sábado, 22 de março de 2008

Conservação das Ervas




A Conservação das Ervas

É importante salientar a conservação das Ervas, dos incensos e das resinas para assim terem um maior tempo de conservação e não deteriorar-se muito depressa.

A maior parte das lojas, ervanários e assim como nós próprios, vendem as ervas em pequenos sacos de plásticos. No nosso caso apenas para se tornar mais acessível o preço, o que vendidos em potes ficaria um acréscimo nos portes de envio.

No entanto convêm salientar que até á venda nós mantemo-las correctamente conservadas, preparando os sacos apenas quando pedido. No entanto é importante relembras que quando recebe as ervas que as mantenha devidamente protegidas.

O primeiro passo para a boa conservação das ervas é que estas, quando foram colhidas por si, estejam completamente secas sem nenhuma humidade. Depois são guardadas separadamente em frascos herméticos de vidro escuro, pintados ou em frascos de barro ou porcelana, devidamente etiquetadas, evite completamente os de metais ou de plásticos. Utilize frascos limpos que não tenham sido utilizados para outro fim.

Guarde-os num armário ou numa gaveta fechada, o que importa é que esteja num local seco e fresco, completamente protegidos da luz, pois a luz retira as suas propriedades.

As ervas assim podem conservar-se um ano, mas evite guarda-las por tanto tempo, se vir que já tem ervas a um ano que não tem utilizado, para não gastar as ervas em vão, o que seria um sacrilégio, faça um banho de imersão com elas, reutilize sempre, esta é uma maneira agradável para evitar estragar.

Fonte:tsaraciganopablo.blogspot.com

O Dia e a Noite



O Dia e a Noite (Trabalhos Mágicos)

O Dia

Durante o dia, é o sol que reina em todo o seu dominio, ele é activo, poderoso e sempre em expanção.
Quando o sol brilha em todo o seu esplendor, ninguem conssegue ficar fechado entre quatro paredes, o nosso corpo é como atraído para o seu brilho, o seu calor... convida-nos a explorar, a tomar iniciativas, facilita as comunicações e traz-nos coragem.
Alguns magos esperam que o sol entre no zodiaco certo para realizar rituais. è otimo mas leva a termos de esperar muito tempo e por vezes precisamos de agir no presente.
O sol é favorável para cultuar todos os Deuses e Deusas solares, ao meio dia, quando está em toda a sua força e esplendor, na hora de maior poder.
Um acto simples e rápido de se conectar com a força do sol, é saudá-lo assim que o veja ao acordar. É um acto simples que nos enche o coração de forças e coragem para o novo dia.


A Noite

O sol ja não se encontra no céu, está longe do alcance de nossos olhos, é o momento de repouso e descanço. A noite é uma das melhores alturas para cultuar as Deusas, principalmente quando se encontra no seu áus, à meia noite.
A Lua é a soberana da noite, Rainha do céu ela concede a calma e apaziga-nos a alma. Ela convida-nos à reflexão, à introspecção e ao misterio. Leva-nos á meditação, à arte, à leitural...ao silencio...
Adevinhação, viagens astrais.. Cortar trabalhos ou dexar-se de maus vícios, beleza, sonhos, espiritualidade, purificação.. paz...
Conecte-se com a lua, independentemente da sua fase e sempre que a veja no ceu saude-a ou cante para ela.

Caminhando sob a Senda Mística

Caminhando sob a Senda Mística

Ao enveredar no caminho obscuro da Senda Mística
olhe-se diante do espelho everás o que te espera –
Conhecer a Ti mesmo.

Conhecer a si mesmo não é se fechar sob a caixa de pandora e exigir que se abra.
Nem acreditar que somente aquilo que vê e sabe é real.
Tente olhar com o olho do outro.

Há coisas que somente podem ser vistas eentendidas pelo ponto de vista do outro.
Somente assim poderá aprender o que ooutro escreveu e ensinou.

E então poderá despertar o seu mestre interior e ver com seus próprios olhos.
Ao adentrar no olho do outro aprenda como se faz,
porque se faz e o que se faz.
E ao retornar a olhar com seus próprios olhos,
respire fundo e faça.

Nenhum conhecimento pode ser declarado conhecimento se não houver ação.
Se criares barreiras entre o seu modo de ver e o dos outros,
viverá fechado e comprimido em si mesmo.
Ao ver com os olhos dos outros,
poderá entendê-los e saber o que realmente estão pensando.
Quando aconselha alguém com o seu ponto de vista na intenção de dizer o que você faria em vez de entender o que ele deve fazer do ponto de vista dele,
comete um sacrilégio contra a vontade humana.

Por isso,
é importante não tentar entender ou julgar os outros pelo seu ponto de vista.
Ninguém tem o direito de viver a vida do outro,
principalmente fazendo-os enxergar apenas a nossa vida como exemplo,
por achar, de forma egoísta, que sabemos exatamente como eles devem viver.
Quando lemos um livro importante ou quando somos guiados por um mestre espiritual conhecemos o que os outros pensam.

Ser guiado não é o mesmo que ser alienado,
alienação e entregar aos outros a sua vontade.
E é por esse motivo que se procura conhecer a si mesmo
e despertar seu mestre interior para poder enxergar com os próprios olhos.

Aquele que caminha sob a Senda Mística pode ser acusado de fugir ao problema no que se refere à verdade,
ainda que não descubra a “verdade em si”,
irá descobrir que tudo possui uma questão cultural,
uma falsa consciência e muitas circunstâncias desconhecidas,
relevantes para sua descoberta.

Na realidade,
se acreditarmos já possuirmos a verdade,
perderemos o interesse em descobrir as próprias intuições
que nos conduziriam a uma compreensão aproximada
e não estaríamos prontos para entender os dogmas e os paradigmas que criamos.

Os paradigmas são modelos, diretrizes,
formas de pensamento ou caminhos e teorias que construímos.
Ao romper um paradigma surge um outro, ao quebrar uma regra forma-se outra.
Se disser que não “existe regras e que tudo é feito pela vontade”,
acaba formando uma nova regra.

Quando se muda um paradigma promocionado não significa falta de lei ou de ordem.
Tudo tem um significado e uma representação,
mesmo sendo nós os grandes produtores desses paradigmas.

Para isso,
não podemos enxergar apenas pelo meio da causa e efeito ou pela ação e reação.
Em um tudo há um significado ou uma representação.
Há um significado na causa e outro no efeito.
Até mesmo o acaso possui um significado.

Eles podem representar uma manifestação da vontade e da lei.
Ao conceder a experiência mística o único meio adequado de se revelar ao homem sua natureza e sua espiritualidade,
ainda é preciso admitir que o elemento inefável almejado para adentrar na senda do conhecimento espiritual não pode ser possível sem uma mudança de postura,
autoconhecimento,
de conhecimento social e cultural estabelecido pelos conceitos éticos e morais.

O conhecimento cognitivo que se processa no interior do cérebro não é suficiente para embrenhar na Senda Mística.
Este conhecimento lógico não é a única forma de aprendizagem.
É preciso um conhecimento de sensibilidade,
que venha do tato e que não passa apenas pelo cérebro.

É necessário visualizar,
pegar,
sentir,
tatear com as mãos,
abstrair e concretizar conhecimentos para poder imaginar e despertar a Fé em si mesmo.

Nenhum conhecimento está centrado exclusivamente no cérebro,
mas também nos sentidos,
na percepção e na intuição.

As bases fundamentais são:
Conhecer a ti mesmo,
a Fé,
Conhecimento e a Vontade.

Conhecer a ti mesmo é o primeiro desafio para obter consciência de si mesmo e do que é capaz.
Não se pode dizer que conhece tudo o que está ao redor se não conhece a si mesmo.
Somente conhecendo sua divindade e seu demônio saberá o que é capaz de fazer.

O segundo desafio é a Fé em si, revelar sua divindade interior.
A Fé é mais que um requisito é a sublime transparência do Sou.
A manifestação do Sou reflete a força interior e exterior que desnuda o que está dentro de si, a Fé.

O terceiro desafio é o Conhecimento.
Conhecer é aprender,
seguir o coração,
o seu corpo,
sua mente e seu espírito no caminho da espiritualidade e da evoluçãodo ser humano.
O conhecimento está estritamente ligado com todos os sentidos da natureza humana,
e é o que dará o impulso no movimento de suas forças.

O quarto desafio é a Vontade e está intrínseco a todos desafios.
É impossível obter sucesso se não houver vontade.
Não há base única,
nem deve ser visto com pessimismo o fato de não possuir nenhum desses atributos,
porém,
para permanecer na Senda é preciso,
no entanto,
buscar estes desafios tornando-se uma pessoa de ação.

Engana-se aquele que acha que tudo é simples.
Na realidade a simplicidade das coisas está na complexidade do que é.
Somente com predisposição de aprender e humildade poderá,
então,seguir adiante caminhando pela Senda Mística.

Receitas Afrodisiacas

"...o único afrodisíaco verdadeiramente infalível é o amor. Nada consegue deter a paixão acesa de duas pessoas apaixonadas. Neste caso não importam os achaques da existência, o furor dos anos, o envelhecimento físico ou a mesquinhez das oportunidades; os amantes dão um jeito de se amarem porque, por definição, esse é o seu destino." (Isabel Allende)




*Bába de Moça

Ingredientes:

1 frasco de leite de coco

8 gemas de ovos

1 colher de sobremesa de amido de milho

baunilha q.b.

2 chávenas grandes de açúcar

1 chávena grande de água

1 colher de chá de manteiga

Confecção:Num tachinho leve ao lume o açúcar e a água, deixar ferver até ficar em ponto de fio fraca.
Junte a manteiga mexa bem e deixe o xarope arrefecer.
Depois de fria acrescente as gemas batidas e passadas por um passador de rede, o leite de coco, o amido de milho e a baunilha misture tudo muito bem e leve novamente ao lume brando mexendo sempre para engrossar mas sem deixar ferver o creme para não talhar as gemas.
Retire do lume ponha numa taça ou em tacinhas e sirva bem fria.
Este creme só alcança o ponto ideal depois de fria.

*Amores de Chocolate com Amêndoa

Ingredientes:

170 grs. de Chocolate para Culinária

1 lata de leite condensado Nestlé

150 grs. de amêndoa torrada

150 grs. de sultanas

1 pitada de sal

Manteiga para untar

Papel de alumínio para forrar

Confecção:Forre um tabuleiro com papel de alumínio e unte-o com manteiga.
Parta o chocolate em pedaços, deite-os num recipiente e leve-os a derreter em banho-maria.
Deite o leite condensado e o sal num tacho e junte-lhes o chocolate derretido; leve ao lume, mexendo sempre, durante 10 minutos.
Retire do lume, junte as amêndoas e as sultanas e misture bem.
Com uma colher de sopa retire pequenas porções do preparado, coloque-as em cima do papel untado e deixe arrefecer até que fiquem bem frias.
Coloque-as numa taça de vidro transparente e sirva ou faça pequenos embrulhos com papel celofane.

*Ostras à la Bourgeoise

Ingredientes:
Ostras: 18
Gemas: 5
Sal e pimenta: q.b.
Farinha: q.b.
Sumo de limão: umas gotas
Margarina: 1 colher de sopa


Receita:
Deitar as ostras num tacho e levar ao lume a abrir em seco.
Coar por um pano.
Fazer um creme grosso com a água coada, a margarina, a farinha, sal e pimenta e algumas gotas de sumo de limão.
Levar ao lume a cozer e a engrossar. Incorporar as gemas e juntar as ostras picadas.
Rechear as 12 conchas mais perfeitas com este creme.
Dourar com a gema e levar ao forno a gratinar.

*Parfait de Conhaque e Chocolate

Ingredientes:

1 chávena de chá de açúcar

1/2 chávena de chá de água

1/2 chávena de café de conhaque

8 gemas

1 chávena de chá de Natas para Bater

1/2 chávena de chá de chocolate em pó

Confecção:

Numa caçarola, misture o açúcar com a água e leve ao lume sem mexer por cerca de 5 minutos, formando uma calda.
Enquanto a calda ferve, bata as gemas na batedeira até duplicarem de volume; vá juntando aos poucos a calda quente sem parar de bater até que a misture fique fria.
Junte o conhaque e as natas ligeiramente batidas.
Por último, junte o chocolate, bata mais um pouco.
Ponha a mistura numa forma de tarte amovível, untada com manteiga e forrada com papel de alumínio.
Ponha a forma no congelador de um dia para o outro.
Desenforme, retire o papel de alumínio e sirva com juliana de cascas de laranja em calda.

*Fondue de Chocolate


Ingredientes:

500 grs. de Chocolate para Culinária

200 grs. de natas

3 colheres (sopa) de conhaque

Canela em pó a gosto

Confecção:

Numa caçarola, coloque o Chocolate para Culinária Nestlé partido aos bocados, e leve ao lume em banho-maria para derreter.
Aromatize com o conhaque, junte as natas e a canela e misture.
Ponha o Chocolate no rechaud e sirva com frutas da época: morangos, ananás, mangas, uva, maçãs, bananas, e pedaços de Pão-de-ló.

Regras da Cozinha



Regras de Ouro da Cozinha Mágica


.Cante e sorria, o seu estado de alma vai energizar a sua cozinha mágica, Cozinhe com amor, com um sorriso de orelha a orelha, meta uma pitada de musica e mexa o caldeirão enquanto dança, eleve os seus encantamentos ao céu e faça da arte de cozinhar uma magia alegre de encantar.

·Dê preferência a plantas, frutos ou legumes naturais, que tenham sido colhidos por si, logo ao nascer do dia descalça no orvalho da manhã.

·Tente colhe-los na época certa seguindo a lua para conservar mais propriedades mágicas.

·Lembre-se que deve celebrar as colheitas e cozinhe sempre seguindo a época em que se encontra.

·Nunca utilize utensílios de plástico, e evite o máximo os electrodomésticos.

·Tente ter um caldeirão e umas colheres de pau só para quando cozinha magicamente. Ferramentas mágicas só devem ter uso para fins mágicos.

·Quando faz bolos ou outros pratos que permitam, tente dar o máximo asas a sua imaginação. Recrie símbolos, faça bolos em formas de luas de estrelas e de sóis.

·Sempre que possa tente cozinhar na fogueira e ao ar livre.

·Vá cantando e recitando encantamentos enquanto cozinha e faça símbolos que tenham a ver com as suas receitas.

·Quando deve usar um pano para filtrar tenha o cuidado de usar em linho ou algodão e nunca os sintéticos.

·Tente usar o máximo as seu mão mesmo quando para untar formas, lembre-se que o contacto é o melhor para energizar.

·Não se esqueçam que uma onça equivale a 31 gramas e que uma libra a 500 gramas.

·Lembre-se também que 1 chávena de liquido equivale a 240 ml. E uma chávena de mel equivale a 190 g.

·Lembrem-se que sempre que cozinham para os Deuses a primeira fatia é sempre ofertada aos Deuses, depois então pode comer.


Todos para os Vossos Caldeirões!

Ó Lua, Luar



Ó Lua, Luar

Lua, Mãe das Bruxas, das Feiticeiras, das Fadas; das Estrelas, das Mulheres, das Madrugadas; vem a mim! Vem a mim!

Por amor à Deusa ou ao Deus, vem a mim! Vem à Terra me ensinar todas as poções e todas as magias; todos os encantamentos e todas as alquimias, para que, multiplicando meus talentos, possa aliviar todos os sofrimentos, não apenas os meus, mas os sofrimentos deste planeta, desta gente tão perdida, tão cansada, tão sofrida.

Lua! Lua! Luar!... Vem por piedade ou por amor me ensinar a magia com humildade; a praticar a caridade e a usar meu poder com justiça, com bondade.

Enfim, Mãe Lua, vem me trazer o amor, o bem, a verdade, para que eu possa iluminar e me iluminar.

Ó Lua! Tu que és Mãe dos Elfos, das Sereias, das Alvoradas, das Deusas, das Flores e "das Encantadas" não me desampares; se estás querendo envolver a Terra por saudade ou por necessidade, anoitece
comigo, amanhece comigo e vamos juntas livrá-la da violência, da intransigência, da intolerância, da guerra; da dor, do desamor; enfim, de todo o mal. Deixa-me trabalhar ao teu lado. Tu tens a luz e eu tenho o punhal; se o teu coração é a taça, minhas lágrimas são o licor. Deixa-me colaborar contigo. Deixa-me, por amor! Quero ser o trigo, a consolação, a água, a paz, o pão... a luz... Quero ser também um luar;
quero ser uma parte de ti, um pedaço da Deusa, uma partícula do Deus. Quero o meu lugar. Quero servir, amar, iluminar...

Lua! ilumina meu espírito para que ele, cheio de amor profundo, viaje de um mundo a outro mundo e se perca e se encontre no infinito, na luz, além... Assim Seja!

MORGANA

Atrás de Guinevere estão as tradições das rainhas celtas. Atrás de Morgana e da Dama do Lago, se ocultam tradições de sacerdotisas e Deusas. A rainha celta reinava por direito próprio, comandava exércitos como Boadicea e tinha amantes. Para os autores medievais esta liberdade e igualdade da mulher era inaceitável e incompreensível. Ela foi considerada libertina e atrevida ao se tornar infiel.

Da mesma forma, dado que o mito pagão e a magia são considerados os piores dos pecados, Morgana se converte em uma bruxa que conspira contra Artur, e Nimue, a dama do Lago, passa a ser a ruína do embrutecido Merlim. Mas a história poderia ter sido bem diferente, não é mesmo? Pois sabe-se hoje, que o amor não é um sentimento que precise testemunhas, muito menos ser negociado, como foi imposto à Guinevere.

Na nossa Era, as mulheres já conquistaram seu espaço e o respeito dos homens e hoje nos unimos à eles através do amor da alma. Na tradição celta existe um belo entendimento do amor que resume-se a uma palavra: "anan cara". Anam é a palavra gaélica para alma e cara é a palavra para amigo.

Na vida de todos, existe uma grande necessidade de um anam cara, um amigo da alma. Neste amor, somos compreendidos tal como somos, sem máscara ou afetação. As mentiras e meias-verdades superficiais e funcionais das relações sociais se dissolvem e pode-se ser como realmente se é.

O amor permite que a compreensão se manifeste, pois quando se é compreendido, fica-se à vontade. A compreensão alimenta a relação. Quando nos sentimos realmente compreendidos, sentimo-nos desembaraçados para nos libertar à confiança e abrigo da alma da outra pessoa.

Este reconhecimento é descrito neste belo verso:

"TU NÃO TE PARECES COM NINGUÉM PORQUE TE AMO" Paulo Neruda

Quando danço com a Vida
danço meu próprio ritmo
mantendo o meu compasso
Minhas marés anímicas
estão alinhadas e fluem
com a minha pulsação
minha expressão única
Reverenciando a mim mesma
eu reverencio tudo
Quando você dança
com a sinfonia da Vida
qual é seu ritmo?
É rápido ou lento
lépido ou litúrgico
repetitivo ou volúvel?
Você deixa o ritmo levá-la(o)
ou abatê-la(o)
acalmá-la(o)
encorajá-la(o)
ou perturbá--la(o)?
Como é seu ritmo?

Morgana representa na lenda arturiana, a figura de uma Deusa Tríplice da morte, da ressurreição e do nascimento, incorporando uma jovem e bela donzela, uma vigorosa mãe criadora ou uma bruxa portadora da morte. Sua comunidade consta de um total de nove sacerdotisas (Gliten, Tyrone, Mazoe, Glitonea, Cliten, Thitis, Thetis, Moronoe e Morgana) que, nos tempos romanos, habitavam uma ilha diante das costas da Bretanha. Falam também das nove donzelas que, no submundo galês, vigiam o caldeirão que Artur procura, como pressagiando a procura do Santo Graal. Morgana faz seu debut literário no poema de Godofredo de Monntouth intitulado "Vita Merlini", como feiticeira benigna.

Mas sob a pressão religiosa, os autores a convertem em uma irmã bastarda do rei, ambígua, freqüentemente maliciosa, tutelada por Merlim, perturbadora e fonte de problemas.

Nenhum personagem feminino foi tão confusamente descrito e distorcido como Morgana ou Morgan Le Fay. A tradição cristã a apresenta como uma bruxa perversa que seduz seu irmão mais novo, Artur, e dele concebe o filho. Entretanto, nesta época, em outras tribos celtas, como em muitas outras culturas, o sangue real não se misturava e era muito comum casarem irmãos, sem que isso acarretasse o estigma do incesto.

Morgana e Artur tiveram um filho fruto de um Matrimônio Sagrado entre a Deusa (Morgana encarna como Sacerdotisa) e o futuro rei.
O "Matrimônio Sagrado" era um ritual, no qual a vida sexual da mulher era dedicada à própria Deusa através de um ato de prostituição executado no templo. Essas práticas parecem, sob o ponto de vista da nossa experiência puritana, meramente licenciosas. Mas não podemos ignorar que elas faziam parte de uma religião, ou seja, eram um meio de adaptação ao reino interior ou espiritual.

Práticas religiosas são baseadas em uma necessidade psicológica. A necessidade interior ou espiritual era aqui projetada no mundo concreto e encontrada através de um ato simbólico Se os rituais de prostituição sagrada fossem examinados sob essa luz, torna-se evidente que todas as mulheres devessem, uma vez na vida, dar-se não a um homem em particular, mas à Deusa, a seu próprio instinto, ao princípio Eros que nela existia.

Para a mulher, o significado da experiência devia residir na sua submissão ao instinto, não importando que forma a experiência lhe acontecesse. Depois de passar por essa iniciação, os elementos de desejo e de posse ficam para trás, transmutados através da apreciação de que sua sexualidade e instinto são expressões de força de vida divina cuja experiência no plano humano.

A nível transpessoal, o "matrimônio sagrado" envolve o mistério da transformação do físico para o espiritual, e vice-versa. Cada pessoa conecta-se com o universo como se fosse célula única no organismo do campo planetário da consciência. A partir da união do humano com o divino, a "Criança Divina" nasce. A "Criança Divina" é a vida nova, vida com nova compreensão, vida portadora de visão iluminante para o mundo.

QUEM ERA MORGANA?

Como muitos indivíduos legendários e românticos, há versões conflitantes sobre quem o que foi Morgana. O historiador e cronista do século XII, Geoffroi de Monmouth, escreveu que "sua beleza era muito maior do que a de suas nove irmãs. Seu nome é Morgana e ela aprendeu a usar todas as plantas para curar as doenças do corpo. Ela também conhece a arte de mudar de forma, de voar pelo ar...ela ensinou astrologia às irmãs."

Relatos antigos contam-nos que ela era uma Velha Deusa da Sabedoria, a Senhora e Rainha de Avalon, a Alta Sacerdotisa da Antiga Religião Celta. Aprendeu magia e astronomia com Merlim. Alguns achavam que ela era uma "fada arrogante", pois era símbolo de rebeldia feminina contra a autoridade masculina. Quando zangada, era difícil agradar ou aplacar Morgana; outras vezes, podia ser doce, gentil a afável. Também era descrita como "a mulher mais quente e sensual de toda a Grã-Bretanha."

Morgana era um enigma aos seus adversários políticos e religiosos. Os escrivões cristãos transformaram-na em demônio, talvez devido ao seu papel como sacerdotisa de uma Antiga Religião, que eles estavam tentando desacreditar nas suas investidas para cristianizar a estrutura de poder da Grã-Bretanha. Ela, entretanto, defendeu valentemente a fé das Fadas e as práticas dos druidas, achando entre os camponeses simples seus mais fiéis seguidores. Ela negou as acusações de prostituição dos monges e missionários cristãos.


É Morgana, que depois da batalha final, ampara o irmão ferido de morte e o cuida com o zelo de uma mãe e consoladora espiritual.

O cristianismo menospreza o poder e o conhecimento de Morgana, do mesmo modo com que impediu a mulher à ascender ao sacerdócio, anulando completamente o seu poder pessoal.


Layamon, autor de um poema narrativo inglês é o primeiro a descrever como a mulher levou Artur pelas águas e não simplesmente recebendo-o na sua chegada.

Morgana é a fada mais bela das que habitam Avalon. Não existem fundamentos suficientes para se acreditar que Avalon seja o lugar que a cultura celta atribuí como residência dos mortos. O que se sabe é que quando Artur é transportado sobre as águas em companhia das mulheres com destino a Avalon, se perde no horizonte do mito imemorial.

Este é o pano de fundo sobre o qual se desenvolvem as diferentes lendas relativas à partida e imortalidade de Artur, que supostamente continua vivo dentro de uma caverna ou em uma ilha. Estas mulheres que acolheram Artur pertencem ao mundo das fadas, que provavelmente foi antes um mundo de deusas.

Segundo Robert Graves e Kathy Jones, a Morg-Ana "surgiu da união das estrelas com o ventre de Ana". Muitas vezes foi equiparada as Deusas Morrigan e Macha, que presidiam as artes da guerra. Entretanto, como fada controlava o destino e conhecia as pessoas.

Famosa por seus poderes de cura, seu conhecimento de plantas medicinais e sua visão profética, era uma xamã capaz de alterara a sua forma, tomando o aspecto de diferentes animais para utilizar seu poder.

DEUSA-MÃE PRIMITIVA

Em "Estoire de Merlin", temos uma descrição bastante detalhada de Morgana, indicando seu verdadeiro caráter e também os estreitos vínculos que estabelece com a Deusa Mãe primitiva:

"Era a irmã do rei Arthur. Era muito alegre e jovial, e cantava de forma muito agradável; seu rosto era moreno, mas bem metida em carnes, nem demasiadamente gorda nem demasiadamente magra, de belas mãos, de ombros perfeitos, a pele mais suave que a seda, de maneiras afáveis, alta esguia de corpo, em resumo, sedutora até o milagre; a mulher mais cálida e mais luxuriosa de toda a Grã Bretanha. Merlim havia lhe ensinado astronomia e muitas outras coisas, e havia se aplicado ao máximo, de maneira que havia se convertido em uma boa sacerdotisa, que mais tarde recebeu o nome de Morgana a Fada, em virtude das maravilhas que realizou. Se explicava com uma doçura e uma suavidade deliciosas, e era melhor e mais atrativa que tudo no mundo, embora tivesse sangue frio. Porém quando queria alguém, era difícil acalmá-la..."

Esse é decididamente o retrato da Deusa Mãe primitiva, com toda sua ambigüidade, as vezes boa, outras nem tanto, "cálida e luxuriosa", como a Grande Deusa oriental e, "virgem", pois não se submete à autoridade masculina. Observemos também que Merlim ensinou-lhe magia do mesmo modo com que fez com Viviana, a Dama do Lago.

Outras versões da história do Merlim, versões hoje perdidas, porém cujo rastro encontramos na célebre obra do século XV devido a Thomas Malory, "La muerte de Arturo", vasta compilação dos relatos da Távola Redonda, outras versões levam a pensar que Merlim foi amante de Morgana antes de sê-lo de Viviana.

MORGANA E URYEN

Em "Lancelot en prose" em francês, encontramos elementos interessantes sobre Morgana. Ela se apresenta como esposa de Uyen e mãe de Yvain:

"Um dia que Morgana supreende a seu marido, o rei Uryen, dormindo na cama, ocorreu-lhe a idéia de livrar-se dele. Chamou a criada de toda a confiança e disse:
-Vá e busca a espada do meu senhor, pois jamais vi melhor ocasião de matar-lhe do que agora.
Porém, a criada assustada com o plano de Morgana, vai em busca de Yvain, o filho de Uryen e Morgana, explica tudo e pede para que intervenha.
Yvain lhe aconselha a obedecer, e quando Morgana levanta a espada sobre a cabeça de Uryen, Yvain que havia se escondido, se precipita sobre ela, arranca a espada das mãos da mãe e a reprime. Morgana implora seu perdão, dizendo haver sofrido um episódio de loucura. (La muerte de Arturo, IV, 13)

Essa tentativa de assassinato está no espírito da Deusa que não suporta os laços do matrimônio e necessita ter um certo número de amantes.

Há relatos ainda, que Morgana rouba continuamente a bainha ou a espada de Arthur em benefício de seus amantes:

"Morgana, a Fada, ama outro cavaleiro muito mais que a seu marido, o rei Uryen e que ao rei Arthur, seu irmão. Então manda fazer outra bainha exatamente igual por encantamento e dá a bainha da Excalibur a seu amante. O nome do cavaleiro era Acolon." (Muerte de Arturo, II, 11).
Morgana se encarrega para que Acolon lute com Arthur, porém Acolon resulta ferido de morte pelo rei. Morre depois de haver confessado a traição de Morgana. Essa se desespera pela morte de Acolon, e busca vingar-se de Arthur. Ordena que enviem a seu irmão um rico manto que é mágico, pois queima todo aquele que tem a desgraça de cobrir-se com ele. Porém, no momento em que Arthur ia colocar o manto, a Dama do Lago revela a Arthur o perigo em que se encontra." (Muerte de Arturo, II, 14-16)
MORGANA, A DEUSA VIRGEM

Essa é uma lenda referida a Morgana que ilustra sua Potencialidade de Virgem possuidora de Poderes:

O VALE SEM RETORNO (relato cortês)

A Fada Morgana, abandonada por seu amante Guyomard, decide vingar-se dos homens. Encanta o Vale Perigoso, de tal maneira que todos os cavaleiros infiéis a sua Dama que passem por ali, ficam aprisionados nele para o resto da vida. Permanecem dentro de um paraíso de sonhos; bebem, cantam, celebram festas, dançam, jogam xadrez, porém não podem franquear as ladeiras do vale, que estão vigiadas por gigantes, animais monstruosos e barreiras de fogo. O encantamento só pode ser levantado por um herói excepcional, um homem sempre fiel a sua dama. E, embora Morgana tenha feito todo o possível para seduzir Lancelot do Lago, é ele quem destrói o encantamento e libera os cavaleiros, demonstrando-lhes que as barreiras de fogo, os monstros e os gigantes não passavam de produtos de sua imaginação. Assim ganhou o ódio mortal de Morgana."

Morgana, nessa lenda faz o papel de Deusa Mãe Virgem que guarda em seu regaço os homens igual guardaria seus filhos. Pois seus filhos também são seus amantes. A atitude de Lancelot é uma atitude repressiva contra tudo que recobre a noção de feminilidade. Essa é também a história da feiticeira Circe, que transforma seus amantes em porcos. Lancelot, aqui, representa Ulisses, que rechaça à submissão e dissipa o que crê que som ilusões.
Circe e Morgana são a "Virgem" que dá medo, a "Virgem" que engole, a Indomável.

Os homens, que se crêem dominadores do mundo e os reguladores da ordem estabelecida, não se imaginam, nem por um instante, que seu poder no é mais que passividade, e que o poder da mulher, que depreciam ou temem, é o poder ativo.

Quando o homem contemporâneo suprimiu a Mãe Divina e a substituiu pela autoridade de um Deus Pai, desarticulou o mecanismo instintivo que produzia o equilíbrio primitivo. Daí surgiu a neurose e outros dramas das sociedades paternalistas, que se dizem pretender devolver a mulher sua honra e seu verdadeiro lugar, um lugar escolhido pelo homem. Buscou-se estabelecer uma "lei racional" contra uma "lei natural". Mas, a "lei natural" se concretiza através do instinto e esse, é algo que não se pode negar. Todo nosso comportamento se apóia na natureza e portanto, a disputa entre a natureza e a razão é uma falsa disputa, mas é a responsável pela cegueira que vive nossa sociedade hoje, que, querendo corrigir o instinto, separou o ser humano do que era sua natureza.

AVALON, A ILHA DAS FADAS

Poucos são os autores que especulam sobre o tema "Avalon, residência dos Mortos" e menos ainda os que se atrevem a situá-la. Alguns o fizeram de uma forma extravagante, situando-a no Mediterrâneo.
A crença de alguns de que esta ilha não era outra que a Sicília, explica o fenômeno de miragem que se produz no estreito de Messina se conheça com o nome de "fata morgana", recordando a feiticeira.

Avalon está inserida em uma relação de ilhas, algumas são verdadeiras, outras fruto de diversas obras literários. Avalon se encontra em lugar indeterminado, que está vinculada aos celtas, não só os de Gales, mas também da Irlanda.

Os irlandeses tinham a idéia de um enorme paraíso ocidental. Lá havia uma Ilha das Maçãs de sua propriedade. Emain Ablach, doce lugar onde habita o deus dos mares Manannan. Emain Ablach só era uma das ilhas do arquipélago atlântico, que se ampliava em direção ao sol sem limites conhecidos. Lá se encontrava Tir Nan N-Og, a "Terra dos Jovens", Tirfo Thuinn, Tire Nam Beo, Terra dos Vivos; Tirn Aill, e Outro Mundo; Mag Mor, Mag Mell, entre outras.

Havia também uma "Terra de Mulheres", habitada por fadas parecidas às da irmandade de Morgana. Acreditava-se que essa ilha era um vasto país sustentado por quatro pilares de bronze e habitado unicamente por mulheres.

Essas ilhas eram terras onde tudo era felicidade, paz e abundância. Não existe o envelhecimento nem o trabalho, porque tudo cresce sem necessidade de semear e nas árvores sempre há frutos.

Algumas dessas ilhas flutuam e outras ficam submersas e só saem a superfície à noite. O rei Artur navegando em sua mágica embarcação "Prydwen", visitou muitas dessas ilhas.

Avalon, para quem ainda a procura, é a viagem ao coração. É conhecida também como o "Céu de Artur", uma ilha do amor incondicional, onde tudo se harmoniza com a transmutação da energia luminosa do amor. Avalon é um reino interior. É a maravilhosa essência do verdadeiro ser nascendo a cada dia em nosso interior. É a nascente do amor no íntimo. E Morgana é a fada que nos faz refletir sobre tudo isso, pois foi ela, com todo seu amor, empregou todas as suas artes para curar as feridas de Artur.

A jornada dos homens e mulheres pela vida assemelha-se à jornada épica de muitos mitos. O herói que busca a verdade, poder ou amor reflete-se em nós, que buscamos o significado da vida e os tesouros, como o amor, que dão razão à vida. No entanto, cada um deve descobrir seus elementos de busca pessoais.

ARQUÉTIPO LUNAR

Morgana possuiu muitos nomes e é a representação da energia mítica das mulheres. Possui também, múltiplas facetas, é o arquétipo da Deusa-Lua e da Mulher Eterna; é Mãe, amante e filha; é Senhora da Vida e da Morte. Foi associada inclusive à rios, lagos, cachoeiras, magia, noite, vingança e profecias.

Hoje, a maioria das bruxas invocam o nome de Morgana e praticam magia para ela. Ela pode ser uma enorme aliada para as mulheres que reivindicam os poderes de feminilidade que emergem apenas em pesadelos à noite, mulheres que buscam a reafirmação de que é certo exercitar se poder de Fada, de serem capazes de passar de um mundo para o outro.

Quando nos aliarmos com Morgana, quando nos abandonarmos totalmente, com a maior confiança ao seu mundo feérico, nos aliaremos também com a vida, com a magia da vida e o amor infinito que ela contem.

Aliar-se com Morgana é aliar-se com a melhor parte de nós mesmos!

Morgana chega para despertar sua atenção para a independência. Você depende de outra pessoa até para respirar? Pois saiba que se plantarmos uma árvore lado a lado elas se asfixiarão. O que cresce necessita de espaço, talvez um pequeno espaço para se exalar o perfume da rosa. Kahlil Gibran diz:

"Deixai que haja espaço em vossa união. Deixai que os ventos dos céus dancem entre vós."

O espaço permite que a diversidade encontre ritmo e contorno. Você desperdiça sua vitalidade focalizando os problemas dos outros, relegando os seus para um segundo plano? Você move-se com o rebanho sem exprimir suas idéias ou opiniões?

Morgana pede para que você, pare, reflita e dimensione suas potencialidades, tentando se libertar de todas suas dependências físicas e psíquicas. É hora de mudar o ritmo! Morgana, a fada, chegou dançando à sua vida com seus tambores e sua magia para convidá-la a descobrir e viver seus ritmos.

Talvez você nunca tenha descoberto seu ritmo porque você agradar àqueles com quem convive. Mas é de vital importância que você tenha seu próprio ritmo. Fluir com ele lhe dará mais energias, porque você deixará de reprimir o que lhe é natural. Morgana diz que a vitalidade, a saúde e a totalidade são cultivadas quando você flui com sua pulsação única.



JORNADA A AVALON


Procura um lugar sossegado em tua casa, onde não possas ser interrompida(o). (O melhor seria na rua ao ar livre e perto de um rio...)

Acende um incenso e coloca uma musica de fundo suave. Senta-te com a coluna direita e põe a tua frende uma caneta e uma folha. Agora fecha os olhos e expira..., ... inspira profundamente..., ... liberta a tua mente de forma a que fique vazia...

Começa então a balançar o corpo da direita para esquerda lentamente, até perceberes que estás dentro de uma pequena barca. Acompanha com o corpo o balançar da barca... para trás ... e para frente... A sensação será bem agradável... de relaxamento total. Quando estiveres bem relaxada(o) olha para cima e apenas verás a bruma, dissipando-se aos poucos. Erga os braços e visualiza uma luz branca direccionar-se do céu para baixo, que entrará em ti por cima e iluminará todo o teu corpo. Neste momento notarás que a bruma desapareceu e avistarás a ilha de Avalon. Quando a barca chegar à margem deves desembarcar. Morgana te dará as Boas-Vindas.

Ela perguntará o que desejas e terás então o direito de lhe fazer duas perguntas. Ela pegará na tua mão e te conduzirá até o seu caldeirão mágico disposto no centro de um círculo de macieiras. Morgana pegará na sua varinha mágica e agitará a água do caldeirão. Quando a água se acalmar, verás na superfície as respostas de tuas perguntas. Deverás então, agradecer a sua ajuda e provavelmente ela te pedirá uma oferenda, que ofertarás de coração aberto. Ela conduzir-te-á de volta ao barco e parte.

Agora respira fundo novamente por três vezes e abre os olhos bem devagar. É hora de anotar tudo o que viste no caldeirão de Morgana e reflectir. Sê bem-vinda!

Pode ser necessário praticar varias vezes até conseguir entrar em contacto com Morgana... coragem...


Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO

EU SOU PAGÃ

EU SOU PAGÃ

" Eu sou Pagã. Eu sou parte de toda a Natureza. As Pedras, os Animais, as Plantas, os Elementos e Estrelas são meus parentes. Outros humanos são minhas irmãs e irmãos, sejam quais forem suas raças, cores, sexo, orientações sexuais, idades, nacionalidades, religiões, estilos de vida. O Planeta Terra é a minha casa.

Eu sou parte desta grande família da Natureza, não mestre dela. Eu tenho minha própria parte especial para executar e eu busco descobrir e executá-la com minha melhor habilidade. Eu busco viver em harmonia com outros na família da Natureza e trato outros com respeito.

Eu sou Pagã. Eu celebro a mudança das estações, o girar da Roda do Ano. Eu celebro com cânticos, danças, festas, rituais e de outros formas. Eu celebro cada giro da Roda com práticas espirituais pessoais e tomando parte em festivais comunitários. Samhain, correntemente conhecido como Dia das Bruxas, é um tempo para contemplação do futuro e para prestar homenagem a meus Antepassados e outros amados no mundo dos Espíritos. Eu trabalho magia por maior liberdade religiosa para Pagãos e para a humanidade. Eu celebro o ano novo espiritual céltico e Wiccaniano.

Yule, o Solstício de Inverno, é um festival de paz e uma celebração da minguante luz solar. Eu honro a nova criança do Sol, queimando um tronco de Yule de carvalho no fogo sagrado. Eu honro a Grande Deusa em Seus muitos aspectos de Grande Mãe, e o Deus Pai como Santa, em suas formas de Velho Deus Céu, Pai Tempo e Rei do azevinho. Eu decoro minha casa com luzes e com azevinho, hera, visco, sempre-vivas e outras ervas sagradas para esta estação. Eu toco sinos no novo ano solar.

No começo de fevereiro, eu celebro Candlemas, conhecido pelos antigos Celtas como Imbolc e para americanos contemporâneos como o Dia de Groundhog. Eu enfoco na purificação espiritual e na eliminação de bloqueios para preparar a vinda da Primavera e o novo crescimento. Durante este festival, eu acendo velas para honrar Brigid e eu A convido a inspirar meus trabalhos artísticos e guiar minha prática curativa. Eu faço oferendas de sementes a pássaros selvagens.

Na hora do Equinócio da Primavera, eu dou boas-vindas a renovação da Primavera e celebro a verdejante Terra, vestindo-se em verde. Eu honro a Deusa teutónica Ostara e o espírito do Coelho, o consorte Dela. Eu pinto ovos com amigos e escolhas divinas para um novo crescimento.

Beltane, no começo de maio, é um festival de fertilidade e prazer. Eu me visto em cores luminosas e uso uma guirlanda de flores em meu cabelo. Eu danço ao redor Maypole para abençoar jardins e projectos criativos. Eu salto a fogueira de Beltane para boa sorte. Eu coloco flores no Santuário da Sagrada Bast dos Gatos e em outros locais sagrados.

No tempo do Solstício de verão, também conhecido como Meio do verão e Litha, é um momento principal de reunião quando eu saúdo velhos amigos e conheço novos. Eu danço com eles ao redor de uma fogueira sagrada aos mágicos ritmos de tambores. Eu honro minha comunidade espiritual e tribo. Eu celebro a cultura Pagã. Eu adiciono pedras ao Círculo de Pedra da terra do Circle Sanctuary com orações para harmonia planetária e bem-estar.

Conforme agosto se aproxima, eu celebro Lammas, também conhecido como Lughnassad. Neste festival, eu honro o ápice do Verão e a prosperidade. Eu não só dou graças pelas coisas selvagens e plantas cultivadas e bênçãos para aquelas que estão começando a frutificar, mas eu também peço para que a abundância continue. Eu reparto e como
pão com outros no ritual e eu dou pão e oferendas de erva às Deusas e Deuses da agricultura.

Equinócio de Outono, algumas vezes chamado Mabon, é o tempo da acção de graças por todas as colheitas que eu tenha colhido durante o tempo crescente. Eu dou graças pela comida que recebi dos jardins e campos e por outras bênçãos que entraram em minha vida. Eu devolvo à Mãe Terra oferendas que vêm do melhor da fruta, legumes, ervas, nozes e outras comidas que eu tenha recolhido.

E em Samhain, a Roda do Ano começa novamente.

Eu sou uma Pagã. Eu também honro as estações da vida dentro de minha jornada de vida- começos, crescimento, frutificação, colheitas, fins, descansos e recomeços. A Vida é um Círculo com muitos ciclos. Com todo Fim vem um novo Começo. Dentro da Morte há a promessa de Renascimento.

Eu sou Pagã. Eu não só vejo círculos de mudança e renovação dentro de minha própria jornada de vida, mas em minha herança. Eu vejo minha vida como um círculo que me conecta com os círculos de vida de meus antepassados. Eles são parte de mim e minha vida. A antiga sabedoria da Renovação da Natureza e Reciclagem é encarnada nos brasões de dois de meus clãs Ancestrais.

De meus antepassados alemães, da linhagem de minha mãe, está o totem da garça, um emblema familiar que significa perseverança e renovação depois de dificuldades. De meus antepassados Célticos, da linhagem de meu pai, esta o brasão que porta o símbolo de uma árvore de carvalho cortada da qual brotam novos ramos e folhas de seu tronco, incluída em um círculo com o lema Iterum Viriscit que quer dizer "que isto cresça Verde novamente". Estes símbolos e o lema não só me fazem lembrar de minha própria renovação e a renovação da Natureza, mas também a renovação de filosofia Pagã neste planeta que é parte de meu trabalho de vida como uma Sacerdotisa Pagã.

Eu sou Pagã. Mudança de consciência intencional, a Magia, é parte de minha espiritualidade. Para todo problema há pelo menos uma solução executável, como também oportunidade para crescimento. Eu crio minha própria realidade com meus pensamentos, sentimentos e acções. Tudo que eu envio sempre retorna.

Eu busco cumprir a Rede Wiccan: " Sem causar mal a ninguém, Faça o que quiseres". Quando eu faço magia em rituais, antes de eu elevar directamente a energia, eu sempre busco olhar o quadro do qual minhas necessidades são somente uma parte. Eu me empenho a trabalhar para o melhor de todos, como também me ajudar. Quando problemas vêm para o meu caminho, eu busco entender as causas e mensagens deles como parte de minha busca por uma solução. Fazendo trabalho curativo, eu busco enviar as causas espirituais subjacentes da doença, em lugar de só enfocar um alívio de seus sintomas.

Eu sou Pagã. Eu trabalho magia através da Lua para ajudar e curar outros, a mim mesma, e o Planeta. A Deusa Tripla da Lua me guia. Eu activo começos na Crescente, energizo manifestações na Cheia e mando embora obstruções com a Minguante e com a Negra. Eu tomo parte em rituais em Luas Novas e Cheias, e eu sei que meus Círculos são parte de uma grande rede de Círculos que se encontram nestes tempos ao redor do Planeta Terra.
Eu sou Pagã. Eu abraço o Panteísmo e reconhece que o Divino está em todos lugares e em tudo.

Eu honro o Divino que está dentro das árvores de carvalho na floresta, nas ervas no jardim, nos pássaros selvagens que cantam nas árvores, no topo da pedra da montanha, em mim, e sim, até em "coisas" como meu carro, máquinas fotográficas e computadores. Eu entendo que tudo com um corpo físico tem um corpo espiritual também. O físico e espiritual está entrelaçado profundamente, não separado, nesta forma de mundo. Eu honro as inter-conecções da Criadora e Criação.

Eu sou Pagã. Eu sei que a Divindade tem muitas facetas e eu experencio isto por uma variedade de Deusas, Deuses e outras formas espirituais. Eu também honro a Divina Unidade, a Unidade de Tudo. Meus encontros pessoais com Deusas Pagãs, Deuses e outras formas Divinas transformaram e enriqueceram minha vida. Hécate apareceu como
a Morte para me ensinar libertação e renascimento. Como uma criança jovem, Ártemis fluiu por mim e me ajudou a proteger o que pretende ser roubado. Selena da Lua Cheia, traz visões e meu nome para mim .O sagrado Sol me energiza. Iemanja do Oceano limpa e me renova. Eu tenho ouvido Pan tocar sua flauta nos bosques. Dionísio desperta dentro de mim as alegrias de espontaneidade e felicidade extática e me ensina os mistérios da androginia. Eu experimentei a união de Deusa e do Deus fazendo amor com meu companheiro no jardim. Bast me ajudou a aprofundar minhas conexões com meus amigos gatos. Cernunnos apareceu a mim na floresta como um Veado. Isis falou a mim em explosões de esplendor no fundo da Noite e em fluxos de energia por minhas mãos, fazendo curas. Saturno me deu lições sobre disciplina, tempo e agricultura orgânica. A Senhora Liberdade me protege conforme
eu trabalho para liberdade religiosa por Wiccanianos e outros Pagãos. A Mãe Terra guia meu trabalho em nome deste Planeta. Eu também experiencio o Divino como Totens animais, aliados das plantas e como outras formas em meus sonhos, em jornadas internas e enquanto eu buscava pela visão sozinha no deserto.

Eu sou Pagã. Minhas práticas espirituais incluem auto-aceitação e entendimento, em vez de auto-rejeição. Eu compartilho minhas visões com outros quando eu sinto ter razão, mas eu não faço proselitismo, reivindicando meu caminho como único e verdadeiro. Há muitos caminhos sobre a montanha da compreensão espiritual, não somente um caminho.

Eu sou Pagã. Minha adoração toma a forma de Divina comunhão com a Natureza. Como parte de minha adoração, fundei e tenho mantido uma reserva sagrada na natureza, O Circle Sanctuary ( O Santuário do Círculo). Lá eu realizo rituais em lugares especiais, como no Círculo de Pedra sobre um monte sagrado; sobre o Spirit Rock, alto sobre os vales; no jardim do Círculo Mágico; em santuários ao ar livre; na sala do Templo, em recinto fechado; e nos abrigos de pedra de arenito antigos, que abrigaram os antigos que se mantiveram nestas terras milhares de anos atrás.

Eu também realizo rituais em outros lugares na terra, ao ar livre e em lugar fechado. Minha adoração e rituais
podem estar em qualquer lugar, pois meu círculo sagrado é portátil. Onde quer que eu esteja, eu posso montar um círculo ao redor de uma esfera sagrada com sete invocações: para as quatro direcções, para o Cosmo acima, para o Planeta abaixo e para Integração Espiritual no centro.

Eu sou Pagã. Eu viajo ao Outro mundo em meus sonhos, meditações e rituais. Eu uso ferramentas sagradas para me ajudar em minhas jornadas e meus trabalhos mágicos. Estes incluem caldeirão, cristais, velas, incensórios, cálices de água, pentáculos de sal, pratos de terra, penas, sinos, vassouras, chocalhos, tambores, batutas, estacas, espadas, espelhos, e uma variedade de ferramentas de adivinhação, inclusive cartas de Tarô, exagramas de I Ching e pedras de Runas. Eu voo com minha consciência pelo tempo e espaço.

Eu exploro outras dimensões e então eu retorno com introspecções conhecimento e poder. Eu vou entre os mundos por cura, crescimento e transformação. Intuição, percepção psíquica é natural, não sobrenatural, são parte de minha vida diária. Eu sou Pagã. Eu me harmonizo com os quatro elementos de Natureza- Terra, Ar, Fogo, Água- e com o quinto elemento, O Espírito que é a força espiritual que tudo conecta. Eu vejo estes Elementos na Natureza- a Terra no solo e pedras; o Ar nos ventos e atmosfera; o Fogo como o raio, fogos e electricidade; a Água nas primaveras, rios, oceanos e outras águas sobre o planeta; e o Espírito como a Divina Unidade. Eu também vejo estes Elementos como aspectos do meu eu- meu corpo físico e fisiológico é minha Terra; meu intelecto e pensamentos meu Ar; meu desejo e acções meu Fogo; minhas emoções e sentimentos minha Água; e meu eu Interno, minha Alma, é o meu Espírito.

Eu esforço em me manter saudável e em equilíbrio em todas estas partes de mim Eu trabalho para o restabelecimento do equilíbrio dos Elementos no ambiente. Eu sou Pagã. Eu ouço o choro da Mãe Terra que está triste com o mal que é causado ao meio-ambiente pela humanidade. Eu estou desanimada pela poluição do ar, terra, águas e pelos jogos de dominação que são feitos pelas nações com os danos nucleares e outras armas de destruição de massa. Eu também me preocupo com a poluição espiritual no Planeta-egoísmo, ódio, cobiça por dinheiro e poder, vícios, violência, desespero. Quando eu vejo estes problemas, eu também vejo a limpeza e cura dos acontecimentos sobre o Planeta Terra.

Eu sei que posso ajudar pelo menos um pouco a trazer ao Planeta maior equilíbrio buscando equilíbrio em minha própria vida, sendo um catalisador para restaurar o equilíbrio na vida de outros e trabalhando para um ambiente melhor. Eu sei que minhas atitudes e meu modo de vida podem fazer diferença. Eu procuro ser um canal para a cura e equilíbrio. Eu faço da responsabilidade ambiental parte de minha vida pessoal diária. Eu procuro viver em harmonia com os membros da Família da Natureza.

Eu sou Pagã. A Espiritualidade da natureza é a minha religião e minha base de vida. Natureza é minha professora espiritual e meu livro sagrado. Eu sou parte da Natureza e a Natureza é parte de mim. Minha compreensão dos mistérios internos da Natureza cresce enquanto eu
viajo neste caminho espiritual ".

ORAÇÃO...



ORAÇÃO DA BRUXA

A lei mais elevada
é agora o ensinamento.
Cuida bem dos seus actos,
palavras e pensamentos.
Muitos seres podem ouvir, e espíritos, saber
a maldade que você tanto procura esconder.
Então gire a roda do ano; deixe o tempo passar,
viva cheio de amor e não deixe o medo imperar.
Essa antiga sabedoria eu transmito e vou além:
" Faça o que quiser, mas não prejudique ninguém."

Tenha cautela igualmente com a segunda lei,
pois tudo o que vai volta, isso é o bem sei.
A roda continua girando, três vezes vai girar,
ninguém pode enganá-la ou dela algo ocultar.
Busque a harmonia, o equilíbrio e a auto-estima,
pois como é embaixo, é assim também em cima.
Deixe brilhar a sua luz interior e que todo mundo a veja,
se é isso o que você quer, então que assim seja!

ORAÇÃO CELTA

Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalante ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a musica seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e atua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica, só se sente.
Que esse amor seja o teu acalanto secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!



Prece Deusa & Deus

Oh! Deusa Mãe!

Rainha da Noite e Rainha da Terra!

Oh Deus Pai!

Rei do dia e Rei dos Bosques!

Festejo a vossa união

Enquanto toda a natureza se felicita

Em um forte esplendor de cores e de vida!

Peço que aceitem a minha oferta.

Deusa Mãe, Deus Pai!

Em honra de vossa união.

Que assim seja!

sexta-feira, 21 de março de 2008

OSTARA







Uma história de Ostara
Uma vez há muito tempo, quando a Deusa andava jovem sobre a Terra, ela foi chamada Ostara. E o tempo de Ostara era um tempo de flores e deleite, cores e cheiros, e sabores que faziam os sentidos acordarem para o genuíno prazer de existir.

E havia uma canção que se ouvia nessa época, a sinfonia dos diversos cantos dos animais no cio, a doce música dos ronronados, grunhidos, mugidos, trinados de pássaros, que prometia delícia e continuação da vida.

Ostara caminhava cercada dos animais, com aves em volta e dançava pelos campos coberta de flores. Todos a amavam e como se podia deixar de amar a personificação de tempo tão feliz e afável?

Mas um dia, já ao final do verão, Ostara olhou para a Lua Cheia no céu e seu coração se encheu de saudade dos Templos da Lua. Naquele momento ela decidiu que iria ver novamente a Senhora dos céus... E ,sem aviso, livre e impulsiva como toda donzela, partiu.....

No dia seguinte todos a procuraram em vão, e as flores começaram a murchar, o vento ficou mais triste e mais lúgubre seu assobio, a terra esfriou e os animais já não cantavam suas canções de alegria...

De todos os animais o que mais sentia a falta de Ostara era a lebre. Quando ela partiu os animais comentavam que a jovem tinha ido para a Lua e toda noite a lebre olhava para o céu em busca de sua senhora amada. Viu muitas vezes a Lua diminuir e crescer e sua saudade aumentava no peito, tinha que haver um meio de pedir à senhora que voltasse! Não era possível viver sem ela! E o coraçãozinho da lebre apertava no peito, uma angústia terrível que ela não sabia como expressar....

Nessa aflição, uma noite, de Lua Cheia, a lebre subiu a uma alta colina, pretendendo estar mais perto de sua senhora Ostara. Fazia muito frio e a neve tornava difícil andar. Era uma noite triste e a tristeza do animalzinho não tinha modo de se expressar... mas naquela noite também subiu a colina uma alcatéia. Os Lobos se postaram em círculo e quando o disco lunar apareceu ,enorme, um coro de uivos se elevou majestoso...

A lebre acordou de sua tristeza e frio... Pensou : “Ora, se todos os animais chamassem assim, bem alto, Ostara vai nos ouvir, vai ouvir nossa tristeza e voltar!” e a partir daquele momento ela se empenhou em aprender a uivar....

Se você acha que foi pouco o esforço da pequena lebre, não a subestime... ela tentou muitas vezes, noite após noite, mas ela não era um lobo! Mesmo assim , uma noite, quando a Lua cheia apareceu, ela fez um esforço supremo e começou a uivar! Sim , ela uivava bem alto! E ensinou o mesmo a todas as lebres...

Perdida nos sonhos da Lua, Ostara acordou com um som diferente... Quem uivava para a Lua agora? Não eram os animais conhecidos! Olhando o que havia na Terra, a jovem Ostara se comoveu com a lebre e logo entendeu o esforço e o amor por detrás daquela nova canção.

Naquela noite Ostara decidiu retornar a Terra e, com sua chegada, o tempo esquentou, as cores voltaram e a cada passo seu as flores brotavam em profusão... As canções se faziam novamente ouvir e dentre todos os animais, Ostara pegou a pequena Lebre em seus braços e a colocou, gentil, no colo... disse a ela: “Pequena amiga, obrigada pelo seu amor ! O que você deseja como recompensa?”.

A lebre, embevecida de amor e tonta com a beleza da donzela, respondeu: “Senhora, a única coisa que quero é que da próxima vez seja mais fácil chamá-la de volta!”

Ostara pensou por um momento e depois concedeu à lebre o dom de se transformar em um pássaro mensageiro, pois quando fosse tempo de despertar de seu sono da Lua, a lebre, mudada em pássaro, poderia alçar vôo e alcançar a Lua, chamando-a e dando à terra a certeza de que Ostara sempre voltaria.

E Ostara acrescentou: “Pequena lebre – a você, que já é tão fértil, concedo, na forma de pássaro a guarda dos ovos sagrados que são a chave da continuidade da vida... Que você seja deles a guardiã e os distribua entre as pessoas quando necessário, mostrando a elas todas as possibilidades, que são meu poder e minha dádiva.”

E desse momento em diante, a lebre distribui os ovos de Ostara, como recompensa de amor e dedicação.
Aquela primavera foi feliz e todos se alegraram sabendo que, mesmo que o inverno chegasse, um dia a lebre buscaria Ostara de volta.

Blessed Be!