segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Hinduísmo

Mantra

EXPLICAÇÃO SOBRE OS MANTRAS - PARTE I

Recitação e mantras originaram-se no hinduísmo e são técnicas fundamentais praticadas até os dias de hoje. Muito do chamado Mantra Yoga, é realizado através de "Japa" (recitação de fórmulas, usando-se ou não o 'rosário hindu' = 'japa mala'). Diz-se que os mantras, através de seus significados, sons e harmonia melódica, auxíliam o sadhaka (o praticante) na obtenção de concentração durante a meditação. Eles também são utilizados como uma expressão de amor à deidade, uma outra faceta do Bhakti Yoga, necessária para a compreensão de Murti.

Frequentemente, também, os mantras são utilizados para se obter coragem em momentos dificeis e auxílio, ou para 'invocar' a força espiritual interior. Segundo a tradição, as ultimas palavras de Mahatma Gandhi enquanto morria foram um mantra ao Senhor Rama: "Hey Ram!" - uma invocação a Deus, e acredita-se que assim ele pôde transpor com tranquilidade e definitivamente os "véus de Maya" (mundo físico ilusório) para encontrar seu "Bem Amado Cósmico"; Deus.

Provavelmente o mais representativo de todos os mantras hindus é o famoso "Gayatri Mantra":

"Aum! bhurbhuvasvah yam bhargo devasya dhimahi dhiyo yo naha pracodayat" - que significa, literalmente:

"Om! Terra, Universo, Galáxias (invocação aos três mundos). Que nós alcancemos a excelente glória de Savitr (Deus). Que ele estimule os nossos pensamentos/meditações."

O mantra Gayatri é considerado o mais universal de todos os mantras hindus, e invoca o universal Brahman como um princípio de conhecimento e iluminação do Sol primordial, mas somente em seu aspecto feminino. Muitos hindus, até os dias de hoje, seguindo uma tradição que permanece viva por pelo menos 5.000 anos, o recitam enquanto realizam abluções matinais às margens de um rio sagrado (especialmente o Ganges). Conhecido como um mantra sagrado, é reverenciado como a forma mais condensada do Conhecimento Divino (Veda). É governado pelo principio, Ma (Mãe) Gayatri, também conhecido como Veda Mata (ou 'Mãe dos Vedas') e está intimamente associado à deusa do aprendizado e da iluminação, Saraswati.

O maior objetivo da religião Védica é alcançar "Moksha", a Liberação, através da constante dedicação a "Satya" ('Verdade') e uma eventual realização de "Atman" ('Alma Universal'). Não importa se atingido através de meditação ou puro Amor, este objetivo universal seria alcançado por todos. Deve ser observado que o hinduísmo é uma fé prática, que deve ser incorporada em cada aspecto da vida. Acredita igualmente no temporal e no infinito, e somente encoraja perspectivas destes principios. Os grandes "rishis" (homens santos) são também denominados como "samsaric" (aquele que vive no Samsara, o plano temporal ou terrestre). Os que conquistam um honesto e amável meio de "vidadharmic" é um "jivanmukta" ('alma vivente liberta').

As verdades fundamentais do Hinduísmo são melhores compreendidas nos "Upanishadic Dictum", "Tat Twam Asi" ('Thou Art That'), na última aspiração; como segue:

"Aum Asato ma sad gamaya, tamaso ma jyotir gamaya, mrityor ma aamritaam gamaya" = "Om, conduza-me da ignorância para a verdade, das trevas para a luz, da morte para a imortalidade."

Os mantras em geral são muito curtos, um breve verso comportando algumas sílabas e com sentido bem claro. Mas eles também podem consistir numa extensa combinação de sílabas aparentemente desprovidas de sentido. Os "sons-semente", formados de uma única sílaba e que terminam quase sempre por uma nasal, como o m ou n, constituem mantras ainda mais complexos e enigmáticos. Dentro desta categoria, o mantra mais conhecido é OM (AUM), palavra que diz-se contém a chave do universo. OM corresponde às três principais divindades - Brahma, Vishnu e Shiva.
Os mantras são compostos de diferentes formas, eles podem ser o produto de uma inspiração comunicada diretamente pelo Cosmos ou podem resultar também de uma meditação, e nesse caso, ser uma emanação do espírito inconsciente de um iogue. Alguns são recolhidos diretamente no akasha, o éter cósmico ou memória universal, por adeptos de altíssimo grau, outros mantras são obras de poetas, cantores ou de místicos. Muitos mantras, considerados dentre os mais eficazes, foram compostos através de um dos vários métodos usados para reduzir a uma curta fórmula hermética toda uma obra importante, este procedimento é, às vezes, utilizado em proporções inimagináveis, é desta forma por exemplo, que um livro sagrado contendo milhares e milhares de versos podem ser resumido num só capítulo. Este capítulo pode, em seguida, ser reduzido a um só parágrafo, depois a um verso e, finalmente, a uma única sílaba . Esta sílaba última tem um poder tão grande que de forma análoga a um micro ponto da moderna computação, encerra a essência de todo o tratado. O domínio desse mantra conferirá imediatamente ao discípulo uma compreensão intuitiva do conjunto do texto.
Além de OM , existem outros mantras do tipo "som-semente", tais com krim, hrim, vam, gam, ram, shrim, etc ..., cujas vibrações são inicialmente concentradas , e depois projetadas seja para o interior de si mesmo, seja para o exterior, na forma de invocações , ordens, bênçãos com o propósito de agir como instrumento de proteção, de poderes curativos e armas de defesa.
Os mantras "internos" são dirigidos para uma parte do corpo, tal como a cabeça, o espaço entre as sobrancelhas, o plexo solar ou os órgãos sexuais, onde produzem vibrações de energias precisas. Dessa forma, os mantras orientais dirigidos para o crânio provocam ressonância nos alvéolos do cérebro, criando um tipo de iluminação mística. Afirma-se mesmo, na mantra ioga, que certos mantras efetuam uma viagem circular no corpo humano, e que suas reverberações provocam o desaparecimento de tecidos usados e gastos, substituindo-os por tecidos novos. Os mantras podem ser dirigidos para uma parte específica do corpo que tenha necessidade de ser revigorada ou curada.
Acredita-se que existe um mantra para todos os estados e todas as doenças e melhor ainda, para todos os problemas, de qualquer natureza. Todos podem ser resolvidos com a entoação dos sons convenientes e apropriados, porque cada mantra é um som, e as vibrações sonoras constituem a própria base do universo. As doutrinas orientais atribuem enorme importância ao conhecimento e uso dos mantras.
É comum admitir que os efeitos de um mantra são reforçados com a repetição do mesmo : a entoação sem fim da fórmula aumenta o efeito de seus benefícios . O mantra age sobre o espírito, permitindo gradualmente ao praticante compreender seu significado profundo. Sua constante repetição, sobretudo quando combinada com os pranayamas, ou técnicas respiratórias, contribui para suscitar um estado de transe e provocar uma iluminação mística. O mantra penetra nos reinos sobrenaturais, e de certa forma, compele os deuses a responder às preces que lhes são feitas. Se uma pessoa repete (com correção) cem mil vezes um certo mantra que objetiva poder , homens e mulheres lhe obedecerão implicitamente ; se essa pessoa o repete duzentas mil vezes , ela poderá dominar todos os fenômenos naturais ; com um milhão de vezes , conseguirá a faculdade de viajar através de todos o universo. Utilizam-se rosários especiais para controlar o número de repetições. São feitos geralmente de grãos secos, enfiados num cordão .
Por meio de um único mantra pronunciado em voz alta, ou murmurado, ou repetido mentalmente, pode obter aquilo que procura, pois todas as coisas são formas de manifestação do som. E o próprio Brahma é o Som do qual se nutre o universo.

EXPLICAÇÃO SOBRE OS MANTRAS - PARTE II

Hoje em dia, o uso de expressões védicas em assuntos místicos, esotéricos, ocultismo é tão comum que fazem algumas palavras começarem a ter o seu sentido deturpado, às vezes, vulgarizado.Palavras que têm sua origem no sânscrito, a Língua Mãe, tais como: guru, karma, dharma, samsara, maya, budha, yoga, nirvana, tantra, mantra; são usadas, muitas vezes, em sentido completamente corrompido, por pessoas inescrupulosas ou mal informadas.
Entre as palavras supracitadas, o mantra, circunstancialmente vem sendo confundido com palavras mágicas, orações, fórmula milagrosa, feitiçaria ou mera superstição; completamente distante de seu sentido real e científico.
O mantra não é uma oração porque nelas o devoto escolhe as suas próprias palavras.
O mantra não é mágica por que não deve ser usado para interferir no curso dos fenômenos naturais e nem se trata de fórmula milagrosa por que é uma regra, uma lei e não um fato isolado sem explicação.
Os mantras são tecnicamente estudados no Tantra Shastra (escritura védicas apropriadas para a era atual, Kali-yuga).
Os mantras são representações sonoras das Divindades, assim como as imagens são Suas representações formais. O nosso mundo é constituído de nomes e formas (namarupa).
No princípio era o Verbo (OM), e o Verbo estava com Deus (Brahman), e o Verbo era Deus... Todas as coisas foram feitas por intermédio Dele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.(João 1.1-3)
Nas escrituras védicas aprendemos que o mantra original é o OM, formado pelas três letras A,U,M;.significando : Brahma, Vishnu, Shiva - o princípio da criação, manutenção e dissolução (ou absorção) do Universo.
Do OM saem todos os demais mantras, conforme ensina a ciência do Mantravidya, que podem ser constituídos por algumas das 50 letras do alfabeto sânscrito chamadas de matrikas (matrizes, ou mãezinhas). Os mantras monossilábicos são chamados de bijas (semente) e são vocábulos inetimológicos. O OM é o bija que dá origem aos demais bijas tântricos.
É ensinado que o Mantra é formado por um conjunto ordenado de letras em certa e determinada seqüência sonora. Para que produza os efeitos específicos é necessário entonação apropriada com relação ao som e ritmo. Se o mantra for traduzido, ele perde a sua potência como tal (shakti), tornando-se mera palavra ou frase.
Nota: O mantras devem ser pronunciados somente na língua sânscrito.
O Mantra precisa ser despertado (prabuddha) do mesmo modo que qualquer forma de energia (shakti) para se obter o resultado esperado. O conhecimento do seu significado é uma condição necessária, mas não suficiente para produzir bons frutos. De igual modo uma devoção ignorante não é uma condição ideal. O princípio é a união do som com a idéia através do conhecimento do mantra e seu significado. Em Yoga se ensina que o homem se identifica com o objeto de sua meditação, ou seja, se unifica com o objeto em que concentra a sua mente.
O Mantra no qual a Deidade se revelou, pode revela-La para o devoto iluminado ou para iluminá-lo. O Mantra é a Divindade em forma de vibração sonora. Mediante a recitação (japa) constante do Mantra se atinge o Mantrasiddhi (perfeição) que é quando o devoto alcança a unidade com o seu objeto de culto, a Divindade do seu Mantra. Nesta unidade o sádhaka (devoto) torna-se um mantrasiddha. A japa é feita em estado de recolhimento e meditação, absorção no mantra para, no final, ser absorvido na Divindade. Não tem nada haver com a crítica que Jesus fez as vãs repetições, ele se referia exatamente as vãs repetições e não às práticas mantricas em estado meditativo.
Esta é a prática (sadhana) recomendado pelo Tantra Shastra e confirmado por diversos Avatares para esta nossa era (yuga). Ela não é um processo de repetição mecânica, pois de nada adiantaria. Diz-se que a prática da japa é como o homem que sacode o outro para acordá-lo, despertá-lo. Os Tântricos ensinam-nos que os lábios do devoto ao se movimentarem para pronunciarem o mantra são como Shiva e Shakti em maithuna (relação sexual) que finalmente concebem a Deidade adorável do devoto. Deidade esta que é uma expansão do Absoluto (Brahmam), que, por amor aos Seus devotos, manifesta-se neste mundo de formas e nomes. Nesta ocasião o iniciado diz: Eu e o Pai, somos um só. Eu Sou.

O que é Preciso para o Mantra dar Certo

O Mestre Egípcio Guardião da Luz Prateada (foi na vida terrena irmão do conhecido Serapis Bey e também chegou à ascensão ou nirvana) ensina que para um mantra dar certo temos que faze-lo com o coração, isto é, com vontade ou motivação própria e sem inibição.
Ter motivação significa ter motivos para fazer, por exemplo: vou fazer mantra para ser mais feliz, evoluir espiritualmente, ter saúde, equilíbrio, proteção, ser uma pessoa melhor, resolver meus problemas, porque gosto de fazer e etc.
Na anatomia humana, o esterno é o conjunto de ossos da parte da frente do corpo humano que junta quase todas as costelas. Quando fazemos um mantra com motivação o osso que une a parte inferior do esterno com a parte superior, vibra.

MANTRAS PARA DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL

OM MANI PADME HUM (mantra para harmonizar os chakras e iluminação)
OM MANE PADME HUM HRI
OM TARE TUTTARE TURE SOHA (produz modificações no nosso interior e em todo o universo à nossa volta)
OM BEMA TARE SENDARA HRI SARVA LOKA WASHUM KURU HO (mantra de Tara para evoluir)
OM SRI SARASWATTI NAMAH (mantra para pedir iluminação e desenvolvimento intelectual)
OM NARAYANAYA VIDMAHE VASUDEVAYA DHI MAHI TANNO VISHNU PRACHODAYA (mantra para proporcionar força, crescimento, bem estar espiritual, físico, mental e emocional)
UM RATANA TARE SARVA LOKAJANA PITEYA DARA DARA DIRI DIRI SHENG SHENG DZA DZANIJA NA BU SHENG KURU UM (Ajuda a desenvolver a inteligência e sabedoria)
OM AH GURU HASA BENSA HUNG (Mantra que desenvolve a diligencia e o fervor na prática)
"TADIATA OM GATE GATE PARAGATE PARA SAM GATE BODHI SO HÁ (Mantra que permite eliminar o apego ao ego como uma entidade individual dotada de existência própria e realizar que os fenômenos estão vazios de natureza própria)
OM AMI DEWA HRI (permite desenvolver um amor infinito para todos os seres)

MANTRAS PARA CURA

UM TARE TUTTARE TURE MAMA SARVA RANDZA DUSHEN DRODA (Ajuda a superar problemas de saúde e auxilia no tratamento de doenças graves)OM TARE TUTARE TURE SARVA DZARA SARVA DHUKKA BRASHA MANAYA PEH SOHA (Mantra que cura as enfermidades)
AOM TAT SAT TAM PAM PAZ (Mantra que traz a força curativa do Sol - Mantra do Arcanjo Miguel)
IN EN (Envoca as forças curativas do Espírito Santo)
ADONAI (Mantra curativo da Lua)
GU RU (Mantra que cura o fígado)
BHUR (Mantra que cura o Baço)
KRIM (cura o estômago, congestões, úlceras etc...)
EFTAH (cura as cordas vocais e tiróide)
OMNIS BAUN IGNEOS (Mantra dos médicos Maias)
ABRAXAS (cura pelos Seres do Fogo)
Mantras do Buda da Medicina:
TEYATA OM . BECATSE.
BECATSE . MAHA BECATSE .
RADSA SAMUNG GATE SOHA

MANTRAS PARA OS CHAKRAS

OM MANI PADME HUM (mantra para harmonizar os chakras e iluminação)
OM MANE PADME HUM HRI
OM AIM HRIM SRIM KLIM SOU HU OM (mantra chakra coroa)
OM KRIM NAMAHA (mantra chakra olho)
OM SO HU NAMAHA (mantra chakra garganta)
OM AIM HRIM KLIM CHAMUNDAYE VICHE (mantra chakra coração)
OM SRIM NAMAHA (mantra chakra plexo)
OM HRIM NAMAHA (mantra chakra alma)
OM AIM NAMAHA (mantra chakra base)
OM AH HUM (Purifica o corpo e ativa os chakras)

MANTRAS DE TARA

OM TARE TAM SOHA (Ajuda para iluminação)
OM TARE TAM SOHA (o mundo muda e a iluminação torna-se possível)
OM BEMA TARE SENDARA HRI SARVA LOKA WASHUM KURU HO (mantra de Tara para evoluir)
OM TARE TUTARE TURE SOHA (Mantra da fonte das outras 20 emanações)
OM BANZA TARE SARVA BIGANEN SHINDHAM KURU SOHA (para impedir desastres)
OM TARE TUTARE TURE MAMA SARVA LAM LAM BHAM DZALA BHAYA SHINDHAMKURU SOHA (para impedir calamidades naturais)
OM TARE TUTARE TURE MAMA SARVA BHAM BHAM DZALA BHAYA SHINDHAM KURU SOHA (para impedir destruição forjada pela água)
OM TARE TUTARE TURE MAMA SARVA RAM RAM DZALA BHAYA SHINDHAM KURU SOHA (para impedir destruição forjada pelo fogo)
OM AH VAJRA-VINE HUM (Mantra de Tara azul, que toca o alaúde)
OM AH VAJRA-VAM SHE HUM (Mantra de Tara amarela, que toca a flauta)
OM AH VAJRA-MURAGE HUM (Mantra de Tara vermelha que toca o tambor)
OM AH VAJRA-MRIDAMGE HUM (Mantra de Tara verde que toca o tambor)
OM TARE TUTARE TURE MAMA SARVA YAM YAM DZALA BHAYA SHINDHAM KURU SOHA (para impedir destruição forjada pelo vento)
OM RATANA TARE SARVA LOKA JANA PITEYA DARA DARA DIRI DIRI SHENG SHENG DZA DZAANJIA NA BU SHENG KURU UM (Mantra que aumenta a sabedoria)
OM TARE TUTARE TURE MAMA SARVA EH EH MAHA HANA BHAYA SHINDHAM KURU SOHA (impede calamidades que vem do céu)
OM TARE TUTARE TURE MAMA SARVA DIK DIK DIKSHENA RAKSHA RAKSHA KURU SOHA (mantra que impede destruição causada por exércitos)
OM TARE TUTARE TURE MAMA SARVA RANDZA DUSHEN DRODA SHINDHAM KURU SOHA (mantra que impede calamidades que vem do inferno)
OM TARE TUTARE TURE MAMA SARVA DZORA BENDA BENDA DRKTUM SOHA (impede o mal caudado por ladrões)
OM BEMA TARE SENDARA HRI SARVA LOKA WASHUM KURU HO (mantra que aumenta o poder)
OM TARE TUTARE TURE SOHA (mantra Tara, que contém todos os 21 mantras Tara, harmonia, paz, amor, prosperidade, cura, proteção, etc.)
OM TARE TUTARE TURE SARVA DUSHING BIKANEN BHAM PEH SOHA (mantra que impede o mal causado por demônios)
OM TARE TUTARE TURE SARVA HAM HAM DUSHING HANA HANA DRASAYA PEH SOHA (impede o mal que afeta o gado)
OM TARE TUTARE TURE SARVA HEH HEH DZALEH DZALEH BENDA PEH SOHA (Impede o mal causado por bestas selvagens)
OM TARE TUTARE TURE SARVA DIKSHA DZALA YAHA RAHA RA PEH SOHA (Impede o mal causado por veneno)
OM GARMA TARE SARWA SHATDRUM BIGANEN MARA SEHNA HA HA HEH HEH HO HO HUNG HUNG BINDA BINDA PEH (mantar da Tara que subjuga demônios)
OM TARE TUTARE TURE SARVA DZARA SARVA DHUKKA BRASHA MANAYA PEH SOHA (Mantra que cura enfermidades)
OM TARE TUTARE TURE BRAJA AYIU SHEI SOHA (Mantra que confere longevidade)
OM TARE TUTARE TURE DZAMBEH MOHEH DANA METI SHRI SOHA (Mantra que confere prosperidade)

MANTRAS PARA MUDAR O PSICOLÓGICO

OM YAMANTAKA HUM PHAT - (mantra que elimina os padrões mentais negativos)
OM HRIM BRAHMAYA NAMAH (mantra para elevar o estado de animo, para felicidade)
OM TARE TUTTARE TURE SOHA (produz modificações no nosso interior e em todo o universo à nossa volta)
OM ADISHAYA NAMAH (trás alegria e felicidade)
OM SRI LAKSHIMYAI NAMAH (mantra para superar o medo e a insegurança)
OM SRI GOVINDAYA NAMAH (mantra para felicidade)
OM CHANDRAYA NAMAH (mantra para tranqüilidade e clareza de raciocínio)
OM PAVAM PUTRAYA NAMAH (mantra para dificuldade em se envolver afetivamente)
OM SHANTI (Mantra para insônia, paz interior)
OM NARAYANAYA VIDMAHE VASUDEVAYA DHI MAHI TANNO VISHNU PRACHODAYA (mantra para proporcionar força, crescimento, bem estar espiritual, físico, mental e emocional)
OM SRI RAMAYA NAMAH (para equilíbrio e bem estar)
OM NAMAH SHIVAYA (para ter força interior)
OM AH RA PA TSA NA DHI
OM TARE TUTTARE TURE SVAHA
OM VAJRASATTVA HUM
OM TARE TUTARE TURE SOHA (mantra Tara, que contém todos os 21 mantras Tara, harmonia, paz, amor, prosperidade, cura, proteção, etc.)
OM VAJRASATTVA HUM (mantra para purificar e esvaziar a mente)
OM HRIM GAURYAI NAMAH (mantra para desenvolvimento em todas as áreas)
AUM SOM SOMAYE NAMAH AUM (mantra para controlar nosso psiquismo, transmutar a energia solar em energia visual, magnética e protetora)

MANTRAS PARA PROSPERIDADE

OM HRIM GAURYAI NAMAH (mantra para prosperar em todas as áreas)
OM TARE TUTARE TURE DZAMBEH MOHEH DANA METI SHRI SOHA (mantra para a prosperidade)
OM TARE TUTARE TURE DZAMBEH MOHEH DANA METI SHRI SOHA (mantra que confere prosperidade)
AUM BRING HANSAH SURYAYE NAMAH AUM (mantra para prosperidade em geral e prosperar no crescimento interior)
OM SRI GANESHAYA NAMAH (mantra para prosperidade, desobstrução e qualquer pedido)
OM SRI MAHALAKSHMYAI NAMAH (mantra para a prosperidade)
OM TARE TUTARE TURE SOHA (mantra Tara, que contém todos os 21 mantras Tara, harmonia, paz, amor, prosperidade, cura, proteção, etc.)
OM SHRI GAM (mantra usado como invocação a GANESHA para prosperidade)
UM BEMA TARE SENDARA HRI SARVA LOKA WASHUM KURO HO (mantra para prosperidade)OM TARE TAM SOHA (ajuda para prosperar com a iluminação)
SUPO KAIO ME BAUA (prosperidade no desenvolvimento)
OM AMI DEWA HRI (prosperidade no amor para todos os seres)

MANTRAS ASTROLÓGICOS

OM SAN SANIAIÊ NAMAH OM (Mantra de saturno para responsabilidade, prudência e modéstia)
OM BRAM BRIM BRAUM SAH BUDHAIA NAMAH (Mantra de Mercúrio para poder e agilidade mental e capacidade de expressão pela palavra falada e escrita)
OM DRAM DRIM DRAUM SAH SUKRAIA NAMAH (Mantra de Vênus para estabilizar a vida, altruísmo, harmonia, senso estético e serenidade)
OM KUJAIE NAMAHÁ OM (Mantra de Marte para luta, coragem, senso de justiça, espirito pioneiro e poder de liderança)
OM GRAM GRIM GRAUM SAH GURVE NAMAHÁ (Mantra de Júpiter para simpatia, jovialidade, esperança, desprendimento e senso de justiça)
OM HRAM HRIM HRAUM SAH SURIAIA NAMAHÁ (Mantra do Sol para autoconfiança, autoconhecimento, entusiasmo, criatividade, liderança e brilho pessoal)
OM SOM SOMAIA NAMAHÁ OM (Mantra da Lua para superar medo, raiva, mágoa e tristeza)

MANTRAS CANTADOS

Primeiro Mantra - Mantra de Tributo a Shiva
NAHMA OM!NAHMA OM !NAHMA OM !OM BRAHMAN !OM BRAHMAN !OM BRAHMAN !OM BRAHMAOM VISHNU !OM SHIVA !OM BRAHMA !OM VISHNU !OM SHIVA !OM BRAHMA !OM VISHNU !OM SHIVA !NAHMA OM !NAHMA OM!NAHMA OM!OM NAMAH SHIVA !OM NAMAH SHIVA !OM NAMAH SHIVA !SHIVA OM NAMAH !SHIVA OM NAMAH !SHIVA OM NAMAH !SHIVA SENHOR DO UNIVERSOSHIVA SENHOR DO AMORSHIVA SENHOR DA ALEGRIASHIVA SENHOR DOS ASCETASOM SHIVA !NAHMA SHIVA !OM NAMAH SHIVA !QUE A TUA DANÇA SENHOR SHIVACONTAGIE O MEU CAMINHARQUE A TUA DANÇA SENHOR SHIVACONTAGIE A HUMANIDADE DE ALEGRIAQUE A TUA DANÇA SENHOR SHIVACONTAGIE A HUMANIDADE A MEDITARSHIVA, SENHOR, SÁBIO GUERREIROCUJA LANÇA É O DANÇARNA DANÇA ALEGRE, SENHOR SHIVA !ENSINA O DISCÍPULO A TRILHAR !OM NAMAH SENHOR SHIVA !QUE O DISCÍPULO APRENDA A ENXERGAR !NA DANÇA ALEGRE DO INFINITOOM NAMAH SENHOR SHIVA !ENSINA O DISCÍPULO A ESPERAR !NA DANÇA ALEGRE DO INFINITOOM NAMAH SENHOR SHIVA !ENSINA O DISCÍPULO A CALAR !NA DANÇA ALEGRE DO INFINITOOM NAMAH SENHOR SHIVAENSINA O DISCÍPULO A FALAR!OM NAMAH SENHOR SHIVA !A VIDA DO YOGUIM É O EQUILIBRARABRA OS BRAÇOS MEU YOGUIMVAMOS, VAMOS, DANÇAR !A DANÇA DO INFINITOÉ SEMPRE UM ETERNO TRILHAR !DANÇANDO, EQUILIBRANDO,INSPIRANDO, EXALANDOMEDITANDO,MEDITANDO,MEDITANDO !OH MEU YOGUIM !VAMOS, VAMOS CAMINHAR !DANÇANDO, CANTANDO, SORRINDO E AMANDOEM MEDITAÇÃO O YOGUIM IRÁ TRANSMUTAR !INSPIRANDO, EXALANDO,EQUILIBRANDO E POLARIZANDOO YOGUIM NADA DEVE TEMER !O YOGUIM EM SUA BUSCAÉ UM GUERREIRO DO GRANDE SER !NAHMA SHIVA!NAHMA SHIVA!NAHMA SHIVA!OM NAMAH SHIVA !OM NAMAH SHIVA !OM NAMAH SHIVA !SHIVA OM NAMAH !SHIVA OM NAMAH !SHIVA OM NAMAH !OM BRAHMAN !OM BRAHMA !OM VISHNU !OM SHIVA !OM BRAHMAN !OM BRAHMA !OM VISHNU !OM SHIVA !OM BRAHMAN !OM BRAHMA !OM VISHNU !OM SHIVA !OM TRIMURTI !TRIMURTI OM !OM TRIMURTI !TRIMURTI OM !OM TRIMURTI !OM !OM !OM !NAHMA !NAHMA !NAHMA !
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Segundo Mantra - Mantra Guru Stotran
Brahmanandam parama sukhadamKevalam jñana murtimDwandwa titam gaganasadrishamTattwamasyadi lakshyamEkam nityam vimalamachalamSarvadhi sakshi bhutamBhavatitam trigunarahitamSadgurum tam namamiOM OM OM
Tradução do Mantra:
Brahamanandam: A personificação bem aventurada de Brahman.paramasukhadam: O doador de Suprema Felicidade. kevalam: O Liberto. jnanamurtim: A personificação do Conhecimento. dwandwatitam: A unidade além de todas as dualidades.gaganasadrsham: Infinito como o firmamento. tattwamasya, dilakshyam: Indicado na escritura sagrada pela expressão "Tat Twam Asi", (Tu és)ekam: O Um. nityam: Eterno. vimalamachalam: Puro. sarvadi: Firme. sakshibhutam: O que vê além do Intelecto de cada um.bhavatitam: além de todas as manifestações. trigunarahitam: livre de todos os atributos .sadgurum tamnamami: minhas saudações ao iluminado Guru.
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Mantra Saranam Chinmaya Deva
Saranam
Saranam Chinmaya
Saranam Chinmaya
deva deva - Ni
Saranam Chinmaya
Saranam Chinmaya
deva deva - Ni
Ya devi
Sarva bhuteshu
Santhi Rupena Samsthita
Namastasye, Namastasye
Namo - Namami
Namo - Namami
Ya devi Sarvabhuteshu
Rati Rupena Samsthita
Namastasye, Namastasye
Namo - Namami - Namo - Namami

Significado:
Estou buscando proteção na claridade da mente, em ti Senhor (Aquele que Brilha). O poder da Deusa que existe em todos os seres como paz, curvo-me em reverência diante Dela; reverência a Ela, reverência a Ela, reverência a Ela ... ... O poder da Deusa que existe em todos os seres como sensualidade, curvo-me em reverência ...


Site para baixar MANTRAS:

http://www.inpeacenet.com/english/1_ip/music_e.html




Escrituras Sagradas do Hinduísmo

Muito da morfologia e filosofia lingüística inerente ao aprendizado do sânscrito está associada ao estudo dos Vedas e outros relevantes textos hindus, que apresentam diversos níveis de leitura: físico, material, sutil e supranatural. Engloba também vários níveis de interpretação e compreensão. As escrituras hindus são divididas em duas categorias:

1 - "Shruti" - aquela que se escuta - oral - "Revelação".
2 - "Smriti" - aquela que se recorda - escrita - "Tradição" ou "Não Revelação".

Vedas

Constituem os textos mais antigos do hinduísmo e também influenciaram o budismo, o jainismo e o sikhismo. Os Vedas contêm hinos, encantamentos e rituais da Índia antiga. Mesmo tendo origem mais recente (o mais antigo, o Rig Veda, data de 1.300 - 1.000 aC), eles figuram, juntamente com o Livro dos Mortos (já abordado aqui), o Enuma Elish (idem), o I Ching e o Avesta, entre os mais antigos textos religiosos existentes. Além de seu valor espiritual, oferecem uma visão única da vida cotidiana na Índia antiga. Apesar de a maioria dos hindus provavelmente nunca ter lido os Vedas, a reverência por essa noção abstrata de conhecimento (Veda significa conhecimento) está profundamente impregnada no coração daqueles que seguem Veda Dharma.

Existem quatro Vedas: Rig Veda ('Sabedoria dos Versos'), Sama Veda ('Sabedoria dos Cânticos'), Yajur Veda ('Sabedoria dos Sacrifícios') e Atharva Veda ('Sabedoria dos Sacerdotes Atharvan').

Palavras de Hridayananda Dasa Goswami "Acharyadeva", líder da "Sociedade Internacional para Consciência de Krishna" (ISKCON):

"Os eruditos mundanos nunca conseguiram achar um começo, ou princípio, para os Vedas. Porque o conhecimento védico existe sempre, inclusive em outros planetas. Não é algo que pertença a uma seita, algum país, alguma região ou a algum estágio histórico. Nos mesmos Vedas está dito que o Senhor Supremo os produziu de Sua própria Respiração. Os Vedas são então Conhecimento eterno e perfeito. (...) Os Vedas existem por milhões de anos e foram divididos porque as pessoas, agora, são de menor inteligência. Por isso, é necessário explicar tudo com mais detalhes. No Veda original havia instruções como 'faça sacrifício para Deus, medite em Deus, conheça a Verdade Absoluta', mas hoje em dia, essa instrução é insuficiente. Por isso o Veda foi dividido, junto com outras literaturas complementares, quando foram adicionados também muitos detalhes e explicações."

Talvez um dia este espaço volte ao assunto Vedas. Renderia sem dúvida uma série de postagens bem interessantes.

Upanishads

Os Upanishads são denominados Vedanta porque eles contêm uma exposição da essência espiritual dos Vedas. A palavra "Vedanta" significa "Fim dos Vedas". Entretanto, é importante observar que Upanishads são textos e Vedanta é filosofia. A palavra Upanishads significa "sentar próximo ou perto" pois as explicações eram passadas aos estudantes enquanto estes assentavam-se próximos aos mestres ou gurus.

Os Upanishads, mais precisamente, organizaram a doutrina védica de auto-realização, Yoga e meditação, karma e reencarnação - assuntos que não eram abordados diretamente no simbolismo da antiga religião de Mistérios. Os mais antigos Upanishads são geralmente associados a um Veda em particular, através da exposição de um "Brahmana" (mestre) ou "Aranyaka" ('filósofos da floresta'), enquanto os mais recentes não. Formando o coração do Vedanta, eles contêm a excessiva aerodinâmica de adoração aos deuses védicos e capturam a essência do "Rig Vedic Dictum" ('A Verdade é Uma'). Eles colocam a filosofia hindu como separada mas acolhendo uma única e transcendente Força, imanente e inata na alma de cada ser humano, identificando o micro e macrocosmo como Um. Podemos dizer que enquanto o hinduísmo primitivo é fundamentado nos quatro Vedas, o Hinduísmo Clássico, Yoga, Vedanta, Tantra e correntes do Bhakti foram modelados com base nos Upanishads.

Puranas - Smriti

Os Puranas são considerados "Smriti" - "ensinamentos não escritos", passados oralmente de uma geração a outra. Eles são distintos dos Srutis ou ensinamentos escritos tradicionais. Existem um total de 18 maiores Puranas, todos escritos em forma de versos. É dito que estes textos foram escritos antes do Ramayana e do Mahabharata.

Acredita-se que o mais antigo Purana provém de 300 aC e os mais recentes de 1.300 - 1.400 dC. Apesar de terem sido compostos em diferente períodos, todos os Puranas parecem ter sido revisados. Isso pode ser notado no fato de que todos eles comentam que o número de Puranas e 18. Os Puranas variam muito: o Skanda Purana é o mais longo com 81.000 versos(!), enquanto o Brahma Purana e o Vamana Purana são os mais curtos com 10.000 versos cada. O número total de versos em todos os 18 Puranas é 400.000! Saiba um pouco mais clicando aqui.

As Leis de Manu

Manu é o legendário primeiro homem, o Adão dos hindus, uma espécie de semideus. As leis de Manu são uma coleção de textos atribuídos a ele. Manu se encarrega de nos trazer as Leis que são instruções de como um ser-humano deve agir (hu + manu = aquele que segue as Leis). Ele é considerado o pai da humanidade. A humanidade anterior degenerou-se, então Brahma ordenou que fossem aniquilados todos os que estavam sobre o mundo, porque somente se interessavam pelas coisas mundanas, como intoxicação, sexo ilicito, e toda maldade. Quando Manu foi banhar-se no rio, ele recebeu as instruções de um peixe, que nada mais era do que o Senhor Supremo disfarçado ('Matsya-avatara'), dizendo para que Manu construísse um imenso barco e levasse para dentro dele um casal de cada animal, os sete sábios, e que tomasse conta dos Vedas, uma vez que iria fazer cair um dilúvio por sobre todos, e sobrariam apenas Manu e aqueles que ficassem na arca. Choveu durante 40 dias e 40 noites, e o mundo foi inteiramente coberto pelas águas da devastação.

Conhece a história de algum lugar? Os historiadores também! Aí está um fato realmente intrigante, a história bíblica do Dilúvio presente em outras mitologias antigas - também os escritos babilônicos aludem a esse acontecimento, e isso leva uma parte considerável dos especialistas a crer que realmente tenha havido um dilúvio na antiguidade. Mais um tema para um próximo post...

Por fim, Manu soltou a todos os animais numa região chamada Tharim, que fica no norte da Índia, numa imensa área montanhosa, e ali restabeleceu a humanidade, através de uma série oblações, conhecidas como Ararati. A região ficou conhecida como "Região das Oferendas e Oblações" ('Ararati'). E foi das oblações de manteiga a leite surgiu a primeira mulher, que deu a luz aos filhos que constituíram a atual humanidade.

As chamadas "leis de Manu", são códigos de conduta conhecidos como "Manava-Dharma-Sastra", "Escritos Sobre a Justiça para a Humanidade". São versos escritos em sânscrito, na métrica antiga, contendo um compêndio das leis e costumes que eram seguidos e orientados pelo rei e pelos Brahmanas, os sacerdotes. Este código foi escrito tendo em vista dar uma orientação para que a humanidade não se perdesse novamente. O pedido para construir as leis partiu dos "Sete Sábios" e três importantes discípulos - uma vez que as leis haviam se perdido e somente Manu poderia trazê-las de volta. Manu aprendeu as leis da conduta diretamente do Senhor Brahmaa, então se encarregou de ensinar os sábios como Bhrigu, que pessoalmente aprendeu a métrica e do conteúdo das leis de Manu.

As leis de Manu consistem em 2.684 versos, dispostos em 12 capítulos. No primeiro capítulo é relatado a criação do mundo; do segundo ao sexto capítulos destina-se a correta maneira de agir das três castas superiores, bem como se dá o processo de iniciação na religião brahmínica, contendo os principais "Samskaras", ou "Cerimônias da Fé". "Varna" ('castas'), e "Ashrama" ('posição espiritual'), são descritos e comentados de modo a esclarecer a sua importância para que não haja degeneração social nem espiritual do homem. Ali está definida também a vida de estudante ('brahmacharya'), o tempo de vida que uma pessoa leva como asceta celibatário sob a orientação do guru ou mestre espiritual e estudando os Vedas e as escrituras sob a orientação de um brahmana. Fala-se ainda das obrigação de um chefe de família ('grihasta') - no qual ingressa depois de cerca de 12 anos de estudo. Nessa fase aprende como escolher uma esposa, como deve ser a vida de casado, como deve ser a manutenção da família, a correta distribuição da riqueza, bem como a responsabilidade de manter o fogo-sagrado, realizar os sacrifícios aos semideuses e antepassados, realizar os jejuns, e comemorar as festas santas, exercício da hospitalidade, etc. Também estão incluídas as restrições e regulações que dizem respeito aos alimentos, vestimentas, relações conjugais, cerimônias de limpeza. Depois, há a fase de afastamento da vida familiar, cerca de 24 anos de casado, onde o casal se retira da vida familiar, até que adote a ordem de Sannyasi, ou de sacerdote renunciado e itinerante.

O sétimo capitulo diz respeito a responsabilidade e as obrigações do rei, e da sua condição divina, onde o rei deverá saber distribuir corretamente o elevado ideal da sua condição. O oitavo capítulo trata do procedimento civil e criminal das leis, a maneira de julgar e punir, de acordo com o tipo de assunto ou crime. O nono capítulo trata das leis que incluem o divórcio, herança, os direito de propriedade, e a devida ocupação legal segundo cada casta (as quatro fundamentais). O capítulo onze ocupa-se com os tipos de penalidades para alguém livrar-se das más consequencias do Karma. Por fim, o último capítulo trata da questão da doutrina do Karma, a questão dos renascimentos numa escala ascendente ou descendente, de acordo com o mérito ou demérito da vida presente.

Há a descrição de 14 manus por manvantaras, sendo os seguintes os nomes dos Manus: (1) Yajna, (2) Vibhu, (3) Satyasena, (4) Hari, (5) Vaikuntha, (6) Ajita, (7) Vamana, (8) Sarvabhauma, (9) Rsabha, (10) Visvaksena, (11) Dharmasetu, (12) Sudhama, (13) Yogesvara and (14) Brhadbhanu.

Os textos védicos antigos descreviam o Universo cercado de água. A explicação das divisões sociais dos arianos (ou árias = homens) era também encontrada nos Vedas: da cabeça do deus primordial saíram os brâmanes (casta social dominante), dos braços saíram os guerreiros, das pernas os produtores e dos pés os servos (os 'párias' = não-árias ou 'não-homens'). O mundo, conforme a concepção desta época, foi formado a partir da organização, por força divina, de um caos preexistente.

No sistema religioso hinduísta atual há uma série de ramificações, que geraram crenças e práticas diversas, assim como há muitos deuses e muitas seitas de diversas características. A ênfase está no que seria o modo correto do viver (Dharma). Os cultos hinduístas são realizados tanto em templos e congregações quanto podem ser domésticos.

A cerimônia mais comumente realizada é relativa à oração (puja). A palavra AUM (pronuncia-se 'ÔM'), representa a vibração original, uma vibração que transcende o início, o meio e o fim de todas as coisas, vinculando-se, desta maneira, à energia que emana da própria divindade. Os códigos sagrados do Hinduísmo são: os Vedas, consistindo em escrituras que incluem canções, hinos, aforismos, rezas e ensinamentos; o Smriti, escrituras tradicionais que incluem o Ramayana, o Mahabarata, e o Bhagavad Gita.

A religião dos hindus, basicamente, poderia ser descrita como a busca inata pelo divino dentro do Ser, a busca por encontrar a Verdade que nunca foi perdida de fato. Verdade buscada com fé que poderá tornar-se reconfortante luminosidade; independente da raça ou do credo professado. Na verdade, toda forma de existência, dos vegetais e animais até o homem, são sujeitos e objetos do eterno Dharma. Essa fé inata, então, é também conhecida por Arya/Dharma Nobre, Veda/Dharma do Conhecimento, Yoga/Dharma da União, e Dharma hindu ou simplesmente Dharma.

Os quatro objetivos na vida

Outro aspecto maior do Dharma Hindu, prática comum de todos os hinduístass é o "Purushartha", ou "Quatro Objetivos da Vida". Eles são Kama, Artha, Dharma e Moksha. É dito que todos os homens seguem o kama (prazer, físico ou emocional) e artha (poder, fama e riqueza), mas brevemente, com maturidade, eles aprendem a controlar estes desejos, com o Dharma, ou a harmonia moral presente em toda a natureza. O objetivo maior é infinito, cujo resultado é a absoluta felicidade, "Moksha" ou "Liberação" (também conhecida como Mukti, Samadhi ou Nirvana, entre outros) do Samsara, o ciclo da vida, morte, e da existência dual. Aí está, na minha opinião, o valor do hinduísmo. Ensinar que a satisfação dos desejos do ego nunca trará a felicidade ou a realização, e trazer instrumentos para amortecer este ego sempre tão agitado.

Os quatro estágios da vida humana


A vida humana também é vista como quatro "Ashramas" ('fases' ou 'estágios'). Eles são Brahmacharya, Grihasthya, Vanaprastha e Sanyasa. O primeiro quarto da vida, "Brahmacharya" (literalmente 'Pastar em Brahma') é passado em celibato, sobriedade e pura contemplação dos segredos da vida sob os cuidados
de um guru, solidificando o corpo e a mente para as responsabilidades da vida. Grihastya é o estágio do chefe de família, alternativamente conhecido como Samsara, no qual o indivíduo se casa para satisfazer Kama e Artha na vida conjugal e numa carreira profissional. Vanaprastha é o gradual desapego do mundo material, ostensivamente entregando seus deveres aos filhos e filhas, e passando mais tempo em contemplação da verdade, e em peregrinações santas. Finalmente, no Sanyasa, o individuo vai para a reclusão, geralmente em uma floresta, para encontrar Deus através da meditação yogica (eu já pratiquei - é muito agradável) e pacificamente libertar-se de seu corpo para uma próxima vida.

Purva Mimamsa

O principal objetivo do "Purva" ('cedo') ou da escola Mimamsa era estabelecer a autoridade dos Vedas. Consequentemente a valiosa contribuição desta escola ao hinduísmo foi a formulação das regras da interpretação védica. Seus adeptos acreditavam que a revelação deveria ser provada através da razão, e não aceita cegamente. Este método empírico e eminentemente sensível de aplicação religiosa é a chave para o Sanatana Dharma e foi especialmente desenvolvido por racionalistas como Adi Sankara e Swami Vivekananda. Numa oportunidade futura, como já disse, gostaria de me aprofundar mais nestes temas, muito ricos em informações úteis para o buscador espiritual.

A origem do monismo: Advaita Vedanta

Advaita literalmente significa "não dois"; isto é o que referimos como fundamentalmente monoteístico, ou sistema não dualístico, que enfatiza a unidade. Seu consolidador foi Shankara (788-820). Shankara expôs suas teorias baseadas amplamente nos ensinamentos dos Upanishads e de seu guru Gaudapada.

Através da análise da consciência experimental, ele expôs a natureza relativa do mundo e estabeleceu a realidade não dual ou Brahman no qual Atman (a alma individual) ou Brahman (a realidade última) são absolutamente identificadas. Não é meramente uma filosofia, mas um sistema consciente de éticas aplicadas e meditação, direcionadas a obténção da paz e compreensão da verdade. Adi Shankara acusou as casta e insignificantes rituais ritual como tolos, e em sua própria maneira carismática, suplicou aos verdadeiros devotos a meditarem no amor de Deus e alcançarem a verdade. Veja Advaita para mais informações.

Monismo qualificado: Vishistadvaita Vedanta

Ramanuja (1040 - 1137) foi o principal proponente do conceito de Sriman Narayana como Brahman, o supremo. Ele postulou que a realidade última possui três aspectos: Ishvara (Vishnu), cit (alma) e acit(matéria). Vishnu é a única realidade independente, enquanto mesmo a alma e o material são condicionadas e não podem subsistir por si só. Devido a esta qualificação da Realidade Ultima, o sistema de Ramanuja é conhecido como não dualístico.

Dualismo: Dvaita Vedanta

Aqui no ocidente, esta forma é pouco conhecida. De fato, a maioria dos ocidentais imagina que o hinduísmo seja uma crença homogênea num sistema rígido, e que todos os hinduístas adotem o não dualismo como filosofia de vida. Isto acontece porque praticamente todos os gurus e mestres indianos que se prestaram a disseminar a sua religião pelo resto do mundo eram da escola Advaita (não dual). Mas na verdade o sistema hindu se divide nestas duas grandes facções - a escola monista ou advaita, com suas próprias subdivisões, e a dvaita. Ramanuja, Madhva (1199 - 1278) identificou Deus com Vishnu, mas a sua visão da realidade era dualista, pois ele compreendeu uma diferenciação fundamental entre o Deus supremo e a alma individual, assim como ocorre nas religiões monoteístas. O sistema consequentemente foi denominado Dvaita (dualístico) Vedanta.

As escolas Bhakti

A Escola Devocional Bhakti tem seu nome derivado do termo hindu que evoca a idéia de "Amor prazeroso, abnegado e arrebatado de Deus", seja como Pai, Mãe, na figura dos seus filhos amados ou qualquer outra forma de relacionamento que encontre apelo no coração do devoto. A filosofia de Bhakti procura usufruto pleno da Divindade Universal através da forma pessoal, o que explica a proliferação de tantas divindades na Índia, freqüentemente refletindo as inclinações particulares de pequenas áreas ou grupos de pessoas. Vista como uma forma de Yoga ou união, ele preconiza a necessidade de se dissolver o ego em Deus, na medida em que a consciência do corpo e a mente limitada, como individualidade, seriam fatores contrários à realização espiritual. Essencialmente, é Deus que promove toda mudança, que é a fonte de todos os trabalhos, que age através do Amor e da Luz. O devoto transcende a ação do mundo e de todos os demônios das trevas, através da entrega total ao Amor de Deus. Esta é a modalidade do hinduísmo que eu mais admiro e da qual eu fiz parte por um longo tempo, nos templos Sahaja, ne escola Vidya, na convivência com grupos satsangha e também nos estudos de Krya Yoga.

Na verdade, os movimentos Bhakti rejuvenesceram o hinduísmo através da sua intensa expressão de fé e receptividade às necessidades emocionais e filosóficas da humanidade. Pode-se dizer corretamente que influenciaram a maior onda de mudança em orações e rituais Hindus desde tempos remotos. E também influenciaram os nossos costumes no lado ocidental do planeta. A mais popular forma de expressão de amor a Deus na tradição Hindu é através do puja, ou ritual de devoção, frequentemente utilizando o auxílio de murti (estátua) juntamente com canções ou recitação de orações meditacionais em forma de mantras. Canções Devocionais denominadas bhajan (escritas primeiramente nos séculos XIV-XVII), kirtan (elogio), e arti (uma forma filtrada do ritual de fogo Védico) são algumas vezes cantados juntamente com a realização do puja. Este sistema orgânico de devoção tenta auxiliar o Indivíduo a conectar-se com Deus através de meios simbolicos. Entretanto, é dito que bhakta, através de uma crescente conexão com Deus, é eventualmente capaz de evitar todas as formas externas e é inteiramente imerso na benção do indiferenciado amor a Verdade. Em outras palavras, se a busca é intensa e verdadeira, chega um momento em que as formas já não fazem tanta diferença, embora os gurus advirtam os alunos de que abandoná-las por completo seja sempre muito perigoso, porque o chamado do mundo e do ego não cessa nunca, até abandonarmos este mundo fenomênico.

Tantrismo

Se ao ouvir esta palavra você já pensa em sexo ou posições sexuais, você realmente não tem idéia do que o termo realmente significa. A palavra "Tantra" significa "Tratado" ou "Série Contínua ", e é aplicada a uma variedade de trabalhos místicos, ocultos, médicos e científicos bem como aqueles que agora consideramos como "tântricos". A maioria dos tantras foram escritos no final da Idade Média e surgiram da cosmologia Hindu e Yoga. Outro tema bem vasto, que merece um post só para ele.

Ahimsa e as vacas

É vital uma nota sobre o elemento "Ahimsa" no hinduísmo, para compreender a sociedade que se formou à volta de alguns dos seus princípios. Enquanto o jainismo, à medida que era praticado, certamente influenciava profundamente a sociedade indiana - que dizer da sua exortação ao estrito vegetarianismo "vegan" e da não-violência como Ahimsa - o termo primeiro apareceu nos Upanishads. Assim, uma influência internamente enraizada e externamente motivada levou ao desenvolvimento de um grande grupo de hindus que abraçaram o vegetarianismo numa tentativa de respeitar formas superiores de vida, restringindo a sua dieta a plantas e vegetais. Cerca de 30% da população Hindu atual, especialmente em comunidades ortodoxas no sul da Índia, em alguns estados do Norte como Gujarat e em vários enclaves Brahmin à volta do subcontinente, é rigorosamente vegetariana. Portanto, mesmo não sendo um dogma, o vegetarianismo é recomendado como sendo um estilo de vida "Sattwic" (purificador).

Os hindus que comem carne abstêm-se predominantemente de bife, e alguns evitam qualquer subproduto de origem animal, como cosméticos, cintos, sapatos, etc. Isto acontece provavelmente porque o largamente pastoral povo Védico e as subsequentes gerações de hindus ao longo dos séculos dependiam

tanto da vaca para todo o tipo de produtos lácteos, aragem dos campos e combustível para fertilizante, que o seu estatuto de "cuidadora" espontânea da humanidade cresceu ao ponto de ser identificada como uma figura quase maternal. Diz-se que Krishna é tanto "Govinda" (pastor de vacas) como "Gopala" (protector de vacas), e que o assistente de Shiva é Nandi, o touro. Com a força no vegetarianismo (que é habitualmente seguido em dias religiosos ou ocasiões especiais até por hindus não vegetarianos ) e a natureza sagrada da vaca, não admira que a maior parte das cidades santas e áreas na Índia tenham uma proibição sobre a venda de produtos de carne e haja um movimento entre os hindus para banir a matança de vacas não só em regiões específicas como em toda a Índia.

Formas de adoração: murtis e mantras

Ao contrário da crença popular, o hinduísmo prático não é necessariamente politeístico, embora também não seja estritamente monoteístico. A variedade de deuses e avatares que são adorados pelos Hindus são compreendidos como diferentes formas da Verdade Única, algumas vezes vistos como mais do que um mero deus. Acreditando na origem única como sem forma ('Nirguna Brahman' = 'Sem Atributos') ou como um Deus pessoal ('Saguna Brahman' = 'Com Atributos'), os hindus afirmam que a verdade única pode ser vista de forma variada por pessoas diferentes. O Hinduísmo encoraja seus devotos a descreverem e desenvolverem um relacionamento pessoal com sua "deidade pessoal" escolhida (ishta devata) na forma de deus ou deusa.

Enquanto alguns censos sustentam que os adoradores de uma forma ou outra de Vishnu (conhecido como vaishnavs) são 80% dos hindus e aqueles de Shiva (chamados Shaivaites) e Shakti compõem o restante dos 20%, tais estatísticas provavelmente são enganadoras. A Maioria dos Hindus adoram muitos deuses como expressões variadas do mesmo prisma da Verdade. Entre os mais populares estão Vishnu (como Krishna ou Rama), Shiva, Devi (a Mãe de muitas deidades femininas, como Lakshmi, Saraswati, Kali e Durga), Ganesh, Skanda e Hanuman.

A adoração das deidades é geralmente expressa através de fotografias ou imagens (murti) que são ditas não serem o próprio Deus mas condutos para a consciência dos devotos, marcas para a alma humana que significam a inefável e ilimitada natureza do amor e grandiosidade de Deus. Eles são símbolos do príncipio maior, representado mas nunca presumido ser o conceito da própria entidade.

Consequentemente, a maneira hindu de adoração de imagens é uma forma de iconolatria, na qual as imagens são venerados como supostos símbolos da divindade, opostos a idolatria, geralmente atribuída aos hindus.


Hinduísmo ou Sanatana Dharma



O hinduísmo não é apenas uma religião, mas uma cultura. Trata-se de um conjunto de tradições (não somente religiosas) que se originaram na região do Vale do Indo principalmente no subcontinente indiano. O hinduísmo, na verdade, se compõe de uma grande intersecção de valores, filosofias e crenças, derivadas de diferentes povos e culturas, e é uma das mais antigas e elaboradas tradições culturais do mundo. Pode ser chamado de brahmanismo, pois é a cultura que se originou do povo ariano, de cultura brahmácharya (seguidores de Brahma, o Absoluto).

Para compreender o hinduísmo, é fundamental situá-lo historicamente. Por volta de 3000 aC, a Índia era habitada por povos que cultuavam o "Pai do Universo", uma espécie de fé monoteísta. Pouco depois, em 2500 aC, floresceu a civilização dravídica, no vale do rio Indo, região que hoje corresponde ao Paquistão e parte da Índia. Os drávidas eram adeptos de uma filosofia de louvor à natureza, de orientação matriarcal e baseada no princípio da não-violência. Porém, em 1500 aC, os arianos invadiram e dominaram aquela região, reduzindo os antigos drávidas à condição de "párias" - uma espécie de sub-classe social, que até hoje (embora o sistema de castas tenha se tornado oficialmente ilegal na Índia) permanece sendo alvo de forte e muitas vezes declarado preconceito.

Na primeira fase do Hinduísmo, que recebe o nome de Hinduísmo Védico, temos o culto aos deuses tribais. Dyaus, ou Dyaus-Pitar ('Deus do Céu', em sânscrito), era o Deus Supremo, consorte da Mãe Terra. Doador da chuva e da fertilidade, ele gerou todos os outros deuses. O Sol ('Surya'), a Lua ('Chandra') e a Aurora ('Heos') eram os deuses da luz. Divindades menores e locais são as árvores, as pedras, os rios e o fogo. A partir da influência ariana, o simbolismo de Dyaus passou por uma transformação e tornou-se Indra, jovem divindade que rege a guerra, a fertilidade e o firmamento. Indra representa os aspectos benevolentes da tempestade, em contraposição a Rudra, provável precursor do deus Shiva, o destruidor. Também nesse Período surgiram diversas outras divindades, inclusive Asura, representante das forças maléficas.

Na segunda fase do hinduísmo, que recebe o nome de Vedanta (fim dos Vedas) ou hinduísmo bramânico, ocorre a ascensão de Brahma, a divindade que simboliza a Alma Universal e representa a Força Criadora. Neste momento, surge a figura dos brâmanes, que compõem a casta sacerdotal da tradição hindu. Os rituais ganham uma série de componentes mágicos e elaboram-se idéias mais complexas acerca do Universo e da alma, e é nesse momento que surgem os conceitos de reencarnação e transmigração de almas.

O hinduísmo abrange várias crenças, práticas, filosofias e denominações, religiosas ou não. O Sámkhya (que significa número), por exemplo, é uma filosofia especulativa de caráter exato, naturalista. O Yoga é a principal vertente prática deste rico manancial cultural, e originalmente não havia relações com religião alguma. Foi somente por volta de VIII dC, com a grande difusão do Vedanta (filosofia espiritualista) pela Índia, promovida por Shânkara, que o Yoga adquiriu caráter religioso.

Muitos hindus acreditam num Espírito Supremo cósmico, mas o adoram sob muitas formas, representado por deidades individuais, como Vishnu, Shiva e Shakti, e é centrado sobre uma variedade de práticas que são vistas como meios para ajudar o indivíduo a experienciar a divindade.

O hinduísmo, como religião, é a terceira maior do mundo, com aproximadamente um bilhão de adeptos (censo de 2005), dos quais aproximadamente 890 milhões vivem na Índia. Outros países com grande população hindu são o Nepal, Bangladesh, África do Sul, Sri Lanka, Ilhas Maurício, Fiji, Guiana, Indonésia, Malásia, Estados Unidos e o Reino Unido.

A religião hinduísta é considerada uma das mais velhas ainda existentes no mundo. Não possui um único fundador e é baseado em vários textos religiosos desenvolvidos por séculos, que os hindus acreditam conter insights espirituais, e fornecem um guia prático para a vida religiosa. Entre tais textos, os antigos Vedas são normalmente considerados os de maior autoridade. As outras escrituras incluem os dezoito Puranas, e os épicos Mahabharata e Ramayana. O Bhagavad Gita ('Canção do Divino Mestre'), que está contido no grande livro sagrado Mahabharata, é uma doutrina amplamente estudada, que nos dá uma destilação dos princípios básicos dos Vedas. A íntegra do texto pode ser lida aqui.

O termo "hinduísmo" originalmente indicava uma região geográfica. Por esse motivo, alguns grupos indianos mais tradicionalistas defendem que a religião seria mais adequadamente chamada de "Sanatana Dharma", que significa "Religião Eterna".



A teologia do hinduismo se fundamenta no culto aos avatares da divindade suprema, que é Brahma. Particular destaque é dado à Trimurti - trindade constituída por Brahma, Shiva e Vishnu. Na trindade hindu, Brahma é o criador, Vishnu o preservador, e Shiva o destruidor. O trabalho de um não está completo no Universo sem o outro; pois tudo que conhecemos tem um princípio, uma certa continuidade e um fim. Mas apesar disso, o culto direto aos membros da Trimurti é relativamente raro. Em vez disso, costumam-se cultuar avatares mais específicos e próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, Ganesh, o deus removedor de obstáculos e Krishna, avatar de Vishnu e personagem central do Bhagavad Gita.

Embora se afirme ter sido na cultura hinduísta que tiveram origem três outras importantes religiões - budismo, jainismo e sikhismo - alguns especialistas colocam o jainismo como ainda anterior ao bramanismo, que por sua vez originou o hinduísmo. Segundo esta linha de pensamento, o Budismo guardaria uma relação mais direta com o Jainismo. O Budismo, que na realidade é considerado uma heresia pelo hinduísmo, apesar de não ser rejeitado por ele.

O Yoga, que entra no Hinduísmo graças à célebre obra Yoga Sutras, de Patáñjali Sankhya-Yoga, ou mais precisamente (não tente ler isto de primeira), Sêshwarasámkhya-Brahmácharya Yoga, é uma disciplina naturalista e patriarcal, com uma tendência levemente teísta. É a responsável pelo surgimento do Yoga Clássico e sua adoção pelo hinduísmo. Para ler os Yoga Sutras de Patânjali na íntegra, clique aqui. O estágio anterior é denominado "Yoga Pré-Clássico" e possui características matriarcais e naturalistas. Consta ter surgido entre o povo drávida e ter sido criado por Shiva, que posteriormente entraria como divindade no hinduísmo.

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Essencialmente, o hiduísmo afirma que qualquer prática espiritual realizada com um coração reto diante de Deus, e seguida com fé, amor e persistência levará ao estado final de auto-realização. Portanto, o pensamento hindu encoraja a tolerância pelas diferentes crenças, já que sistemas temporários não podem se declarar como a única compreensão da Verdade Transcendental. Talvez o espírito do hinduísmo possa ser melhor compreendido nos "Rig Veda", uma das mais antigas escrituras religiosas do mundo:

"A verdade é única, embora os sábios a conheçam como muitas." - Rig Veda, Livro I, Hino CLXIV, Verso 46

A terceira fase do hinduísmo: No século 12, a Índia é invadida pelos muçulmanos, e grande parte de sua população é forçada à conversão. Aliás, até essa época, o termo hindu designava qualquer pessoa nascida na Índia - foi a partir do século 13 que ganhou a atual conotação religiosa, tornando-se sinônimo de "nativo não-convertido ao islamismo".

A influência muçulmana se faz sentir dentro da ritualística hindu, pois uma das características marcantes do Hinduísmo é sua capacidade de absorver novos elementos e agregá-los ao seu sistema de crenças. Isso também ocorreu quando, no século 18, o Cristianismo se inseriu no universo indiano, pela influência predominante dos colonizadores franceses.

Este Hinduísmo híbrido também se divide em várias correntes, cujos expoentes são gurus como Sri Ramakrishna (1834-86), Vivekananda (1863-1902) e Sri Aurobindo (1872-1950) - sem dúvida que pretendo voltar a falar de cada um deles. O que essas correntes têm em comum é a preocupação em estender o trabalho espiritual ao âmbito social, por meio do trabalho filantrópico e assistencial.

Também foi por força dessa nova fase que a malfadada organização social da Índia - em sistema de castas - começou a perder o sentido, pois já existia, como existe hoje, um clamor ético por igualdade e solidariedade.

O maior mestre do Hinduísmo moderno é Mahatma Gandhi (1869-1948 - outro assunto que pretendo abordar mais profundamente), conhecido no Ocidente como chefe político, mas venerado na Índia como guru espiritual. "Gandhiji", como era carinhosamente chamado, adepto da Ahimsa (o princípio da não-violência), apregoava a importância do homem exercer perfeito controle sobre si mesmo.

Ainda a crença predominante, o hinduísmo continua influenciando o modo de viver, a ordem social e os princípios éticos e filosóficos na Índia, como percebem os turistas que se embasbacam diariamente diante dos grandes engarrafamentos nas ruas das suas maiores cidades, provocados por alguma vaca sagrada que resolver se deitar preguiçosamente no meio da pista.


Site sobre os Deuses Hindús:

http://www.misticky.com.br/DeusesHindu.html


NAMASTÊ!

Wiccanos



Wicca, a Religião da Grande Mãe e do Deus Cornífero





Entender a origem da bruxaria é retornar aos primórdios da humanidade, quando os seres humanos começaram a despertar a sua percepção para o microcosmo e macrocosmo. As primeiras manifestações de devoção registradas pelo homem remontam à pré-história, às Madonas Negras. Elas representavam o aspecto feminino do poder da natureza, eram a personificação da Grande Mãe. Quando, na lua crescente, a mulher iniciava a sua ovulação, chegando ao máximo na lua cheia e, por fim, menstruando, essa sintonia trouxe, então, a associação da lua como uma nova face para a Deusa. Enfim, a Grande Mãe dava alimento (plantações, frutas, ervas etc), calor e proteção no verão, no outono e na primavera, mas, e no inverno, quando o frio acabava com tudo, quem os protegia? Surgiu, então, o papel do homem, do caçador da tribo, do líder. Quem caçava melhor recebia as presas e os chifres da caça como símbolo de poder e honra. Associou-se, então, um aspecto masculino à Grande Mãe, que buscaria assim o equilíbrio. Criou-se o Deus Cornífero (perceberam a fácil associação com o diabo?). Entre os povos que dependiam da caça, o culto ao Deus dos animais e da fertilidade, também conhecido como Deus de Chifres ou Cornífero, foi marcante.
Princípio Feminino ou Grande Mãe
Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o Útero de Toda Criação. Na wicca, a Deusa se mostra com três faces: a Virgem (lua crescente), a Mãe (lua cheia) e a Velha Sábia (lua minguante), sendo que esta última ficou mais relacionada a bruxa na imaginação popular. A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte feminina presente em todos os homens, tão reprimida pela cultura patriarcal!
Princípio Masculino ou Deus Cornífero
Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão, o Deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu da Deusa, sendo seu complemento, trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria. Da mesma forma que o sol nasce e se põe todos os dias, o Deus nos mostra os mistérios da morte e do renascimento. Na wicca, o Deus nasce da Grande Mãe, cresce, se torna adulto, apaixona-se pela Deusa Virgem, fazem amor; a Deusa fica grávida, o Deus morre no inverno (no fim dele) e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento, que coincide com os ciclos da natureza e mostra os ciclos da nossa própria vida.
Os wiccas praticam os seus rituais sozinhos (bruxos solitários) ou em pequenos grupos de pessoas chamado de coven. Um coven possui 13 membros (na maioria das tradições existentes admite-se 14 membros, sendo o décimo-quarto o mais novo do grupo, responsável por preparar os incensos, acender o fogo, colher ervas e outras pequenas tarefas). O coven é dirigido por uma Alta Sacerdotisa e/ou um Alto Sacerdote que gerenciam os trabalhos de adoração à Deusa, os trabalhos mágicos e cerimônias como os sabás e esbás. Uma explicação para que o coven seja formado por treze pessoas, é que cada uma representaria um mês do ano, pois nas sociedades matriarcais o ano segue o calendário lunar de 13 meses de 28 dias, mais um dia, no total 365 dias. Daí vem a expressão "um ano e um dia", pois, quando é iniciada, a pessoa estuda durante esse período para depois confirmar seus votos. Isto em algumas Tradições.
O coven reúne-se basicamente para a celebração de um sabá ou para um esbá. Esbá é uma reunião mensal que se realiza treze vezes ao ano durante a lua cheia, que recebe o nome de esbá. Geralmente no esbá trocam-se idéias, realizam-se rituais especiais, agradecem-se a Deusa e ao Deus, realizam-se trabalhos de cura e proteção.
Os wiccas celebram oito sabás anuais, destacando as transições entre as estações. Os quatro grandes sabás são Candlemas, Beltane, Lammas e Samhain, e os menores são Equinócio da Primavera e Equinócio do Outono, e Solstício de Verão e Solstício de Inverno.
A Roda do Ano
Representada pelos oito sabás, tem por objetivo sincronizar a nossa energia com as estações do ano, ou seja, com os ciclos do planeta Terra e do Universo. Para algumas tradições da wicca, o ano se inicia no solstício de inverno. Outras consideram a noite de 31 de outubro como o início do ano. Esta data é conhecida como Halloween ou Dia das Bruxas, mas seu nome tradicional é Samhain, que significa "sem sol", referindo-se ao tempo de inverno. Esta época também é correspondente ao ano-novo judaico
No solstício de inverno ocorre o nascimento/renasci-mento do Deus; nos sabás da primavera, do verão e do outono, ele tem o Seu crescimento, puberdade e maturidade; e Sua morte no sabá de Samhain. Após a morte ele retorna ao ventre da Deusa Mãe até o solstício do inverno seguinte, quando renasce. Este é o ciclo mítico do nascimento-morte-renascimento que se repete em todos nós todos os anos. E a Deusa, em Seus aspectos, é adorada durante todo o ano. Outras tradições preferem adorar a Deusa durante os sabás da primavera e verão, e o Deus durante os sabás do outono e do inverno.
Sabás wiccas
Yule - Solstício de Inverno (21 de Dezembro)
É a noite mais longa do ano, marcando a época em que os dias começam a crescer, e as horas de escuridão a diminuir. É desta data antiga que se originou o Natal cristão. Nesta época, a Deusa dá à Luz a Deus, que é reverenciado como criança prometida. Em Yule, é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os deuses rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria. Esta é a noite mais longa do ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Um exemplo das raízes pagãs das festas de Natal está na moderna personificação do espírito de Natal, o Santa Claus, que foi para os escandinavos como o Cristo na Roda, um antigo título nórdico para o Deus Sol, que renascia na época do Solstício de Inverno.
Candlemas (Imbolc, Oimelc) - Festa do Fogo ou Noite de Brigit (2 de fevereiro)
Festival do fogo que celebra a chegada da primavera. O aspecto invocado da Deusa nesse sabá é o de Brigit, Senhora da Poesia, da Inspiração, da Cura, da Escrita, da Metalurgia, das Artes Marciais e do Fogo. Nesta noite, as bruxas colocam velas cor de laranja ao redor do círculo, e uma vela acesa dentro do caldeirão. Se o ritual é feito ao ar livre, pode-se fazer tochas e girar ao redor do círculo com elas. A bruxa mais jovem da assembléia pode representar Brigit, entrando por último no círculo para acender, com sua tocha, a vela do caldeirão, ou a fogueira, se o ritual for ao ar livre, o que representaria a inspiração sendo trazida para o círculo pela Deusa.
Os membros do coven devem fazer poesias, ou cantar em homenagem a Brigit. Pedidos, agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no fim do ritual. O Deus está crescendo e se tornando mais forte para trazer a Luz de volta ao mundo. É hora de pedirmos proteção para todos os jovens, em especial da nossa família do coven. É neste sabá que a Alta Sacerdotisa do coven usa uma brilhante coroa de 13 velas no topo de sua cabeça. A versão cristianizada da procissão de Candlemas honra a Virgem Maria, e, no México, ela corresponde ao ano-novo asteca.
Equinócio de Primavera - Ostara (21 de março)
Ostara é o festival em homenagem à Deusa Oster, Senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Os membros do coven usam grinaldas, e o altar deve ser enfeitado com flores da época. É um costume muito antigo colocar ovos pintados no altar. Eles simbolizam a fecundidade e a renovação. Os ovos podem ser pintados crus e depois enterrados, ou cozidos e comidos enquanto mentalizamos nossos desejos. Antes de comê-los, os membros do coven devem girar de mãos dadas em volta do altar para energizar os pedidos. Os ovos devem ser decorados com símbolos mágicos, ou de acordo com a criatividade. Os pedidos devem ser voltados à fertilidade em todas as áreas.
Beltane (Rudemasd, Walpurgisnacht) - A Fogueira de Belenos, Festa da Primavera (1º de maio)
Beltane é o mais alegre e festivo de todos os sabás. O Deus, que agora é um jovem no auge da sua fertilidade, se apaixona pela Deusa, que em Beltane se apresenta como a Virgem e é chamada Rainha de Maio. Em Beltane se comemora esse amor que deu origem a todas as coisas do Universo. Beleno é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na primavera. Em Beltane se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Daí veio o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas. Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função. Uma das mais belas tradições de Beltane é o meypole, ou mastro de fitas. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos deuses. É costume em wicca jamais se casar em maio, pois esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.
Litha - Solstício de Verão (21 de junho)
Nesse dia o sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O deus chega ao ponto máximo de seu poder. Este é o único sabá em que, às vezes, se fazem feitiços, pois o seu poder mágico é muito grande. É hora de pedirmos coragem, energia e saúde. Mas não devemos nos esquecer que, embora o Deus esteja em sua plenitude, é nessa hora que ele começa a declinar. Logo Ele dará o último beijo em sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte, em busca da Terra do Verão. Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do sucesso e do poder. Tudo no Universo é cíclico, devemos não só nos ligarmos à plenitude, mas também aceitar o declínio e a morte. Nesse dia costuma-se fazer um círculo de pedras ou de velas vermelhas. Queimam-se flores vermelhas ou ervas solares (como a camomila) juntamente com os pedidos no caldeirão.
Lamas - Lughnasad ou Festa da Colheita (1º de Agosto)
Lughnasad era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira colheita do ano. Lugh é o Deus Sol. Na mitologia celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes que exigiam sacrifícios humanos do povo. A Tradição pede que sejam feitos bonecos com espigas de milho ou ramos de trigo representando os deuses, que nesse festival são chamados Senhor e Senhora do Milho. Nessa data deve-se agradecer tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução.
O outro nome do sabá é Lammas, que significa A Massa de Lugh. Isso se deve ao costume de se colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os membros do coven devem fazer um pão comunitário, que deverá ser consagrado junto com o vinho e repartido dentro do círculo. O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do caldeirão, para serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os agradecimentos, e grãos de cereais. O boneco representando o Deus do Milho também é queimado, para nos lembrar de que devemos nos livrar de tudo o que é antigo e desgastado, para que possamos colher uma nova vida. O altar é enfeitado com sementes, ramos de trigo, espigas de milho e frutas da época.
Mabon - Equinócio de Outono (21 de setembro)
No panteão celta, Mabon, também conhecido como Angus, era o Deus do Amor. Nessa noite devemos pedir harmonia no amor e proteção para as pessoas que amamos. Esta é a segunda colheita do ano. O altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na primavera. O chão deve ser forrado com folhas secas. O Deus está agonizando e logo morrerá. Este é o festival em que devemos pedir pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas que precisam de nossa ajuda e conforto. Também é neste festival que homenageamos as nossas antepassadas femininas, queimando papéis com seus nomes no caldeirão e lhes dirigindo palavras de gratidão e bênçãos.
Samhain - Halloween ou Dia das Bruxas (31 de outubro)
Este é o mais importante de todos os festivais, pois, dentro do círculo, marca tanto o fim quanto o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram. As bruxas não fazem rituais para receber mensagens dos mortos e muito menos para incorporar espíritos. O sentido do Halloween é nos sintonizarmos com os que já partiram para lhes enviar mensagens de amor e harmonia. A noite do Samhain (pronuncia-se souen) é uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos e doces.
A cor do sabá é o negro, sendo o altar adornado com maçã, o símbolo da vida eterna. O vinho é substituído pela sidra ou pelo suco de maçã. deve-se fazer muita brincadeiras com dança e música. Os nomes das pessoas que já se foram são queimados no caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza!
No altar e nos quadrantes não devem faltar as tradicionais máscaras de abóbora com velas dentro. Antigamente, as pessoas colocavam essas abóboras na janela para espantar os maus espíritos e os duendes que vagavam pelas noites do Samhain. Essa palavra significa "sem luz", pois, nessa noite, o Deus morreu e o mundo mergulha na escuridão. A Deusa vai ao Mundo das Sombras em busca do seu amado, que está esperando para nascer. Eles se amam, e, desse amor, a semente da luz espera no Útero da Mãe para renascer no próximo Solstício de Inverno como a Criança da Promessa.
Os Candlemas, Beltane, Lammas e Samhain são grandes sabás, enquanto os solstícios e equinócios são pequenos sabás. As datas fornecidas acima são do hemisfério norte. Muitas pessoas preferem adaptá-las ao nosso hemisfério, mudando a ordem dos sabás. Outras já acham que se deve manter a Tradição e seguir as datas da Europa. Isto depende do gosto de cada um, mas, no Brasil, não existem quatro estações, sendo que muitas regiões têm um verão permanente ou uma estação chuvosa, o que torna bem difícil adaptar os sabás aos aspectos da natureza.