade de trabalho ou uma aventura espiritual, a qual ela espera há muito tempo. Se a Lua lhe for favorável, ela poderá ter uma vida mais livre e cheia de oportunidades, mas se a Lua estiver desfavorável, pode perder sua chance, sendo incapaz de recuperá-la. Não é de admirar que nossos ancestrais chamassem a Lua de "Deusa do Destino", pois realmente é fato que ela influência no destino da mulher, assim como dos homens também, embora inconscientemente.

No mundo patriarcal, as mulheres descuidaram-se de seus ritmos para tornarem-se competitivas e o mais próximas possíveis dos homens. Caíram, sem perceber, sob o domínio do masculino interior, perdendo o contato com seu próprio instinto feminino, passando a viver somente através das qualidades masculinos do "animus". Entretanto, negar sua identidade é constituir-se em um ser sem alma. Não é incorporando os valores masculinos ou tentando imitar seu comportamento que terá reconhecido o seu valor. A mulher deve ser reconhecida também, pela sua dimensão feminina e não pela sua dissociação da sua realidade psíquica.

A MULHER LUA CRESCENTE

A primeira face da Deusa é a Donzela, ou Virgem e que corresponde a Lua Crescente. Representa a juventude, a vitalidade, a antecipação da vida, o início da criação, o potencial de crescimento e a semente do "vir a ser".

A Lua Crescente, portanto, liga-se a "virgem", a mulher solteira e sugere inúmeras promessas ocultas de crescimento, de riqueza, de criatividade e de prazer. Esta Lua nos faz voar à um mundo de sonhos e devaneios. Nos tornamos seres alados que levitam num céu estrelado de possibilidades, onde o impossível torna-se realidade. É o verdadeiro despertar de Eros, do amor, da vida que não nos impõe nenhum obstáculo. Neste mundo onde tudo é possível a mulher personifica-se como a eterna amante, a musa inspiradora que concretiza a eterna felicidade.

A mulher na Lua Crescente consegue expor sua feminilidade com muita espontaneidade. Ela é a personificação da deusa em sua manifestação instintiva e natural, buscando sua essência. Ela é rica em fertilidade e possibilidades, sem limites. Precisa de todo o espaço para expandir-se e manifestar-se. É erva que se alastra e cobre tudo, pois ela é livre, animal sem dono, que não admite ficar presa à ninguém. Dona de si mesma, ela se rege, se governa por seus princípios internos, muitas vezes à custa de muito sofrimento, pois toda liberdade tem seu preço.

Este princípio feminino é representado por várias deusas e uma delas é Àrtemis, a arqueira-virgem e amazona infalível, que corria livre pelos campos e de coração solitário. Ela é arquétipo da feminilidade mais pura e primitiva. Ela santifica a solidão e a vida natural. E, é ela que garante a nossa resistência a domesticação. Outra deusa da Lua Crescente é Inana, uma antiga entidade suméria que é portadora de qualidades lunares femininas. Em época de mudanças, esta deusa sempre está presente e pode ser invocada.

As mulheres que incorporam os atributos da Lua Crescente, são muito sensuais, verdadeiras Afrodites contemporâneas e conhecedoras da influência de seus poderes. Sentem orgulho de seu sexo e possuem uma vitalidade rara, somada a uma ansiedade de ampliar os horizontes de seu psiquismo. Jamais se adaptam à limites sociais e culturais, pois seu desejo de expansão é incontrolável. Estão sempre mudando, são mulheres inquietas e instáveis. Como a Lua Crescente, revolucionam, criam e transformam constantemente. São difíceis de serem civilizadas, pois como Àrtemis, possuem um amor intenso pela liberdade, pela independência e autonomia. Possuem temperamento estouvado e aprendem muito cedo a engolir suas lágrimas e planejar vinganças pelas humilhações que sofrem, devolvendo na medida certa o que receberam.

Para um homem relacionar-se com uma mulher-lua-crescente, pode ser um desafio e tanto. Igualmente, a mulher que penetrar fundo nesse lado de sua natureza artemisia, precisará reconhecer o poder primitivo de sua sanguinolência e o efeito que pode ter sobre o homem. A Lua Crescente nos põe em contato com todos esses aspectos da natureza feminina.

A MULHER LUA CHEIA

O aspecto de Mãe da Deusa sempre foi o mais acessível para que a humanidade o reconhecesse, invocasse e o identificasse. A Lua Cheia está associada à imagem maternal da Deusa, à mulher em toda a sua plenitude, ao potencial pleno da força vital. Ela corresponde ao crescimento e amadurecimento de todas as coisas, ao ponto culminante de todos os ciclos, à semente germinada e à plenitude do caldeirão.

Na Lua Cheia entramos em outra dimensão do feminino, aqui o instinto se coloca a serviço da criação e da humanização. Esta é a fase lunar que é iluminada pelo Sol em sua totalidade, indicando mais clareza de consciência e um melhor relacionamento entre masculino e feminino, o que propicia a criação.

A Lua Cheia é a Lua Grávida de criatividade, de riqueza e da realização do próprio crescimento. É a imagem da Mãe, com o poder divino de carregar uma nova vida em seu ventre. É ela que gera, promove o crescimento e dá o nascimento. Ela é a deusa da maternidade, que traz consigo a fertilidade para a terra e para os homens.

A Lua Cheia nos conecta com a terra, nos coloca em contato com os valores terrenos, é o próprio amor realizado. Esta Lua-Mãe, foi expressa mitológicamente pelos gregos como Deméter com sua prodigiosa energia para nutrir e acalentar e sua dedicação desinteressada para com os filhos e a família. Esta deusa-mãe também é visualizada em Cibele, Ísis, em Astarte e na Virgem Maria. Todas aparecem sempre com o filho, o que pressupõe uma capacidade de relacionamento e reprodução realizada. O filho representa o nascimento, o Logos no feminino. A Lua, deste modo, relaciona-se com o mundo de maneira mais humana, através de seu filho. Estabelece-se assim, um contato mais íntimo entre o mundo interno e o externo, do divino com o terreno e do espiritual com o material.

A maternidade em si já é uma doação, mas também associa-se à capacidade de sacrifício. Todas as deusas citadas, têm em comum o fato de terem um filho que morre e depois ressuscita. O filho seria a semente que morre, se decompõe na terra, para trazer em seguida a renovação da vida. Mas, enquanto não chega a hora do sacrifício, o filho reina junto com a Mãe-Lua e é controlado por ela.

A mulher regida pela Lua Cheia é mais confiável, pois se assemelha à Mãe. Ela é acolhedora, mais domesticada e sempre se coloca à disposição e proteção do outro. Esta mulher tem os pés no chão e seus mistérios não são tão ocultos, pois ela se revela mais claramente. Ela acolhe a criação, que é a união do masculino com o feminino. Mas esta mulher tem uma preocupação exagerada com a segurança, o que impede o seu aprofundamento em seus relacionamentos, pois o contato mais íntimo, pode constituir-se em uma ameaça. Desenvolve então, um controle fora do comum e nada pode pegá-la desprevenida. Aqui desenvolve-se um impedimento a sua criatividade, pois seus passos são calculados, evitando confrontar-se com o desconhecido, que podem lhe proporcionar surpresas desagradáveis.

A mulher-lua-cheia é a esposa e mãe perfeita, desfaz-se em eficiência e cuidados, mas falta-lhe a paixão e a inquietação.

A MULHER LUA MINGUANTE

O terceiro aspecto da Deusa, a Anciã, corresponde à fase da Lua Minguante, sendo o menos compreendido e o mais temido.

A Lua Minguante define-se no acaso e na velhice. É aquela que encerra em si a sabedoria e os segredos nunca revelados. Está associada a velha bruxa, ao deteriorar da força vital, ao envelhecimento, assim como, aos poderes de destruição e da morte, à destruição do impulso de Eros.

A mulher que é arquetípicamente regida pela Lua Minguante é misteriosa e por vezes indefinível. Parece possuir um potencial para realização de algo que é difícil definir com exatidão. Possui virtualidades pressentidas, mas nem sempre realizadas. Ela mesma não se define de maneira consciente e clara. Possui também uma certa dificuldade em lidar com os aspectos da vida consciente. Esta é a mulher que vive no "mundo da lua". Está sempre descobrindo novas possibilidades, mas tem certa dificuldade em direcioná-las e nunca consegue finalizar o que começou.

Como está mais próxima e mantém constante contato com as fontes inconscientes da fertilidade, aparenta estar realizando algo, mas que pode nunca concretizar. É sempre suscetível a perder-se em sonhos e devaneios em função da dificuldade que tem em lidar com o concreto e o real. O seu maior obstáculo é o tempo presente, pois está sempre voltando ao passado, revendo tudo o que foi capaz de realizar, ou lamentando o que deixou de fazer. Ela está sempre distante do presente e por isso torna-se fria e distante dos outros, devido ao seu excesso de auto-referência.

A sua criatividade, se não submetida ao controle do ego consciente, pode assumir uma forma caótica e desordenada. A sua maior dificuldade está em mobilizar e dirigir essa energia. Possui ela, todo o potencial para a criação por seu acesso fácil às fontes criadoras lunares, mas necessita compreender e separar a mistura orobórica criativa, a fazer a ordenação do caos, para que ele se transforme num cosmo criativo

A mulher Lua Minguante possui uma energia muito forte, mas ela pode manifestar-se de maneira tanto construtiva, como destrutiva, dependendo da forma como trabalha o seu consciente. A necessidade de mudança também está sempre determinando seu comportamento. O que mais importa para ela é o próprio processo do que o objetivo final, o caminho não tem tanta importância, mas premente é a necessidade de fazer a passagem.

A introspecção ao mundo interior ocorre facilmente para a mulher regida pela lua minguante. A sua maior dificuldade está no fato de tornar-se produtiva e realizar toda a fertilidade encontrada. Se não conseguir direcionar essa vitalidade, objetivando-a e encaminhando-a para a realização criativa, toda essa riqueza pode se tornar inútil.

A Lua Minguante sempre serviu como vaso adequado para a projeção de todo o lado sombrio, tanto do homem como da mulher. Aqui penetra-se no reino de Hécate e Lilith e tantas outras deusas que apresentam aspecto sombrio, mas que pode no final nos trazer a iluminação. Talvez torne-se necessário para a mulher fazer um acordo com estas deusas, para que elas a presenteiem com a possibilidade de um enriquecimento de personalidade, permitindo a sua expressão de uma forma mais humanizada e não tão instintiva. Deste modo, as dimensões do instinto poderão ter uma via mais integrada, em que pode haver a participação de novas forças energéticas.

É observando e reconhecendo os movimentos da Lua no céu e integrando as suas três fases, que poderemos nos alinhar e sintonizar com o fluxo do tempo e com os ritmos naturais. Nos utilizando dos poderes mágicos da Lua e reverenciando as Deusas ligadas a ela, criaremos condições para melhorar e transformar nossa realidade, harmonizando-nos e vivendo de forma mais equilibrada, plena e feliz.

NÃO A GUERRA DOS SEXOS....
...SIM AO COMPANHEIRISMO!

Hoje, a maioria das religiões, concebem como única e suprema uma divindade que é masculina, entretanto, ao resgatarmos tradições mais antigas, aprendemos que anteriormente, tanto o homem quanto a mulher, cultuavam uma Grande Mãe. O resgate destas tradições nos levam a compreender que homens e mulheres nasceram para viver em parceria e que, nós mulheres, podemos honrar o espírito feminino, buscando o equilíbrio e a paz, para ambos os sexos.

As mulheres, nos últimos anos, desbancaram a bandeira de sexo frágil. Elas batalharam e conseguiram a independência, poder e reconhecimento. Em pé de igualdade com o homem, hoje tem como meta principal conciliar carreira, maternidade e encontrar um homem ideal. Os homens em contrapartida, não mudaram tanto assim, não acompanhando o ritmo veloz feminino. Em conseqüência disto, criou-se um abismo entre os dois sexos. Mas, felizmente, as mulheres jamais abandonaram o seu ideal romântico de encontrar um companheiro para caminhar lado a lado. Todas anseiam apaixonar-se e casar, mas não abrem mão da busca do sucesso profissional. Assim, alegam a maioria delas, se fracassarem na vida sentimental, terão o trabalho para satisfazê-las e ocupá-las. Devem então, ter muito cuidado para não investir tempo integral às suas carreiras, pois fatalmente, por total falta de tempo matarão sua vida afetiva.

O amor e a maternidade para a mulher é um fator mais do que biológico. Ir contra à sua natureza, fará com que a mulher deixe de usufruir de uma realização pessoal.

O homem também obteve alguns avanços e hoje, ele parece estar mais disponível e sensível. A cada dia vislumbra-se pais mais participantes, amantes mais amorosos e companheiros que dividem com a mulher as tarefas rotineiras da casa. Estamos entretanto ainda, em um momento de transição, onde os papéis masculinos e femininos não estão bem delineados. O homem, continua a não saber direito lidar com suas emoções em função de sua postura cultural e a mulher buscou e conquistou a independência, o reconhecimento e a igualdade. Mas bem no íntimo, ela continua romântica e deseja ser conquistada. No fundo, talvez não imaginasse que pudesse ir tão longe para depois sentir-se perdida. Com tantas conquistas, vieram também as armadilhas e ela acabou sobrecarregada, pendendo de um lado para o outro com a expansão das possibilidades.

Talvez, seja este o momento da mulher parar de provar que pode tudo e unir-se em companheirismo com o homem. Se realmente buscamos construir uma sociedade equilibrada e serena, todas as idéias egocêntricas de superioridade e culto à guerra sexista deve desaparecer entre os homens e mulheres, dando lugar a uma visão cósmica de complementariedade entre os sexos.

NA GUERRA DOS SEXOS QUE VENÇA O AMOR!

(por Rosane Volpatto)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Magia no Jardim



Proteção Mágica



Determine com a ajuda de uma bússola, os pontos cardiais exatos em seu jardim, e marque-os com pedras para ter a referência de cada um; coloque a maior ao Norte.

Quando anoiteçer, prepare um pequeno fogo e ilumine toda a área.

Comece pelo Norte, fincando uma vela preta na terra e depois seguindo em sentido horário, coloque outra ao Leste de cor amarela, uma ao Sudeste (entre o Sul e o Leste) de cor vermelha, outra ao Sudoeste (entre o Sul e o Oeste) de cor verde e a última ao Oeste de cor azul escuro.

Se houver vento pode colocar as velas em recipientes de vidro próprios para isto.

Como pode perceber formamos uma estrela de cinco pontas, um pentagrama.

Agora, pegamos o athame e nos colocamos de pé no centro do jardim olhando ao Norte, e levantamos os braços para o céu dizendo:

“Espíritos do Norte, protejam e escondam este jardim dos inimigos”

Vire-se para o Sul e diga:

“Espíritos do Sul protejam, e defendam este jardim dos inimigos”

Agora olhando o Oeste:

“Espíritos do Oeste protejam este jardim e afastem dele os inimigos”

Por último vire-se para o Leste e diga:

“Espíritos do Leste protejam este jardim e impeçam os inimigos de entrar aqui”


Ao terminar va até a vela do Oeste, e inclinando-se sobre a terra comece a traçar com a ponta do athame o pentagrama sobre o terreno; caminhe da vela azul (Oeste) até a vela amarela (Leste), desta até a vela verde (Sudoeste), desta até a vela preta (Norte) desta até a vela vermelha (Sudeste) e termina o pentagrama indo desta até a vela azul no Oeste.

Agora, de joelhos no Quadrante Sul, trace os símbolos com o athame como mostra a figura acima.

Depois de tudo desenhado sente-se e concentre-se em seu corpo; procure identificar as batidas de seu coração, quando o faça conte nove batidas; respire fundo, e relaxe, pois agora você pode ter certeza de que seu jardim, está magicamente protegido.

A seguir apague as velas, começando pelo Norte, em direção contrária às agulhas do relógio.

Pegue depois a vassoura de palha começando pelo Norte e de frente para o centro do pentagrama varra e desfaça os símbolos que traçou anteriormente; caminahndo em sentido anti-horário e varrendo até que na terra não fique nenhum dos desenhos.

Pegue as velas que sobraram e guarde-as bem; apague toda iluminação e va embora.

Quando amanhecer volte ao jardim e veja se ficou algum desenho na terra, pois é possível que apareçam alguns riscos sobre a terra, mesmo que você os tenha apagado todos, não os desfaça; também pode ser que você encontre penas de pássaros, pegue algumas e guarde-as, pois estes fatos são sinais da união entre o seu jardim e o Poder da Natureza.

Sirva então 250ml. de sidra pura e parada no meio do jardim regue a sidra por toda a área girando para chegar a cada ponto como se você estivesse parada sobre um eixo; quando termine a sidra, saia dali e deixe que a terra absorva bem o líquido.

A sidra simboliza o sangue, ela acorda e renova as energias que se encontram no seio da Mãe Terra, e também a prepara para o momento de plantar.

Feito tudo isto deixe o jardim em paz durante três dias; o ideal é que ninguém o visite ou caminhe sobre ele, nem pessoas nem animais.

Somente no quarto dia começaremos a plantar ou continuarão a fazê-lo aqueles que já o tenham feito antes.





(Fonte:magiabruxa.com)

Inspire-se



Bruxaria sem Desculpite



Muita gente deixa de praticar Bruxaria porque não pode ter um comprometimento contínuo, alegando não ter tempo ou disponibilidade de espaço, por exemplo. Outros inclusive falam que não têm dinheiro para comprar livros ou instrumentos. Mas peraí – estamos falando de uma religiosidade pautada na Natureza ou o quê? Veja neste texto como a Bruxaria faz parte da sua vida e como é fácil viver o dia-a-dia como um(a) verdadeiro(a) bruxo(a).

Você descobre que hoje é noite de Lua Cheia mas precisa lavar a roupa. Ou então sábado é dia de sabá, mas você só pensa em ir ao cinema ou descansar no sofá vendo TV. Nós sabemos qual é a realidade. Como podemos, então, adequar nossa vida para que ela corresponda à nossa espiritualidade?

1. Falemos sobre esbás. Os esbás são os rituais onde celebramos as fases da Lua e o foco cultural é em uma divindade feminina – a Deusa. Todo mundo sabe que o ideal é você sempre saber em que fase está. Isso pode ser resolvido de diversas formas. Óbvio que a mais indicada é a observação, porque é a maneira de se sentir mais próximo(a) e tal. Mas não custa dar uma reforçadinha para os momentos de dúvida. Assim, anote em sua agenda todas as próximas fases da Lua. Se não souber onde encontrar, sempre atualizamos ali do lado direito do site. O que é importante nos esbás é você entender o que está acontecendo naquele dia e ver o que pode ser feito dentro das suas condições atuais. Por exemplo: o que significa uma Lua Cheia em Áries? ou uma Lua Minguante em Escorpião? Reflita sobre esses aspectos e tenha ideias. Na dúvida, siga este guia simples:

Lua Nova – meditação e planejamento;
Lua Crescente – rituais que promovam o início ou a atração de algo;
Lua Cheia – força total em qualquer campo;
Lua Minguante – rituais para agilizar o término de algo ou banimento de qualquer coisa;
Lua Negra – revisão do que foi feito, leitura de oráculos;

Faça nesses dias o que achar melhor. Se quiser – e puder – fazer um ritual com velas, círculo, enfim, tudo o que tem direito, faça! Mas, se não puder, um incensozinho, uma meditação simples, um jantar especial – tudo isso também serve. O importante é manter a intenção em foco. Mas não deixe passar em branco. Um esbá ocorre uma vez por semana. Nem que seja durante seu banho, dá pra fazer alguma coisa assim. Também não dá para ser bruxo(a) sem o mínimo de boa vontade, que fique claro.

2. Sobre os sabás. Existem diversas datas de celebrações no decorrer do ano, dependendo da tradição que você segue. Na Wicca, são oito. Alguns bruxos e bruxas preferem celebrar só as quatro estações, ou só os quatro festivais celtas. Tomarei como base a Roda do Ano wiccan, que tem, portanto, oito festivais. Pense bem: oito festivais por ano. Pensando assim, até parece pouco. Mas, no dia-a-dia, lembrar que domingo é Lammas e você não tem ideia de como celebrar ou então você precisa levar sua mãe no supermercado é o que acontece com a maioria dos pagãos. Aqui fica o mesmo conceito dos esbás: não deixe passar em branco. O bom dos sabás é que, ao contrário dos esbás, eles são focados nos grupos, na comunidade, na coisa da partilha. Então, se em um esbá é legal você meditar sozinho(a), ter aquele momento seu, no sabá é justamente a hora de juntar o pessoal e celebrar de forma gostosa. Nem todo mundo gosta de ir em ritual público celebrar. Tampouco pode celebrar em covens. Se você prefere celebrar sozinho, tudo bem. Mas, se quiser celebrar coletivamente, não precisa sair convertendo seus amigos não-pagãos, ou mesmo sua família – basta ser criativo(a)!

Você pode começar o dia do sabá com uma meditação simples a respeito dele. Uma coisa boa a se fazer é: sempre que um sabá estiver se aproximando, progressivamente vá lendo coisas a respeito. Essa é uma forma eficiente de entrar no clima. Com relação às estações, faça uma listinha de rituais que gostaria de fazer em cada época. Por exemplo: estudar sobre o tarô durante o outono, meditar em algum parque na primavera, essas coisas. Mas voltando ao dia do sabá – depois da meditação, faça coisas relacionadas. O sabá cai em uma terça-feira? Prepare um jantar especial com base no que está acontecendo! Comidas relativas àquele sabá, música, decoração. Se você é festeiro, chame alguns amigos e não fique falando sobre Paganismo, mas promova um encontro alegre. Secretamente, brinde aos deuses. Acenda sua velinha ali num canto. Faça tudo com aquele ar de “resistência pagã” aos novos tempos, rs. Lembre-se do que significa aquele momento na Roda do Ano. Tenha isso em foco. E divirta-se.

Resumindo, para cada sabá:

meditação;
leitura a respeito;
praticar alguns costumes (feitiços, simpatias, velas, trabalhos artísticos, oráculos);
preparar uma receita típica;
se divertir!

3. Você não precisa fazer um feitiço por dia para ser um(a) bruxo(a) que se preze! Não! Mas há pequenos rituais do dia-a-dia que são super benvindos e você pode incorporar facilmente. Basta ir fazendo até se tornar um hábito. Quando você acorda, por exemplo, abra a janela e cumprimente o Sol. Talvez você queira usar um pentagrama no pescoço – talvez não esteja afim. Guarde-o na bolsa ou na mochila. Tenha-o com você. No caminho para o trabalho, leia um capítulo de algum livro pagão. Inspire-se. Preste atenção no tempo. Enquanto estiver trabalhando, preste atenção no seu corpo. Respire, inspire, transpire, relaxe, concentre-se e centre-se. Beba água. Veja em sua agenda em que fase a Lua está. Pense nos assuntos em pauta na sua vida naquele momento – o que poderia ser abordado no próximo esbá? Durante o almoço, coma com tranquilidade. Agradeça à Natureza pela sua refeição. Não se entupa de falsos estimulantes, como açúcar refinado, comprimidos, cigarros e álcool. Escolha fazer um chá a tomar uma aspirina. São essas pequenas escolhas. Sempre prefira o natural. Seu corpo agradece, e a Natureza também. Está com dor de estõmago e não sabe que chá fazer à noite? Faça uma pesquisa básica sobre plantas e resolva o problema. Anote em seu Livro das Sombras a descoberta. Na volta do trabalho, cansado(a), ouça música pagã com fones de ouvido. Existem artistas fantásticos para todos os gostos, de Lorenna McKennitt a Marduk. Tome um banho relaxante. Acenda velas e um incenso. Faça uma comidinha gostosa para jantar. Cozinhar é uma Arte também. Ouça música enquanto cozinha, ou mesmo cante – transfira boas energias para o alimento. Medite antes de dormir – reflita sobre todos os aspectos do seu dia. Talvez você queira reler aquele capítulo das Brumas de Avalon quando a Igraine conhece o Uther. Ou então aquele quando o Harry chega em Hogwarts. Ou talvez você queira simplesmente ficar zapeando os canais em busca de algum documentário sobre os maias. Cada dia é uma pequena Roda do Ano completa… lá vamos nós dormir e depois acordar para a nova alvorada. Procure dormir bem. Talvez você queira escrever antes de dormir, ou anotar seus sonhos pela manhã. E já começa tudo novamente…

Viver como bruxo(a) não é ter uma vida glamourosa envolvendo varinhas, estrelinhas voando e vidros de poções por toda a casa. Existe um ideal de Bruxaria que muitas vezes bloqueia a pessoa e ela acaba não fazendo nada porque está longe do que ela acha que é certo dentro do Paganismo. Você deve ter percebido através deste texto que as coisas são mais fáceis do que parecem – basta incorporar o hábito. E também deve ter percebido que não importa se sua família é ou não pagã – nada do que foi falado aqui impôe uma religiosidade a outras pessoas – são atos básicos de convivência com um simbolismo que só diz respeito a você.

Espero que este artigo tenha inspirado você a fazer coisas boas no seu dia-a-dia. Se você se considera pagão, por que não vive como tal? Sem desculpite!


(Fonte: Bruxaria.net)